Caindo de maduro (Geraldo Trombin)
A safada da mosca da fruta é atraída por uma goiaba muito da gostosa. Na surdina, iniciam uma relação proibida.
A mosca da fruta acarinha, beija, namora, faz amor com a goiaba, que acaba engravidando e abrigando em sua polpa uma ninhada de horrendos filhotinhos. Famélicos, os “bigatinhos” vão comendo, comendo e necrosando a goiaba por dentro, até que um dia a goiaba cai de “maduro”, se esborrachando todinha no chão.
O ministério da mosca da fruta adverte: toda relação tem o seu lado podre!
53 comentários em “Caindo de maduro (Geraldo Trombin)”
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EntreContos 
Boa noite!
Um conto que vai mais pelo lado cômico!
Eu pessoalmente achei a ideia interessante, mas um pouco preguiçosa, pois não apresenta nada novo.
Não sei se seria uma piada, não vejo um plot a não ser pela jogada de falar de relações.
Enfim, para mim não funcionou.
No mais desejo sorte!
Achei bem criativa a metáfora e bem desenvolvida tecnicamente.
Como uma jovem com pavor de uma gravidez inesperada, logo me coloquei no lugar da goiaba, que teve seu futuro marcado pelo resto da vida.
Achei o conto bem humorado e bem escrito.
Boa sorte.
COMENTÁRIO: Uma anedota bem-humorada, gostei. Destaca-se a agilidade da descrição ao passar essas etapas da natureza como se fossem as de um namoro, mantendo esse toque de leveza até o final, com um desfecho que quase parece uma “moral da história”. Não foi impactante, mas foi bem construído, o mérito estando mais no percurso do que no final.
a descrição da moscar beijando e fazendo amor com a goiaba não vai me deixar dormir essa noite! Muito bom!
Olá, tudo bem?
Gostei dessa microcrônica cheia de ironia, com clara alusão aos relacionamentos humanos. Usar como analogia a relação da mosca que usa a goiaba para gerar sua cria é bem criativa e foi bem escrita, com linguagem regionalista, cheia de personalidade. Parabéns e boa sorte no desafio.
É um texto interessante, quase uma anedota, com um jeitão de crônica. Poderia ser também o roteiro de uma charge. Acho que é um microconto agradável, de boa técnica e alguma originalidade.
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares.
Não era amor, era parasitagem.
Sua narrativa inicialmente seduz o leitor com uma história de romance, mas logo revela uma dinâmica parasitária e destrutiva. A mosca encontra na goiaba um abrigo para pôr seus ovos, e as larvas que surgem dele destroem a goiaba. Mas não dizem que “bicho de goiaba goiaba é?” O desfecho, com o aviso em tom jocoso, reforça a crítica ao desgaste inerente a certas relações, ao mesmo tempo em que brinca com a linguagem publicitária para ampliar o impacto cômico e reflexivo do texto.
Em microcontos, a escrita precisa ser concisa. Por isso, me incomoda a adjetivação excessiva em algumas frases. É uma questão de estilo, mas eu prefiro que se dê elementos para que o leitor conclua se tratar de “horrendos filhotinhos”, por exemplo.
Em todo caso, é um microconto interessante, com uma mensagem que vale para relações amorosas que não se restringem às de moscas/ goiabas.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Olá, Alci! Tudo bem?
Quanta imaginação! Jamais pensaria em fazer um conto sobre relacionamento sobre esse ângulo.
Achei muito nojento imaginar tudo literalmente, mas acredito que essa não era a sua intenção, não é mesmo?
Acho muito pessimista a sua última afirmação.
Nem toda relação humana tem um lado podre. A maioria pode ter, mas não toda. Ainda existem relações saudáveis e férteis, cheias de amor e respeito. Mas isso vai muito da vivência e experiência de cada um.
Um conto que faz pensar.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Olá, Alci.
Contexto pessoal
Odeio moscas. Odeio moscas voando em torno da comida. Não gostei de imaginar as cenas do seu conto nenhum pouquinho 😅
Análise do conto
Li seu conto ontem, mas resolvi comentar hoje, porque não sabia muito bem o que falar… se encararmos o conto apenas relatando o “relacionamento” entre a mosca e a fruta, fica morno. Fico pensando qual mensagem você quis transmitir. Fui nos comentários.
