EntreContos

Detox Literário.

Lembranças de um corredor (Givago Thimoti)

Um homem caminha enquanto fala ao telefone.

Papai passou o dia bem, graças a Deus! Sim, melhor que nos últimos… Conseguiu se alimentar, perguntou por vocês. Pediu pra voltar pra casa. Falou que vai fazer os exercícios que os médicos recomendaram e tomar os remédios direitinho. Só agora pela noite que teve uma febre alta. Depois, lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras… Já fez isso, né?! Imaginei. Conversar? Não dá, tá descansando. Há pouco ele se agitou, tentou tirar os fios e desligar a máquina. Falou que não queria dar mais trabalho para a gente.

66 comentários em “Lembranças de um corredor (Givago Thimoti)

  1. Sidney Muniz
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Gostei bastante deste, também já havia lido e tem uma pegada de aceitação de despedida . Assisti um episódio da nova série The Pitt essa semana que teve uma situação bem parecida, dois filhos se despedindo do pai.

    Um bom trabalho!

    Parabéns e boa sorte!

  2. Diego Gama
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    O final surpreende e mostra uma narrativa ainda mais espessa que esperado no começo! Adorei a forma como foi conduzida com casualidade para depois se aprofundar num tema mais complexo

  3. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Pelo que pude apreender, o texto nos traz um dia na vida de um acamado que é cuidado por um dos filhos. A princípio, tudo é relatado com certa casualidade, expondo uma pessoa vulnerável e confusa, para no final arrematar o texto com um toque mais sombrio de que talvez tudo aquilo seja apenas a maneira como o filho enxerga o que, para o pai, é uma tortura. Em poucas linhas, obteve-se sucesso em desviar o leitor da verdadeira narrativa, mais violenta do que parece no começo.

  4. André Lima
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de André Lima

    O conto é interessante, bem escrito, numa linguagem cotidiana, rápida. Senti falta de uma melhor elaboração para causar o impacto necessário. Está tudo dito, rápido demais, numa leitura apressada. Para sentir, preciso mergulhar. E aqui, parece-me que tudo foi numa velocidade supersônica.

    Fica a boa técnica e a criatividade do autor.

    Boa sorte!

  5. Felipe Lomar
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    uma curiosidade, que não sei se o escritor sabe e se baseou para escrever esse conto. Esse prédio da foto é o INCA I, que fica no centro do Rio. O INCA IV fica em Vila Isabel, perto do antigo Jardim zoológico. É uma unidade bem menor, e pra lá geralmente são mandados pacientes terminais ou mais idosos, é uma referência em cuidados paliativos.

    bom, voltando ao conto, é uma conversa entreouvida de um acompanhante de um desses idosos. O tema é comovente e fácil de se identificar. Mas achei que, até mesmo pelo formato de conversa, fica tudo muito abrupto, sem ordem. Não tem ritmo. E isso corta a mensagem e o impacto do conto. Talvez uma lapidade nesse grande parágrafo ajude um pouco.

  6. Roberta Andrade
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Já vivi muitas histórias como essa na família…No final das contas, estamos felizes enquanto estamos tendo trabalho.

    É um conto minimamente comovente para quem já viveu, tecnicamente bem narrado, mas achei vazio. Mesmo sendo um tema emocionante, não achei que chamou minha atenção como leitora.

    Parabéns! Boa sorte!

  7. leandrobarreiros
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Engraçado. Acabei de comentar um conto em que achei a criatividade o ponto forte e isso se repete aqui. Não apenas pelo uso do pseudônimo, mas principalmente por contar a história em um telefone em que ouvimos apenas uma pessoa.

    Técnica: Alta. O texto é fluido e, novamente, o autor organizou todos os eventos em um curto telefonema, sem dar a impressão de excesso de informação.

    Interesse: Acima da média. Mais pela técnica do que pelos eventos da história.

    Objetivo do autor: convidar o leitor a visualizar o todo para apreciar a história.

  8. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Severino,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto é sobre um filho que está acompanhando o pai em um tratamento de saúde. Ele faz uma ligação relatando a noite do enfermo para um familiar.

    O tema é triste e presente na vida de todos nós. Quem já passou pela experiência de ser acompanhante em um hospital irá se identificar. Não é fácil. Hospitais são uma ponte para a morte, atravessá-la ou não pode ser questão de sorte. Ninguém está ali por escolha própria (bom, talvez os médicos e equipe de enfermagem). Não é um ambiente de recreação.

    Seu texto é bem realista. Gosto da linguagem que você escolheu, de como o subtexto nos ajuda a completar a cena. Sua narrativa é ousada e, da minha parte, é um alívio encontrá-la depois de passar por alguns textos “caça-lágrimas”.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Givago Domingues Thimoti
      4 de fevereiro de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Boa noite, Luís Fernando!

      Tudo bem?

      Como esse micro é baseado em um fato pessoal, eu tentei manter uma linguagem mais simples. A situação já é delicada por si só, não tem porquê aumentar ou colocar uma linguagem mais rebuscada para tocar o leitor. Bom, pelo menos foi o que eu pensei.

      Tentei colocar no pseudônimo e nas descrições do que acontecia com o pai o contexto necessário para o leitor se inserir na narrativa. E contar com a empatia. A escolha foi arriscada; se a pessoa ler com pressa ou sem a devida atenção, o impacto é reduzido.

      Fico orgulhoso que tenha gostado!

      Obrigado!

  9. JP Felix da Costa
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Um bocado de uma conversa ouvida por um vigia de um hospital oncológico.

    Enquadrando todos os elementos, o título, o pseudónimo e o texto, temos uma unicidade que não creio ter encontrado em nenhum outro conto. Li alguns comentários que falavam em pouco contexto, em falta de conclusão, mas eu entendi o texto de outra forma.

    Temos um filho que fala com alguém ao telefone, talvez um irmão, a dar notícias do pai dele. Pela conversa sabemos que o pai é uma fonte de preocupações. Que já teve um episódio depressivo em que não queria continuar a viver para não ser o fardo que sente que é para os outros, nomeadamente o(s) filho(s). Temos um filho que não desiste do pai e mostra algum alívio por ele já estar melhor, já encarar a sua situação com mais clareza, com mais responsabilidade.

    E temos um vigia que relata a conversa, não por ser algo especial ou diferente, mas apenas como o seu dia-a-dia. Uma conversa igual a muitas conversas que ouve, todos os dias, e cuja conclusão, salvo muito raras exceções, já sabe qual é. É aqui que o conto me convence, nesta trivialidade em que se torna, para o vigia, esta conversa tão pesada e triste, para nós (leitores). Para mim este é o grande mérito do conto. A grande interpretação que tiro. Não é a conversa em si que ele ouve, mas o não ter necessidade de ouvir mais, a forma desapaixonada como a relata, porque, se assim não faz, será esmagado pelos sentimentos que todo aquele mundo em que trabalha desperta.

