Sabores do Proibido (Bruna Francielle)
Tudo era novo para ela. Cheiros, sabores, formas.
Curiosa com um cogumelo luminescente que crescera próximo duma laranjeira, decidiu experimentar.
Pouco depois, avistou um animal esquisito que, sibilantemente, perguntou:
– Já comeste da macieira central?
– Jamais! É errado.
– Experimenta esta. – Ofereceu a mais bela. – É delicioso. Pode confiar!
E realmente era.
Levou pro marido.
– Tá doida, mulher? Esqueceu que é proibido?
– Uma cobra disse-me que podia, comi e estou bem.
– Cobra? – semicerrou os olhos. – Disse?
– Exatamente!
Momentaneamente pasmo, gargalhou estrondosamente em seguida, retirando-se dali.
“Cobra falante…” – balbuciou consigo mesmo: – “era só o que faltava. Mulher maluca!”.
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EntreContos 
Aqui temos meio que uma anedota, outra piada e com o jardim do Edem, já havia lido esse texto anteriormente, infelizmente não me cativou o bastante.
Boa sorte no certame!
achei bem escrito e traz um alívio cômico legal no final! Gostaria de ler uma história toda desse autor
Acho que textos com viés cômicos transitam numa linha muito tênue quando se tem tão poucas palavras para escrever. Entendi a intenção do(a) autor(a) e aqui caberiam inúmeras discussões quanto à fonte da qual bebeu a narrativa rs. No fim, se saiu bem, espero que tenha sorte no desafio!
COMENTÁRIO: Achei uma escolha esperta emprestar da narrativa bíblica para escrever o microconto. Porém, achei que não se fez bom proveito dessa estratégia. O cenário apresentado é bem descrito e, por isso, rapidamente reconhecido, preparando terreno para o arremate da autoria. Aí está o problema. Ao trazer uma história já conhecida, esperava-se ou uma subversão do conteúdo no final ou uma elaboração maior na forma. Quem escreveu escolheu a primeira via, trazendo um Adão que desdenha da descoberta da mulher não como se fosse o Pecado Original entregue a ele, mas mais uma trivialidade trazida pela companheira. Interpreto duas intenções aí: humor, diminuindo todo o impacto da maçã proibida; e, a um nível mais profundo, a forma como atitudes pequenas podem ter grandes consequências, nesse caso Adão prosaicamente recusando a oferta de Eva salvando toda a humanidade.
Mas bem, nem achei engraçado e confesso ter precisado forçar uma reflexão, não sei se era o pretendido pela autoria, mas há mérito que se possa tirar essa análise de um texto curto.
Uma anedota interessante que poderia muito bem estar em um jornal ou revista.
Criativo, divertido, de boa técnica. Mas peca na originalidade.
De todo modo, um bom trabalho!
uma dose de humor em uma rejeitará da história de Adão e Eva. Bem, acho que esse tipo de releitura já está um pouco batido. Não tem mais o mesmo impacto de outrora. Acabou ficando um pouco clichê demais, infelizmente. Não me pegou.
boa sorte.
Gostei muito dessa paródia. Pensando bem, muitas histórias bíblicas parecem ter sido escritas por alguém entorpecido por cogumelos brilhantes. Achei a técnica muito boa. O conto teve um humor bem interessante, a ironia me agrada bastante.
Parabéns! Boa sorte
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.
Uma releitura da bíblia com uma brincadeira sobre a origem do pecado original. É leve e despretensioso.
Técnica: Acima da média. O texto é fluido como deve ser uma leitura leve e divertida.
Interesse: Baixo. A fala de Adão me soou um pouco estranha, talvez por estar falando sozinho. Achei ela muito longa também, o que diminui um pouco o efeito cômico. Acho que parar em “cobra falante” seria mais efetivo
Objetivo do autor: Divertir o leitor de maneira leve
Olá,
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto faz uma releitura da passagem inicial da Bíblia, o livro do Gêneses. Aqui, um elemento novo, o cogumelo luminescente, proporciona uma camada diferente na interpretação da história. Estaria Eva sob efeito de drogas? Bom, não seria a primeira religião a introduzir substâncias alucinógenas em seu culto.
É um texto de humor. Aqui, Adão parece não ir na onda da Eva, ao menos a princípio. Ele ri dela, afinal cobras falantes não deveriam existir.