Vi que alguns colegas estão falando que o conto é uma metáfora para um relacionamento abusivo. Mas na nota final você diz “TODA relação”. E por toda relação, entendo toda relação: minha relação com meu namorado, com meus pais, meus amigos. Mas tentei aceitar o relacionamento abusivo. Alguém engravida e vem a frase: “Famélicos, os “bigatinhos” vão comendo, comendo e necrosando a goiaba por dentro,”. Era para representar algo ruim dentro de uma relação filhos X mãe? Como se a gestação causasse algo de ruim à mulher. Talvez por viver um relacionamento abusivo… achei forte demais a palavra “necrosando” se o texto realmente se referir a uma gravidez.
Terminei o conto pensando se viajei demais, se devia ter considerado apenas a relação mosca X fruta.
Conclusões
Ao considerar apenas a relação mosca X fruta, o conto perde a força. Ao considerar uma metáfora para um relacionamento abusivo, o conto ficou confuso demais pra mim.
Desejo um bom desafio!
Mais um conto criativo e diferente, falando sobre a relação de uma mosca e uma goiaba.
Achei a leitura bem fluida e leve, até mesmo divertida. Só não gostei que chamou os filhotinhos de horrendos.
Tirando isso, o final ficou um pouco fora do restante do texto, na minha opinião. Ainda que contenha uma lição extremamente válida.
uma metáfora para um relacionamento abusivo. Bem construído, interessante. Não tem muito o que falar, é um ótimo conto. Parabéns
boa sorte!
O conto narra de forma metafórica um relacionamento amoroso, onde um sempre leva vantagem sobre o outro. Foi uma boa sacada. A linguagem é simples e direta, boa técnica. O final me soou como uma lição de moral ou algo que o valha, diminuindo um pouco o impacto. No geral, é um bom conto.
Boa sorte no desafio
Rindo muito da sua história. Um microconto de comédia. Que legal! Pois é, gostei da maneira bem natural, como se fora uma conversa corriqueira, a chegada da mosca da fruta, o namoro com a gostosa da goiaba que termina por engravidar. Nascem as famélicas larvas a devorar por dentro sua hospedeira e aí vem o ministério da mosca da fruta para nos advertir que toda relação tem seu lado não saudável, sua parte que fica meio escondida, mas que está meio (ou bastante) podre. Gostei muito! Parabéns,
Uma mosca sacana encontra uma goaba safada….
Várias pessoas levaram o conto mais a sério, extraindo metáforas dele. Eu fiquei com a sensação de ser apenas uma brincadeira sem maiores pretensões e, com essa mentalidade, me diverti lendo.
Várias palavras enriquecem o texto, tirando-o da simplicidade: “acarinha”, “horrendos”, “necrosando”…
Gostosa essa mistura de sacanagem com destruição!
Como muitos, só não gostei do final… para mim soou mais como uma piadinha de tiozão, infelizmente. Talvez passar a mesma mensagem, mas de outra maneira, teria funcionado melhor.
De qualquer modo, gostei. Obrigado e boa sorte no desafio.
Plot: Mosca engravida goiaba (!) e o texto mostra o que acontece com a fruta.
Desenvolvimento: A mim me faltou suspensão da descrença para aceitar uma goiaba sendo engravidada por uma mosca. Não houve elementos na narrativa que me fizessem acreditar nisso, que isso pudesse de alguma forma acontecer. E a conclusão é o que traz o último parágrafo? Tudo isso foi pra dizer que toda relação tem o seu lado podre? Se sim, achei desnecessário. Aliás, se me permite, todas as pessoas é que têm o seu lado podre. Ninguém é 100% perfeito. Mas como você fez uso de uma goiaba e uma mosca, nunca teremos certeza. Ou teremos?
Destaque: Estou quase terminando as leituras e acho que esse é o terceiro ou quarto texto em que não consigo destacar nada. Bem, menos de 10% colocando em estatística.
Impressões da leitura: Bem, eu não gostei, vou ser sincera. E creio que possa haver quem tenha gostado, mas aqui não deu pra mim. Mas você, autor ou autora, foi muito corajoso/a em enviar um texto com esse plot.
Aprendi uma nova: “bigatinhos”. Só por isso, valeu a leitura. Porém, me incomodou a última frase: “Ministério da Mosca da Fruta” ficou um pouco… como direi… demais. E a metáfora do relacionamento não precisaria de explicação, depois do descritivo sobre a relação mosca-fruta. Mas é só uma opinião, mesmo. Boa sorte no desafio!
