EntreContos

Detox Literário.

Cobiça e decepção (Elisa Ribeiro)

Era um almoço de família.

— Somos o que comemos!

Na avidez de seus quatro aninhos, Clarissa engoliu as palavras do tio em vez da próxima colher de comida.

Ao lado, a mãe, esquecida dela, dava o peito ao irmãozinho.

Não, não queria se transformar na maçaroca de feijão, arroz e carne moída no pratinho. Queria ser macia como o irmão.

Debruçou-se na cadeirinha de comer e cravou-lhe os dentes na perna roliça.

Não, o grito de dor que se ouviu não foi do bebê. Com os lábios manchados de sangue, Clarissa chorou copiosamente a perda simultânea dos dois incisivos.

53 comentários em “Cobiça e decepção (Elisa Ribeiro)

  1. jowilton
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história de uma menina que ao escutar que somos o que nós comemos, acaba mordendo o irmão, porque queria ser como ele. Por conta desta ação, acaba perdendo os dentinhos de leite

    A boa sacada é como a criança interpreta o comentário do tio, de forma literal, que é bem característico em crianças pequenas.

    Achei a técnica boa e um bom impacto

    Boa sorte no desafio

  2. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Emular a perspectiva de uma criança é sempre um desafio a quem escreve. Aqui, o sucesso dessa empreitada fica na literalidade com a qual encara as palavras do tio e a maneira como isso é demonstrado quando a menina nega o prato de comida e olha para o irmão. O desfecho ainda entrega uma pequena surpresa em que achei genial a escolha do pseudônimo e guarda uma espécie de lição de moral, elemento da narrativa que casa com o enredo. Forma e conteúdo muito bem alinhados, parabéns.

  3. Roberta Andrade
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Achei o conto fofo e transmitiu bem a ingenuidade das emoções da criança. A forma de interpretar literalmente a frase do tio e agir com impulsividade dá um toque divertido e inesperado ao conto.

    Gostei da construção! Boa sorte!

  4. Raphael S. Pedro
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Olá! O conto dá aquela impressão bem estilo domingo em família mesmo, cheio de gente, barulho, etc.

    A criança, pura como haveria de ser, acaba pagando o pato pelo tio lingua solta.

    Sinto que não me cativou, não sei se era uma história triste ou um conto cômico.

    De toda forma, parabéns e boa sorte!

  5. Diego Gama
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    gostei da escrita e do enredo como um todo! Queria mais da história, adorei!

  6. Sidney Muniz
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Boa tarde!

    Tudo bem, caro autor?

    Era um almoço de família. – Era? Um conto interessante, carnívoros eles hein?

    — Somos o que comemos! – Sempre somos!

    Na avidez de seus quatro aninhos, Clarissa engoliu as palavras do tio em vez da próxima colher de comida. – Uma frase bem melhor que o início do conto. Esta realmente chama a atenção!

    Ao lado, a mãe, esquecida dela, dava o peito ao irmãozinho. – Hum, esse trecho é bom! Gostei da quebra de ritmo e ao mesmo tempo da forma como criou um clima familiar ao conto.

    Não, não queria se transformar na maçaroca de feijão, arroz e carne moída no pratinho. Queria ser macia como o irmão. – Heita, que merda é essa? kkk

    Debruçou-se na cadeirinha de comer e cravou-lhe os dentes na perna roliça. – Ufa! Direta como uma flecha!

    Não, o grito de dor que se ouviu não foi do bebê. Com os lábios manchados de sangue, Clarissa chorou copiosamente a perda simultânea dos dois incisivos. – Muito bom esse trecho final! Curti!

    É um conto muito interessante, dá para pensar em algo tipo; ‘Parasita” ainda que eu não goste do ganhador de Oscar, vejo o conto com esse ritmo, também não gosto de Tarantino e tem para mim aqui o mesmo sabor e admito, é bom! Gostei bastante!

    Parabéns e boa sorte!

  7. Victor Viegas
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Di Leite!

    Pseudônimo engraçado, dado o contexto da história rs. O conto é bom, bem escrito, você conseguiu descrever as cenas de maneira eficiente. Porém, fiquei com a sensação de ser um fragmento de uma história maior, o final não me cativou, ficou incompleto. Poderia ter um maior impacto, talvez mudar a percepção do leitor, mas não foi o que percebi em minha leitura. Boa sorte no desafio!