Seu texto é bem construído, gosto da forma correta como sua narrativa se desenvolve. Não é impactante, mas nem todo conto precisa ser assim.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Olá, Kyung! Tudo bem?
Esse conto parece mais uma piada do que um conto. Não achei engraçado, mas entendi a referência.
A cobra falante podia ser só uma alucinação de Eva, e Adão, mais esperto, se livrou de comer o fruto proibido.
Está bem escrito, de forma descontraída e bem natural. Não me agradou o conteúdo, mas achei bem bacana a forma.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Uma piada a partir de uma história bíblica. Eu achei divertida. Realmente uma cobra falante estraga a credibilidade de qualquer mito. Nunca tinha pensado nisso. O texto está bem escrito. Gostei de ler. Parabéns!
Olá, Kyung-Soo Ji
Contexto pessoal
O conto me lembrou uma formação Bíblica, que fiz aos 18 anos, com a turma de catequistas. Uma irmã (freira) contou para nós que o Éden nunca existiu e que foi uma história inventada para conduzir um ensinamento. Que o mundo existiu a partir do que diz a ciência. Nunca esperei ouvir isso em uma formação bíblica. Meus colegas de curso não gostaram muito…
Análise do conto
Divertida e curiosa essa forma de retratar a história de Adão e Eva. Quando li a primeira vez, “mulher maluca” me incomou… sempre um homem chamando uma mulher de maluca, mas não atrapalhou a experiência do conto para mim. Não tenho muito o que dizer. A história é bem amarrada e conduzida.
Conclusão
Achei muito criativo o fato de que bastou a inserção de um único elemento para alterar todo o sentido da história. Vai para a minha lista de possíveis indicados.
Desejo um bom desafio!
Reimaginação, em forma de conto, de uma anedota não muito antiga. “O problema não foi a Eva ter comido a maçã, foi a serpente começar a falar depois de ela comer um cogumelo” Algo assim.
O facto de já conhecer a anedota fez com que o conto não me trouxesse novidade nenhuma. A única diferença é que, sendo conto, teria de ter um final, coisa a que a anedota não obriga. Aqui entra a parte do Adão, que remata o conto um pouco às três pancadas.
Tirando o excesso de advérbios, o conto está bem escrito.
Quanto à história, achei bastante simples, apesar do twist com o alucinógino. Por causa dessa simplicidade, não me chamou muito a atenção. O tema da criação tem bastante potencial, mas aqui foi usado num ângulo que não me gerou muito interesse, infelizmente.
Obrigado e boa sorte no desafio.
Um conto interessante sobre Eva e Adão, onde Eva come um cogumelinho diferente antes de encontrar uma cobra falante.
História bem desenvolvida e original, saindo do lugar-comum e divertindo o leitor.
Gostei!
Conto que tenta dar uma versão à história bíblica envolvendo Adão, Eva e a cobra. Depois de ingerir um cogumelo suspeito, Eva passa a delirar e bate um papo com uma cobra. Só Adão percebe a maluquice que existir uma cobra falante. Efeito alucinógeno do cogumelo.
Linguagem clara, de fácil entendimento, com tom de comédia. Como falha de revisão posso apenas apontar a repetição do som MENTE: (luminescente/sibilantemente/realmente/Exatamente/Momentaneamente/estrondosamente) e o erro de concordância em: – Experimenta esta. – Ofereceu a mais bela. – É delicioso. > É deliciosa (já que antes a maçã foi referenciada com esta).
Parabéns pela participação e boa sorte!
Olá, Kyung-Soo Ji, cá estou eu às voltas com essa releitura bíblica do Gênesis que você me proporciona. Ficou legal. Do simbólico da história, na verdade um poema mais metafórico seria impossível, você extrai esse final do “mulher maluca”, onde já se viu alguém em sã consciência escutar cobra falando… Um microconto legal, simples e direto. Mas sinto que faltou mais para que eu me encantasse com ele, Sabe Kyung-Soo? Fica com o meu abraço e os votos de muito sucesso aqui no Desafio.
O conto é uma versão do Gênese. A serpente oferece a maçã para Eva, ela prova, gosta e leva para Adão que não acredita que a cobra tenha falado com Eva e não come a maçã. Fosse assim a vida na Terra seria muito diferente? Claro, é apenas lenda, mas na verdade, a serpente falou com Eva através da telepatia, já que o réptil rastejava pelo chão e adquiria radiações telúricas, mas isso já é outra história, aliás, estória.