    • Givago Domingues Thimoti
      4 de fevereiro de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Boa noite, JP! Tudo bem?

      Agradeço bastante a sua leitura atenta e comentário cuidadoso! Fico feliz e orgulhoso do meu trabalho. Sensação de dever cumprido!

      Pensei em colocar do ponto de vista do vigia (que apenas relata o que ouviu) porque ele é um daqueles profissionais que estão sempre ali, mas nunca são os protagonistas. Quem sempre dá uma antologia de contos.

      Mais uma vez, agradeço o comentário! Até a próxima!

  10. Elisa Ribeiro
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Um conto forte. A naturalidade ante a morte daqueles que  convivem de perto com ela é sempre um pouco assustadora. O destaque do conto para mim está na técnica do autor. Consegui passar sentimentos e emoções no monólogo do personagem ao telefone. Gostei do conto. Parabéns! 

    • Givago Domingues Thimoti
      4 de fevereiro de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Boa noite, Elisa!

      Fico feliz que tenha gostado do meu micro. Significa bastante para mim!

      Até a próxima!

  11. Thiago Amaral Oliveira
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    É um conto triste, e como outros já disseram, com uma estrutura interessante. Bacana como o pseudônimo da dicas do que ocorre por trás dos fatos narrados. Pelo título, achei que se trataria de memórias de alguém que gostava de correr, mas nada no text indica isso. Então é apenas corredor de hospital, mesmo.

    Precisei parar e refletir sobre várias das partes mencionadas ao longo do texto, tentando entender cada uma. Não achei nada óbvio do que se tratavam, e por vezes me vi confuso sobre se o homem estava sempre no hospital, ou se costumava voltar pra casa. Parecia que tinha doença terminal, mas achei que também estivesse mostrando sinais de senilidade. Várias coisas não batiam com o final, que é bastante claro.

    Com a ajuda dos colegas, fui desvendando o que de fato aconteceu. Requer um tantinho de psicologia e ter passado por situações semelhantes, ao meu ver. O resultado é interessante e faz pensar. Principalmente o que não está dito de cara, como quando promete fazer os exercícios e fala sobre limpar o porão.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  12. Fabiano Dexter
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Um conto curto e direto, sobre um filho conversando ao telefone a respeito do estado de saúde do seu pai, vitima de câncer.

    O conto é bem escrito mas parece falar algo, ele cria um contexto mas falha para mim ao não apresentar uma conclusão, um desfecho.

    Entendo que é a parte da conversa que nosso vigia conseguiu escutar, mas ele poderia ter seguido o rapaz mais um pouco para vermos onde isso ia dar.

  13. Thais Lemes Pereira
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Olá, Severino Garcia.

    Contexto pessoal

    Enquanto fui lendo, o conto não me remeteu a nenhuma história pessoal ou sentimento. Isso não é critério para minha avaliação, mas decidi colocar em cada comentário para contextualizar algumas análises e sentimentos. Desse forma, acredito, que li o conto sem esse viés.

    Análise do conto

    Entendemos se tratar de um homem ao telefone e que as pausas para respostas da outra pessoa na linha não são indicadas. Isso não chegou a me incomodar, mas é um fator que acredito que pode atrapalhar outros leitores ou influenciar na seguinte situação que aconteceu comido:

    Li a frase: “Depois, lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras…”, pensei que ele ainda estava falando sobre o pai, que o pai estava organizando o porão. Mas nessa altura já sabemos que o pai não está na casa dele, então imaginei uma casa de repouso.

    Nessa altura eu já havia percebido que as respostas não tinham pausa, mas mesmo assim me embaralhei e não consegui entender que “Depois” era resposta para algum comentário do outro lado da linha. Acho que frase ficaria melhor assim: “Depois. Lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras…”. Quando, durante a leitura, chegou a frase: “Já fez isso, né?!” travei e precisei ler de novo. Aí, só depois que cheguei no final da segunda leitura, entendi a frase e que o pai estava internado. Também não entendi o título, talvez eu precise de algum contexto que não tenho. O telefonema também não se conclui, o que me passou a sensação de história inacabada, apesar do final significativo.

    Conclusões

    Um conto que, para mim, precisa de alguns ajustes para não ficar confuso e senti a necessidade de ter o encerramento da ligação (será toc? rs).

    Desejo um bom desafio!

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      29 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Oi, Thaís! Tudo bem? Severino aqui.

      Mais uma vez, sem querer criar grandes polêmicas, sobre sua afirmação de necessitar de algum contexto, respeito, mas posso dizer que ele está aí. Tanto que alguns colegas pegaram a ideia do conto.

      Bom, isso não invalida seus apontamentos em relação à confusão dos trechos.

      Tenha um bom dia!

      Att,

      • Thata Pereira
        30 de janeiro de 2025
        Avatar de Thata Pereira

        Olá, Severino.

        Calma. Vamos ter mais de 40 comentários nesse desafio. Você realmente esperava que todo mundo entendesse ou que todo mundo gostasse? Isso é impossível, dentro e fora do Entre Contos.

        Tanto que quando eu disse “preciso de um contexto que não tenho”, não quis dizer que o contexto não foi dado, mas que EU não tenho a referência de que preciso.

        Tanto que voltei aqui para reler, porque só agora lembrei que INCA é a sigla do Instituto Nacional do Câncer. E fui surpreendida com a sua resposta.

        Não costumo responder respostas de comentários, mas vim aqui dizer que você também interpretou errado o meu comentário, portanto estamos todos suscetíveis a isso.

  14. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, Severino Garcia, dizem que porteiro, do mesmo modo que os ascensoristas, acabam sofrendo de ansiedade, pois que nunca conseguem ter uma história toda para refletir. É sempre um excerto, um pedaço enquanto a pessoa falante está passando por perto. Mas esse, definitivamente, não é o seu caso, não é mesmo, Severino? Você escuta a história até o seu fechamento “papai disse que não quer dar mais trabalho para a gente”. Ou seja, papai quer se libertar, ir embora. Fico imaginando você no corredor do Instituto do Câncer a escutar mil histórias tristes… Tomara que outro tanto de histórias de final feliz com a remissão da doença e o internado indo para casa todo feliz para comemorar com a família e os amigos a saúde recuperada. Um conto simples e que ficou legal, Severino. Parabéns e sucesso no desafio.