  8. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Mais um microconto cômico, onde uma criancinha invejosa aprendeu desde cedo que sua mesquinhez pode trazer consequências nefastas. O engraçado é que tudo dava a entender que a “perna roliça” fosse o do irmãozinho. Menos mal ele não o ter mordido, talvez porque ele estivesse no colo da mãe. Imagine o que ela poderia fazer sem que ninguém estivesse vendo. Falar sobre a maldade infantil é quase um tabu, mas aos 4 anos a criança já dá uma deixa do que será dali para a frente. Não tenho filhos, mas observei isso no meu irmão e meus primos mais jovens. Não falo necessariamente sobre ser maldoso, mas uma mostra de suas personalidades que hoje eles apresentam na vida adulta, mais de 30 anos passados. Não sei se a intenção do autor era a de fazer uma crítica, mas eu gostei.

    Boa sorte.

  9. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Oi, Di Leite,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu texto possui uma cena inicial de cotidiano, um almoço em família, a mãe amamentando um bebê enquanto a irmã mais velha escuta o tio proferir “somos o que comemos”. Então, a menina crava os dentes no irmão, porque queria ser fofinha como ele. De quebra, perde os dois primeiros dentes de leite.

    Antropofagia na infância é uma escolha bem inusitada.

    Talvez faria mais sentido ela avançar no peito da mãe. Crianças nessa idade costumam ter invejo dos caçulas por seu acesso mais direto aos carinhos maternos.

    Seu conto é interessante, Di Leite, e está bem desenvolvido. Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!

  10. Priscila Pereira
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Di Leite! Tudo bem?

    Gostei do seu conto! Muito bem escrito!

    A cena de um cotidiano bem feito, focado na inocência da criança, sem grandes reviravoltas, mantendo o tom do começo ao fim.

    O título sugere algo mais pomposo e sério, mas o pseudônimo dá uma dica do contrário e tudo se casa perfeitamente no final.

    Fofinho! 🥰

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  11. leandrobarreiros
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Um conto bonitinho. O diminutivo pode parecer negativo, mas não é. Existe uma certa sutileza e sensibilidade que, na literatura mundial, eu só encontro de verdade nos escritores latinos. Senti um pouco disso, aqui. Uma inocência bem humorada, e muito bem escrita.

    Técnica: Alta. O texto é fluido, interpreta bem um pov infantil e ainda traz uma surpresa no final.

    Interesse: Alto. Existe uma espécie de ressignificação engraçada aqui. Achava que a história ia desenrolar para um terror bem estranho, mas a frase final deixou tudo divertido e inocente.

    Objetivo do autor: Criar uma história original e bonitinha que surpreende o leitor ao fim.

  12. André Lima
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de André Lima

    Muito bom! Criativo, com elementos anedóticos, mas sem perder a essência de um conto. Descrições leves e precisas. Humor interessante.

    A técnica é excelente. Acredito que ficará entre os meus favoritos.

    A literalidade das crianças, a inocência, o ver o mundo através dos olhos infantis… Tudo conseguiu ser resumido aqui. Talvez até uma pitadinha de ciúme do irmão.

    Parabéns pelo trabalho!

  13. Felipe Lomar
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    a criança interpreta a fala de forma literal e resolve morder o irmão. Pra falar a verdade, achei a cena bastante grotesca e meio assustadora. Mesmo que a criança tenha um pensamento literal, ela deve ter, normalmente, empatia (e falo isso como autista que sou). Considerar uma atitude violenta em razão de um desejo próprio poderia ser jm claro sinal de sociopatia. O autor poderia ir nessa direção, mas preferiu suavizar o conto com um desfecho inesperado, e com isso abriu mão do impacto que poderia ter. Me desculpe, mas foi um potencial desperdiçado

    boa sorte.

  14. Marco Saraiva
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Gostei da cena cômica, o texto passa bem a inocência infantil, o pensamento frágil e direto da criança, a ação imediata diante do medo de virar feijão e arroz. Gostei também de como o conto nos mostra que falamos coisas para crianças por vezes sem pensar que elas não as entenderão da forma correta.

    Um conto bonito de ler, uma cena engraçada e inocente. Parabéns!

  15. Guaxinim
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Guaxinim

    Interessante e extraordinário, acredito que jamais pensaria em algo assim, com esta linha de pensamento que levou ao desfecho.
    Realmente, as crianças interpretam as palavras de uma maneira muito literal, sua história me lembrou o personagem central do desenho “O Fantástico Mundo de Bobby”.
    No início achei que ela iria beber o leite da mãe, mas ela queria ser macia, mais jovem e ter uma dose maior de carinho materno.
    Menina esperta. Parabéns pelo excelente texto.

