Supernova (André Lima)
No momento em que os olhares se abraçaram, percebeu:
“Deus te trouxe a mim”.
“Ou o acaso”, brincou.
Que importa? Quando beijaram, alguma estrela explodiu à distância; alguma onda avançou em ressaca; um asteroide cruzou o hiato angustiante do cosmos.
O abandono existe… Mas nada teria a importância daquele beijo.
Ou tudo.
Quem sabe o que importa quando tudo possui o mesmo valor? Das galáxias amontoadas, dançando em rotações como amantes apaixonados, ao encontro daqueles lábios… À ausência que os astros constatam ou ao amor imensurável daquele beijo.
Do deslumbre de Adão.
Tudo não passava de um acontecimento cósmico.
63 comentários em “Supernova (André Lima)”
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EntreContos 
Olá, tudo bem?
O microconto parece descrever as sensações de quem está apaixonado. O primeiro beijo de um casal que quer muito estar junto, o beijo que marca o final de um filme cheio de aventuras e que teve um final feliz. Neste momento, nada mais importa. Mas o Universo continua em contínua expansão e o ciclo das estrelas não para. Belo texto. Parabéns e boa sorte.
COMENTÁRIO: Estou certo de que existe um termo técnico para caracterizar o recurso utilizado pela autoria ao escrever os microcontos, em que se “tematiza” a metáfora. Isto é, descreve-se várias imagens para situar o leitor de que, quando se mostra tal coisa, quer se dizer outra coisa. Aqui, os cosmos – com sua infinitude de cores e combinações aleatórias que no grande escopo do que se observa parecem triviais, por mais que sejam estrelas colapsando e cometas titânicos cruzando – se referem não ao espaço, mas ao encontro do casal como mais um desdobramento ocorrido em um nível maior da existência. Com um espaço maior, talvez fosse um bom ponto de partida para um desenvolvimento desse poderoso romance que se propõe, mas como micro ficou me parecendo a introdução de um conto. Também achei que a organização do texto é um pouco truncada. O início, logo ele, confunde com “olhares se abraçando” e ao longo do texto os subsequentes três “ous”, convidando o leitor a optar pelas definições acabaram distraindo um pouco da leitura. Cansando. Não se pode distrair ou cansar na leitura de um microconto. Pode ser o leitor, é claro… mas aqui eu coloco na autoria.
Então, apesar dessa ideia promissora de abordar a dualidade de como tudo e nada se confundem com a mesma coisa e aquele beijo representando tudo isso ou nada disso… ficou na premissa.
Baita beijo, hein? Feliz pelo casal, mas confesso que não senti que o texto seja um conto, não sei explicar, faltou algo. No mais, parabéns e boa sorte!
Olá, Observador!
Uma bonita história de um beijo que certamente significa muito para o personagem, e para todos nós. O conto é bem escrito. Os elementos poéticos foram perfeitamente posicionados, com muita habilidade, principalmente por associar esse encontro cósmico, o Big Bang, com uma demonstração de afeto. A imagem foi outro acerto, pois resume bem o texto sem dar spoiler. Parabéns! Boa sorte no concurso.
Pense num beijo quente. Pensou? Multiplique por um milhão kkkkkkkkkk
O conto narra de forma bastante lírica o beijo entre dois apaixonados, com passagens bastante inspiradas e com o uso de uma boa técnica.
A história em si não me pegou muito, fazendo com que o impacto não fosse tão grande. No geral, um bom conto.
Boa sorte no desafio
Olá, Observador!
Um conto que descreve o efeito imenso de um beijo, que adquire contornos cósmicos. Imagino que quase todos já passaram por isso, e a descrição é interessante, mas um tanto quanto inocente. Acho que a falta de um ponto de vista mais bem localizado, até pela quantidade de palavras, imposta pelo desafio, dificulte mesmo nesse aspecto.
Aqui temos exatamente uma enumeração de descrições de efeitos, de como o beijo, símbolo do amor das duas partes, move estrelas. É uma ideia interessante, mas, como comentei, sem um personagem mais bem definido, o texto acaba se perdendo numa narração descritiva, e que acaba ficando repetitiva. É o asteroide no cosmos, as galáxias amontoadas, a ausência dos astros, tudo para coincidir com o acontecimento cósmico do final mas, tendo como paralelo, sua parte religiosa, com o “Deus te trouxe a mim” e o “do deslumbre de Adão”, que acabam tentando criar um contraste, mas ficam por demais à margem do texto.