  15. Antonio Stegues Batista
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Este conto não me impressionou, não me impactou, não causou nenhuma reação contundente, mas gostei, apesar de todo essa minha crítica negativa. Sou contraditório por natureza. Aliás, é um conto simples, a história de alguém já velho, pelo titulo um atleta esportista, idoso, aposentado, doente e sentindo-se sem serventia, não quer dar trabalho para os filhos é o que acontece com muitos velhos já com o pé na cova, é a realidade da vida, a pessoa não tem mais forças para nada e deseja partir logo. Um conto comum, sem grandes mistérios ou reviravoltas, mostra a vida como ela é, doa a quem doer. Apesar de tudo, gostei, é um texto bem escrito que mandou sua mensagem

  16. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Um homem conversa com alguém ao telefone a respeito do pai doente. 

    Desenvolvimento: Esse é um conto que precisa de muito complemento do leitor para ter a compreensão do que o autor ou autora quis passar. Ainda bem que é possível que cada leitor pense o que quiser da situação, da forma como foi elaborado.

    Destaque: Para a estrutura do conto, uma conversa ao telefone, mas somente temos acesso ao que um dos personagens disse. Apenas a frase inicial não faz parte da fala. Achei muito criativo.

    Impressões da leitura: a minha leitura desse conto fluiu na maior parte, porém na parte do “Já fez isso, né?!”, fiquei confusa, porque no meu entendimento estava achando que o homem que fala estava com o pai, mas com essa pergunta a impressão que dá é que o pai estava com o outro de quem não sabemos das falas… não sei se isso foi intencional, mas deu essa sensação nesse trecho. Foi um trecho de diálogo bem natural, mas fiquei sem saber qual o real sentido desse trecho de conversa. Quero crer que o cara que mentiu estava enganando a pessoa, é mais emocionante rssss… 

  17. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Pela primeira frase, que é uma rubrica de teatro, tem-se toda a ação que “vemos” na história. O que se tem dali em diante é o que se fala ao telefone, e de uma forma muito inteligente, tudo se constrói a partir disso – entendemos quem é o paciente e qual o papel que ele desempenha nessa peça da vida com seus filhos. Só estranhei ele “desligar a máquina”, ou seja, desistir para não dar trabalho, quanto estava tão agitado por coisas a fazer. De qualquer forma, gostei bastante. Boa sorte no desafio!

  18. toniluismc
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Há aqui uma tentativa, infelizmente pra mim mal sucedida, de trazer uma história delicada e emocionante por meio da abordagem da relação entre um filho e seu pai enfermo.

    Se quem está escrevendo é o vigia, entendo que o corredor é o do hospital em que ele trabalha, local de tratamento de câncer.

    A ausência de diálogos entre pai e filho tem como objetivo criar uma atmosfera de intimidade e de saudade. Podemos ver também que esse pai, apesar de estar vulnerável, demonstra ser alguém determinado.

    Bem, o ponto de chegada dessa corrida é inevitável. Toda a construção foi feita para reforçar a ideia de rotina e cuidado, mas no final sabemos que o destino é a morte.

    Apesar do reduzido impacto neste leitor, dou-lhe os parabéns pelo texto e desejo-lhe boa sorte no Desafio!

  19. Juliano Gadêlha
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Esse aqui já ganhou o prêmio de melhor utilização de pseudônimo em prol da história. O que me fez pensar que talvez ela perca um pouco de sentido quando o pseudônimo for substituído pelo nome do autor, certo? Enfim, problemas do futuro. No presente cenário, o texto funciona muito, trazendo uma situação que deve ser muito corriqueira (talvez até baseada em experiências reais) no contexto narrado. Certamente o sr. Severino Garcia poderia escrever uma coletânea inteira com diversas dessas (micro)memórias. Eu leria! Dito isso, parabéns pelo texto!

  20. Luis Guilherme Banzi Florido
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: homem caminha pelos corredores da uti terminal, o pai tem câncer. Ele fala com alguém da família.

    Microsensações: um conto que utiliza uma única cena para contar sobre a reta final da vida de um homem relatada por seu filho. É um assunto que naturalmente gera comoção, pois todo mundo passou por algo do tipo com um familiar ou amigo. O homem conta tudo de forma meio banal, contraditória à gravidade da situação (o pai parece ter se cansado de “dar trabalho” pra familia e prefere morrer logo). Essa contradição entre a situação real e a forma como o homem está lidando, meio em negação, demonstra a dificuldade de reagir e lidar com esse tipo de perda. Acho que o conto passa bem essa ideia, mas não me pegou muito. Achei que é um drama um pouco formulaico demais, que usa de dores universais (nesse caso, a dor da perda) como recurso para causar o drama. Comigo, pelo menos, isso não funciona tão bem, mas acho que é o tipo de conto que vai se sair muito bem no desafio.

    Impacto:

    Micro –> não sei, como eu disse acima, e isso é só coisa minha como leitor e nao culpa sua, mas esse tipo de conto de drama mais formulaico não me atinge muito. Não senti a dor ou a tristeza que você propôs, e acabou sendo pouco impactante pra mim.

    Médio

    Macro

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: muito bom. Aqui, sem duvida, o conto brilha, pois tudo que o autor quer transmitir cabe bem dentro do limite, usando cada palavra com proposito.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: enquanto esperava na fila do P.A. para ser atendido, testemunhei um homem contando ao telefone sobre seu pai. O homem me soou pouco natural, e a situação toda acabou não me marcando muito.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  21. Afonso Luiz Pereira
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    LEMBRANÇAS DE UM CORREDOR tem a proposta de trazer à tona a dura realidade de quem já conviveu com um ente querido em situação delicada no hospital, aquela agonia do “morre ou não morre” com o passar dos dias. Pesquisei o termo “INCA IV” e descobri que se refere a uma unidade médica voltada para o atendimento de pacientes com câncer avançado, sem possibilidades atuais de cura.

    LEMBRANÇAS DE UM CORREDOR, então, posso estar equivocado, parece se referir à experiência do vigia Severino, que, ao longo de seus anos de trabalho, ouviu, voluntaria ou involuntariamente, conversas como essa: familiares andando pelos corredores do hospital, desabafando ou compartilhando notícias sobre quem amam. É um título que carrega muito peso, já que esses corredores são, para muitos, lugares de dor, de despedida e de esperança que vai se esvaindo.

    O tom da conversa é ambíguo, pois mistura esperança e resignação. Há o desejo de que o pai melhore, mas também a realidade de que o quadro é grave. O autor captura muito bem esse misto de emoções e a forma como os parentes, mesmo em meio ao sofrimento, tentam se agarrar a pequenas melhoras e a momentos simples. Isso já aconteceu comigo também, o que é muito triste.