  16. Thais Lemes Pereira
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Olá, Di Leite.

    Contexto pessoal

    A inocência das crianças é uma coisa muito gostosa de vivenciar. eu gosto de ver como elas enxergam o mundo e como isso reflete em seus atos. Seu conto traz isso de uma forma muito louvável.

    Análise do conto

    Simples, bem amarrado, direto. Fico pensando se ” ser macia” seria um termo para referenciar ciúmes do irmão que está mais próximo e tem mais atenção da mãe por ser um bebê ou se é literalmente uma descrição física. Mas a verdade é que não importa. Essa mordida vai deixar uma cicatrizinha para que sempre recordem desse dia.

    Conclusões

    Preciso repetir exatamente o que disse no conto anterior que li. Não é um conto que gera impacto ou grandes reflexões como muitos que entrarão na minha lista, mas espero que ele tenha um lugar especial da minha lista, pois me trouxe muita alegria.

    Desejo um bom desafio

  17. Gustavo Araujo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Há muito disso neste conto que brinca com a inocência – ou talvez com a perda da inocência – de uma menina que leva ao pé da letra os conselhos de um tio em pleno almoço de família.

    É muito boa a construção da cena e melhor ainda a descrição dos pensamentos da menina Clarissa. Que crianças não pensariam exatamente dessa forma?

    Apenas o fim me pareceu destoar um pouco. A perda dos dois dentes remete, sim, à decepção, mas esse arremate me pareceu um pouco afastado da ideia principal do texto, que era “o somos o que comemos”. Eu esperava algo mais nessa linha, isto é, que a decepção por ela sofrida também se baseasse nessa premissa.

    Ficou legal de todo modo, mas acho que elevei demais as expectativas por conta do início.

  18. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, Di Leite, caramba, você me traz um pacato almoço familiar. A garotinha nos seus quatro aninhos escuta do tio que somos o que nos alimentamos e aí, ela assume as palavras e quer ser o bebê da mamãe, aquele que está ao peito e que merece a maior e mais gostosa atenção materna. Crava os dentes na perna do maninho e seus dentes de leite, que um tanto precocemente, já deviam estar bambos, se soltam fazendo-a chorar também. Uma história que faz sentido, mas que me gerou, no tanto que ela está aberta, algumas dúvidas. Parabéns.

  19. Amanda Gomez
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Adorei a construção do seu conto. São tantos detalhezinhos que você colocou para ornamentar que ficou ótimo, e até me fez achar parecido com a imagem… Não é uma coisa óbvia ou perfeitinha, é como essa arte aí: bem descolada.

    Vamos à história. Esse microconto me lembrou outro que tem aqui, por usar como pilar a ingenuidade da criança que interpreta literalmente a frase de um adulto. Aquela lógica que só pode vir delas. “Somos o que comemos”… consigo imaginar os olhinhos dela se arregalando diante dessa constatação curiosa.

    Crianças são seres bem complexos… sempre que surge nelas um novo sentimento, elas são arrebatadas por ele. Elas podem ser frias, cruéis, invejosas… É esquisito imaginar isso em seres tão inocentes, mas é um fato. Alguns mais que outros, claro. A menina poderia ser facilmente uma mini psicopata em formação, hehehe.

    A ideia de o que o tio falou ser um gatilho para o ciúme que ela sente, mas não entende, foi muito certeira. A mãe, coitada, dá mais atenção a quem mais precisa, obviamente, mas como explicar isso para a primogênita?

    A cena final, numa primeira leitura, é grotesca e cômica. Principalmente pelo detalhe da boca cheia de sangue após a mordida. Logo depois, o autor muda a marcha e traz mais um plot: a menina perdeu os dentes na sua falha tentativa de ser mais como o irmãozinho e, assim, voltar a ter a atenção da mãe.

    Eu não vou perder tempo com questões de lógica como: “Mas por que o menino não chorou também?”, ou “Como assim ela perdeu os dentes?” Não precisa. Eu sei como é fácil perder um dente mole, e isso não me causou estranheza. Não é sobre isso. Aqui, o que importa é a proposta do conto.

    Título perfeito, pseudônimo na medida. Texto muito bem executado.

    Parabéns!

  20. Mariana
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    A infância é um tema que sempre rende muitas histórias. Aqui, uma garotinha resolve “engolir” o irmão. Pode ser ciúmes da atenção que a mãe está dando para o caçula, ter ficado impressionada com a fala do tio, inocência e mais um monte de aspectos misturados. Aos quatro anos, as emoções e pensamentos também são uma maçaroca. É um texto divertido e bem escrito, com final amarrado. Parabéns e boa sorte no desafio.

    ps – fiquei curiosa em saber a autoria da pintura

  21. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Durante um almoço, menina leva ao pé da letra o que diz o tio e parte para uma ação extrema.