Um conto que usa de uma comparação/metáfora para que o(a) leitor(a) reflita sobre os relacionamentos pessoais. O que acontece entre a mosca e a goiaba, a relação parasita, tóxica, que parece tão inofensiva e amável a princípio pode se tornar a razão da queda do parceiro. Ou talvez todas as relações tenham mesmo o seu lado podre e a gente que lute.
Bom aproveitamento do limite de palavras. Linguagem bem cuidada, não considero erro o de maduro, pois está entre aspas para salientar que é uma expressão popular. Não encontrei falhas de revisão.
Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
A mosca da fruta seduz uma goiaba, “engravida-a” e deixa-a para ser consumida pela descendência, até nada mais sobrar.
Vejo este texto como um metáfora aos relacionamentos tóxicos. Quando um predador seduz uma “goiaba”, enceta um relacionamento, e deixa para a coitada a responsabilidade de tratar da prole, algo que, lentamente, a vai consumindo, até tombar.
Seria muito mais engraçado se não refletisse uma realidade que existe, sempre existiu e sempre existirá.
Relativamente ao texto, parece-me que tem uma pequena falha (irónica, até, e desafiadora da ditadura das 99 palavras) quando diz “muito da gostosa”. Esta “da” parece-me estar a mais. Isto não invalida que esteja muito bem escrito e, mais importante do que isso, que mantenha um ritmo que desperta o interesse e que vai revelando a sua verdade conforme se avança no conto.
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
Aqui temos um exemplo de ótimo emprego de subtexto. Para além da relação da mosca com a goiaba, fala-se de relações humanas. E o que é melhor, fala-se com profundidade e bom humor. Não um humor escrachado, típico de quinta série, mas algo mais elaborado, mais competente do que o riso pelo riso.
Se é impossível terminar o conto sem um sorriso, também é impossível não pensar nas relações que terminam mal para uma ou outra parte. Quantas vezes somos moscas, quantas vezes somos frutas? Dá o que pensar.
Ótimo conto, bem executado.
Oi, bem?
Gostei bastante da forma criativa como você construiu seu texto. Temos aqui várias críticas sociais, comportamentais e etc. Para curtir realmente a história, não é necessário buscar lógica em um relacionamento entre uma mosca e uma goiaba, né?
A relação dos dois é bem aquela que começa no calor da paixão, onde nada importa além do que ambos sentem no momento. Uma das partes, porém, está consciente do que espera dessa relação, enquanto a outra não… e, para ela, sobram as consequências de ter se deixado levar por esses momentos.
A goiaba engravida, e, por não ter nenhum tipo de apoio ou não estar emocionalmente preparada, acaba… apodrecendo. No começo, ela era desejável e “gostosa”, mas, corroída por dentro, já não é mais nada, nem para si mesma. Quantas mulheres vivem isso?
O conto cria essa atmosfera de alerta, quase como um conselho: nem tudo é o que parece, e toda relação tem seu lado podre.
Você fez um ótimo trabalho.
Parabéns e boa sorte no desafio!
O conto é uma brincadeira com o Ministério- da- Mosca- da- Fruta, fazendo uma analogia filosófica sobre a mosca colocar larvas na goiaba, um texto bizarro, mas não engraçado, agora nem goiaba eu vou comer. É um conto que mexe com os sentimentos do leitor, seja de bom humor ou de asco e faz refletir sobre relacionamentos amorosos abusivos e fatalidades físico/biológica inerentes.
Olá, Alci!
Seu conto é asqueroso. E, não, não é uma crítica. Você conseguiu inspirar esse asco em mim durante a leitura com a sinestesia que embutiu na relação da mosca com a fruta. A habilidade com as palavras, e o domínio sobre o texto são bem claros, e o resultado disso é um conto que quase acerta… bem, quase acerta na mosca.
Esse paralelo feito com o sexo é a chave do conto, que, sem ele, se resumiria a uma reportagem do Globo Rural, de como é o processo da reprodução da mosca da fruta, que utiliza a goiaba como incubadora, até que a ninhada resulte em uma nova leva de moscas, que perpetuarão a espécie. E, por isso, funciona tão bem, pois a metáfora, além de pertinente, extravasa seus limites, levando o conto a atravessar mais de um gênero.