    A conversa ainda reflete aquelas teimosias e atitudes típicas de idosos em condições frágeis: querem voltar para casa, talvez por saberem que o hospital não lhes trará a cura, ou por não quererem ser um “fardo” para os filhos. É algo complexo e profundamente humano, que muitas pessoas que já viveram situações parecidas conseguem reconhecer, como no meu caso.

    Acredito que a proposta do autor seja capturar essa dor universal de quem acompanha o fim da vida de um ente querido, trazendo à tona as memórias e os sentimentos de uma despedida que já se anuncia. É um relato que nos convida a refletir sobre a brevidade da vida, a fragilidade do corpo e, principalmente, a importância dos laços familiares nesses momentos finais. Parabéns ao autor por retratar algo tão doloroso de forma tão sensível.

  22. Gustavo Araujo
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Aqui temos um conto que instiga o leitor a considerar tanto o título como a imagem que o ilustra, além do texto em si. Por essa conjunção, sabemos que quem narra a história é Severino, que trabalha de vigia num hospital dedicado ao tratamento do câncer. Severino nos confidencia o que houve (e o que ouve) com um certo paciente ao relatar a conversa telefônica de um dos filhos desse paciente com outra pessoa. Pelo que é dito, sabemos que o homem doente sofre com devaneios e ilusões, rompidas aqui e ali por momentos de consciência desesperadora da própria situação.

    É uma história triste, como são tristes as histórias sobre pessoas que se veem à beira do abismo definitivo. É conduzida de maneira competente, mas que todavia não permite ao leitor – pelo menos não a este leitor – o tempo para decantar.

    Contudo não foi exatamente por isso que a história não me fisgou. A razão da minha falta de identificação reside na ausência de subtexto, de uma história invisível por trás do que é mostrado, algo que, na minha opinião, seja capaz de dizer que para além do que está escrito há muito mais. Vale dizer, o que vejo aqui é uma narração plana, bem fechada, bem costurada, de uma história única, nada além disso.

    Tampouco há magia, poesia ou algo provoque enlevo, que nos faça invejosos, no bom sentido, da perícia no uso das palavras.

    Em suma, um bom conto, escrito de forma honesta – o que por si já é uma façanha quando se trata de microcontos –, mas que não encanta.

  23. Renato Silva
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Interessante o uso do pseudônimo ser usado para definir o personagem que é um narrador observador em primeira pessoa. É o Severino, porteiro de uma unidade do INCA, que “pescou” uma conversa aleatória.

    Eu achei a ideia legal, mas a forma como está escrita me incomodou um pouco. A fala não é precedida de travessão, também não está entre aspas. Aparentemente, a fala representada está fragmentada, mas é colocada em um único parágrafo. Acredito que pontuada de maneira diferente, tornaria a leitura mais clara.
    Tirando esses detalhes, é um bom microconto e está gramaticalmente correto. O título dá a entender que é uma conversada que o porteiro Severino ouviu em um dos corredores do prédio do INCA IV, voltado para cuidados paliativos a pacientes oncológicos.

    Pela criatividade em aproveitar o espaço disponível para trazer informações bastante complementares, te dou os parabéns e desejo boa sorte.

  24. Givago Domingues Thimoti
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    LEMBRANÇAS DE UM CORREDOR (SEVERINO GARCIA, VIGIA DO INCA IV)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Um filho dialoga com algum parente sobre o que pode ou não ser últimos momentos de seu pai. 

    Ø Utilização do espaço permitido

    Esse é um microconto que demonstra um excelente aproveitamento do espaço permitido. O autor constrói uma narrativa rica, onde cada frase tem um propósito claro e acrescenta camadas à história.

    Ø Subtexto 

    é um dos pontos mais fortes do texto. É um microconto que dialoga com o pseudônimo (vigia do INCA IV – hospital que trata câncer em estágio paliativo), com a imagem. Somado a isso, também temos detalhes como a menção às “tranqueiras do porão” e à tentativa de desligar os fios oferecem uma visão profunda da condição emocional e física do personagem sem precisar explicitar. A relação entre pai e filho e o ambiente hospitalar são revelados de forma sutil, mas impactante.

    Portanto, é um conto que obriga o leitor a tomar o seu tempo para ler e compreender a fundo a história.

    Ø Escrita 

    Precisa e econômica, com escolhas de palavras que transmitem de forma natural tanto o conformismo quanto o fim da resistência do pai. Isso intensifica o impacto geral do conto, que deixa o leitor refletindo sobre a fragilidade humana.

    Impacto: 

    Muito bom.

    É um microconto que cumpre sua proposta com excelência, equilibrando técnica e emoção. Curioso que ele dialoga de certa maneira com À Morte, um sorriso. 

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  25. claudiaangst
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Alguém conversa ao celular no corredor de um hospital. A conversa gira sobre o pai muito doente, com câncer terminal (provavelmente), atormentado com a necessidade de ser útil e não dar trabalho para a família. Quem escuta parte da conversa é Severino, o vigia. Parece reconhecer as palavras, pois muito daquilo já fora dito por aqueles corredores.

    Não encontrei falhas de revisão. A linguagem é simples, coloquial, adequada a uma conversa ao celular entre pessoas íntimas.

    O texto a princípio parece ser simples, mas quando atingimos a segunda camada, nos deparamos com uma história mais dramática: a angústia de quem presencia o “desligar” de entes queridos.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  26. Leo Jardim
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): um pai com câncer tenta tirar a vida para não dar mais trabalho para a família. Tocante.

    📝 Técnica (⭐▫▫): a primeira frase, em itálico, que acho meio desnecessária. De resto, uma linhagem coloquial, do jeito que se fala mesmo, ok.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): na média do desafio

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐): emocionante e triste. Terminei um conto com um nó na garganta e com os olhos marejados. Difícil uma pessoa que viveu uma situação semelhante passar indiferente nesse conto.

  27. Nelson
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Pode não parecer, mas é o tipo de conversa bem corriqueira nesse tipo de situação. A pessoa, prostrada na cama de hospital, sente-se um peso para os outros. Como conto não gostei muito, mas é um recorte válido e faz refletir.

  28. Marcelo
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Gostei da estrutura e de como é desenvolvido. O pai pede para voltar à casa num primeiro momento e, no final, tenta desligar a máquina, a fim de não dar mais trabalho. Essa alternância sugere a proximidade do fim. Ao telefone, o pragmatismo da descrição. Sem dúvida, uma construção provida de camadas e entrelinhas.

    Um texto para ser lido mais de uma vez.