    Desenvolvimento: A leitura estava interessante até o momento do “ataque”. Pensei: “Não acredito nisso! Mas como?”, e isso porque não consigo decidir na minha forma de interpretação sobre o que ocorreu. Se Clarissa faz uso da cadeirinha de comer, ainda não tem nem quatro anos, é isso mesmo? Então não estava trocando os dentes, embora eles fossem “de leite”, como sinaliza o pseudônimo de quem escreveu… Ou será que perdeu os dentes porque caiu da cadeira e bateu a boca com tudo no chão? Mas aí teria como perder os dois incisivos de uma única vez? Bem, não posso dizer nada sobre a cadeirinha, porque meus filhos não a usaram Lembro quando minha filha mais nova, 4 anos, apostando corrida com o cachorro, foi atropelada por ele, caindo e batendo a boca no chão, levamos correndo ao dentista e foi-se um dente, que ainda era “de leite”, obviamente nem estava em época ainda de ser trocado, não estava mole… Voltando ao conto, o último parágrafo não acompanhou a desenvoltura dos anteriores, trouxe muitas dúvidas do que aconteceu.

    Destaque: Para a estrutura do conto até o penúltimo parágrafo, mostrando Clarissa como protagonista e trazendo o seu entendimento do que quer e nisso o título combinou bastante com o que foi narrado.

    Impressões da leitura: Gostei do texto, apesar da ação final. Se o autor/autora quiser aumentar depois, gostaria de ler como ficou.

  22. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Eita continho bão! Parecia encaminhar-se de uma cena clichê para uma descrição de canibalismo, quando revira tudo e vira um momento da infância comum a tanta gente! Lembro que perdi um incisivo numa briga de infância, mordendo meu oponente no ombro – o dente ficou realmente cravado nele! Como reparo, apenas ficou a impressão que a menina queria, na verdade, “ser o que comia” – ou seja, transforma-se em seu irmão. No mais, bom trabalho!

  23. Andre Brizola
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Di Leite!

    Normalmente não faço isso, mas dei uma olhada rápida nos comentários de alguns colegas e fiquei surpreso. Alguns encontraram muito mais significado do que eu. E agora me encontro aqui, pensando se meu comentário vai fazer sentido dentro daquilo que encontrei no seu texto, ou se ele ficará extremamente raso. Mas, enfim, vamos lá.

    O enredo aqui trata de Clarissa, a garotinha de dois incisivos dente-de-leite, que não queria ser a pastinha de feijão, arroz e carne moída, e sim o irmãozinho mais novo, macio, gordinho. Mordeu-o com seus dentinhos bambos e ficou sem eles.

    Sério, não enxerguei ciúme, não enxerguei socos e, meu deus, não vi nenhum vampiro! Entendi apenas uma garotinha impressionável, que adotou as palavras do tio, provavelmente proferidas com muita pompa, e a vontade de não ser aquela comida cinzenta dada a quem não pode mastigar direito.

    O conto é divertido exatamente por essa simplicidade. Clarissa é inocente, crédula e verossímil. O texto corre por termos e frases que tentam fugir do coloquial, arriscando uma elegância dentro da sua normalidade, mas sempre dentro de um ritmo que combina muito bem com o que está sendo contado. Parabéns!

    É isso. Boa sorte no desafio!

  24. Givago Domingues Thimoti
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    COBIÇA E DECEPÇÃO (DI LEITE)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    O primeiro contato de Clarissa com a cobiça e a decepção. Foi com muita sede ao pote, no caso, à perna do irmãozinho

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Acho que foi bem utilizado. História bem delimitada e bem articulada com os demais elementos do conto (título e imagem)

    Ø  Subtexto:

    Bom, esse é um conto com um desfecho aberto que planta uma pulga atrás da orelha do leitor. Afinal, o que aconteceu com Clarissa? Penso que quanto mais se lê, mais vai se diluindo o impacto do conto.

    Meu palpite: Clarissa, no afã de morder a perna do irmão, se embaralhou com a cadeira, derrubando tudo, e batendo com força os dentes na perna de sua cadeirinha, arrebentando os dentes recém nascidos e sentindo o sabor amargo da decepção e da vergonha misturado gosto férreo de sangue.

    Simples, exige um pouco de paciência e calma do leitor.

    Ø  Escrita:

    Competente, muito boa e intencionalmente pouco clara no desfecho do conto.