No geral, acho que é uma ideia interessante, mostrar como uma demonstração de afeto simples, nas pessoas envolvidas, tem poder incomensurável. Mas acho que para funcionar legal teríamos que ter pelo menos um personagem mais bem desenvolvido, um ponto de vista para o leitor poder se reconhecer, fazer essa conexão.
Bom, é isso. Boa sorte no desafio!
Meu caro Observador,
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. No seu caso, você trouxe uma sensibilidade poética notável. O enredo do microconto me parece simples, o que não o desmerece. Um beijo e as sensações e emoções envolvidas nesse ato. É um tema recorrente, e sempre válido, o paralelo entre a dimensão das relações humanas e a dimensão do universo. A menção ao “deslumbre de Adão” adiciona uma camada religiosa, uma menção às origens do universo. Um beijo, de fato, pode ser o começo de muita coisa.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Eu adoro coisas românticas e grudentas mas… não me pegou.
Na prática, essa história usa do lirismo para descrever sentimentos e, nesse processo, acaba não descrevendo quase nada mais. Nesse sentido, pouco temos com que nos importar sobre os personagens, sobre o antes e o depois da história, ou com o contexto, porque realmente poderiam ser quaisquer personagens, contexto e história ali.
Os paralelos com o micro e o macrocosmo são interessantes, mas são o único ponto efetivo do conto, e são efetivamente só uma descrição. Em uma obra maior talvez ficasse mais interessante.
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): casal apaixonado se beija e compara o beijo a vários eventos cósmicos. Uma releitura astronômica das borboletas no estômago.
📝 Técnica (⭐⭐▫): boa, usou e abusou de metáforas sobre os sentimentos da paixão e os astros
💡 Criatividade (⭐⭐▫): na média do desafio
🎭 Impacto (⭐▫▫): é um texto bonito de se ler, mas achei um pouco açucarado demais. Acho que passou só um pouquinho do ponto.
SUPERNOVA (OBSERVADOR)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
Eita, beijãoooooooo! Um casal e um beijo sensacional e intergaláctico…
Ø Utilização do espaço permitido:
O microconto é belíssimo, até certo ponto. Sobrou demais em termos de história. Ou melhor dizendo, descrição de efeito de um beijo sideral.
Ø Subtexto:
Bom, não há. Acompanhamos um beijo e uma descrição astronômica romântica dele. E fica nisso.
Ø Escrita:
Escrita poética… (quase) correta (percebi algumas repetições – daquele beijo)… Mas que depois de um certo instante, talvez no afã de abarcar todo o universo semântico do Amor e o impacto quântico do beijo do casal, se tornou uma verborragia (perdão pelas palavras duras)…
Resumidamente, em termos de micro, menos é mais.
Ø Impacto:
Foi altíssimo no início, despencou ali pelo meio para o médio, e estagnou no baixo…
Por quê? Poxa, sobrou demais esse jogo de palavras astronômico-filosóficos para desenhar liricamente o amor, pesando a história. Doce é bom, eu amo, me acabo, mas nesse aspecto aqui, foi aquele doce que chega dói na garganta e faz pensar “mais uma mordida disso e eu caio duro no chão por diabetes!”
Enfim, uma pena! Boa sorte no Desafio!
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
Há muito disso neste conto. Talvez demais até. O(A) autor(a) abusa das metáforas ao comparar um beijo apaixonado à dança das estrelas e dos astros do universo.
Entendi a ideia de estabelecer um paralelo entre o amor nascido ali, entre o casal, de forma pontual, e a força que se insinua pelas nebulosas e tal. O beijo (ou o amor) é o mundo. E vice-versa. Ambos têm o poder de revolucionar — e aqui essa expressão pode ser entendida em todos os seus sentidos.
Essas correlações ficaram bem bacanas, mas que, a meu ver, repetitivas. Acabaram cansando antes do fim. Bem antes, aliás.
O problema é que não há história. Não sabemos quem é o casal, não conhecemos os motivos por que se apaixonaram. Já que não os conhecemos, não há razão para nos sentirmos por eles cativados. Quer dizer, não dá para torcermos por eles.
O texto lembra mais uma crônica muito breve do que uma história em si. Creio que por isso perde a força, ainda que esteja bem construída.