  29. Juliana Calafange
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Acho que o Severino, vigia do INCA, é quem está ouvindo a conversa do homem ao telefone. Por isso nós só ouvimos um lado da história, estamos sob o ponto de vista do Severino. Mesmo assim, nada falta na história, tudo é dito e não dito. De forma primorosa você constrói o enredo e os personagens dessa história, com ritmo e tensão na medida certa: O homem fala sobre o pai, que provavelmente está morrendo de câncer. O monólogo vai criando imagens muito vivas do que está acontecendo, inclusive o fato de que não há mais volta para casa, o velho quer desligar as máquinas enquanto os filhos já fazem a limpeza da casa. Uma história muito triste, mas muito bem estruturada, repleta de intensidade e significado. Muito bom, parabéns.

  30. Sabrina Dalbelo
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    De fato, um micro para ser lido e relido.

    Pela leitura, fiquei na dúvida se o pai do personagem do texto que fala ao telefone está ligado a aparelhos, isto é, está em seus momentos finais devido ao câncer, porque tem um trecho em que ele “lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras…”. Mas logo após há a informação de que ele já teria feito.

    São informações boas, que dão uma tensão para quem lê, isso leva a gente para o período de “baita angústia diante da morte” x “mantendo vida normal” diante de uma morte iminente, o que deve deixar qualquer parente muito desnorteado e confuso.

    Obrigada pelo texto.

  31. Vítor de Lerbo
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    O pseudônimo curioso me levou a acreditar que esta seria uma história de humor. Acredito que todos os elementos aqui presentes (título, imagem, pseudônimo) sejam importantes num desafio de microcontos, então, para mim, isso foi um ponto negativo.

    A história, em si, é bem construída, ainda que por meio de um monólogo. Mérito para a pessoa que escreveu, que construiu uma fala bastante verossímil e crível.

    A primeira frase parece mais um elemento de roteiro que uma parte de um conto literário – só faltou o EXTERNA – DIA, antes da sentença, para completar essa impressão. Penso que a descrição poderia ter sido mais bem trabalhada.

    No mais, é abordada uma temática densa. Como vemos no conto, muitas vezes temos que lidar com problemas gigantescos enquanto as questões cotidianas seguem nos atrapalhando, algo bem enunciado no texto.

    Boa sorte!

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      23 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Olá, Vítor!

      Boa noite!

      Bom, eu vim apenas comentar uma questão que penso ser importante, na paz mesmo. Eu evito comentar pontos abertos da história, mas aspectos mais fechados eu penso que preciso tirar dúvidas ou tentar aparar alguma desinformação.

      Concordo contigo quando você diz que todos os elementos de um microconto são importantes, tanto que foi por isso que articulei todos esses elementos de maneira que ficassem interligados. Você disse que o pseudônimo te levou a acreditar que seria uma história de humor. Não penso que todos são obrigados a conhecer as siglas, até porque elas são infinitas. Contudo, INCA (Instituto Nacional de Câncer) IV é a denominação para um hospital que trata pacientes com câncer em estágio paliativo… Ou seja, não sei como eu poderia ter ressaltado melhor o caráter dramático, a nível de pseudônimo.

      A sensação que tive foi a que você criou uma expectativa errônea (e quebrada não exatamente por mim) a partir de uma interpretação equivocada sua… Lamento que você tenha entendido isso como algo negativo, mas isso ficou totalmente fora da minha alçada.

      Enfim, espero que você não fique chateado ou constrangido com a minha resposta, mas eu fiquei um pouco incomodado com essa questão. No mais, penso que todos os demais aspectos levantados por você pertinentes.

      Bom desafio e obrigado pelo tempo investido no meu microconto!

      PS: não entendi bem o EXTERNA-DIA… Se importa de explicar?

  32. Marco Saraiva
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Esse conto me pegou. Em uma primeira leitura achei que era fraco demais. Um texto rapido, uma cena de um homem no telefone com alguem da familia, falando sobre o pai doente. Mas resolvi le-lo novamente e notei como o autor aproveitou-se de TODO o espaco possivel, cada palavra sendo escolhida com carinho. Ate o nome do autor, que primeiro achei ter sido desnecessariamente detalhado, entendi depois que se tratava de um hospital de cancer, entao sabemos, atraves dele, que o pai do personagem tinha cancer. Para dizer a verdade, estou gostando de como as pessoas estao burlando o limite de palavras usando imagens e titulos e nomes de autor. Genial.

    O titulo tambem adiciona uma dimensao extra no conto: o homem era provavelmente um corredor no passado. Maratonista, talvez. Homem saudavel, ativo… mas cancer eh algo que pode afligir a qualquer um. Engracado tambem, como que o “corredor” no titulo tambem pode se referir aos corredores do hospital.

    A imagem do senhor com dificuldades de se alimentar, lutando pela vida, e no final desistindo de tudo, falando que nao quer dar trabalho para ninguem. O conjunto inteiro da obra me comoveu. Incrivel trabalho!

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      23 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Olá, Marco!

      Para quebrar minha rabugice com as respostas risos, queria agradecer a você pela leitura atenta. Fico feliz (e muito agradecido) tenha gostado do conto (e pela releitura de coração e mente aberta).

      Bom desafio!!

  33. Amanda Gomez
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Conto intrigante.

    Eu não sei se entendi realmente quem é o ouvinte dessa conversa, se tem um ouvinte ou se isso importa. Mas vou me ater a ela.Não é um conto para ler uma ou duas vezes e entender de cara. A estrutura impossibilita isso. Mas, quando você para e junta todos os elementos que o autor deixou, isso se torna possível. Um homem falando ao telefone… com um parente… Como é na visão de um ouvinte, só temos a fala do homem. O pai está internado em um hospital, em cuidados paliativos. E, apesar de breve, você conseguiu, com palavras-chave, demonstrar toda a situação do idoso. A teimosia típica de quem acha que está tudo bem, que não pode se dar ao luxo de ficar ali, que tem que cuidar dos afazeres da casa… e como quer voltar para casa.

    A conversa é conformista. A família só está esperando a hora; ela é certa. Já estão limpando a casa para o futuro velório. O final é abrupto, como tem que ser. O ouvinte não estava mais por perto para escutar.

    Você foi bem criativo nesse conto. De fato, é um exercício entender ele. Um bom exercício.

    Ficam algumas pontas soltas, mas só o autor vai entender tudo de qualquer forma.Parabéns, boa sorte no desafio.

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      23 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Olá, Amanda!

      Bem, sim! E você?

      Muitíssimo obrigado pela atenção na leitura do conto. Até enviei a resposta para minha namorada!