    Ø  Impacto:

    Médio para baixo. No início, o conto flui que é uma beleza. Contudo, tal qual seria se eu estivesse presenciando essa cena num restaurante, º acontecimento da queda da menina parece que rouba toda a atenção do conto. E é um acontecimento tão vídeo-cassetada que atrapalha a pegada filosófica por trás do conto.

    Talvez seria interessante rebobinar, reconstruir essa cena, deixá-la mais clara e focar em ressaltar qual a mensagem que você, autor (a), gostaria de passar.

    Parabéns pelo trabalho e boa sorte no Desafio!

  25. Thiago Amaral Oliveira
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    O título sugere alguma história da Jane Austen, só que ao contrário. No fim, é um slice of life sobre as confusões da mente infantil, como outros desse desafio.

    Estava divertido, até o final que achei bizarro. Como a Kelly, fiquei elucubrando aqui o que teria acontecido. O irmãozinho chutou com tudo a boca da menina? A mãe realmente amava apenas o menino e deu um soco, interceptando a dentada? Acho que não, né…

    De resto, está ótimo. Poderia até terminar com a dentada e ainda acabaria engraçado, sem complicações. Ela poderia até tentar mamar novamente, afinal, era o mesmo alimento que o irmão consumia. Voltaríamos ao campo da bizarrice? Acho que não.

    Foi um resultado curioso, mas não acho que tenha tirado o brilho do conto, que tem vários méritos. Obrigado, e boa sorte no desafio.

  26. Sabrina Dalbelo
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    Baita micro, muito mais profundo do que as palavras escritas. Aqui está a pontinha do iceberg.

    O ciúmes, ao ser combinado com a inocência de uma criança, é capaz de uma crueldade sem precedentes, animalesca, visceral.

    A menina tomou ao pé da letra a orientação do tio e, porque queria ser o irmão (ter a vida do irmão, a atenção e o colo da mãe), cravou-lhe os dentes. O que ganhou? mais angústia, com a decepção de ter agido assim logo na fase de perder os dentes.

    Interessante que é literal, mas também não é.

    Obrigada pelo texto!

  27. JP Felix da Costa
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    À volta de uma frase feita, oa autora construiu aqui uma história bem humorada, com laivos de humor negro, que explora o desentendimento entre o sentido figurado da fala de um adulto com a interpretação literal de uma criança.

    O texto está bem escrito, exceto a repetição do não no começo da frase. Neste caso não me parece que a repetição esteja a ser usada como figura de estilo. Tirando isso achei o texto engraçado, uma típica história de reunião familiar.

  28. Kelly Hatanaka
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto um tanto estranho, que me perdeu nos detalhes.

    A dinâmica familiar do almoço em família foi bem desenhada. O ciúme do irmão, natural, e a interpretação literal das palavras do tio, também natural (quem tem filhos bem sabe) leva Clarissa a querer “comer” o irmão e tornar-se ele. Afinal, quem tem mais atenção da mamãe?

    Mas aí começa a esquisitice e me perdi.

    Clarissa perde os dois incisivos ao morder a perna tenra do irmãozinho.

    Digo que me perdi, porque me perdi em conjecturas, uma mais doida que a outra. É uma família de vampiros e o bebê é só um esqueleto. É uma família normal e o bebê tem uma prótese no lugar da perna. Clarissa tem um sério problema de saúde que a faz perder dentes aos 4 anos.

    E pronto, a graça e beleza inicial do conto se diluíram no meio das minhas elucubrações malucas.

    Talvez haja um sentido para tudo isso, um porquê para estes elementos. Mas, por mais que procurasse, não consegui entender. Depois, me conta.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  29. claudiaangst
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Um almoço de família que acaba muito mal. A menina induzida pela fala do tio acredita que pode mesmo se transformar no que come. E ela não quer ser uma maçaroca, quer ser macia, tenra como o irmãozinho. Além de querer tomar o lugar dele, por ser o agraciado por maior atenção da mãe.

    Então, a criança decide comer um pedaço da perninha do bebê. O detalhe que não pode ser ignorado é que a mãe estava dando o peito ao filhinho. Por reflexo, ao ser agredido, o bebê deve ter cravado os dentinhos no seio da mãe. Com a dor absurda, a progenitora reagiu institivamente (selvagem e incontrolável reflexo) e socado a boca da filha, o que acarretou a perda dos dentes incisivos. É a minha teoria.

    Não encontrei falhas de revisão. Tudo está bem estruturado e claro. Considero que houve pleno aproveitamento do limite de palavras.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  30. Mauro Dillmann
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Conto bem escrito e inteligente.

    Se somos o que comemos, a menina quer comer o irmão para ser ele e receber o afeto da mãe. O ciúme está presente, mas não está dito. Por fim, a mordida a ponto de sangrar, a perda dos dentes, lembra algo vampiresco. Somos vampiros?