Plot: Versão de Adão e Eva mais descontraída e que foge do padrão.
Desenvolvimento: Li várias vezes e fiquei confusa com o desenvolvimento. O que a cobra deu a Eva foi outro fruto, é isso? O cogumelo foi algo diferente, terá ele sido usado na narrativa por causa da imagem? Chamou tanto minha atenção que em uma primeira olhada nem vi a cobra na imagem, hehe. “Ofereceu a mais bela” não deveria ter uma crase? Sem crase, na hora da primeira leitura me confundiu um pouco. No final, um parágrafo com excesso de advérbios. Nada contra, mas ficou meio concentrado em um trecho mais de um advérbio, dá um tom diferente para a leitura. O desenvolvimento é ágil, imaginei a cena ouvindo uma música apoteótica, tipo aquela mais famosa de Blade Runner, imagina rssss… O final deixou o conto com cara de piada e serviu para quebrar a expectativa do leitor, creio eu.
Destaque: Para o ritmo empregado ao texto, o autor/a autora deixou tudo tão ágil que é preciso cuidado na leitura…
Impressões da leitura: Um conto leve e divertido pelas imagens que criei com a leitura. Uma conversa de casal que vem poderia ser nos tempos atuais. Será que não é? De repente ninguém comeu do fruto da macieira central e aqui estamos nós, vivendo ainda no jardim, sem culpa, mas chegando às mesmas questões na relação: muitos homens sempre acham que mulher tem umas loucuras, umas neuras… para mim, o conto pode, sim, ser uma crítica às relações atuais e ao consumismo…
Esse me pegou pelo pseudônimo – é de uma atriz sul-coreana. Ainda não atinei o por quê da escolha… Como fábula/adaptação da história bíblica, aplica bem a “explicação” do cogumelo mágico para a fala da serpente e, a meu ver, perde um pouco de força na reação do Adão ao final, caçoando dela. Boa sorte no desafio!
Adorei a nova abordagem bem-humorada da passagem bíblica. Senti falta de mais desdobramentos, talvez um desfecho mais impactante. Mas essa releitura me fez pensar como seria divertido ler histórias bíblicas inteiras com essa linguagem mais leve, até satírica. Parabéns!
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: eva fica chapada e vÊ cobras falantes. Adão acha graça.
Microsensações: uma releitura satirica do episodio biblico, temos aqui um conto no formato piada, com desenvolvimento que conduz a um punch line. Sendo totalmente sincero, o humor não me pegou. Acho esses micro contos no formato piada um pouco previsiveis: voce vai lendo, vai percebendo o desfecho se aproximando, e ja se prepara pro punch line, pra algo que vai te tirar a risada. Essa preparação que o estilo piada cria me tira um pouco da experiencia. Isso é algo particular, nao é sua culpa.
Sobre os meritos do conto em si, tá muito bem escrito, o dialogo é fluido e natural, o que é dificil de fazer, ainda mais num espaço tão curto. Os personagens possuem carisma, o que comprova essa construção habilidosa de personagens.
Impacto:
Micro –> como falei, a construção da piada me soou previsivel, tirando o impacto esperado do punch line.
Médio
Macro
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: nada muito especifico pra dizer aqui. É uma historia curta sobre uma situação especifica, entao nao exigia muito espaço. Voce usou bem o espaço disponivel para construção dos personagens, no entanto. Boa!
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: vi uma sketch de um programa de humor satirizando um episodio da biblia. Acostumado ao timing de piadas, previ o desfecho e acabei nao rindo.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Oi, tudo bem?
Seu conto parece simples, mas está cheio de camadas. Acho que comecei a entendê-lo melhor depois de uma terceira ou quarta leitura.
O autor usa o pecado original bíblico como base para criar uma história curiosa. Eva, explorando os arredores do Paraíso, encontra um cogumelo e come. Depois, como na história original, a cobra aparece e oferece o fruto proibido. Ela experimenta, acha delicioso e corre para contar ao marido.
A história tem uma roupagem quase atual. Se não fosse pelo marido falar categoricamente que era “proibido”, eu poderia imaginar pessoas do dia a dia, e a mulher só estava “chapada” do cogumelo, vendo coisas. Confesso que gostei mais dessa minha versão. Ela me cativou mais do que a ideia do marido sendo o “sensato” diante do que vê como loucura da esposa (bem sugestivo isso, hein?).