Mas, devo dizer, ele poderia ter terminado sem a frase final, que me pareceu exagerada, colocando o texto em desequilíbrio. Não que seja ruim, mas a forma como foi colocada, como um aviso, forçando o humor (que já estava presente desde o início), gerou um ruído desnecessário. Essa é uma ideia que, na minha opinião, deveria ter sido tratada com mais cuidado.
É isso, boa sorte no desafio!
Olá, Alci!
A última frase me deixou um pouco reflexivo, penso que “toda relação tem o seu lado podre!” possa ser uma metáfora sobre relacionamentos amorosos, não apenas à mosca com a goiaba. É um texto bem escrito. Gostei. Boa sorte!
CAINDO DE MADURO (ALCI)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
O ciclo da vida da mosca e uma azarada goiaba.
Ø Utilização do espaço permitido:
Conto conciso, simples. Talvez, se observasse melhor a questão das repetições de palavras, poderia ter tentado fazer uma história um pouco mais divertida.
Ø Subtexto:
Não há. É uma narrativa simples. O conto tenta imitar o estilo de uma fábula, satirizando a questão da toxicidade nos relacionamentos, um tema bastante atualmente, comparando com o ciclo de vida da mosca. Particularmente, achei uma comparação sem sentido.
Ø Escrita:
Acho que ficou um pouquinho a baixo. Veja bem, o problema para mim não é a linguagem leve e despretensiosa. Embora seja uma escrita concisa e simples, percebe se muitas repetições de termos. Mosca da Fruta, Goiaba… Naquela toada do “cada palavra importa” já que é um microconto, a repetição mostrou pouco jogo de cinturas com palavras… Bom, pelo menos se considerando única e exclusivamente esse texto em questão.
Ø Impacto:
Baixíssimo.
É um conto satírico sem graça. A escrita simples leva ao autor apostar: ou o leitor compra a ideia ou nada feito.
Como eu não comprei, resta me desejar boa sorte nas próximas vendas!
Não sei se a intenção era fazer um paralelo com relações reais entre casais, mas acho que dá para ver as comparações claras aqui. É um conto que está mais para uma “fábula com toques de comédia”, eu diria. Um aviso para as gerações: cuidado! Nem toda relação é boa! Algumas pessoas aí são moscas, outras, abelhas!
Gostei dos paralelos e da brincadeira com as palavras: “cair de maduro” servindo aqui para demonstrar o crescimento da pessoa que sofre com relacionamentos que não dão certo, de como no futuro, já maduros, somos mais difíceis de engolir.
É um conto simples e com leitura fácil, que me deixou com um sorriso no rosto pela mensagem inocente porém eficaz.
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: a mosca botou uma larva na goiaba, que despenca podre. Tudo contado com bom humor.
Microsensações: um conto carregado de humor que descreve um processo biológico de forma bem humorada e inteligente mas que, para mim, infelizmente não funcionou tão bem. Achei que não existe muito a ser contado aqui, e a história funciona mais como uma piada do que como um enredo propriamente dito. Claro que isso não é um problema, mas é um tipo de conto que vai pegar umas pessoas e não outras. Imagino que vai estar em várias listas e ser bem popular. Quero ressaltar a qualidade da escrita: vocÊ claramente domina a escrita de modo a ser capaz de brincar com ela. Acho que só não sou seu público, nesse conto ao menos.
Impacto:
Micro –> como já expliquei acima, o humor que o conto propõe não me atingiu, e isso prejudicou o impacto.
Médio
Macro
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: ótimo., Você aproveita perfeitamente o pouco espaço que possui, contando tudo que deseja e dando o tom de humor que procura. Como eu disse, não te falta técnica ou qualidade como escritor.
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: tava passando por baixo de uma árvore e tomei uma goiabada podre na cabeça. Muita gente riu, mas eu não tanto.
Parabéns e boa sorte no desafio!
A brutalidade da natureza aliada a uma visão cínica do “amor”. Eu gosto, mas… mais alguém? Não li os comentários mas acho que vc se arriscou por aqui.
O impacto está na surpresa, e na delícia, de encontrar por aqui algo que não se ancora na empatia fácil, e algo vampiresco, do leitor.
Do ponto de vista técnico, há algumas repetições incômodas – mosca da fruta no início do 1o e do 2o parágrafo e goiaba três vezes no segundo parágrafo – que poderiam ter sido evitadas.