    Parabéns!

  31. Rodrigo Ortiz Vinholo
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gostei! A anedota tem os tons de uma crônica de Luis Fernando Verissimo, e trabalha bem o imaginário da criançada com seus exageros e tragédias. A execução está boa, ainda que eu tenha dúvidas se os dois dentes não foi um exagero que distrai um teco, bem como a repetição do artifício do narrador explicativo com seu “não, não”. Ainda assim, bem interessante!

  32. toniluismc
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Di Leite, esse não é um texto fácil por N motivos, e o título e imagem que você escolheu tornaram essa avaliação ainda mais complicada, mesmo eu considerando apenas o conteúdo pra definir os meus favoritos.

    Achei pesado colocar em uma criança sentimentos tão complexos, porém entendo que a interpretação que damos não é necessariamente o que ela sentiu. A narrativa, apesar de curta, explora temas complexos como a cobiça, a inveja e as consequências das nossas ações.

    Existe uma tentativa de subverter as expectativas do leitor que foi bem executada, apresentando uma cena aparentemente cotidiana de um almoço familiar e transformando-a em um momento de violência e desespero. A escolha da boca como instrumento de agressão tornou a situação ainda mais perturbadora.

    Parece que a mãe dessas crianças é daquele tipo ausente ou desatenta, ou simplesmente está exausta demais pra conseguir lidar com tudo isso. Por exemplo, a imagem da criança mordendo o irmão evoca sentimentos de repulsa e de compaixão.

    Relações familiares sempre será um tema universal, e a forma como você trabalhou a inveja e a violência, pode-se dizer que serviu como uma metáfora para as relações de poder e as lutas por atenção e afeto.

    Desejo-lhe boa sorte neste Desafio!

  33. Juliano Gadêlha
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Que loucura, gente. No bom sentido. Texto divertido e perturbador. Interessante como o autor constrói a cena a partir de uma frase, com um desenvolvimento bem satisfatório. Só não fez muito sentido pra mim a perda dos dois incisivos, mas no geral gostei bastante. Parabéns!

  34. Fabiano Dexter
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Li, demorei um pouco para entender, li de novo e achei muito bom!

    Na primeira leitura eu perdi a frase do tio, mas em micro contos bons como esse aqui cada palavra é importante. E quem tem criança em casa sabe que não importa o que eles estão fazendo, estou sempre ouvindo e interpretando tudo aquilo que estão ouvindo, mas com a experiência deles. E uma criança de quatro anos é extremamente literal.

    Adorei o conto e a história e, para mim, mesmo a perda dos incisivos no final se fez desnecessária como um ‘final surpreendente’. A narrativa, a ideia e a descrição da cena foram mais do que suficientes para causar um impacto no leitor.

    Adorei!

  35. Evelyn Postali
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Eu ri. Depois, reli e fiquei chocada. Não sei. A primeira leitura me fez realmente rir. A segunda me fez perceber a qualidade perturbadora e o humor negro. Foi um ato infantil, mas por trás disso estão as necessidades emocionais. A frase inicial, “Somos o que comemos!”, já cria uma ideia de transformação. Somos o que comemos? Para Clarissa, o entendimento foi literal. O cenário de um almoço de família, geralmente associado a convivência calorosa, é transformado em algo quase grotesco, onde a avidez e o desejo de se transformar (não na comida, mas no irmão) levam a uma reação instintiva e assustadora. A fala do tio foi o estopim.

  36. Juliana Calafange
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Achei divertida a ideia, da criança levar ao pé da letra o ditado popular. O final é que ficou meio perdido pra mim. A cena que me vem à cabeça é da Clarissa mordendo a perna do irmãozinho e deixando os dentes cravados nele. Daí pensei: mas como o bebê não gritou também? E como morder uma perna fofa de bebê pode provocar a perda de dois incisivos? Será que está aí a mensagem subliminar desse conto?

    Então tentei imaginar que aquela seria uma família de vampiros e que o bebê já estava morto e portanto sua perna não era fofa, era dura. Mas se for assim, por que a irmã achava que ele tinha a perna macia? E por que uma família de vampiros estaria dando a ela uma maçaroca de feijão com arroz e carne moída pra comer ao invés de sangue?

    Enfim, eu não alcancei o que vc quis dizer com esse conto, me perdoe, Di Leite. Às vezes o conto está tão claro na cabeça de quem o escreve, mas não funciona da mesma forma com o leitor. Daí a importância que devemos dar às leituras “betas”.