O sentido de chapada, permanece, mas sem muita força.
Fiquei um pouco na dúvida sobre o que o autor quis dizer com o conto. Talvez ele tenha deixado espaço para várias interpretações. Apesar do meu esforço, sinto que talvez não tenha captado tudo.
Mas, no geral, é um bom conto, bem escrito. Talvez alguns adjetivos tenham pesado um pouco, mas nada que tire o mérito.
É um bom trabalho.
Parabéns e boa sorte no desafi
SABORES DO PROIBIDO é outro conto mais voltado para o humor em meio à grande quantidade de textos mais “sérios” que tenho visto por aqui. E isso é bom, pois traz diversidade. A ideia de reimaginar o mito de forma leve e bem-humorada é interessante, e o ponto alto, pra mim, está no diálogo entre os personagens. A Eva é curiosa e exploradora, enquanto o Adão é cético e parece não levar muito a sério o que ela diz. Soa natural, pois me lembra alguns casais que conheço.
O miniconto é simples e não se aprofunda muito na ideia que propõe, o que pode dar a sensação de que falta algo mais marcante ou surpreendente no final. Embora o humor funcione bem, o desfecho se limita à incredulidade de Adão – a não ser que eu tenha deixado passar algum subtexto que não “pesquei”. Concordo também com alguns comentaristas quanto ao excesso de advérbios, que pode acabar quebrando um pouco o ritmo do texto.
No geral, assim como outros poucos textos com viés no humor dentro do certame, o conto é uma brincadeira leve e divertida com a figura de Adão e Eva, que me provocou um leve sorriso. Não é um conto que busca grandes reflexões, mas procura entreter e revisitar o mito de forma despretensiosa. Parabéns ao autor.
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
Já dizia o Rafael Sollberg: tudo é fanfic da Bíblia. Aqui, caro(a) autor(a), você leva essa influência às raias da satirização, ao formular uma explicação para o mito criacionista do pecado original. Eva ofereceu o fruto proibido a Adão depois de ter comido um cogumelo alucinógeno, algo que a fez imaginar ter conversado com uma cobra.
É uma piada um tanto batida na verdade, mas que foi bem executada, com diálogos rápidos e em um tom bem distante daquele empregado em textos religiosos. Bem, só isso já demonstra que a proposta é fazer rir antes de qualquer outra coisa.
De todo modo, penso que o texto podia ter sido mais provocativo, mais subversivo, quebrando o paradigma machista e misógino que impregna “o-livro-mais-famoso-do-mundo”. No fim, também aqui Eva fica como a personagem ruim da história. E isso me frustrou um tanto.
Em suma, um bom conto, mas que podia ter sido excelente.
Olá, tudo bem?
Uma versão alternativa do mito de Adão e Eva e bastante bem-humorada. Será que a tal conversa com a cobra foi apenas uma “viagem” de Eva? Bom, acredito que consumir tais cogumelos deviam estar na lista de alimentos proibidos no Jardim do Éden, né?
Pelo menos, desta vez Adão foi esperto e não caiu no papo da “cremosa”.
Boa sorte.
Texto criativo e com o diálogos bem executados. Uma sátira à passagem bíblica. A ideia do cogumelo foi bem feliz.
Taí uma explicação para essa passagem bíblica que eu jamais teria imaginado. Mas por que não? Se Deus criou o mundo e tudo que existe nele, então é claro que existiam cogumelos alucinógenos no Paraíso.
Achei divertido o conto. Talvez precisasse de uma pequena lapidada nas palavras:
“Experimenta esta. – Ofereceu a mais bela. – É delicioso” Acho que melhor seria ‘deliciosa’.
Também um excesso de “entes”: “luminescente”, “sibilantemente”, “Momentaneamente”, “estrondosamente”…
Nada que uma revisão não resolva, o mais difícil que é fazer rir você conseguiu. E acredito que era esse o efeito que você queria provocar no leitor. Parabéns.
Olá, Entrecontista,
Interessante. Não se trata apenas de uma sátira sobre o pecado original, engana-se quem pensa tão simples.
Isso porque também satiriza o velho hábito de termos um homem desconfiando de uma mulher e, ao final, a taxando de doida.
Mas aí tem um elemento interessante, lá no início – cogumelo luminescente – que a mulher comeu, e faz com que tudo não passe de uma viagem.
Achar graça do micro, daí, é com cada leitor.
Obrigada pelo texto.
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): Eva come um cogumelo e conversa com cobra falante, para a alegria de Adão. Uma boa anedota bíblica.
📝 Técnica (⭐▫▫): achei ok, mas algumas construções travaram a narrativa, como o penúltimo parágrafo que tem duas palavras grandes terminadas com “mente” tão próximas.
💡 Criatividade (⭐⭐▫): é clichê fazer releituras de trechos bíblicos, mas a ideia do cogumelo alucinante é boa.
🎭 Impacto (⭐⭐▫): não cheguei a rir, mas achei engraçado.
O conto é bem escrito, dando um toque de humor a uma das passagens mais famosas do livro mais famoso de todos os tempos.
Diversos artistas dizem que é mais difícil fazer rir que fazer chorar, dificuldade ainda mais extremada quando nosso limite de palavras é tão pequeno. Confesso que sorri.
Mérito à pessoa que escreveu pela criatividade na menção ao cogumelo como uma explicação prévia ao que Eva viveria posteriormente.
Boa sorte!
SABORES DO PROIBIDO (KYUNG SOON JI)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
Uma releitura satírica de Adão e Eva… Gosteeei! Eva chapadona de cogumelo
Ø Utilização do espaço permitido:
Perfeito. Irretocável. Bem conduzido, leve, não entrega a piada logo de primeira. Parabéns!
Ø Subtexto:
O conto não depende de um subtexto. Existe por si só. E é suficiente para divertir o leitor, dentro de sua proposta.
Muitcho bom!
Ø Escrita:
Simples (exceto pela cobra culta). Não observei nenhum erro gramatical. E a escrita está bem fácil de entender.
Ø Impacto:
Muito bom! Conto divertido, engraçado, levinho… Você nem percebe que tá sendo levado. Do jeito que o humor tem que ser feito.
Parabéns pela escrita!
Nota: perdao pela falta de acentos no texto, estou escrevendo em teclado gringo =)
E assim, Adao livrou toda a humanidade do sofrimento eterno, ao ter notado a viagem de cogumelo de Eva a tempo.
O microconto eh uma satira bem escrita do texto biblico de Genesis. Voce vai direto ao ponto, mas tambem, fica dificil nao ser sucinto com o limite pequeno de palavras. O texto cumpre o que se propoe a fazer, mas sem muitas surpresas para mim. Acho que aqui a leitura pede para sair um pouquinho mais da caixa.
Eva chapadona fala com uma cobra e come o fruto proibido. Achei uma boa ideia a introdução do cogumelo na história de Adão e Eva. Quem sabe não foi desse jeito mesmo, né? Tá bem escrito. O impacto foi médio. No geral, achei um bom conto.
Boa sorte no desafio.
Uma brincadeira com a parábola bíblica, algo original. Gostei da utilização do elemento psicotrópico para dar andamento ao conto, sendo que se for ver mesmo essas histórias todas são meio alucinógenas e muito criativas. O final tirou um pouco do brilho, mas nada que influa na boa ideia.
Kyung-Soo Ji é uma atriz coreana, fui pesquisar por curiosidade, mas não acompanho doramas e não sei se ela tem relação com a história
Uma releitura engraçada da história de Adão e Eva. Como alguém comentou, eu também não tinha pensado na cobra enquanto alucinação. E, no final e desde o começo, as mulheres são taxadas de malucas…
A escrita é gostosa e o micro possui um final apesar da quantidade de palavras, algo que estou avaliando. Parabéns e boa sorte.
Um conto interessante. Mas, tal como no bíblico, culpabiliza a mulher. Ela é a ‘maluca’ da história.
“sibilantemente”, “momentaneamente”, “estrondosamente”. Excesso de advérbios. Para um miniconto, pesou. Por isso, digo que não está tão bem escrito.
Parabéns!
A saga Adão e Eva ainda tem muito que ser revelada. Sua versão, no ponto de vista do primeiro homem tornou divertida a leitura. Falta agora – num futuro próximo, quem sabe?- ouvir os relatos de Eva e, talvez, da própria cobra num destes podcasts de subcelebridades.
Boa sorte!
Leitura fácil. Conto divertido e irreverente. Bons diálogos. Boa sacada no final. Parabéns. Boa sorte no desafio.
Muito riso!!! Uma ideia de quem é “cobra’ no assunto! Deu a uma história supermanjada um final inesperado, muito bem sacado!! Parabéns e boa sorte!
Sabores do Proibido é um microconto que se propõe a reescrever uma cena bíblica sob uma perspectiva realista. Com isso, o texto acaba se tornando uma peça de humor. Poderíamos até adjetivar o conto de fanfic, mas é difícil crer que o autor seja fã da bíblia. No máximo, foi seu leitor pontual ou leitor crítico. A Eva do micro é uma mulher comum que acabou consumindo uma droga alucinógena e tendo uma interação com uma cobra. Quando procurou o esposo para contar sua experiência, foi recebida com descrença e deboche. O texto está escrito com competência técnica e é divertido.
Eva come um cogumelo alucinógeno e troca uma ideia com uma cobra falante. Engraçado que foi ela quem comeu o fruto proibido, mas quem perdeu a inocência parece ter sido Adão. E daí, o que aconteceu com eles? Só Eva foi expulsa do Paraíso? Deus tirou uma outra costela de Adão e fez outra Eva, menos maluca?
Um conto divertido.
Parabéns pela participação e boa sorte.
Kelly
Dos contos que li até agora, realmente este é o mais “previsível”, mesmo com a quebra de expectativa no final, o que me fez dar uma leve risada ao concluir sua leitura.
Considerando o fator originalidade, vejo essa releitura com bons olhos, afinal a irreverência de falar de algo tão marcante pra bilhões de pessoas é algo que não pode ser deixado de lado. Só fico curioso de conhecer essa história sob a perspectiva da cobra, pois desconheço que exista esse texto, e isso seria bem mais cativante no momento em que nos encontramos socialmente falando.
Por fim, é um texto que corre o risco de ser avaliado superficialmente por causa da sua base original, mas enxergo como rico por trazer reflexões sobre papeis de gênero (a mulher ingênua e curiosa e o homem autoritário e incrédulo) ao mesmo tempo em que discute sobre a fragilidade humana diante das proibições.
Aplaudo o empenho!
Olá, Kyung-Soo Ji.
Para mim, a mordida no cogumelo foi o que fez toda a diferença no seu conto, uma vez que se trata de uma “releitura” de uma das bases do que muita gente (bilhões de pessoas, no caso) adota como fé. No entanto, como tudo era novo para os personagens, não sei se o impacto do seu conto em mim foi tão verdadeiro (ou teve tempo/lastro para ser verdadeiro) como eu gostaria.
No entanto (2), foi uma ótima sacada em tão poucas palavras. Os diálogos não são forçados e tudo flui. Parabéns!
Boa sorte no desafio.
Olá, Kyung-Soo Ji!
Releituras de passagens bíblicas, em especial as do livro Gênese, não são incomuns aqui no EntreContos. E, sempre quando uma nova aparece, fico um tanto quanto receoso em comentá-las. Minha vontade é sempre a de criticar a falta da originalidade, a de pegar o caminho fácil de tomar um enredo já existente e de satiriza-lo, ou de embrutece-lo, o que normalmente tenho a tendência de chamar de alanmoorizar as coisas, pois é que o que o autor britânico vem fazendo em exagero em seus últimos anos.
Mas aí penso que a releitura é, sim, um caminho válido, e tenho que deixar meu preconceito de lado e analisar de forma fria, vendo os méritos do autor em pegar aquela história já batida ao transformar o enredo, transformando personagens, etc, etc.
Mas, num conto de limite tão pequeno de palavras, achei que a sátira ficou muito pequena e rasa, com a alusão ao alucinógeno do cogumelo como ponto alto, mas tendo como problema principal um final bastante previsível. É apenas a minha opinião e, acredito, não serei maioria aqui. Mas, pra mim, a sátira não funcionou como deveria.
De qualquer maneira, desejo sorte no desafio!
Eu nunca pensei na cobra falante (esse elemento fantástico trouxe um aspecto lúdico para o micro e até irônico) da história de Adão e Eva até hoje como uma alucinação. Fato. Nunca me passou pela cabeça que a Eva dessa história bíblica poderia ter provado cogumelos alucinógenos e colocado a culpa na cobra. Isso muda muita coisa (rindo aqui). Esse humor que o micro contém é um dos pontos positivos, além é claro da linguagem simples e direta, do bom uso dos diálogos e da reflexão sobre as escolhas. Gostei da leitura!
Você fez uma leitura bem sacada do texto bíblico. A mulher, após um “chá” de cogumelo, começa a ver a cobra lhe falando. Eu vejo aqui uma brincadeira e uma crítica bem-humorada aos que insistem na leitura literal de textos religiosos. Na internet está cheio de teólogos discutindo, como adolescentes brigando por seu super-herói favorito, narrativas claramente mitológicas. Esse mito de criação, na cabeça de muitos faz mais sentido do que a absurda teoria (é só teoria) da evolução.
Assim, seu texto é inteligente, pois temos que rir e brincar com o ridículo e absurdo, como seu Adão o fez. Não me refiro ao texto sagrado, esse é lindo, mas às interpretações pobres, que se fazem dele.
A mudança do final, quando todos esperavam que Adão partilharia da desobediências, mas ele apenas ri de tudo, serviu como ponto de virada e funcionou. É um texto divertido e provocador. Parabéns!
Olá, Kyung-Soo!
Olá, Kyung-Soo!
É uma história surreal. A mulher viu um cogumelo em uma laranjeira e decide provar, mas quando um animal a sugere provar um fruto da macieira, ela diz que é proibido. Eu entendi a referência com a história bíblica, mas poxa! A personagem já tinha provado algo “diferente” antes, sem qualquer conhecimento se seria proibido e não, e o fato dela falar que não faria algo errado destoa com a ação anterior. Depois do “– Jamais! É errado.”, o animal diz “– Experimenta esta.” e pá! A personagem prova. Queria ter esse poder de persuasão. O final é interessante, gostei dessa quebra entre as cenas, mas acredito que tenha sido prejudicado pelo conheço um pouco sem sentido, na minha opinião.
Vou sair em defesa do escritor. A versão original deixa claro que somente era proibido o fruto de uma única árvore: “16E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
17 Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. A imagem da maciera como sendo a árvore proibida é antiga também.
Confesso que tenho bastante preguiça do tema de Adão e Eva mas, isso dito, gostei MUITO da brincadeira com o cogumelo, que deu uma abordagem diferente de todas as piadas e releituras que já li sobre essa história. Aprovadíssimo!
Olá, Kyung-Soo Ji
Boa sacada essa do cogumelo, deu graça e outra roupagem para uma situação já conhecida.
Gostei do final, da forma como levou a história para um desfecho inesperado.
Não sou daquelas leitoras que fica contando ques, adjetivos, advérbios, acho que não há regra, cada texto exige a sua porção de palavras… mas, para mim, precisa ficar bem aos ouvidos, precisa ser “justificado”. Não sei se foi proposital ou não o uso exagerado de advérbios em mente, inclusive uns muito próximos dos outros, como em “– Exatamente! Momentaneamente pasmo, gargalhou estrondosamente”. Por eu não ter entendido a intenção, me pareceu sem justificativa essa escolha que “empobrece” o texto e o torna cansativo.
Em “É delicioso. Pode confiar!” – pode confiar que é delicioso ou que não é proibido? Pergunto isso pq depois ela diz ao marido que a cobra disse que ela podia comer, mas não foi bem isso que lemos (ou ela é mentirosa, além de louca?). Essa permissão está no “pode confiar!”? Talvez deixar mais claro… pode confiar, não tem problema ou não vai te fazer mal ou esse não é proibido.
Parabéns pelo microconto.
Conto bem humorado e muito bem desenvolvido.
Foi corajoso ao abordar tema conhecido, mas foi interessante trazer a discussão para o cotidiano e de maneira elegante.
Cyro Fernandes
cyroef@gmail.com
Esse tema de Adão e Eva eu sempre acho legal, e com muita coisa para se explorar! A história aqui, apesar de ter menos de 100 palavras, conseguiu fazer uma boa construção, com começo, meio e fim.
Vou falar sobre o que eu entendi da história… mas pode ser que eu tenha entendido errado, e agora esteja falando merda… mas vamos lá.
Este conto pega uma história já manjada, e faz uma subversão no final. Não sei se tem um nome para isso, mas é tipo aqueles filmes do Tarantino, do Bastardos Inglórios, que eles pegam fatos reais e no final modificam, matando Hitler, ou o Era uma Vez em Hollywood, em que eles pegam um caso de assassinato real, e alteram tudo no final. Acho bem legal quando isso acontece, pois o leitor/espectador acompanha a história já com uma expectativa, apenas se preparando para o final… quando de repente: Surprise, motherfucker!!
Gostei deste. Provavelmente estará na minha lista dos melhores.