Meu caro Alci, muito obrigado por esse deleite literário! Confesso que mesmo tendo pavor a insetos voadores (tanto que tive que ler seu conto sem a imagem rs), fiquei encantado com essa personagem. Parabéns pela construção!
A metáfora da relação entre a mosca e a fruta utilizada para explorar temas como a sedução, decadência e inevitabilidade da morte ficou milimetricamente bem arranjada. Assim, a narrativa, embora curta, é rica em simbolismo, e é isso que eu espero de um Desafio como este.
Achei a escolha das protagonistas algo original e provocante, e o efeito produzido chega até a ser poético. Percebe-se que a relação entre elas é marcada pela sedução e destruição mútua, algo muito comum nas relações humanas.
O tempo também ficou bem marcado e a imagem da goiaba apodrecendo e caindo marca um final trágico a uma comédia irônica. Não sei se foi intencional, mas trazer uma tragicomédia em um microconto é coisa de mestre ao meu ver.
Espero que seja bem apreciado e tenha sucesso neste Desafio!
Olá, Entrecontista,
Bem, ou a gente lê tudo como “um cara safado que se apaixona por uma gostosa e ‘põe nela muitos ovinhos’ (os filhos), que detonam (corpo, sanidade, alma) da genitora”, que, creio eu, sejam imagens toscamente manjadas e, penso eu, não teria sido essa a tua ideia.
Ou a gente lê de uma forma um pouco mais literal, não perdendo de vista a tua intenção de inserir o sexo como metáfora.
Bem, é isso.
Sobre a frase final, pelo visto tua ideia era criar um tom irônico / cômico. Ok.
Valeu pelo texto.
Alci certamente é da Biologia. Quanta riqueza de detalhes nas descrições, mesmo em tão poucas palavras. Texto rico em originalidade e bom humor. Parabéns!
Olá, Alci
Criativo seu micro. Boa ideia da metáfora.
Fiquei um pouco confusa com a voz deste narrador. Do jeito que está, me lembrou aqueles narradores de documentário de vida animal, inclusive o final “ O ministério da mosca da fruta adverte” reforça essa ideia do microconto com linguagem informativa, o chamado narrador contemporâneo. Porém, essa narrador usa uma linguagem bastante coloquial, às vezes até demais, como em “safada da mosca”, “goiaba muito da gostosa”, “esborrachando todinha no chão”. Não está errado, lógico, vc coloca no seu narrador a voz que quiser, mas deixo como sugestão escolher uma opção ou outra. Com este final, ficaria interessante uma voz de narrador de documentário ou comercial televisivo, mais séria.
“maduro” – pq não madura, sem as aspas?
Tiraria a exclamação que termina o conto.
Parabéns pelo texto.
Oi Alci. É um conto bonitinho. Uma brincadeira que tenta fazer conexão entre bichos horrendos, frutas, sexo e relações humanas. Não sei se funcionou. Não há tensão no conto, não há clímax. A última frase é quase uma “explicação” para o leitor sobre o que você quis dizer com o conto. E isso não é bom, o leitor devia fazer essa conexão na sua própria cabeça, ao ler a sua história. Mas ao contrário, a forma como você conta a história não contribui para a construção do significado que você quer dar, então acho que esse é o maior problema do conto.
Eu procuraria desenvolver mais essa ligação entre o que acontece na goiaba e o que acontece nas nossas relações, por meio das imagens criadas pelo texto, aprofundando mais isso, indo mais longe mesmo, talvez deixando a gracinha de lado e partindo mais para a brutalidade que é a imagem do “podre”, da goiaba sendo necrosada pelo bicho, que gosta da goiaba, pois que é seu alimento e berçário, mas mesmo assim a usa e a suga até o fim, até apodrecê-la por dentro. O que acha? Boa sorte e parabéns.
Sinceramente, não sei exatamente o que dizer sobre este miniconto. Ele parece uma alegoria fantasiosa das relações entre seres de naturezas diferentes, com um toque ousado ao incluir o tema do sexo nessa ideia. A personificação da goiaba é interessante, trazendo um ar alegórico e icônico que reforça a mensagem de que toda relação tem o seu lado podre.
O humor, claro, é o ponto central aqui. A história parece brincar com clichês e metáforas para, no fim, justificar de forma criativa a famosa expressão “caiu de madura”, inclusa no título. Humor estranho, sarcástico eu diria. Mas válido como leitura dentro do concurso.
Conto bem escrito.
Tem humor e ironia.
O final é muito bom e estabelece outros sentidos.
Quem nunca caiu de maduro?
Parabéns!
Achei divertido! Bem escrito, o microconto tem a atmosfera e estilo de algumas piadocas “das antigas”, que me lembro de divertirem meus pais e tios. A construção comparando com um relacionamento vai por caminhos seguros, mas é bem amparada. Não é uma das minhas favoritas, mas é interessante.
Um microconto engraçadinho.
Usando da “relação” entre uma mosca da fruta e uma goiaba, traça um paralelo com relacionamentos tóxicos, que acabam consumindo e exaurindo uma das partes.
É engraçadinha e traz uma crítica, o que a torna interessante.
Mas, senti falta de uma história, um acontecimento. O texto me pareceu mais uma brincadeira do que um conto.
Parabéns pela participação e boa sorte.
Kelly
Caindo De Maduro é um microconto divertido que insinua uma afirmação séria de maneira quase despercebida. No enredo narrado, a relação entre a mosca e a goiaba apodrece a fruta. No desfecho, o conto extrapola a si mesmo e estampa a advertência de que toda relação tem seu lado pobre. Arrisco dizer que não mentiu.
Analogia com os relacionamentos no qual uma das partes dilacera a outra, fazendo-a tombar. Eu gostei muito da forma como o início foi narrado, homenageando os elementos da natureza, o que lembrou muito uma música, Os Bichos, do Walter Franco. Só achei q não tinha a necessidade de deixar a explicação final tão explícita, eu continuaria na vibe da analogia.
O conto, bem ao estilo reportagem do Globo Rural, trouxe um aroma interessante e, de quebra, um final colhido nas melhores safras.
Boa sorte!
Rogério Germani
Um conto engraçadinho, muito bem escrito, que me tirou um sorriso.
Nota-se a habilidade na prosa da pessoa que escreveu, transformando um ato tão banal e que consideramos nojento em uma história agradável.
Como uma observação pessoal, penso que não há necessidade, principalmente neste tipo de voz mais poética, de inserir aspas em expressões populares. Quando isso é feito na literatura, sinto que é chamada a atenção para a palavra em questão, como se as aspas ressaltassem que aquilo não é o correto a se dizer, mas está dito – o que diminui sua potência.
Boa sorte!
Admiro textos ousados, que trazem temas inusitados. A relação de uma mosca com uma goiaba deve ter saido de uma mente bem fértil. No mais, um conto bem escrito, levemente humorado. Acredito que não irá agradar a todos, o que faz parte do desafio. A criatividade me cativou. Parabéns!
Esse micro é uma alegoria sobre relacionamentos. Muito provocativo e cômico, também. Vai da leveza ao desfecho sombrio – a necrose e a queda da goiaba. Tadinha da goiaba… Isso é o que se tem em um relacionamento tóxico. Esse micro é quase um ‘golpe baixo’ porque amarrou minha leitura de um jeito a ponto de eu ficar refletindo sobre moscas e goiabas e suas interações literalmente. Eu ri, no final, porque só a advertência me fez voltar e refletir sobre o conteúdo.
Pra mim, o ponto forte do seu conto foi a frase final. Achei bem criativa, fazendo essa associação ao romance entre a mosca e a goiaba, no qual a goiaba se deu mal, e os relacionamentos no geral. Pra mim, foi bem na mosca. Só o que não gostei, foi a ilogicidade (não sei se essa palavra existe) já que mosca e fruta não podem cruzar. Então a mosca teria que já estar gravida quando então teve um caso com a goiaba, e os filhos de outro genitor nasceram ali. Teria ficado mais condizente, na minha opinião. Então, eu diria que foi quase… quaaase na mosca.
Texto bem escrito com intenção reflexiva através de uma metáfora muito bem construída. Mais do que uma história, a descrição textual convida o leitor ao entendimento das relações humanas.
Parabéns!
Texto original e bem desenvolvido. Os toques de humor convivem bem com a morbidez da putrefação da fruta, indispensável para a vida dos insetos.
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): na primeira camada, a mais física, temos uma mosca colocando ovos numa goiaba, que apodrece para que os filhotes da mosca nasçam. Entendi, porém, que é uma alusão a um relacionamento humano, onde a mulher dá de tudo pelos filhos até que “amadurece” e deixa de ser desejada.
📝 Técnica (⭐⭐▫): boa, sem nenhum grande percalço
💡 Criatividade (⭐⭐⭐): é uma metáfora bastante criativa
🎭 Impacto (⭐▫▫): colocado acima os méritos do microconto, posso dizer que o impacto não foi dos melhores. Embora haja uma reflexão a ser feita, não achei engraçado nem me apeguei à goiaba para achar trágico. De qualquer forma, parabéns. É um bom conto.
Olá, Alci.
Gostei. É uma boa metáfora/alegoria para relacionamentos disfuncionais (não só entre o casal, mas também dos filhos perante os pais e além, qualquer outro que envolva disparidades de troca e entrega). Além disso, é muito bem humorado (parece a voz de uma goiaba, quer dizer, de alguém que lhe fez as vezes nesse nosso mundo de altos e baixos).
O último parágrafo soou como a moral da história, mas isso não me incomodou, pois seu desfecho tem tudo a ver com o restante.
Parabéns e boa sorte neste desafio.
Linguagem bastante informal, tendendo para o humorístico, mas como o Thales acabou de falar, humor é complicado. Eu pessoalmente não achei graça e tirando a pegada do humor sobra muito pouco para a historia ser interessante. Vale pela originalidade, o tema é inusitado. Boa sorte.
O conto tem uma narrativa inusitada, uma pegada fora do lugar comum: mostra, de uma maneira figurativa, a relação nada convencional entre dois seres de classes (espécies) bem diferentes – uma mosca e uma goiaba (que sentem atração, se beijam, trocam carinhos e carícias, e transam, como qualquer casal) – demonstrando que o amor deve ser livre de qualquer preconceito e de todas as amarras. Além disso, traz um importante alerta quanto à convivência com parceiros tóxicos, que fatalmente vão acabar contaminando, corroendo e apodrecendo a relação e o amor, chegando até a prejudicar a saúde dos envolvidos. Parabéns, ao autor, pela bela sacada. E boa sorte!
Gostei muito do conto. A ideia da relação entre mosca e fruto, vida e morte foi explorada de maneira original – é difícil escapar de clichês. Há também um começo e um final, o que estou considerando quando se trata de micro contos. O que menos gostei foi a frase final, que parece uma lição/ piada. Apesar de engraçada, não está tão conectada com o resto do conto. Mais uma vez. está bem escrito, parabéns!
Esse conto tem o mérito de flertar com o humor, que é algo muito difícil em um microconto. A descrição no início usa bem figuras de linguagem, antropoformiza a relação animal – esses elementos foram bem executados.
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que autor.
Temos aqui uma descrição do ciclo reprodutivo de uma mosca, sendo narrado sob uma perspectiva antropomórfica.
Técnica: Boa. As metáforas são bem empregadas sem muito exagero, e quase toda a leitura é bastante interessante.
Interesse: Mediano. Achei uma pegada original e fora do lugar comum. Cheguei a imaginar que o texto pode ser lido como uma analogia para relações humanas e papel da mulher em família. Claro, nem tudo precisa ser sério, mas é legal produzir algo que pode dar ao leitor um leque de interpretações. O problema foi o final, o que me leva ao:
Objetivo do autor: Não sei. De certa maneira o texto não se leva a sério desde o início, ao anunciar que a goiaba é “muito da gostosa”. Ainda assim foi uma brincadeira que combinou com o próximo parágrafo. O final, contudo, destoou do resto. Foi como se o autor estivesse falando para o leitor não levar tudo tão a sério… ou talvez não tenha encontrado uma forma de encerrar o texto e optou por essa.
Comigo não funcionou muito, preferiria sem a última parte.
Este conto é bem escrito… mas não me conquistou. De início, parece um documentário do Animal Planet. No final, o autor tenta fazer uma gracinha, convertendo sua história para algo que pende ao lado humorístico. O difícil de escrever sobre humor, é que sempre vai ter alguém que não acha graça nenhuma… tipo aquelas piadas em que o narrador casca o bico depois que termina de contar, e o ouvinte dá um sorriso meio sem graça, sem achar verdadeiramente engraçada.
A história em si é sobre uma mosca que meio que faz sexo com fruta. Aí a goiaba apodrece, cai no chão e se espatifa. Ok… parece uma história bem contada… mas eu não me interessei.
Enfim… boa sorte no desaifo.