    De qualquer forma, a premissa é muito divertida. Parabéns.

  37. Antonio Stegues Batista
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Essa é uma história fictícia, ou seja, uma estória, e em ficção tudo pode acontecer, inclusive uma criança de 4 anos perder os dentes numa mordida. Na realidade, uma criança começa a perder os dentes de leite a partir dos 6 anos de idade. Clarissa, apesar da idade, tem uma grande imaginação, levou as palavras do tio ao pé da letra e mordeu a perna do irmãozinho que era dura como ferro e em consequência perdeu os dentes vampíricos.

    Responder

  38. andersondopradosilva
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Cobiça E Decepção é um microconto sobre a infância, a inocência e as primeiras descobertas. Ao mesmo tempo, estamos diante de uma cena familiar e seus encantos e agruras. Presenciamos o conflito de gerações nas palavras adultas cujos sentidos escapam às crianças. Presenciamos os apertos da maternidade, com essa mãe que alimenta enquanto deveria estar se alimentando e que tem de administrar o conflito entre irmãos. Presenciamos variadas questões do microcosmos familiar. Em meio a tudo isso, temos nossa protagonista mirim, a Clarissa, multifocada e espoleta, que, atenta às palavras do tio, se recusa a ser maçaroca e prefere ser fofinha. Toma como vítima as perninhas do irmão e logo descobre que sob a carne escondemos os ossos. Acaba perdendo um par de dentinhos. Uma baita decepção pruma menininha tão cobiçosa.

  39. Rogério Germani
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    A fase das descobertas pelas crianças sempre traz lições para todas as idades. A inocência e a inveja da pequena foram bem dosadas.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  40. cyro fernandes
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Conto com enredo original e bem explorado. A perda dos dentinhos de leite foi um belo castigo da natureza, afinal a inocência aparente poderia não estar presente. Estranhei o irmãozinho não chorar também.

  41. Vítor de Lerbo
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    Conto bem interessante, tratando de uma temática ao mesmo tempo inocente e densa, que é o ciúme da irmã mais velha (que quer se tornar o mais novo com a dentada), ao perceber o apego da mãe com o bebê.

    Muito bem escrito, construção acertada, palavras competentemente encaixadas.

    A referência aos deites de leite perdidos pela menina no pseudônimo da pessoa que escreveu enriquece a obra como um todo.

    Boa sorte!

  42. Afonso Luiz Pereira
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    A ideia de abordar a infância com um toque de humor e um pouco de canibalismo involuntário foi uma jogada bem interessante. Clarissa, com seus quatro aninhos, nos mostra de uma forma exagerada (e hilária) como crianças conseguem levar tudo ao pé da letra e como suas emoções podem ser intensas.

    Acredito que a escrita está muito bem amarrada. O autor soube condensar bastante informação em poucas linhas, o que é importante num miniconto. Um ponto que achei especialmente interessante foi como a ideia de “cobiça” está literalmente representada pelo ato físico de morder e pela vontade de Clarissa de “ser macia como o irmão”. Boa sacada. Texto com crianças sempre traz interessante de ler. A frase “Não, não queria se transformar na maçaroca de feijão, arroz e carne moída no pratinho” foi muito bem construída tanto na sonoridade quanto no significado relevante de mostrar a pureza do pensamento enviesado da menina. Leitura muito agradável.

  43. fcaleffibarbetta
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Di Leite
    Gostei do seu microconto, da inocência da criança em levar a frase do tio ao pé da letra. Um final inesperado, muito bom.
    Acredito que o início seria mais interessante sem dizer que era um almoço em família, logo se perceberia. Começaria com a fala, que é forte e chamaria logo a atenção.
    Adorei a ideia de ela engolir as palavras do tio ao invés da comida. Boa.
    “Debruçou-se na cadeirinha de comer”, não consegui visualizar esta cena. Se a mãe dava o  peito ao menino, quem estava na cadeirinha era ela. Se ela já está na cadeirinha, estranho ela debruçar-se nela…não sei, alguma coisa me soa estranho aí.
    “simultânea dos dois incisivos” – não precisa da palavra simultânea.

  44. José Leonardo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Nelsinho Rodrigues.

    A vida muitas vezes é experimentação. No caso, temos uma menina (possivelmente vagando entre uma frase e outra cotidiana à mesa) que entende a frase de seu tio na literalidade. Para testar ou contestar, resolve aplicar o “ensinamento” e leva a pior.

    Está muito bem escrito e utilizou satisfatoriamente esse pouco limite de palavras que vocês, autores, têm.

    Parabéns e boa sorte neste desafio.

  45. bdomanoski
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Um conto bem humorado sobre uma situação cotidiana. Consegui visualizar toda a cena, que é de fato uma cena “fofa”. Bem descrito, personagens bem construídos – dentro da proposta de ser um micro. Redondinho. Parabéns! APenas o título dava a entender outra coisa, parecia que seria uma história pesada, mas fiquei contente por ter sido ludibriada nisso. O efeito leve e humorístico foi positivo.

  46. Marcelo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Criativo e bem-humorado. A construção do texto nada revela até a última linha. Isso é bom. A imaginação percorre o texto junto com os olhos.

  47. Leo Jardim
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): uma menina bem novinha leva ao pé da letra o ditado de sermos o que comemos. Começa digerindo a frase do tio e depois tenta canibalizar o irmão, perdendo dois de seus poucos dentes de leite. Uma história leve e agradável de ler.

    📝 Técnica (⭐▫▫): a leitura travou um pouco, por causa de algumas frases com muitas vírgulas (Ao lado, a mãe,…). Fora isso, tudo ok.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): na média do desafio

    🎭 Impacto (⭐⭐▫): me tirou um sorriso no fim. Achei que ia para um canibalismo entre irmãos, mas manteve o tom infantil. Gostei assim também, fugiu do esperado.

  48. Nelson
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Uma cena em que um tio da pavê faz uma piada e logo destrói o sonho juvenil de Clarissa, que não se conforma com a ideia de se transformar na famosa “papinha”. Quer ser macia, macia como o pequeno que se amamenta, mas ao mesmo tempo já não se vê mais apta a obter o leite materno. A solução, meter seus dentes vampirísticos na perninha mais próxima. Uma cena interessante, embora meio sem cores.

  49. Nilo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Gostei da historia. Além de bem escrita traz uma situação inusitada. muito divertida a frase: Não, não queria se transformar na maçaroca de feijão, arroz e carne moída no pratinho. Queria ser macia como o irmão. Ótimo final. Parabéns. boa sorte no desafio.

  50. geraldo trombin
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    A inocência da garotinha levando a situações constrangedoras ao interpretar erroneamente a fala do tio. O resultado não podia ser outro. Approach perfeito!

    Parabéns!

  51. Thales Soares
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Achei este conto razoável. Ele é muito bem escrito, e nos apresenta uma situação inusitada, gerado pelo mal entendido de uma criança.

    A frase mais legal do conto todo foi esta:

    “Na avidez de seus quatro aninhos, Clarissa engoliu as palavras do tio em vez da próxima colher de comida.”

    Isso foi bem legal, e mostrou que o autor deste conto é muito bom na escrita! No entanto, a trama não me agradou muito. A menina acaba mordendo a perna do irmãozinho, ai ela perde os dentes, sai sangue, e ela começa a chorar.

    Tipo… ok. Mas achei um tantinho sem graça. O título do conto é “Cobiça e decepção”, então deve ser porque a garota cobiçou ser o irmão, mas no final se decepcionou com o resultado de sua atitude.

    Boa sorte no desafio.

  52. antoniosodre
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    O começo muito intrigante quando percebemos que a garota leva literalmente as palavras do tio. Aí temos um contraste bem elaborado com o final, que é pesado, que tem a imagem de sangue, o ciúmes que está nas entrelinhas.

  53. Luis Guilherme Banzi Florido
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa/tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curve e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: família reunida, almoço de domingo. O tio solta uma frase de efeito, a sobrinha interpreta mal com a cabecinha de criança e perde os dentes.

    Microsensações: um conto ao mesmo tempo fofo e divertido. Uma mistura adorável e difícil de fazer, mas quando bem feita, dá bons resultados, como aqui. Você foi muito feliz ao nos mostrar a história pelos olhos de uma criança, e nós leitores vemos a cena por essa perspectiva. Cativante. Também foi um acerto usar um título e uma imagem que nos fazem pensar em algo profundo e denso, quebrando essa expectativa ao longo da leitura.

    Impacto:

    Micro

    Médio

    Macro –> a fofura e pureza da menina, somadas ao tom divertido e bem humorado da escrita me causaram um alto impacto.

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: ótimo. Muita coisa contada em pouco espaço.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: enquanto eu degustava uma bela espiga de milho na manteiga, eu observava absorto minha prima Luíza ser enganada por sua mente de criança e interpretar ao pé da letra mais uma das muitas frases de efeito que o tio Rubão soltou no almoço de família. O resultado foi muita risada na mesa e uma dose de candura. Um dentinho foi pra caixinha de memórias da mamãe, outro foi pra baixo do travesseiro.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

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Informação

Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .