EntreContos

Detox Literário.

Carta Sobre as Mesas Dançantes (Thiago Lopes)

Senhor Ehrich,

Muito me agradou a tua última missiva e, em respeito à objetividade e seriedade com que ma escreveu, irei direto ao assunto. Confirmo que, sim, tive o tão ansiado encontro com a senhora Gina Barchi e, creio, será de teu interesse saber, meu caro amigo, que esse encontro se deu em Milão, em casa da famosíssima Eusapia Palladino, para onde fui chamado a fim de compor uma comissão de cientistas, cuja missão era analisar os estranhos fenômenos que tanto te interessam e que são objetos de teu estudo.

Creio que, com teu perfeito italiano (tão diverso do meu, que é pobríssimo, sei apenas o alfabeto, como verás, bem como algumas expressões), hás certamente lido no Fanfulla os relatos do senhor Cesare Lombroso, a quem conheci em uma das sessões, e espero que não te tenhas deixado levar pelo que ali se registrou. Ah, querido amigo, a história foi completamente outra da que escreveu Lombroso, tão calamitosa e risível quanto a minha história com Gina. Mas porque estou adiantando? Logo saberás de toda a verdade.

Assim que fui introduzido na pequeníssima sala da nobre medium, percebi que já se encontrava um ajuntamento de notáveis, dos quais reconheci nossos colegas Richet, Curie e, claro, Gina. Havia também um sujeito jovem e forte, cujo nome descobri depois, que conversava com um russo de sotaque carregado (um tal de Askakov) e com o velho Morselli, o amigo que me convidara. Não posso deixar de citar a presença de um sujeito baixinho, portando óculos redondos, bigode e cavanhaque grisalhos, o qual, assim que deu com minha presença, não parou de me fitar, cheio da mais acintosa curiosidade; em certo momento, olhando-me de cima a baixo, postou-se diante de mim, murmurando coisas como “Davvero interessante! Cranio piccolo, labbro superiore assottigliato, mascelle larghe e robuste; naso accentuato”. Logo Morselli traduziu para mim as palavras do homem e me perguntou se eu já conhecia o senhor Lombroso, que, segundo ele, era o mais importante fisionomista de nossa época, um revolucionário que acabara de compor alguns livros sobre a personalidade criminosa. “Somos todos delinquentes, signore”, disse-me o senhor Lombroso, apertando-me o ombro e falando em mal inglês, “principalmente quando o assunto… si tratta di donne” e riu efusivamente, ressaltando as últimas palavras.

Sentamo-nos em roda de uma mesa, previamente analisada pela comissão, que chegara à conclusão de que se tratava de uma mesa normal, ainda que pequena, tão pequena, que era possível ouvir a respiração do vizinho. E ao meu lado, caro Ehrich, sentou-se Gina, no lado dela sentou-se o russo Askakov. Em frente a Gina sentou-se o rapaz jovem e forte, ladeado por Lombroso e seguido de Richet, Curie e Morselli, o qual fechou o círculo. Apenas uma cadeira estava desocupada, a da anfitriã.

“O senhor agora conhecerá Eusapia”, sussurrou-me Morselli, “mulher inteligente, não obstante iletrada, séria e dotada das capacidades mais peculiares. Juro-te que já a vi movimentar a distância certos objetos, valendo-se apenas da força da mente. E se tivermos um pouco de sorte, ela soltará pelo nariz o ectoplasma – como o nomeou o nosso amigo Charles Richet -, uma espécie de exteriorização da alma, muitas vezes moldada em formas humanas”.

Conheces-me, Ehrich, sabes que não creio em tais manifestações ilusionistas. Eu fora chamado para analisar fenômenos mediúnicos, mas não imaginava que haveria ectoplasmas, movimentações de objetos, levitações de mesas e beliscões de fantasmas, como me advertiu o vizinho. Mas superei tudo isso, porque do meu outro lado estava ela, a delicada Gina Barchi e suas covinhas. Não preciso da ciência do senhor Lombroso para analisar perfeitamente a estrutura fisionômica de uma verdadeira Vênus, cujo aroma da respiração era um verdadeiro elixir.

E qual não foi a minha dor, amigo, quando deu entrada a um grupo de rapazotes magros e uma senhora baixa e corpulenta, apresentados como Eusapia Palladino e seus ajudantes. Pois foi logo após essa entrada que o senhor Morselli apresentou à anfitriã cada um de nós e terminou se referindo… ao casal Barchi.

Sim, caro amigo, casal Barchi. Gina é uma mulher casada, e casada com um homem que, tenente, industrial e jovem, não apenas me bateria em qualquer duelo, como até me compraria o mais caro mausoléu. O rapaz jovem e forte se chamava Aldo Barchi, e estava ali apenas pela curiosidade, tanto que ele não perdia a oportunidade de rir e debochar das mesas dançantes e dos ectoplasmas.

Gina era casada, seu coração pertencia a outro. Podes imaginar que não fui atingido pela tristeza ou humilhação. Não! Como advertira o senhor lombroso, eu era uma personalidade criminosa, principalmente no que se referia a moglie, e logo fui tomado pela mais incontida ira, pelo mais incontido ódio, desinteressado de todo daquela pantomima fantasmagórica que se apresentava naquela noite – aceitara o convite apenas porque sabia que Gina comporia a comissão. Decidi-me a rivalizar em deboche com o senhor Barchi, mostrar que, mais do que ele, eu era movido por uma marcial coragem.

Por isso, amigo, deixei-me levar pela tentação. Se há mesmo espíritos, os que me guiaram naquele momento foram os espíritos da galhofa, os quais surgiram em mim no mesmo momento em que as luzes foram apagadas, restando apenas uma débil luz de um castiçal e a silhueta dos convivas, e reparei que Gina estava nervosa. Quando a luz se apagou, ela havia emitido um gritinho de medo e segurou-se ao meu braço, o suficiente para que eu arquitetasse um belo plano: estimular-lhe ainda mais o medo e, aproveitando-me do escuro, ir-me encostando nela aos poucos, sob a barba de Aldo Barchi.

– Seguremo-nos as mãos, senhores – Eusapia iniciou os trabalhos (tinha a voz rouca e aberta, falando em um dialeto que só compreendi posteriormente, quando Morselli os traduziu).

Ah, eu tive na minha mão a tremente e doce mão de Gina, mais delicada que a asa de uma borboleta. E eu queria mais…

– É preciso que todos estejamos concentrados para que as ocorrências aqui se concretizem – sentenciou Palladino – se houver algum dos senhores que não esteja em harmonia, é possível que nada se suceda aqui nesta noite. Tentaremos agora falar aos que já se foram.

– É pena, disse rindo Aldo Barchi, eu sou vivo demais para crer em mortos.

– O senhor está rindo de algo sério, respondi para me impor ao rival.

Ele rebateu com um risinho de escárnio.

– Agora silêncio, disse Eusapia. Se houver aqui entre nós uma alma perdida que queira se comunicar, dá-nos algum sinal: bate com um toque na mesa.

Mal o silêncio se anunciou, ouvimos todos um toque macio na mesa.

Murmúrio, Gina assustou-se e prendeu minha mão com força. Alguém deixou escapar um Dio mio. Eusapia estava iluminada o suficiente para atestamos que, de braços cruzados, as mãos dela estavam imóveis.

– Muito bem. Recebemos teu recado. Agora me diz: és conhecido de alguém aqui presente? Se sim, dá um toque na mesa.

Nenhuma resposta espiritual, a não ser a espirituosa batida seca e forte vinda da mesa, causada pelos meus mediúnicos sapatos, em um belo chute que pôs a todos de pé pelo pavor.

– Calma senhores, não desatemos nosso cordão.

Todos se levantaram assustados, uma verdadeira bagunça. Em meio à confusão, foi possível ouvir uns gritinhos vindos daqui e dali, junto com o faiscar de estranhas luzes. Foi então que senti uma fisgada dolorosa nas costas, como se alguém me beliscasse.

– O que está acontecendo, senhora Eusapia? Gritou Curie, arriscando um macarrônico italiano.

– Senhores, contenhamo-nos, voltemos à mesa, que tudo se acalmará.

Em cinco minutos sentamo-nos todos, mas dessa vez sem segurar as mãos. Eu realmente não fazia ideia do que eram aqueles beliscões, muito menos entendia o motivo pelo qual os mortos vinham nos beliscar. Ah, amigo, quase morri de rir quando percebi de relance o rosto de Aldo, quando ele se aproximou das luzes do castiçal – estava com uma expressão de verdadeiro pavor.

– Retomemos. Se ainda estás aqui, alma perdida, dá-me um sinal com dois toques.

Silêncio e expectativa. Chutei duas vezes a mesa. Murmúrios. Paladina continuou, com tremor na voz:

– O que queres de nós? Responde com toques correspondentes ao alfabeto.

Então, pausando entre as dezenas, chutei em sequência: 11 – 13 – 16 – 18 – 5.

– Morte! Gritou o russo, que pelo visto estava bem próximo de mim.

Nisso, senti o movimento do corpo de Gina e aproveitei para me encostar mais nela.

Paladino não escondia o tremor de voz, a hesitação na fala, e emitiu um terrível “Morte? Mas de quem? Por quê?”, e creio ter ouvido uma exclamação do meu rival.

– Pergunte ao letrado espírito se ele deseja a morte de algum dos presentes, instiguei.

– Boa ideia, senhor, disse Eusapia. Desejas a morte de alguém aqui presente? Dá-nos um toque para dizer não, dois toques para dizer sim.

Chutei duas vezes. Vozes de pânico. Protestos. A voz de Palladino, preocupada, impôs-se:

– E de quem? Perguntou exasperada. Dá-nos a primeira letra do alfabeto.

Então, dei um chute bem forte para soar a letra A.

– A? Mas temos duas pessoas cuja letra se inicia com A, lembrou Richet, certamente aliviado.

– Verdade, continuou Eusapia. Qual é a segunda letra?

Demorei-me um pouco, o que fez o russo Askakov exclamar algo em sua língua. Então, continuei chutando uma, duas, três vezes, até parar em dez, na letra correspondente ao L.

– Não é possível, gritou furioso Aldo, como saber se o espírito não errou a contagem? Qual é, então, a terceira letra?

– Senhor, sou eu quem se comunica com eles. Diz, por favor, alma atormentada, qual é a terceira letra?

– Bati na mesa quatro vezes.

O pânico voltou à mesa, Aldo dizia que nada daquilo era sério, que tudo não passava de uma fraude, ao que o russo respondeu dizendo que tudo aquilo era a mais pura verdade e que, inclusive, sentia no pescoço a respiração quente da alma penada. Nessa confusão, resolvi levantar a mesa com as duas pernas, o que causou uma gritaria dos diabos.

– O que está acontecendo, dona Eusapia?

– Confesso que não sei, senhores, os senhores é que são os cientistas.

Eu não conseguia distinguir quem estava falando o que naquela confusão de vozes e sombras, exceto o russo, por conta do sotaque e porque parecia estar bem próximo de mim. Só sei que resolvi me aproveitar daquela confusão para tocar no braço de Gina. Assim que o fiz, com a pernas ergui de novo a mesa, para mais gritaria, e a voz do russo se destacou gritando:

– Meu Deus, me acudam, o espírito está ao meu lado de novo.

– Certeza, senhor Askakov? Perguntou Curie, apavorado.

– Sim, sim, ele está aqui, posso sentir sua presença.

Eu me segurei para não rir, então passei a mão nas pernas de Gina e levantei mais uma vez a mesa, dessa vez o mal alto que pude. Mais gritos, alguns se levantaram, enquanto o russo berrava:

– Ele está aqui, ele está aqui, ele quer me matar, me acudam.

Alcei de novo a mesa e belisquei a coxa de Gina. Levantei a mesa ainda com mais força e agarrei a cintura de Gina.

– Dona Eusapia, eu vou morrer, peça que o espírito pare, gritou o russo.

– Acendam as luzes, ordenou Aldo, enquanto eu levantava a mesa e me agarrava em cheio ao corpo de Gina. Um corpo, para dizer a verdade, bem duro e quadrado.

Nesse momento, acenderam-se as luzes e percebi, caro amigo, o seguinte quadro:

Eusapia tentando enfiar no nariz um grande pedaço de morim. Curie em cima de uma cadeira. Richet escondido debaixo da mesa e Lombroso desmaiado. No meu lado esquerdo tremia-se todo o meu amigo italiano e, na minha frente, Aldo se abraçava à Gina…

Mas Gina não está comigo? Pensei em um átimo, agarrado ao russo.

Caro amigo Ehrich, não acredites em nenhuma linha dos relatos do Il Fanfulla della Domenica, pois o senhor Lombroso quase nada viu, pois estava desacordado. Certo é que ele presenciou depois mais algumas sessões, mas naquela noite sou testemunha de que a própria senhora Palladino foi a primeira a se desesperar ao pensar que algum espírito conosco se comunicava. Quanto ao russo, que saira pregando a veracidade dos fenômenos, dizendo que o espírito lhe tocava e agarrava… Não era fantasma coisa nenhuma. O que aconteceu é que, quando nos levantamos pela primeira vez, a senhora Gina trocou de lugar e foi sentar-se junto ao marido, como é natural nos momentos de pânico. O russo acabou se sentando ao meu lado direito, com seu corpo duro e quadrado.

O que sei, caro amigo, é que Gina está ligada a Aldo até que a morte os separe – isso se os mortos cometerem o erro de se manter fiéis após a morte.

Do seu James Kellogg,

13 de junho de 1891

Sobre Fabio Baptista

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21 comentários em “Carta Sobre as Mesas Dançantes (Thiago Lopes)

  1. Thiago Lopes
    30 de março de 2025
    Avatar de Thiago Lopes

    Obrigado a todos pelos comentários sensíveis e pelas dicas.

  2. Thales Soares
    29 de março de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    A ideia aqui apresentada é boa, é engraçada, e o final é ótimo. O conto funciona como uma sátira elegante às sessões mediúnicas da época e também como uma piada de situação. Mas… a execução,para mim, deixou um pouco a desejar.

    A escrita do conto pesa demais, sacrificando um pouco a fluidez, e ficando um pouco pedante em alguns momentos. Parece que o autor tentou tanto imitar uma carta de época, demonstrando excelente habilidade técnica, mas exagerando na formalidade, nos floreios, nos nomes complicados e no vocabulário rebuscado. Como resultado, a história que devia ser ágil e engraçada ficou meio cansativa.

    ***

    Pedradas:

    Tom pedante demais pro humor. Quando a história é de comédia, o ideal é que a linguagem ajude a dar ritmo, não atrapalhe. Aqui, a pompa toda tira o timing da piada. Se tivesse mais fluidez, o conto poderia brilhar ainda mais.

    Muitos nomes e detalhes que não servem muito. Tem hora que parece que estamos lendo a escalação de um time de cientistas da época. Richet, Curie, Lombroso, Morselli, Askakov. É interessante usar nomes apropriados a cada nacionalidade, e demonstra um conhecimento muito grande do autor… mas não dava para fazer a apresentação de cada um de uma forma um pouco mais leve? Do jeito que está, o autor acaba não se apegando a ninguém, e os personagens acabam se tornando apenas um monte de nomes complicados.

    A história demorou para pegar o tom. Era para ser um conto de humor, certo? Então não demore até a conclusão para demonstrar isso para o leitor. O gênero apresentado na narração deve ser apresentado desde o início.

    ***

    Conclusão:

    A história em si é boa e tem um final engraçado, só que a forma como foi escrita me fez penar um pouco. Fiquei lendo como se fosse obrigado, tipo livro de vestibular. Parece que o autor quis mostrar erudição e acabou deixando a comédia meio engessada. Se tivesse dado uma podada nas firulas e deixado o texto mais solto e fluido, teria ficado bem mais legal de ler. A piada final, inclusive, é ótima, com um plot twist divertidíssimo! A reviravolta do cara agarrando o russo achando que era a Gina é o climax do conto.

  3. Pedro Paulo
    29 de março de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: É um humor fino e típico dos contos clássicos dos oitocentos, comedido em sua galhofa como é na canastrice do narrador da carta, em sua maquinação para se aproximar da garota que almeja provocando uma confusão que nem ele pode prever o vexame que fica sendo montado. Para passar esse aspecto tão único de um conto daquela época (lembra-me Fitzgerald), foi preciso um trabalho excelente de reprodução da estilística, ainda mais com o toque de ser uma escrita epistolar, endereçada a outra pessoa, fato que permeia a narrativa e lhe investe uma maior verossimilhança, aprofundando o leitor no conto. De forma bem sucinta, atravessa o terror e a comédia, caindo mais no segundo gênero. Não é um texto forte na seara temática, arrisco dizer, palpitando que os demais colegas não o aceitarão tão bem, mas é inquestionável o quanto a escrita é excelente, não necessariamente por sua erudição, mas por saber encontrá-la porque o estilo textual demanda por ela.

  4. Luis Fernando Amancio
    28 de março de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Ehrich Weiz,

    Seu conto tem uma atmosfera de terror, mas é um conto de humor. Nem terrir eu acho que é. Embora haja uma situação de medo entre os personagens, os leitores sabem que os eventos paranormais presenciados são truques do Sr. Kellogg.

    A escrita do conto é adequada, bem como a narrativa, que se desenvolve de forma natural. O formato epistolar é um recurso bem conhecido e que harmoniza bem com a atmosfera do conto. Você mobiliza personagens reais e é interessante essa reconstituição: o espiritismo, na segunda metade do século XIX, início do século XX, causou certo frisson entre intelectuais e artistas, sobretudo por suas características supostamente científicas.

    O conto é despretensioso, leve.  Afinal, estamos diante de uma brincadeira, um físico/ inventor brincando com os ânimos dos colegas de mesa e cortejando (ao menos é o que ele pensa) uma jovem casada. E, dessa leveza vem a força do conto: é divertido, engraçado e bem construído.

    Aliás, a opção pelo humor é louvável. Por algum motivo, parece ser mais fácil ser assustador do que ser engraçado. Ao menos é o que sugere a distribuição temática dos contos no desafio.

    Parabéns pela participação e boa sorte no concurso.

  5. José Leonardo
    28 de março de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Ehrich Weisz.

    Tendo em vista as minhas limitações técnicas para apreciar melhor o seu conto e de modo a tentar esquentar meus comentários que acho um tanto insossos, decidi convocar, por meio de um ritual de fervura de miojo de tomate com leite coalhado e digitação de Zerinho-um no MS-DOS, a FRIACA® (Falsa Ruiva Inteligente Auxiliar para Comentários e Avaliações) para me ajudar nessa bela empreitada e proporcionar a melhor avaliação possível acerca do seu texto (dentro da minha perspectiva de leitor).

    FRIACA: Do que se trata o conto?

    R.: Conto-missiva (epistolar, mas considerando que é “conversa unilateral” – somente uma carta), onde o missivista James Kellogg se dirige a Ehrich, relata a ocasião em que participou de reunião mediúnica de mesas girantes, em contraposição à “versão real” que ficou conhecida num dos escritos de Lombroso, que também esteve presente.

    FRIACA: Como você vê a narração, o estilo, a estrutura, a técnica?

    R.: A vantagem de um conto epistolar é a de tentar incutir no leitor veracidade quanto aos supostos fatos narrados. Quando a técnica é aplicada neste seu conto, Ehrich, à guisa de, digamos, divulgação da carta de um amigo em contraposição a outra versão dos fatos, conhecida e oficiosa (foi minha impressão diante do pseudônimo do(a) autor(a) deste conto), aliando-se a isso o tom cômico com que a sessão fora abordada, obteve êxito comigo, pois mesmo desconhecendo o que tenha saído da pena de Lombroso no Il Fanfulla della Domenica sobre a suposta sessão da médium Eusapia, vai ser o seu conto que ficará na minha memória. 

    FRIACA: E quanto à adequação ao tema, à criatividade e ao impacto?

    R.: Plenamente adequado ao tema “Comédia”. Embasbacado pela beleza de Gina, uma das participantes, Kellogg tenta se sobrepor ao marido dela, Aldo Barchi, com aquela torpe disputa de se saber qual galo tem a crista maior. Além disso, usa de truques para que todos pensem que há um espírito se comunicando na sessão – e tentar se aproximar e acudir a mãozinha de uma Gina assustada, que morre de medo daquilo tudo. 

    Aliás, e ainda que não tenha relação com o conto, a cena da sessão me remeteu a uma cena de A Consciência de Zeno, do Svevo, onde o protagonista-narrador, durante uma sessão dessas, tenta refutar a veracidade das ocorrências “sobrenaturais”. Não é exatamente o que ocorre aqui, na relação de Kellogg com a sessão, pois Kellogg não pretende refutar nada daquilo, pelo contrário – na verdade, o fingimento visa a se aproveitar de certa situação…

    FRIACA: Indo um pouco mais a fundo nesse particular e apesar do aspecto subjetivo do que a história pode causar no leitor, é um conto para dar risadas ou aterrorizar-se?

    R.: Um conto que tem os elementos para causar risadas, sim, ou pelo menos um sorriso por conta da “astúcia” de Kellogg.

    FRIACA: Qual sua posição final sobre esse conto?

    R.: Gostei de seu conto, Ehrich/Houdini. A narração está no tom adequado para o efeito que se pretendeu demonstrar. 

    Parabéns pela estória e boa sorte neste desafio.

  6. danielreis1973
    27 de março de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Comentário inicial (válido para todos os contos):
    Prezados participantes: este meu comentário NÃO É UMA CRITÍCA, É A MINHA IMPRESSÃO PESSOAL sobre o seu conto – e não é sobre você, como escritor ou ser humano!  Espero que os comentários possam ajudá-lo a aprimorar sua história ou sua escrita, num sentido mais amplo. Outra coisa é que não está sendo fácil é comparar os contos participantes, já que apesar do desafio estar  restrido a DOIS TEMAS (que inclusive tem fronteiras tênues, e às vezes se misturam entre si, em diferentes proporções), as diferenças dos gêneros literários escolhidos pelos participantes tornam muito difícil dar um valor absoluto entre os contos, quando colocados lado a lado. Então, o melhor humor não tem o mesmo efeito que o melhor terror, e um terror com elementos realistas pode ter um efeito mais impactante para mim que um horror com elementos de fantasia ou ficção científica – por isso, digo que é MINHA IMPRESSÃO, ok? As notas não representam “média para aprovação”, mas O EFEITO FINAL que me causaram.

    Dito isso, vamos ao:

    COMENTÁRIO ESPECIFICO:

    LOGLINE: uma sessão espírita descrita com toques de humor e descrédito, em que o narrador tem papel fundamental na impressão causada aos outros.

    TEMA ESCOLHIDO:  HUMOR (quase 100%, devido ao toque sobrenatural do evento).

    PREMISSA:  que as sessões espíritas, comuns no final do século XIX e começo do XX,sobretudo na Europa, eram oportunidades para charlatães e foco de atenção de ricaços e figurões.

    TÉCNICA E ESTILO: a escolha pela narrativa missiva, como carta, é bastante interessante – eu, particularmente, sou fascinado por essas histórias contadas por cartas. Porém, o autor parece em alguns momentos se esquecer que está redigindo uma carta, e a narrativa toma um tom mais literário, sobretudo na apresentação dos diálogos. Ponto também para as referências e personagens escolhidos, reforçando bem a ambientação e época em que se desenvolve a ação.

    EFEITO FINAL: o efeito final é muito bom, destacando-se o conto entre os demais do grupo nesta liga, inclusive como meu preferido no conjunto de qualidades. Porém, para mim, não é exatamente original tanto na premissa quanto no desenrolar. Tem um capítulo de um livro do U.S. Andersen em que ele narra uma sessão espírita muito similar. Um exemplo do humor dele é que ele pede pra falar com o tio morto, e o médium confirma que o tio está presente – e então ele fala em norueguês com o parente falecido, ao que o médium, incorporado, responde seriamente: “aqui, no outro plano, só falamos inglês”.(“Gostava mais do meu tio quando ele era brincalhão e falava norueguês”, pensou o autor). E o final da história é que, sem querer, quando ele estica a perna no escuro um “fantasma” tropeça e pede desculpa, por reflexo – o próprio médium.

  7. Amanda Gomez
    27 de março de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Seu conto é… ingênuo. Acho que é assim que eu resumiria o humor impregnado nele. Cenários ingênuos, personagens ingênuos. É um humor ok, funciona (não pra mim, pra ser franca).

    Não consigo imaginar essa cena de forma racional… Como ninguém viu que tinha alguém chutando a mesa com a perna? Ele chutando de acordo com o alfabeto ainda… não consegui embarcar nessa lógica. Os diálogos da mulher pedindo calma… essas coisas. E até mesmo as motivações vazias do protagonista — queria assediar uma mulher com o marido do lado e não percebeu que estava apalpando um homem?

    Enfim… é muito Zorra Total pra mim. Me desculpa!

    No mais, consigo ver todos os elementos que compõem a qualidade do conto: a técnica, a boa escrita. É fluida, não foi difícil chegar até o final. Só que a execução do enredo, pra mim, deixou a desejar. Ou talvez eu só esteja sendo bem chata mesmo.

    No mais, parabéns pelo trabalho.
    Boa sorte no desafio!

  8. Mauro Dillmann
    26 de março de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    O texto/carta emula certa escrita de um outro tempo, mais antiga, percebido ao final pela data da carta, mas também pelo contexto.

    Um conto bem pensado e elaborado. Não tem horror, mas tem comédia.

    O pseudônimo do conto é Ehrich e o destinatário da carta é Ehrich. Não entendi o motivo, nem relação estabelecida. Se não for por motivo algum, fragiliza o conto. 

    Alguns pequenos equívocos:

    “…e seriedade com que ma escreveu” [ma? é isso mesmo?]

    “Mas porque estou adiantando?” [por que, assim separado, uma vez que significa ‘por qual motivo’]

    “Como advertira o senhor lombroso” [Lombroso]

    O conto é dinâmico. Muito bom!

    Parabéns!

  9. Marco Saraiva
    23 de março de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Estou gostando muito da criatividade dos autores neste desafio. Já vi órgãos internos agindo como gente, personagem que sabe que é personagem, assassino de clichês, e agora uma carta escrita em 1891. A linguagem escolhida foi muito bem executada, passando aquele português pesado da época, mas ao mesmo tempo não sendo inconveniente o suficiente para tornar-se enfadonha. No início achei que eram personagens demais, mas logo vi que o foco era apenas em alguns deles, e o conto fluiu bem.

    Quando a carta muda para prosa, achei que o texto perdeu um pouco do charme. Apesar de o tom da narrativa continuar sendo o de uma carta, eu estava gostando da forma do texto também ser o de uma correspondência. Assim que vi travessões, torci o nariz. Mas você conseguiu manter o tom parecido mesmo assim e o conto prosseguiu com uma boa leitura.

    A história é simples e o final previsível. Para mim a comédia está no narrador, no seu tom debochado e nos seus comentários ácidos. Foi um conto gostoso de ler.

  10. claudiaangst
    23 de março de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Para este desafio, utilizarei o sistema de avaliação TERRORIR:

    T(ítulo) — CARTA SOBRE AS MESAS DANÇANTES — Pensei logo em Espiritismo, experiências extra-sensoriais. Mais para o terror?

    E(nquadramento ao tema) — Depois de realizar a leitura, sim, acredito que o conto se enquadre ao tema proposto pelo desafio. 👻

    R(azão de gostar do conto) — Enredo intrigante, com um toque de Agatha Christie. Cenas bem construídas. Bom ritmo de narração. ☠️

    R(evisão) — […] que saira > […] que saíra

    Estranhei a construção: “isso se os mortos cometerem o erro de se manter fiéis após a morte.” Faria mais sentido para mim se fosse inserido um NÃO antes de “cometerem”.

    Para melhor compreensão da frase, na minha opinião, o apropriado seria “de se manterem fiéis”.

    O(utras questões técnicas) — Uma narrativa epistolar nem sempre agrada à maioria dos leitores, principalmente quanto faz uso de palavras mais eruditas e referências pouco conhecidas pelo público alvo.

    R(azão de desgostar do conto) — Conforme dito anteriormente, a escolha pela narrativa em forma de carta nem sempre agrada. O tom do conto flerta com o terror e com a comedia ao mesmo tempo, sem dar substância a nenhum dos dois. 😖

    I(ntesidade da narrativa) — Não é um texto que surpreenda ou cause impacto memorável, mas revela qualidade e habilidade de escrita.

    R(esumo da ópera) — Valeu pela leitura, mas pode ser cansativo para alguns leitores.

    Parabéns pela sua brilhante participação no desafio e boa sorte!

  11. Gustavo Araujo
    23 de março de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Gostei do conto. Há uma atmosfera bem subversiva nas linhas, a começar pela narração formal em pretensa segunda pessoa, como seria típico do século XIX e início do século XX. Misturar Lombroso com Curie (Pierre ou Marie?) também foi interessante, ainda mais numa sessão tipo ouija, que nada tem a ver com eles. Cientistas que se entregam a uma experiência sobrenatural — ótima ideia. Tudo servindo como pano de fundo para um flerte, ou se formos mais contundentes, para uma cena de assédio puro e simples. Mas não polemizemos, não é esse o objetivo da história, mas sim fazer troça com o camarada Kellogg, que vê suas investidas não só frustradas, mas contratorpedeadas quando percebe que estava a agarrar-se com o tal russo. Ficou bacana porque percebo que o autor tomou uma piada corrente e a transformou numa boa história, aparentemente de mistério e suspense, mas que na verdade é uma comédia. O bom uso vocabular ajuda bastante e dá para imaginar muito bem a frustração do nosso don juan de plantão. Ao confessar ao amigo Ehrich sua derrota, percebemos que a admiração por Gina era algo que os unia, que era um traço em comum. Se não é uma história que encanta, que arrebata, que faz produzir gargalhadas, é um texto competente e que entretém muito bem, até porque fundado em sólida experiência, percebe-se. Parabéns e boa sorte no desafio!

    Nota: 4,0

  12. andersondopradosilva
    23 de março de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Digo, faturou nota 4,2.

  13. andersondopradosilva
    23 de março de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    CARTA SOBRE AS MESAS DANÇANTES investe na missiva, um formato um tanto batido mas que, no contexto do desafio, foi único e se destacou. Quanto à linguagem, investiu na conjugação dos verbos na segunda pessoa, o que também foi único e ousado. O título é excelente e o humor muito irreverente. Inicialmente, gostei do desfecho, mas, na releitura, achei ambíguo, e ambiguidade é um vício de linguagem. Faltou um “não” em: “O que sei, caro amigo, é que Gina está ligada a Aldo até que a morte os separe – isso se os mortos NÃO cometerem o erro de se manter fiéis após a morte.” Faturou nota 4 e o quinto lugar na minha lista.

  14. jowilton
    19 de março de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra o conteúdo de uma carta onde um homem chamado James Kelllog descreve para o senhor Ehrich o que aconteceu durante uma sessão espírita.

    O ponto alto deste conto para mim foi a técnica narrativa, que somada a escolha das palavras, deu uma ótima ambientação ao conto. Sentimos mesmo que estamos no século dezoito.

    Achei que tinha personagens demais para um conto e que não consegui saber quem era quem durante a narração das cenas na mesa da sessão espírita, enfraquecendo também o enredo. O humor não é ruim, é meio que uma comédia de costumes, mas, como pouca crítica social, a meu ver.

    A frase final não ficou muita clara para mim, cheguei a imaginar que quem estivesse morto fosse o próprio James, já que o Russo ficava dizendo que o fantasma estava do lado dele, e, no fim, descobrimos que o James assediava o Russo pensando que era Gina. O russo não conseguia ver o James fazendo aquilo tudo com ele? Estava escuro demais? Ou o James é que era um fantasma? Acho que fiquei com um problema na compreensão total do texto. Achei o conto médio.

    Boa sorte no desafio.

  15. leandrobarreiros
    18 de março de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    O texto é bem original e, me parece, parte da proposta é brincar com a expectativa do leitor diante de um cenário propício ao terror.

    Achei o final divertido mas, ao mesmo tempo, sinto que demorou um pouco para engatar a parte mais bem humorada da história. Se eu pudesse dar uma sugestão seria justamente trazer os elementos mais bem humoradas para um momento anterior. A impressão que fiquei é que o texto só começa ter a sua identidade muito tarde na história. Tenho a impressão que depois de sua metade.

    Há alguns erros de revisão, mas a carta está tão bem escrita e fluida que eles não causam nenhum tropego na leitura.

    Enfim, um bom conto.

  16. Givago Domingues Thimoti
    17 de março de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Carta Sobre as Mesas Dançantes (Ehrich Weisz)

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for extremamente perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1 quando nada perceptível e 2,5 quando tiver pouco perceptível. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    1 – ruim 😓 / 2- abaixo da média😬  / 3- regular,acima da média,   😉/ 4- bom 😇/ 5- excelente!🥰

    Critérios de avaliação:

    • Resumo:

    Um conto de HUMOR (Logo, nota 5!), em formato de carta, no qual James Kellogg relata a seu amigo Enrich a reunião na qual participou com outros cientistas cujo objetivo era verificar, de perto, a veracidade dos eventos sobrenaturais que uma mulher alegava ter.

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: dos seis contos que li até o momento, eu diria que esse é o conto mais completo. Bem escrito, com uma história simples (mas muito bem construída), com uma condução maravilhosa e que instiga a curiosidade do leitor.

    Negativo: pequeninos erros de revisão (bem pequenos, que eu até ignorei durante essa avaliação, mas precisava ser destacado) e uma queda, ao longo do texto, do estilo rebuscado na escrita.

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais – 5

    Bom, esse conto beira o irretocável. Extremamente correto gramatical. Como eu observei apenas um ou outro deslize, — um “ma” ao invés de “na”, por exemplo — eu resolvi manter a nota 5.

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. – 4,5

    Esse é o meu único senão desse conto. A escrita está esplendorosa, do ponto de vista da técnica. Para quem gosta do rebuscado, é o exemplo perfeito de como escrever dessa forma. Enfim, é um conto que demonstrou bastante técnica nesse ponto.

    Eu deduzi meio ponto apenas porque eu senti que, do meio para o final, esse nível no estilo da escrita caiu um pouco. É difícil sustentar, já ocorreu comigo. 

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. – 5

    Uma aposta simples e bem executada. Estrutura linear, bem conduzida, sem entregar logo de início se a história se trata de um terror ou de uma comédia… Talvez seja um terror (odiei essa expressão). De qualquer jeito, eu gostei bastante.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável – 5

    Olha, eu adorei esse conto! Como disse no resumo e outros aspectos, é um conto completo e equilibrado em tudo que um conto precisa ter para ser impactante. É divertido, é inteligente, instiga o leitor… Por mais que pareça simples, juntar tudo isso num conto e manter a qualidade é dificílimo. Creio que, no geral, a nota final reflete isso.

    Nota final: 4,9 🥰

  17. Kelly Hatanaka
    17 de março de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Oi Ehrich.

    Antes, um aviso geral: li seu conto com toda a atenção e cuidado e meu comentário, abaixo, expõe minha opinião de leitora, com todas as falhas que tal opinião possa ter. Os quesitos que uso para a pontuação são: Tema, Escrita e Enredo, valendo 2 pontos cada e Impacto, valendo 4. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

    Tema

    O conto está dentro do tema Comédia, e a ambientação levemente sobrenatural poderia enquadrá-la também como terror. Ou terrir.

    Escrita

    Excelente! A história epistolar ganha muito com a linguagem mais rebuscada “de época”. Um texto assim poderia facilmente ficar cansativo, mas não é o que acontece: a narrativa é dinâmica e envolvente e engaja logo de cara.

    Enredo

    James Kellog (pesquisei mas não descobri quem é) manda uma carta para Ehrich Weisz (Houdini?) contando de sua participação em uma sessão espírita conduzida por Eusapia Palladino. Achei interessante que alguns desses personagens são reais (talvez todos, eu não tive paciência para ficar pesquisando, confesso). O conhecimento prévio desses personagens, porém, não é necessário para se desfrutar dessa ótima leitura, o que eu acho muito bom, e a história é interessante e bem conduzida.

    Impacto

    Gostei muito. Divertido e inteligente, um humor meio fleumático, com cara de comédia inglesa. Lembrou um tanto meu autor favorito, PG Wodehouse, e suas tramas farsescas. Um alívio no meio de tantos contos de terror (muito bons, mas, ainda assim,esta foi uma pausa muito bem-vinda).

  18. MARIANA CAROLO SENANDES
    14 de março de 2025
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    Técnica: Um conto em forma de relato, algo bastante difícil em tempos de narrativa cada vez mais em primeira pessoa. O autor tem firmeza, mantém o nível do início ao fim. E classe, o narrador convence como uma figura do século passado. Gostei bastante 2/2

    Criatividade: Tem um capítulo da Montanha Mágica todo dedicado ao assunto da mediunidade, inclusive com a presença de russos. Foi divertido de procurar os nomes das figuras históricas. Admito que me incomodou um pouco a troca de Aksakov por Akaskov, mas pode ter sido proposital e está tudo bem. O final é divertido e, repito, tem muito de A Montanha Mágica (inclusive no humor). 2/2

    Impacto: Alto. O conto é elegante, me deu vontade de me internar e passar um tempo em um sanatório nos Alpes. A imagem é muito legal também 1/1

  19. Priscila Pereira
    13 de março de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sr Autor! Tudo bem?

    Seu conto pretende ser terrir, mas notei mais comédia do que terror, o que pra mim é ótimo.

    O conto está bem fluido, divertido e interessante. Não é um humor escrachado, é bem inteligente e sutil. Gostei bastante!

    Notei algumas falhas na revisão mas acredito que um colega melhor preparado deva apontar, então vou me abster.

    O formato de carta também me agradou bastante, assim como a época passada, e a internacionalidade.

    A motivação do narrador de aprontar o que aprontou me pareceu frágil demais, uma paixão por uma quase desconhecida me fez questionar a maturidade emocional dele, mas… Não digo que seja inverossímil, logo que ele é homem, né 🤷🏻‍♀️

    Seu conto é criativo e divertido, e bom de ler. Parabéns!

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

  20. Antonio Stegues Batista
    12 de março de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    A ideia de materialização de espíritos surgiu lá pelos anos 1870. Muitos médiuns se tornaram famosos, mas todos eles foram considerados charlatões, manipuladores de objetos e ilusionistas. O conto foi bem escrito, misturando personagens fictícios com pessoas reais. Uma carta de James Kellogg para seu amigo Ehrich Weisz, conta o que aconteceu numa sessão espírita em que participou e na manipulação dos fatos considerados sobrenaturais. A estória é cômica, mas não tão engraçada que me fizesse rir Valorizo a estrutura do conto em forma de carta e a pesquisa correta para dar verossimilhança ao conto.

    ENREDO – Interessante, bom.

    ESCRITA/ FRASES – Muito boa, de acordo com a época.

    PERSONAGENS – Marcantes

    DIÁLOGOS- A narrativa da carta é excelente

    AMBIENTAÇÃO- Ambientação sufocante, tensa

    IMPACTO- Médio

  21. Luis Guilherme Banzi Florido
    12 de março de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Ola, amigo(a) entrecontista! Tudo bem por ai? Esse conto faz parte das minhas leituras obrigatórias.

    Resumo: homem participa de atividade mediu por interesse em mulher, mas ao saber q ela é casada decide bagunçar a sessão e acaba abraçando um russo.

    Comentário geral: um conto bastante divertido. Admito que nao soumuito fã de terrir, entao tava preocupado com os terrirs do desafio, mas esse foi o primeiro que li e ja começou muito bem. Vamos por partes: gostei bastante da ambientação, que funciona muito bem. A linguagem encaixa perfeitamente com a época retratada e com a midia usada (cartas). A narração do conto em primeira pessoa funciona para conduzir a atenção do leitor e demonstrar a malicia e bom humor do protagonista (que é um belo dum fdp). Ele se diverte contando, e nós, como destinatarios da carta, nos divertimos lendo. As descrições são incrivelmente imageticas e é facil imaginar as pessoas, cenario e acontecimentos. Gostei da transição do conto entre um possivel terror, que traz um aviso de “não acredite na noticia que leu”, q me deu a sensação de que algo horrivel teria acontecido, para o terrir, quando a comedia toma conta e o desfecho entrega. Muito bom, parabens.

    Sentimento final como leitor: me diverti e ri, consegui montar perfeitamente as imagens na cabeça, devido às otimas descrições.

    Recomendação do meu eu leitor: acho que nada demais, tá bem como tá.. só tem uns problemas de revisao bem pontuais.

    Conclusão: participei de um sessão medium, me assustei pra cacete, especialmente quando um ingles maluco me abraçou no final e me chamou de Gina. Foi divertido.

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Publicado às 9 de março de 2025 por em Liga 2025 - 1B, Liga 2025 - Rodada 1 e marcado .