O interessante de participar de um desafio literário é que a gente lê todos os tipos de contos, mesmo aqueles que jamais leríamos por vontade própria. Este daqui é um exemplo de um conto que eu jamais na vida leria, pois não me desperta interesse algum. Não sou um cara muito sensível, e detesto linguagem poética… mas gosto de descrições astronômicas. Só que este conto me pareceu muito vazio. É um casal dando uns pegas, e… só. Pra explodir essa super nova e rolar todo esse efeito doido de galáxia aí, deve ter rolado uma transinha também. Mas só…
Apesar de não ter me apetecido, tenho certeza de que muitos gostarão deste conto, pois está bem escrito. Desejo boa sorte no desafio.
Um casal se conhece, se beija e, paralelamente, galáxias dançam e estrelas explodem. É uma escrita que possui o seu público, muita gente se agrada com romance. Não é o meu caso, mas reconheço o talento do escritor ou escritora para o gênero. O micro não parece uma história fechada, mas sim o começo de algo maior – se bem que o melhor é encerrar no felizes para sempre né. Está bem escrito, parabéns e boa sorte no desafio.
Olá, Entrecontista,
Um paralelo metafórico entre um encontro de almas (casal, romântico) e macro (estrelas, nível galáctico).
Tem metáfora e um pouco de simbologia cristã (referência e Deus e Adão). Tudo opção, quem sabe é o microcontista.
Referências demais? Reticências demais? Ponto e vírgula demais? Talvez, pro meu gosto, que pouco importa nesse comentário.
Valeu pelo texto.
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: um beijo como plano de fundo para o caos do universo.
Microsensações: esse é um conto muito gostoso de ler, pois utiliza um tom poético para falar sobre como cada detalhe, cada momento, cada pequena ação é ao mesmo tempo insignificante diante da grandeza do universo, e é a própria grandeza do universo condensada. Deu pra entender? Cada momento da vida de cada minísculo ser é insignificante diante do infinito do cosmos, mas ao mesmo tempo o infinito é uma soma de minusculos seres, minusculas ações, minusculos momentos. A eternidade da vida contida num unico momento. Um simples beijo de um casal anonimo (voce nao precisava dar nomes pra eles, eles sao um simbolo) explodindo dando origem a todo um universo, um big bag se expandindo a partir de dois labios apaixonados.
Pronto, fiz meu discursinho pseudo filosofico. MAs por mais que pareça que tudo que falei acima nao tenha nenhuma relevancia, na verdade diz muito sobre seu conto. É o tipo de historia que me faz viajar e refletir, filosofar. Atingiu em cheio seu objetivo. Parabens.
Ah, vale ressaltar que a linguagem é bela e poética.
Impacto:
Micro
Médio
Macro –> um conto que me fez viajar até as estrelas. Impacto altissimo.
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: excelente. Assim como todo o universo cabe num unico beijo apaixonado, um universo coube dentro desse pequeno conto.
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: tomei 2 garrafas de vinho e de repente minha esposa viu diante de si o maior filosofo que essa galaxia da testemunhou. Ela revirou os olhos, mas deu uma risadinha. Demos um beijo apaixonado.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Um conto que começa desse jeito tão poético acaba mesmo por conquistar a gente. Olhares que se abraçam ficou mesmo muito legal. Conto bem contado. O amor é sempre essa surpresa gostosa do frio na barriga. Do beijo que vem e que nos leva a uma explosão cósmica. Ainda mais nesses dias em que a gente se depara com a conjunção planetária, sua história de amor cresce mais em conteúdo. Parabéns.
Oi, bem?
Um conto apaixonado. O narrador compara o primeiro beijo com a pessoa amada a um evento cósmico. Cada um de nós é um universo… Lembrei desse trecho da música Meu Amigo Pedro, e o conto retrata bem essa ideia: cada indivíduo contém algo vasto e infinito dentro de si, algo digno de ser comparado à grandiosidade do cosmos. Viu? me senti inspirada pela sua prosa poética.
O texto fala ao mesmo tempo da insignificância e da grandiosidade de todas as coisas. Tipo, dentro da vastidão do universo, tanto faz uma supernova ou um beijo apaixonado. Na perspectiva de quem sente, as duas coisas têm o mesmo peso.
É um conto difícil de comentar, dada a intensidade das palavras. Aliás, gostei da escolha da maioria delas. Algumas frases são bem inspiradas e inusitadas, e diante da “cafonice” da paixão de jovens no primeiro amor, combina super bem. Não precisamos buscar explicação de tudo só pra fazer sentido.
Como um todo, sinto falta de algo… um subtexto, talvez? Ou será que está lá e eu não percebi? Não sei. O texto se apresenta tão grandioso que, ainda assim, parece faltar algo.
É ótimo trabalho.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Olá, Observador! Tudo bem?
Seu conto carrega muita poesia, comparando o encontro de duas almas com um acontecimento cósmico.
Seria Adão e Eva? A frase ” Deus te trouxe a mim” seria completamente literal aí, né 😅
Não sou tão romântica e nunca compraria um beijo com coisas tão grandes, incompreensíveis e intocáveis, mesmo um encontro de almas é bem mais simples e ordinariamente santo do que parece para alguns.
O charme do conto é a linguagem poética e o exagero de romantismo, sem se tornar cafona.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Plot: As sensações do primeiro beijo, descritas como se fosse algo galático, atordoante ao nível do universo expandido etc… Combinou bem com a música “Supernova”, do Jão, que eu amo, aliás.
Desenvolvimento: Acho que foi uma narrativa bonita e bem romântica. Caberia num curta-metragem de amor, ou no MV da tal música “Supernova”… Sinceramente, acho que o penúltimo parágrafo não combinou com o restante do texto. Ainda bem que o último parágrafo ajudou a descartar essa frase que veio antes.
Destaque: Para as descrições existentes na narrativa, em pouco espaço, sem ficar piegas Exceto o deslumbre de Adão, claro. hhahaah
Impressões da leitura: Como disse no item “desenvolvimento”, gostaria de ter ido do antepenúltimo para o último parágrafo, rs. Eu gostei da leitura, imaginar o que foi narrado foi bem legal. Não é algo que eu costume escrever, então quando leio na produção dos outros, acho bacana.
Texto em prosa poética, um pouco sabrinesco demais para o meu paladar… pensei que ia se desdobrar pra ficção científica, mas tudo ficou mesmo nos paralelismos cosmológicos. A princípio, parece mais um parágrafo de história que um microconto. Boa sorte no desafio!
Conto romântico em compasso poético e até meio esotérico. Não me tocou muito.
Cyro Fernandes
cyroef@gmail.com
Olá, Observador
Texto poético, passagens bonitas, mas um pouco confuso.
“os olhares se abraçaram” – ?
“Quando beijaram” – se beijaram ou beijaram-se
“Das galáxias amontoadas, dançando em rotações como amantes apaixonados, ao encontro daqueles lábios… À ausência que os astros constatam ou ao amor imensurável daquele beijo” – parece que falta alguma coisa.
Gostei de acidente cósmico.
Parabéns pelo texto.
Conto bem escrito.
Imagens bonitas: “olhares se abraçaram”.
Fala do amor, da paixão, do beijo. É poético. Mas para além disso, não traz outros sentidos. Nada está subentendido. Tudo está dito.
Parabéns!
outro olhar.
Agora entendo o porquê de, no momento do beijo, fecharmos os olhos em silêncio: para estender na alma o gosto mágico do infinito.
Boa sorte!
Rogério Germani
Isto explica as explosões no peito e o olhar perdido nas estrelas de outro olhar.
Agora entendo o porquê de, no momento do beijo, fecharmos os olhos em silêncio: para estender na alma o gosto mágico do infinito.
Boa sorte!
Rogério Germani
Este texto compara o poder do amor ao universo. Compara um beijo, uma demonstração de amor, um evento de amor, aos eventos cósmicos. Compara a dimensão entre ambos e conclui que, na perspetiva dos amantes, aqueles eventos, que todos sabemos serem de proporções gigantescas, comparando com a nosso insignificância cósmica, são insignificantes perante a avassaladora verdade do amor.
Embora não consiga entender bem o sentido de algumas frases, achei este conto interessante porque, de uma forma algo poética, nós trás algo que é muito verdadeiro: Por muito avassaladores que sejam os eventos, nada é mais intenso do que o verdadeiro amor, aqui representado por um beijo.
Gosto muito da temática abordada, essa euforia da paixão, a intensidade e a magnitude do primeiro beijo e dos primeiros contatos. Isso tudo desperta a minha atenção. Porém, confesso que tive dificuldade de compreender o texto e só consegui interpretá-lo após ler alguns comentários. Dito isso, achei muito interessante essa comparação da importância dos acontecimentos individuais com a imensidão e aleatoriedade do universo, é uma reflexão bem intrigante e angustiante sobre o sentido da vida. No entanto, achei a construção do texto muito confusa, desconexa. Foram muitas ideias incríveis embaralhadas para caber em poucas palavras. Acho que essa proposta poderia ter sido melhor aproveitada em um conto mais longo.
Parabéns pela participação. Boa sorte!
Gostei da dicotomia macro/micro aqui apresentada. Não se decide pelocompletamente entre o criacionismo e o acaso, caindo num agnosticismo deslumbrado. Se tudo tem o mesmo valor, a dança dos planetas e o beijo, devemos valorizar ou desvalorizar tudo? Questões contemporâneas. O texto parece optar pela segunda opção.
Apesar dessa parte mais poética e filosófica, que é interessante, acho que o conto foca mais na ambição de apresentar isso, mas não tem emoção suficiente para dar conta do recado. Fica nas ideias, mas não trasmite com força nas palavras. Essa foi a impressão que ficou pra mim. Assim, para mim infelizmente acabou ficando mais um texto enfeitado, roubando a expressão da Kelly.
De qualquer forma, obrigado pela contribuição e boa sorte no desafio.
Um conto sobre o amor, aquela explosão inexplicável, a sensação que todo poeta tenta descrever e falha miseravelmente. Microconto muito bem escrito, passa certinho uma série de sensações que temos durante o primeiro beijo. Especialmente a frase “O abandono existe… Mas nada teria a importância daquele beijo”, que passa aquela sensação de que tudo vai ficar bem, nada mais vai dar de errado, e o futuro está longe demais para pensarmos nele agora!
Interessante o tanto que foi dito em poucas palavras. A comparação de um beijo a um evento cósmico nos dá uma boa impressão e nos deixa interessados no que vem a seguir.
Texto muito bem escrito e que lemos mais de uma vez não para entender o contexto, mas para apreciar o jogo de palavras.
Gostei!
Booooaaaa ideiaaa! Queria ter pensado nisso kkkkk Um conto sobre O primeiro beijo, contrapondo Criacionismo e big-bang, crença e Cosmologia, tudo dentro de um microconto (ou microcosmo?). No fim das contas, o amor é mais importante que tudo. Em apenas 99 palavras, o autor transmite de maneira poética a mesma mensagem que Interestelar apresenta de maneira engessada em suas quase 3 horas de duração. Parabéns!
Achei bem interessante o conto, confesso que romantismo, amor e coisas belas e apaixonadas não são muito do meu gosto mas o conto em si está muito bem escrito e passa um sentimento de amor já vivido em algum momento. Gostei do conto! Boa sorte no desafio!
Boa noite, Caro autor(a)
Tudo bem?
No momento em que os olhares se abraçaram, percebeu:
“Deus te trouxe a mim”.
“Ou o acaso”, brincou.
Assim é o amor a primeira vista, e aqui há todo um magnetismo, uma aura envolvida, é algo que transborda das letras.
Que importa? Quando beijaram, alguma estrela explodiu à distância; alguma onda avançou em ressaca; um asteroide cruzou o hiato angustiante do cosmos.
Coisa linda esse sentimento passado, “essa força estranha”- Parafraseando o Rei. Lindo isso!
O abandono existe… Mas nada teria a importância daquele beijo.
Ou tudo.
É aqui, temos tudo, seria apenas um encontro, haveria outro beijo? Aquele seria o suficiente, então?
Quem sabe o que importa quando tudo possui o mesmo valor? Das galáxias amontoadas, dançando em rotações como amantes apaixonados, ao encontro daqueles lábios… À ausência que os astros constatam ou ao amor imensurável daquele beijo. – O momento sendo valorizado como se deve, e deve. Isso é obra do destino, ou de Deus? Caracas!
Do deslumbre de Adão.
Tudo não passava de um acontecimento cósmico.
E é, é um acontecimento realmente cósmico!
Meus sinceros parabéns! Está com cara de conto da Claudia, mas não sei. É só um palpite e sou péssimo neles.
Boa sorte de verdade!
Não sei se seu conto vai caber na minha lista, mas eu gostei dele! “Tudo não passava de um acontecimento cósmico.” é a conclusão final que nos é apresentada, e não é que você tem razão? O conto é como um Bigbang, começando numa cena menor, do encontro de 2 apaixonados, e se expandindo cada vez mais, não só fisicamente como historicamente, até chegar em tudo que existe. Gostei bastante desse efeito “explosão” criado com palavras. Nota dez!
Poxa, nota 10 e talvez não caiba na lista? Já falei que você é MINHA ESCRITORA PREFERIDA hoje? Hein? E se eu te pagasse um japa? Hein? Hein?
Nao pelo elogio, mas eu sou facilmente convencida quando se envolve comida! Portanto, lugar na lista reservado com sucesso! Merecidamente, ao acompanhamento de 30 temakis, 40 uramakis e 2 yakisobas ! Abraços
Olá, Observador!
Contexto pessoal:
Não posso negar que essa linguagem poética me encanta muito. E se soma poesia com estrelas, então eu entro em êxtase. Gostei muito de “alguma onda avançou em ressaca”.
Analisando o conto:
Ainda assim, o ponto forte dele para mim não foi a poesia, mas a conexão entre as frases “Deus te trouxe a mim” e “Do deslumbre de Adão”. Apesar de bonito, li pensando: “nossa, que beijo supervalorizado”. Mas se pegarmos o contexto do primeiro homem e primeira mulher a se beijarem e ainda inserirmos alguns elementos como “paraíso”, “criações de Deus”, “mundo perfeito no éden”, acho que não poderíamos esperar outro sentimento. Mas quando revisito a frase “Ou o acaso”, dita por uma suposta Eva, já fico imaginando se Adão ali é Adão mesmo ou apenas uma referência. Eva diria algo que nega o fato que ela foi criada por Deus? Ou a mulher em questão seria Lilith?
Conclusão:
Pois é Observador, bastou um nome no conto para eu dar toda essa volta (viajada rs’). Mas de fato, sem esse contexto bíblico que tornou tudo mais interessante para mim. Sem esse contexto, volto a ler o micro conto com o sentimento de “caramba, que beijo supervalorizado”. E fica o desejo, enquanto leitora, de se ter as respostas.
Desejo um bom desafio!!
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.
Meu cérebro reptiliano dificulta meu entendimento de textos, ou micro textos, com pegadas mais poéticas. Aqui tive uma leitura diferente de todos, achei que a ênfase que o autor queria não era necessariamente no espetacular beijo, mas nas relações entre caos e determinismo, ocaso e destino, relevância e indiferença cósmica.
Técnica: Boa. Bons usos de linguagem figurada para representar o beijo e estabelecer as relações cósmicas.
Interesse: Baixo. Esse é o aspecto mais subjetivo da minha análise e simplesmente é difícil uma poesia ou uma linguagem mais poética me fisgar. Geralmente acontece em uma pegada um pouco diferente, mas as alusões a beijo e amor geralmente são um pouco cansativas para mim nesse estilo.
Objetivo do autor: Fisgar pelo lirismo e construções equiparando macro/micro, destino/acaso e surpreender no final apontando que são mais semelhantes do que diferentes.
interessante e poético. A comparação do momento especial do beijo com a casualidade do universo, e a comparação dos dois, tendo o beijo como um evento probabilistico do acaso, tem um efeito estético bem bonito. Mas não tem uma narrativa (pra mim conto=contar), acaba sendo mesmo só uma descrição. É algo que ficaria bom como uma cena de um conto maior, mas não sei se sozinho funciona tão bem. Mas é lírico e muito bonito mesmo assim.
boa sorte!
Ah, o poder de um beijo… Tanto faz se o acaso ou a intervenção divina. O beijo torna tudo irrelevante e é um evento universal. O mundo gira, apesar do beijo, mas o beijo faz o mundo girar. E mesmo que sejamos insignificantes nesse vasto universo desconhecido, importa mesmo é que o beijo amplifica nossa parca existência e nos fascina e nos leva à introspecção.
O texto possui momentos muito bons, líricos, como a frase “Das galáxias amontoadas, dançando em rotações como amantes apaixonados, ao encontro daqueles lábios”. O uso de reticências me pareceu tirar um pouco da potência da narrativa.
No mais, me pareceu mais uma poesia em prosa do que um microconto.
Boa sorte!
Um conto poético sobre um casal que se beija pela primeira vez.
É bonito, poético. É um texto belo ou um texto enfeitado? Não sei dizer. Há uma beleza na narrativa. Mas, como já pontuei em outro conto, e desconfio que farei isso muitas vezes mais, sinto falta de história. Ou de desenvolvimento. Ou de subtexto. Ou de reviravolta. Não de tudo ao mesmo tempo, mas de um algo mais.
Parabéns pela participação e boa sorte.
Kelly
O texto é uma bela definição de amor, mas se parece mais com versos poéticos do que com um conto, a meu ver. Falta a narratividade, a história sendo contada.
Mas há passagens belíssimas como “Quando beijaram, alguma estrela explodiu à distância”. Não é isso mesmo que acontece quando estamos apaixonados?
O autor fez uma analogia cósmica sobre o beijo entre casais. Uma poesiaa muito simples que não se aprofunda e não conta estória. Adão (não entendi porque foi citado) só foi perceber os encantos de Eva depois de comer a mação e quando comeu é como se beijasse o fruto proibido. O conto é mais uma crônica sobre o primeiro encontro do casal e o primeiro beijo. Faltou a estória dos protagonistas.
Olá, Observador.
O antepenúltimo parágrafo meio que resume seu microconto, e além disso é muito bom. Quando vislumbramos questões de importância e escala nas suas palavras, no caso, de dois eventos que estão sendo equiparados num universo em que as mais espantosas maravilhas podem ser obliteradas por outras ainda maiores (ou pelo vazio que as sucede) é que seu conto ganhou pontos comigo. Na verdade, como se depreende sutilmente neste texto, tudo importa.
O lírico aqui está bem dosado, de modo que permita reflexão e apreciação.
Parabéns pelo texto e boa sorte neste desafio.
Embora carregado de uma beleza poética e imagens intensamente evocativas, aqui encontramos um texto realmente “bonito”, acredito que este ele parece mais próximo da prosa poética do que de um miniconto tradicional. A escolha das palavras e a construção das frases criam uma atmosfera profundamente contemplativa, não há como negar, o que faz o leitor se perder em reflexões sobre a vastidão do universo. Isso aí é muito bom. São momentos assim que valem à pena a leitura de um bom texto.
Agora, me perdoe a franqueza, no que diz respeito à estrutura narrativa falta um enredo claro com conflito, desenvolvimento e resolução, elementos que costumam caracterizar um miniconto. Aqui, o foco recai mais na estética e no impacto poético das palavras do que no ato de contar uma história, mesmo restrito a número limitado de palavras. Ainda assim, aplaudo a habilidade do autor em evocar emoções sensíveis. É uma leitura que marca pela intensidade e pela reflexão que provoca.
O texto apresenta um encontro entre dois amantes, um encontro idealizado, uma conjunção em que nada parece poder dar errado ou coisa do tipo. Gostei da sensação cósmica que o texto traz, mas achei um pouco romântico demais, excedido em açúcar.
Uma poesia escrita em prosa. Mais do que uma imagem colocada em palavras, a experiência trazida por esse texto é única, assim como o evento narrado. A escolha das palavras e o uso das metáforas foi feita de forma impecável e a repetição de algumas delas pra reforçar a mensagem também foi muito bem executada. A única coisa que ficou faltando pra ficar perfeito foi dar vida a algum dos personagens, não fica claro se essa visão parte de algum deles ou se é apenas do narrador, mas entendo que o foco aqui está no beijo. Parabéns 👏🏻
Noventa e nove palavras cravadas!
O texto não me convenceu como um “conto”, embora traga construções poéticas e um lirismo interessante, também tece algumas frases que carecem de sentido (ou de mais pistas para o leitor acompanhar o pensamento do autor)
“O abandono existe… Mas nada teria a importância daquele beijo.”
“À ausência que os astros constatam ou ao amor imensurável daquele beijo.”
Talvez funcionem bem num poema, porém, penso que o conto exige algum encadeamento onde as palavras realmente possam contar uma história, e não apenas nos levar ao devaneio lírico.
Parabéns por participar, boa sorte!
Um beijo elevado a uma dimensão cósmica. Nos levando a pensar no efeito borboleta. Um final aberto. O que resultará desse beijo? Ótimo conto. Parabéns e boa sorte
O texto eleva a conexão entre amantes à magnitude de um evento cósmico. Faz pensar quando faz referência à Adão e ao mito da criação do homem. Muita coisa em tão poucas palavras. Parabéns por isso! Não sou de pontuar questões gramaticais, mas não seria “quando se beijaram” no segundo parágrafo?
Sorte no desafio 🍀
Pensei que “quando beijaram” soaria mais bonito, poético, como se fosse um ponto de partida, direto.
Uma licença poética que talvez não tenha funcionado tanto…
Supernova apresenta, em linguagem figurada, o beijo, a paixão, e sua explosão de emoções e sensações. A execução é competente e reveladora do pleno domínio da lingua. A linguagem é poética e as imagens criadas são belas.
Quanto à técnica, não há propriamente um reparo, talvez algum incômodo por algum excesso poético e imagético. Quanto ao conteúdo, talvez tenha faltado um enredo, uma história, uma revelação, já que tudo se concentrou no beijo em si. De qualquer maneira, a execução competente me convidou a trabalhar de maneira imaginativa, criando uma história para este casal, sobre como esse encontro se deu, sobre os acasos que os conduziram um ao outro, sobre o que veio depois. Boas histórias fazem isso, nos convidam a ficar pensando nelas depois que acabam.
Um conto com uma poética muito interessante. Gosto desse contraste entre micro e macro, entre o gigantesco e o corriqueiro… aqui, o mistério da existência é abordado com os questionamentos filosóficos antigos: ou tudo tem sentido/valor e existe um Deus ou nada tem sentido/valor, desde o beijo apaixonado até as galáxias.
A imagem do deslumbre de Adão é interessante. O primeiro ser consciência a ver a obra da criação ou, quem sabe, o primeiro hominídeo a criar consciência e se questionado sobre o cosmos.
Quem sabe?
O(A) autor(a) abordou o tema do primeiro beijo, o primeiro encontro entre um casal de apaixonados. Com a citação de Adão, imaginei que fosse o começo da humanidade, o primeiro contato entre Adão e Eva. Afinal foi Deus que trouxe um para o outro.
Estranhei a frase “Deus te trouxe a mim”, ficaria mais natural “Deus te trouxe para mim”. Também notei a falta do pronome reflexivo em “Quando beijaram”. O correto seria “Quando SE beijaram”, já que o verbo BEIJAR é transitivo e pede um complemento (objeto). Beijar algo ou alguém. Exemplo: Eva beijou a maçã. Adão beijou Eva. Adão e Eva se beijaram.
O conto apresenta um teor de prosa poética. Gostei de “os olhares se abraçaram”.
Há a contraposição entre obra do divino e acaso, micro e macrocosmo, abandono e encontro.
A linha final traz uma conclusão: o beijo foi um acontecimento cósmico. Mas a dúvida permanece: seria obra de Deus (que para muitos, é o criador do cosmos) ou mero evento ocorrido no espaço (o que a Ciência explicaria). Cabe ao(à) leitor(a) decidir.
Esqueci de um detalhe: Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
A autora, ou autor, trabalhou bem a linguagem poética. Gostei também dessa dimensão cósmica da insignificância. Aliás, para o universo infinito e seus bilhões de anos, a explosão de uma estrela e o beijo de dois humanos tem impacto algum. No entanto, da perspectiva humana, aparentemente a única que verdadeiramente importa, o beijo é muito mais importante, muito mais significativo. É como o zodíaco em que os deuses dispuseram todos os astros apenas como sinal eterno do nosso destino.
Eu fiquei em dúvida com a frase “Mas nada teria a importância daquele beijo”. Não sei se seria “nada tiraria” ou “Mas de nada teria importância aquele beijo”. Talvez ali, para atingir o limite de palavras, cortou-se algo e o sentido original se perdeu.
Vou voltar a um comentário que já fiz em outro conto. Senti falta da virada, do nocaute daquele golpe que transforma todo o texto. Os floreios que são muito bem vindos em outros gêneros, no microconto pode acabar impedindo o desenvolvimento narrativo. Acho que tivemos isso aqui, temos a poesia, temos a histórias, mas essa última é completamente engolida pela primeira. De qualquer forma, gostei da escrita. No entanto, imagino que ela funcionaria melhor em outros gêneros.
A frase está correta (Nada teria a importância daquele beijo), elevando aquele acontecimento como o mais importante. Depois (Ou tudo), trazendo aquele acontecimento à irrelevância…
Continuo discordando sobre a frase, mas você deve ter razão.
A descoberta do amor. A intensidade da escrita fez pensar no primeiro amor. O único? O para sempre? São perguntas que o texto deixa para o leitor desvendar.
mas… o acaso, por acaso, também não é obra de deus? aquele beijo tão esperado – era de se esperar – foi tão intenso, tão bom e tão verdadeiro que abalou o cosmos dos seus corações. Haja corpo (celeste) para aguentar tamanha emoção!
Me remeteu aos sites/blogs dos anos 2000/10. A paixão adolescente e desmedida, sem medo de julgamentos.
Texto intrigante, que faz a ligação do macrocosmos (o universo, os planetas e o cometa; hiato angustiante do cosmos, que bela oração) e microcosmo, de um encontro romântico. Você faz esse jogo do macro para o micro e vice-versa e vai jogando o leitor/a nessa brincadeira. Por isso é interessante.