      Att,

      Severino

  34. Rogério Germani
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    Foi cirúrgico em seu texto, Severino!

    Gostei da aplicação dos diálogos em doses homeopáticas. Estas conversas que parecem triviais são as mais difíceis quando aproxima-se o chamado à beira dos leitos. Os cuidados com a casa e a própria saúde acabam ficando de lado em algum momento da rotina e, infelizmente, abrem margens nos corredores da vida para que a família toda se sinta ausente.

    Boa sorte no desafio!

    Rogério Germani

  35. Priscila Pereira
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Severino! Tudo bem?

    Primeiro vou dizer o que entendi do seu conto. Juntando o título, e o pseudônimo com o conto, acredito que Severino, vigia do INCA, ouviu um homem andando pelos corredores e falando no celular, e o conto é tudo o que ele ouviu.

    Um homem falando com um(s) irmão(s) sobre o pai que está internado e se é um hospital do câncer, então já sabemos o que ele tem, né.

    Achei bem verossímil. Parece uma coisa que realmente aconteceu. Muito triste.

    Achei interessante a forma que você escolheu para fazer o micro, diferente e eficiente.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  36. Nilo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Uma conversa de telefone entre irmãos (?) falando da saúde do pai internado. Nada a acrescentar. um ponto me deixou confuso quando ele fala: “Depois, lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras… Já fez isso, né?”! Era o pai alucinando e perguntando isso ao filho? Historia diferente, sendo constituída do relado de um filho ao telefone. Bem escrita.

  37. bdomanoski
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Pode ser que no momento eu esteja um pouco com pressa, mas li, reli e li novamente, e o micro deixa algumas perguntas no ar que dificultaram o que parecia ser algo de fácil compreensão. Parece uma conversa entre uma cuidadora de idosos com algum parente deste idoso, no qual ela diz: “Pediu pra voltar pra casa. “, sugerindo que o idoso em questão está ou num hospital, ou numa casa de repouso, talvez na casa de um parente (a única solução que faria sentido); Em outro momento, deu a ewntender que o idoso estaria mexendo num porão, ativamente e tal, sugerindo que ele estava na casa dele. Depois ele aparece ligado em uma máquina, como se estivesse de cama. Enfim, quase gostei. Se tivesse um pouco menos confuso essas partes, talvez ewu tivesse gostado do formato que foi contado (uma ligação para outra pessoa, do ponto de vista de apenas um falante). Isso foi o que mais gostei do conto.

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Olá, Bruna!

      Boa tarde!

      Eu pensei bastante antes de responder seu comentário, até porque eu não sou muito fã de tretas e eu não tenho a intenção de constranger ou esculhambar alguém. Vamos ver se essa resposta não causa tanto burburinho como a última.

      Bom, o conto foi escrito propositalmente de forma aberta, logo, é normal que a interpretação varie de acordo com o leitor/ a leitora. Por mais que eu tenha escrito o texto, não vou debater o sentido de cada nuance. A partir do momento que escrevemos/falamos, por mais que tenhamos intenção X, Y, Z, ela será interpretada de uma forma diferente daquela imaginada por mim. Contudo, pelo menos nesse texto, penso que há elementos basilares que não mudarão conforme a leitura.

      Por se tratar de um conto aberto, não é um conto para ser lido meio na pressa (como infelizmente parece ter sido o caso, segundo suas próprias palavras). Não acho que isso invalide totalmente o que você observou em relação ao meu conto. Com certeza preciso repensar alguns trechos. Contudo, esse exercício de reflexão talvez também possa se esticar a você, num processo de dilapidação. Afinal, acho que ninguém aqui no EntreContos deseja que seu texto seja lido na pressa, sem a atenção devida 😃. será que você teve uma compreensão legal do texto com as suas leituras, se elas foram apressadas?Será que poderia ter deixado essa leitura para outro momento, com mais paciência e calma? Será que deixou passar algo ou foi apenas uma inabilidade do autor/da autora? Ou talvez seja um encontro dos dois fatores?…

      Acho que ambos precisamos refletir um pouco sobre.

      Bom desafio para você!

  38. geraldo trombin
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    O texto deixa bem claro o cuidado e a preocupação com a saúde do pai, em uma linguagem coloquial e fluente. O conto que, até então, se desenrolava de uma maneira suave, encerra com o triste desejo do pai em partir para não dar mais trabalho. Bem construído, o conto não abre o jogo sobre o destino do enfermo, deixando a conclusão nas mãos do leitor. Bom trabalho. Parabéns e boa sorte!

  39. jowilton
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de jowilton

    Bem, vamos lá. O que entendi é que um homem fala ao telefone com alguém da família, acho que um filho ou filha e explica a situação de como está passando o pai, no caso, avô de quem está do outro lado do telefone. O que explica a pergunta se já retirou as coisas do porão, arrumou as cadeiras, é tipo um pai perguntando se o filho fez as tarefas que foram atribuídas ou então querendo saber se o local onde o homem seria velado já estava arrumado. Aí, o filho, neto do homem internado no hospital, pergunta se poderia visitar o avô e o homem responde que não dá, que ele está descansado e cita a situação que encerra a história. Enfim, foi que consegui entender usando minha imaginação para preencher o que não está explicito.

    Com relação ao desenvolvimento da ideia, achei que poderia ser melhor, não dar margens para tantas interpretações, mesmo sendo um micro conto. A parte que ele fala sobre as tranqueiras e as cadeiras confunde um pouco o leitor, contribuindo para que a técnica narrativa também fique prejudicada. O final não me impactou muito, apesar de ser uma situação bastante delicada. Provavelmente outras pessoas consigam entender melhor o conto, apreciando-o.

    Boa sorte no desafio.

  40. Raphael S. Pedro
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Boa escrita, nos transmite uma conversa informal, relaxada, ainda que sobre um tema difícil. Destaco que apesar de não conter uma “reviravolta marcante”, ficou bem encerrado, o que me agrada bastante.

  41. andersondopradosilva
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Lembranças De Um Corredor é um microconto que dá testemunho de uma de muitas histórias presenciadas por um objeto (ou ambiente) inanimado: um dos muitos corredores do Instituto Nacional de Câncer, mais especificamente de sua unidade de número IV, a voltada aos Cuidados Paliativos. Conhecer a natureza do hospital e saber que se trata especificamente da unidade que recebe pacientes transferidos de outras unidades do Instituto, aqueles pacientes que não têm mais salvação, que estão ali unicamente para receber cuidados paliativos, para enganar e sedar a dor enquanto esperam a morte, é ponto de relevo para a completa compreensão da história, já que o enredo só alcança a dramaticidade pretendida pelo autor ao se saber se tratar de um paciente de um hospital dedicado a cuidados paliativos do Câncer. Percebe-se que o paciente não tem plena consciência de seu estado. Acredita, em alguma medida, que voltará pra casa, que retirará tranqueiras do porão. Acredita que ainda pode se salvar, que pode seguir recomendações médicas, praticar exercícios. Em desespero, pede pra voltar pra casa. Já em momentos de mais lucidez, tenta desligar os aparelhos que o mantém vivo, fala em não querer dar mais trabalho para ninguém. A realidade retratada é dura, duríssima; tristíssima. Um corredor como este deve presenciar muitas dessas coisas. Curioso foi notar que a família já se prepara para o óbito, tanto que já providenciou a retirada de algumas das tranqueiras do porão.

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      23 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Oi, Anderson!

      Tudo bem?

      Passando aqui para agradecer a resposta e a leitura atenta ao meu conto. Especialmente depois da minha resposta meio seca ao colega Victor. Podia ter vindo com pedras, mas procurou entender o lado do autor. Obrigado!

      Bom desafio para você!

      Att

      PS: acho que você provocou um efeito manada!

  42. Mauro Dillmann
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Conto bem escrito.

    Acredito que se tivesse optado pelo uso de aspas para referir a fala ao telefone, o conto ficaria de melhor compreensão.

    Nao entendi o título, nem o sentido do pseudônimo (ao explicar “vigia do…”).

    Parabéns!

  43. Kelly Hatanaka
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Uma história contada a partir do fragmento de uma conversa de telefone. Achei bem interessante e, de fato, há aí uma história. Poderia continuar? Poderia. Dá pra entender o texto como um parágrafo de uma história maior? Sim, bem poderia ser. Mas, do jeito que está, ele conta uma história. Um homem no hospital, no afã de voltar para casa promete se cuidar melhor. Provavelmente, não o fez antes. Lembrou de arrumar o porão. Pode ser uma necessidade de deixar seus assuntos em ordem, sentindo a proximidade do fim. E, por fim, queria que tudo acabasse, para não dar trabalho para a família.

    Gostei.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  44. antoniosodre
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    O microconto tem uma estrutura bem interessante, é bem denso, conciso – características desejáveis. Explora o título, pseudônimo para criar a narrativa, o que é sempre uma sacada boa.

  45. José Leonardo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Severino.

    Muitas das vezes, microcontos são como criaturinhas para as quais ninguém não dá um vintém (por assim dizer) mas que no final nos surpreendem. Nessa toada, eu quis levar sua estória para um aspecto, digamos, sobrenatural, mas tentando juntar os elementos vi que não teria nexo, então abandonei interpretação e fui direto ao ponto.

    É um texto direto e como não se tem espaço para floreios nessa limitação de palavras, creio que conseguiu transmitir a angústia e, ao mesmo tempo, a necessidade de um filho (um representante do corpo familiar na fria estrutura hospitalar) repassar a verdade aos demais, bem como a vontade de um enfermo entregar os pontos em face do possível fim do caminho.

    Pelo menos ele contrariou Roberta Sparrow e terá um dos seus perto de si quando soltar o último ai.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  46. Andre Brizola
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Severino.

    Seu conto aborda de maneira um tanto quanto abrupta um diálogo bastante sério sobre a situação de um pai internado. Li algumas vezes tentando encontrar alguma metáfora, alguma correlação mais estreita com o prédio, mas sem sucesso, e tive que procurar no Google o que é o INCA IV.

    Acredito que ele está enxuto porque você teve que adequá-lo ao limite de 99 palavras, pois há sei que há muito a dizer sobre o assunto e, condensá-lo ao limite desse desafio acaba sendo um tanto quanto perigoso, pois pode evocar aí um certo descuido do personagem que fala ao telefone. Entendo que não é essa a mensagem que o conto tenta passar.

    No geral, o texto é extremamente direto e cru. Tenho a impressão de que ele passa exatamente o que busca passar, sem entrelinhas ou mensagens escondidas. É uma realidade um tanto fria, e acaba fazendo sentido em par com o título e, se essa é a ideia principal, talvez tenha faltado um pouco mais sutileza para deixar essa relação mais clara.

    Mas é isso aí, boa sorte no desafio!

  47. Evelyn Postali
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    O último corredor é o da morte? Entendi certo? Mas enfim… O micro parece mesmo um fragmento. Uma parte de algo maior. O micro tem uma força sutil. Ele começa a narrativa em tom casual e cotidiano e revela, por fim, algo trágico (a condição do pai). Essa diferença entre o tom do cara ao telefone e a gravidade da situação fez com que eu percebesse a fragilidade da personagem e a despedida iminente. Muitas vezes não queremos admitir o que está prestes a acontecer. Agimos como se não fosse lá grande tragédia, mas por dentro tudo está ruindo. O que falamos nem sempre é o que sentimos. Queremos parecer fortes, mas não somos.

  48. Mariana
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    É o segundo micro que leio com diálogo e, assim como o outro, me pareceu aberto demais – um fragmento de algo maior. No entanto, gostei mais do desenvolvimento deste. O pseudônimo, que dialoga com a história (um vigia escuta uma conversa), a aridez do diálogo que faz brotar melancolia. As experiências, em alguma parte, são sempre coletivas.

  49. Victor Viegas
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Severino!

    Eu não consegui entender a conexão entre o título, a imagem, o pseudônimo e a história. A ideia pode ter sido boa, mas pecou na execução. Por exemplo, tanto o título quanto a imagem escolhida e o pseudônimo remetem a um corredor de prédio, principalmente por causa do nome “vigia do INCA IV”. E no desenvolvimento do conto, percebo que estou diante, muito possivelmente, de um corredor de hospital. Quem é Severino? Qual a participação do vigia? Não é esperado que o autor esteja na história, mas você deixou tão específico que seria impossível não ver a participação do Severino. Como não ocorreu, ficou uma história aberta, desconexa e até mesmo frustrante. 

    Agora focando no texto em si. Talvez alguém que entenda melhor de gramática possa me corrigir, mas a sequência de ações não deveria estar entre vírgulas? Estranhei as duas primeiras com vírgulas e o restante com pontos. Talvez a parte “Depois, lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras… Já fez isso, né?! Imaginei” possa ser um lapso de memória do próprio idoso, por estar preocupado com os afazeres, mesmo estando internado no hospital. De um modo geral, é uma história bem escrita. Gostei. Parabéns!

    • Severino Garcia, vigia do INCA IV
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de Severino Garcia, vigia do INCA IV

      Boa noite, Victor!

      Vou ser bem sincero, achei o seu comentário um tanto abaixo do nível que é feito aqui no EntreContos. A sensação que tive é a que você mal se deu o trabalho de ler com cuidado o conto e até mesmo o seu comentário que fez avaliando a minha história refletiu isso. Pessoalmente, não entendi bem sua colocação sobre a questão do corredor do prédio e do hospital. Há alguma questão, afinal? Vi que ficou também decepcionado com a falta (?) da presença de Severino no conto.

      Além disso, você disse que não percebeu a conexão entre pseudônimo, história, imagem, título… Bom, não posso entregar tudo de graça logo no primeiro dia de desafio, mas, recomendo que leia os comentários dos demais colegas. Aparentemente, eles tiveram uma compreensão melhor da história.

      Enfim, no mais, depois de algumas críticas, como por exemplo uma história desconexa e frustrante, você finalizou dizendo que a história está bem escrita (?) e me parabenizando. Realmente, não entendi…

      Desculpa a resposta meio seca, mas diante de críticas duras (e não tão bem fundamentadas ao meu ver), é necessário que eu me posicione. Deixar aqui a mensagem do Gustavo, lá no grupo do WhatsApp do EntreContos, que eu acho bem pertinente:

      ”A ideia de ler e comentar três contos por dia é permitir aos leitores meditar sobre o texto. O prazo é elástico por causa disso. Não tem necessidade de pressa. Não é uma competição para ver quem termina primeiro de comentar, rs Usem o prazo com sabedoria. Há contos lá que precisam desse tempo de decantação.”

      Enfim, é isso! Uma boa noite e um pouco mais de esmero nos próximos comentários.

  50. Rangel
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Rangel

    Vamos lá, Severino.

    Suponho que o título tenha sido utilizado para complementar o texto. Então, vou trazer minha interpretação, que deve fugir muito da realidade ou não.

    Primeiro a palavra “lembrança” do título, ela me traz a ideia de algo finito e encerrado. O texto, porém, traz um diálogo no telefone, como algo que está ocorrendo, certo?
    Inicialmente, diz-se que o pai melhorou etc. No final, ele parece ter piorado, o que impede que o interlocutor do outro lado do telefone fale com ele.
    Então, minha TEORIA, o pai de fato piorou ou a personagem o matou? Assim, quando mais tarde alguém o encontrar sem os fios, acreditaram que ele tirou a própria vida. Isso não fica claro, mas me parece uma leitura completamente possível, e provável do conto. Ocorre que, leitores costumam ser pouco criativos e literais, então, se for o caso, creio que muitos não perceberam alguns detalhes e entenderão como erro seu.

    Antes de dar meu veredito, quero falar sobre o trecho: “Depois, lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras… Já fez isso, né?!”. Achei confuso. Não sei se foi falha de revisão (textos curtos, quando vamos cortar acabamos cortando o sentido), daí esse trecho seria uma pergunta ao outro, ou se de fato o pai se lembrou disso. Mas se for a hipótese final, por que a pergunta “já fez isso, né”.

    Por fim, gostei do texto. Soube explorar os limites, foi inteligente, provocador, fugiu da obviedade. Parabéns!

    • Rangel
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de Rangel

      Cheio de erro no meu comentário kkkk. A parte da minha teoria era pra ser: o pai não piorou, a personagem de cá no telefone o matou. Um parricídio. Assim, quando mais tarde alguém o encontrar sem os fios, acreditarão (não acreditaram) que ele tirou a própria vida.

  51. Rodrigo Ortiz Vinholo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gosto do formato e do assunto, que é bem relevante e realista. O diálogo soa natural, o que é difícil de fazer.

    Estranho dois pontos, porém: o primeiro é que há certa contradição nas ações do personagem, fato que pode ser algo natural à personalidade dele, como geralmente ocorre, mas que no curto formato do micro conto não me parece funcionar tão bem. O segundo ponto é que o título dá abertura para ter algo de realismo mágico no conto, com o corredor sendo aquele que tem a lembrança, mas no fim das contas ele me parece deixado de lado, um sujeito oculto cuja menção não era nem necessária para o desenrolar.

  52. fcaleffibarbetta
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Severino,

    Gostei da escolha por um narrador que fala ao telefone e nós só ouvimos a sua voz. Você nos passa as informações de forma clara, talvez muita informação para um microconto, mas pode ser minha vontade de sair cortando tudo rsrs.

    Tem um bom fechamento, que me surpreendeu, mas uma coisa me incomodou: se ele inicia dizendo que o pai passou o dia bem, acho contraditório depois dizer que “Há pouco ele se agitou, tentou tirar os fios e desligar a máquina”. Não passou tão bem assim, né? Além disso, e mais importante, acho que o mais esperado em um diálogo nessa situação seria esta informação final vir antes de tudo. Primeiro pq foi a última coisa que aconteceu, depois, pq é a mais relevante. Mas é claro que vc mataria seu micro se fizesse isso, não é memso?. Entendo a sua escolha, mas sugeriria que justificasse essa escolha do narrador. Colocasse em algum momento, já que sobraram palavras na parte inicial, um constrangimento em contar, uma dúvida se falaria aquilo ou não pra pessoa do outro do telefone. Ou, por exemplo, quase desligando, espera, preciso te falar tb que… que… sei lá, algo que justificasse ele dizer aquilo só no final.

    O trecho “Depois, lembrou de tirar algumas tranqueiras do porão, arrumar as cadeiras… Já fez isso, né?” foi uma boa sacada porque entendo ter sido plantado ali para nos afastar do desfecho, para que, ao sabermos que estava em uma cama ligado a fios, houvesse uma surpresa…  Só achei que a parte “Já fez isso, né?” ficou confusa, na primeira leitura eu entendi que ele pudesse estar perguntando para a pessoa do outro lado da linha se ela já tirou as tranqueiras do porão e arrumou as cadeiras. Eu tiraria esta parte.

    Parabéns.

  53. cyro fernandes
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Um conto com uma dose alta de realismo e melancolia, principalmente para os que já vivenciaram algo parecido.

    Bem desenvolvido

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  54. Thales Soares
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Este é o primeiro microconto que vou ler e comentar, então não sei direito como farei isso. Mas bom… vamos lá.

    Achei interessante a forma como este conto foi construída, todo num parágrafo só, numa conversa de telefone unilateral.

    O tema, no entanto, não me agradou tanto… é um pai que está passando seus últimos dias numa cama hospitalar, é isso? Mas o que tem a ver o título do conto? Quais lembranças? Qual corredor? Acho que não entendi direito…

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Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .