Asas de Papel (Antonio Luis Mendes)
Sofia dobrava delicadamente o último origami. Eram dezenas agora: pássaros de papel espalhados pelo quarto pequeno, de janelas trancadas.
“Você nunca sairá daqui”, ele dizia, enquanto a chave do lado de fora silenciava o mundo.
Mas Sofia tinha sua arte e um plano. Quando o vento da manhã soprou pela fresta, cada pássaro foi lançado para o céu. As mensagens escritas nas asas encontrariam alguém.
Dias depois, a porta se abriu. Não havia mais Sofia, só o eco do vazio. Lá fora, sob o céu infinito, ela finalmente voava.
53 comentários em “Asas de Papel (Antonio Luis Mendes)”
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EntreContos 
Arrebatador!
Eu achei esse final maravilhoso! A imagem dos pássaros de papel, a liberdade, a prisão, o cativeiro.
Um conto que chama bastante a atenção!
Parabéns e boa sorte!
bem escrito e com o drama na medida certa. Deu ao leitor um final que era um pouco esperado mas mesmo assim surpreendeu com a técnica escrita. Boa sorte
Aqui podemos imaginar diversas razões para Sofia estar no quarto, não é mesmo? Então, ponto positivo ao conto, que permite o leitor pensar da forma que melhor lhe agrada. Assim, vejo um conto muito bem pensado e escrito, bastante poético.
COMENTÁRIO: Este aqui é poderoso em sua construção, rapidamente estabelecendo o cenário e seus personagens enquanto aponta o leitor para um curso provável dos acontecimentos, prolongando a esperança e angústia até a porta se abrir. E aí a tragédia se revela. Ótimo trabalho. Lembra um microconto que escrevi que traz um contexto similar, mas eu não tive limite de palavras. Estou achando que este vai para a quinzena premiada.
P.S.: Tendo terminado de ler o mais de cinquenta textos, este se manteve entre os quinze preferidos. Aposto que estará em outras listas também. Parabéns!
Achei muito legal o “show don’t tell” aplicado aqui. A técnica é ótima. Texto muito bonito, poético e que demonstra uma profundidade grande.
O impacto é bom, pois a técnica é ótima.
Estará entre meus favoritos.
bonito, melancólico, bastante simbólico. Esse conto tem um impacto muito bem construído. Um pouco surreal além da conta talvez? Mas não prejudica muito. Dependendo da interpretação, pode-se chegar a conclusão de que a menina se jogou da janela e se suicidou. Me lembrou a lenda urbana da menina do castelinho do flamengo, que temos aqui no Rio de Janeiro.
boa sorte.
Sensacional. Achei emocionante e muito criativo. Achei muito interessante a escolha dos vários elementos que remetem a voo, como pássaros, asas, vento e etc. para criar uma história sobre libertação.
Parabéns pela obra. Boa sorte.
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.
Há algo muito interessante nesse texto: uma realidade dura e cruel narrada com palavras poéticas e otimistas. O resultado foi interessante, saindo um pouco do lugar comum para o tipo de história.
Técnica: Alta. Há lirismo e metáforas que não parecem excessivas. A leitura é fluida, tudo funciona bem.
Interesse: Acima da média. Não foi um texto que pediu muita releitura ou deu um grande impacto, mas passei os olhos mais algumas para admirar as palavras.
Objetivo do autor: Equilibrar lirismo e realidade, comovendo o leitor ao fim da história.
Olá, Hecatombe,
Texto bonito, poético, embora triste. Gostei da imagem que você criou dos origamis espalhados pelo quarto.
“Mas Sofia tinha sua arte e um plano” – gostei disso.
“Quando o vento da manhã soprou pela fresta, cada pássaro foi lançado para o céu” – pela fresta da janela? Se ela enfiou cada pássaro pela fresta da janela, acho que “lançado” não seria a palavra mais justa. Lançado funcionaria se ela tivesse a janela aberta e os lançasse ao céu. Pela fresta, não dá essa ideia.
Com a informação sobre as mensagens nas asas, que nos dá a hipótese de que alguém a resgataria, e com o desfecho da personagem voando, o microconto nos deixa com uma história em aberto, com ao menos duas possiblidades. Parece que metade do texto conta uma coisa e a outra metade conta outra.
O final poderia ser mais claro. Ela saiu voando pq pulou da janela? As janelas eram trancadas. Alguém entrou e a resgatou? Mas pq está voando se foi resgatada? Ela se matou, por isso sua alma voa? Mas o quarto está vazio… Ficou um pouco confuso.
Parabéns pelo conto.
Oi, Hecatombe,
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto é uma triste história de uma prisioneira que, através de mensagens nas asas de seus origamis, tenta obter socorro. A ajuda, ao menos na minha interpretação, chegou tarde demais.
Sua narrativa está bem desenvolvida. O tema, infelizmente, é bem real. Há muitos casos de jovens aprisionadas em cativeiros.
É uma imagem bonita imaginar os tsurus voando pela fresta da janela trancada. Uma pena o final não ser o mais positivo, restando para Sofia o voo para o infinito.
Parabéns pelo conto, boa sorte no desafio!
Olá, Hecatombe.
Contexto pessoal
Não gosto de ler esses contos que envolvem crianças. Eles ficam muito tempo na minha cabeça, me fazendo pensar que, enquanto estou aqui lendo, coisas assim estão acontecendo lá fora. Acredite, tem um conto do primeiríssimo desafio que eu não consigo tirar da cabeça até hoje. Se pudesse, apagaria ele da minha mente.
Análise do Conto
Não posso julgar seu conto a partir disso. É uma história que faz doer meu coração e, ainda por cima, a presença de elementos como origamis e a condução das palavras torna escrita muito poética. Aí, que raiva!
Conclusão
Não-sei-o-que-fazer.
Não sei se não te coloco na minha lista de possíveis indicados porque não gosto de histórias assim ou se coloco na minha possível lista de indicados porque o conto está muito bem escrito. Não sei… vou decidir depois que finalizar as leituras.
Desejo um bom desafio!
O contraste entre a brutalidade do enredo e a delicadeza da personagem – a jovem Sofia e seus origâmis voadores – causa um efeito interessante. Mas para mim o drama da personagem acaba se diluindo na beleza da imagem dos pássaros de papel, prejudicando o impacto do conto.
Em tempo, gosto muito do título do seu conto, muito poético.
Parabéns!
O conto está muito bem escrito. É belo na forma como trabalha as palavras e no conteúdo das mesmas. A porta está aberta a imensas interpretações, e espero vir a conhecer a de quem o escreveu. Eu tenho alguma dificuldade em interpretar textos em que não consigo ter um ponto de referência como base da interpretação. Por um lado a conclusão do Thiago parece-me tão plausível, eu não chegava lá, por outro, não quero usar a opinião de outros.
A verdade é que o conto é desafiante, e isso fascina-me, ao mesmo tempo que me faz desesperar. Acabo num paradoxo. Não entendo totalmente, mas gosto bastante do resultado.
Um conto sobre cativeiro, a personagem parece presa já há algum tempo em tal local e os origamis servem como analogia para a liberdade, que por aqui não será alcançada. Achei interessantes as escolhas do autor na construção da narrativa, como os origamis com asas ao final, simbolizando certa dose de esperança, mas ainda assim muito frágil.
Interpreto esse conto como algo que não deve ser lido de maneira literal, mas é na verdade uma alegoria sobre as ideias e a tentativa de silenciá-las. O nome de Sofia representa o conhecimento, e o fato de ser uma criança, a inocência. Acredito que a história represente, assim, a impossibilidade de calar a verdade, pois ela se divide infinitamente em pedaços que se espalham pelo mundo. Prisão alguma pode contê-la. Viajei?
O conto é criativo e poético.
Parabéns e boa sorte no desafio.
O(A) autor(a) optou por um tom mais poético para tratar do sonho da liberdade. Talvez a protagonista acreditasse na lenda: se uma pessoa produzir mil tsurus mentalizando seu desejo, este se realizará. Ou seja, Sofia sonhava em ser livre e conseguiu voar de alguma forma.
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, hecatombe tem o sentido figurado de “Morte de grande número de pessoas: uma hecatombe é a constante ameaça de uma explosão atômica”. Hecatombe se refere ao sacrifício de Sofia representado pelo voo dos mil tsurus?
O conto é todo construído com detalhes delicados como as dobras de um origami. Tudo é bem planejado, as linhas certas (palavras escolhidas) são vincadas para que a poesia sobressaia.
Não encontrei falhas de revisão que atrapalhem a experiência da leitura.
Parabéns pela participação e boa sorte!
Um belo conto e uma história triste. Gostei da analogia feita entre prisão e gaiola, com os pássaros de papel e a ideia das asas da liberdade.
O final, ainda que não tenha sido surpreendente, é muito bem escrito e compõe a obra, dando uma conclusão que pode nos levar a crer que Sofia finalmente fugiu, ou então morreu.
Parabéns pelo conto. Realmente muito bom!
Eu me sinto meio culpada, mas não consigo deixar de achar q este conto foi milimetricamente pensado para tentar me deixar comovida enquanto leitora. Tenho esse problema com drama. Ou fica natural – e aí me encanta, ou não consegue me convencer. Tem que saber mentir bem, me enganar, para eu entrar na história sem perceber, e então, me comover. Aqui, isso não rolou. Mas deve ter agradado outras pessoas, naturalmente. Para mim, precisa de um pouco mais de esforço pra convencer. Toda a montagem da história já levava para este final, que se concretizou, sem surpresas.
Ei, Hecatombe, cá estou eu às voltas com seus pássaros de papel prontos a serem lançados pela janela com mensagens pela libertação da pobre Sofia. Mas quando realmente a salvação chega Sofia não há mais. O que aconteceu com ela? Foi abduzida, libertada antes… Ou a liberdade, o que me parece mais plausível, é simplesmente o voo da morte que ela executou em seguida aos seus pássaros de origami? Um muito belo microconto. Delicado, como é a arte japonesa e também cheio de densidade, me deixando, como seu leitor, pronto a criar minhas próprias interpretações para a sua narrativa. Parabéns.
Temos aqui, um drama. Imagino que Sofia seja uma menina, raptada por alguém e trancada num quarto. Ali ela faz pássaros de papel com mensagens pedindo socorro, mas seu algoz descobre e a mata. É o que o texto sugere, conta o início e o fim de uma estória de rapto, ou talvez fosse o próprio pai dela que a trancou no quarto, de qualquer forma, é um conto impactante.
Plot: Menina em cárcere faz origamis e tenta algo para ser encontrada. Tarde demais…
Desenvolvimento: O texto consegue não deixar dúvidas a respeito do que narra, mesmo em poucas palavras. E ainda sobra espaço para o lirismo e a melancolia, que “suavizam” um pouco o plot, que pra mim é bem triste. Aliás, o título e a ideia dos origamis também dão uma suavizada.
Destaque: Para a competência do escritor/escritora em conseguir passar tudo o que era necessário em seu texto, sem deixar lacunas. Claro que um leitor pode ter uma compreensão diferente da de outro, mas para mim o autor/a autora deixaram bem claro todo o plot.
Impressões da leitura: Gostei do texto, bem desenvolvido dentro do limite especificado. Acho que foi na medida certa. Um aperto no coração com o final, que me fez lembrar de alguns casos reais…
O conto começa com uma imagem belíssima – os origamis espalhados pelo quarto. E se torna triste e belo, quando parte para a descrição do isolamento e violência sofrido por ela. O final, simbólico, é muito forte e revelador de um autor maduro e sensível. Parabéns!
Belo conto, que consegue equilibrar os aspectos de transmitir a mensagem aos leitores e deixar o desfecho aberto a diferentes interpretações. Gostei muito da imagem dos origamis voando elevando consigo mensagens de socorro, algo bem forte e poético. Parabéns!
O conto narra a história de Sofia que era mantida aprisionada. |Sofia fazia origamis em forma de pássaros e jogava pela janela, com mensagens escritas neles. Um dia o quarto foi aberto e Sofia não estava mais lá. O legal do conto é a dualidade de interpretações. Pode-se pensar que Sofia foi libertada, por conta das mensagens de socorro que mandava pelos origamis, mas também que ela tenha se matado, jogando-se da janela. Bom conto. Boa técnica, impacto médio.
Boa sorte no desafio.
As primeiras sensações que me vieram à cabeça, quando terminei a leitura pela primeira vez, foram: o conto é bonito, bem escrito e agradável de ler.
É um texto construído com uma linguagem delicada e poética que prende o leitor. A simbologia dos pássaros de papel é belíssima – eles representam tanto a resistência criativa de Sofia quanto sua vontade de liberdade. Mesmo em um espaço pequeno e sufocante, como o quarto de janelas trancadas, ela encontra uma forma de se conectar com o mundo, nem que seja através da arte.
Quanto ao final, embora não seja conclusivo, ele realmente deixa espaço para diversas interpretações. A ausência de Sofia sugere sua morte, sim, mas o conto não é explícito sobre como isso ocorreu. A menção ao vento entrando pela fresta, que também possibilita o voo dos pássaros, pode ser lida como um simbolismo: será que é pela mesma fresta que Sofia “escapa”? Se fosse descrito apenas como uma janela aberta, talvez a ideia de suicídio ganhasse mais força. No entanto, o final deixa tudo em aberto, o que dá ao texto um tom quase etéreo.
No geral, é um conto que nos faz refletir sobre liberdade, arte e transcendência, e que deixa um impacto duradouro mesmo após a leitura. Não é exatamente o tipo de história que eu aprecie muito, mas, ainda assim, gostei. Parabéns ao autor.
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
É o que temos aqui. A história de Sofia, uma menina presa em um quarto e que faz origamis com mensagens de socorro. De alguma forma, essas mensagens ganham os céus e permitem que ela se liberte.
À primeira vista, ela está livre. Mas à segunda, está morta. E é esse dilema que, ao invadir a cabeça do leitor, torna uma segunda e uma terceira leituras imprescindíveis. E a cada vez percebemos mais nuances, mais informações, o que engrandece a experiência.
Para além disso, as palavras são bem empregadas, as sentenças são bem construídas. Há poesia, há mistério, há enlevo. E isso, para mim, fecha positivamente o texto, tornando-o muito bom.
Olá, tudo bem?
Por acaso o pseudônimo escolhido serve de referência. “Hecatombe” era um termo utilizado originalmente na Grécia Antiga para falar sobre o sacrifício de cem bois, mas o termo passou a ser utilizado posteriormente para se referir a grandes catástrofes com mortes de seres humanos, da mesma forma que o termo original “Holocausto” foi usado como analogia ao que sofrerem os judeus nas mãos dos nazistas.
Entendo que de alguma forma Sofia morreu, mas não sei se pelo suicídio (autossacrifício?) ou ela estava em estado terminal e finalmente se viu “livre”. Nem sempre é preciso entender tudo para gostar e até mesmo avaliar positivamente. Gostei das metáforas e essa ideia de sair voando me lembram várias histórias, dentre elas, o mito de Ícaro.
Boa sorte.
ASAS DE PAPEL (HECATOMBE)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
menina sequestrada em um cativeiro tenta usar dos origâmis para fugir.
Ø Utilização do espaço permitido:
Hum, acho que poderia ser mais conciso. “Mas Sofia tinha sua arte e um plano” sobrou um pouco, assim como “só o eco no vazio”. No mais, a história está OK, bem desenvolvida.
Ø Subtexto:
Não há muito nas entrelinhas, nem um desfecho aberto. É uma história com um fim poético, mas trágico.
Ø Escrita:
A escrita está boa, exceto por dois pontos:
§ janelas trancadas, a imagem que veio foi realmente uma janela de vidro, mais tradicional. Depois, diz que os pássaros voaram por meio de uma fresta… Acho que ficaria melhor falar em grades. Picuinha? Pode ate ser, mas são os detalhes que separam um bom microconto do ótimo. Cada palavra importa.
§ Origami = palavra estrangeira tem que vir em itálico.
No mais, gostei do conto.
Ø Impacto:
Enfim, impacto médio. Boa história, com uma boa dose de poética, cuja execução não acompanhou tanto a narrativa.
Bom desafio!
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: menina sequestrada manda pedidos de socorro em origamis. Infelizmente, a ajuda não chega a tempo.
Microsensações: um conto pesado e triste. A menina, cheia de esperanças, não sobrevive, o que me impactou, pois o conto quebra a expectativa criada pelo tom alegre da primeira metade. Ótimo trabalho na quebra de expectativa que funciona de certa forma como plot twist. Não tenho muito mais pra dizer, é um bom trabalho, e sua escrita é segura e muito eficaz. Ah, muitos pontos para a constriução de personagem, também! ME apeguei rapidamente à menina e torci por ela, sofri quando ela se foi.
Impacto:
Micro
Médio
Macro –> conforme já falei acima, o final surpreendente que quebra nossa expectativa e nos deixa com uma sensação amarga na boca é extremamente impactante. Um dos mais impactantes que li até agora (foram 15 com esse).
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: excelente. Tudo é dito com poucas palavras: o cárcere, a esperança da menina, o plano, o desfecho, a tragédia. E com pouco espaço nos apegamos à protagonista e sofremos com sua morte. Trágico e muito bom.
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: li no jornal o desfecho do desaparecimento da menina. Chorei pela sua morte: tinha me apegado a ela e vinha acompanhando o caso torcendo para ser encontrada.
Parabéns e boa sorte no desafio!
É um micro bastante triste. Se eu entendi bem, a menina estava em cárcere privado e tinha a esperança de que alguém lesse as suas mensagens e fosse resgatá-la? No final, a morte foi a sua libertação? Pensei,pelo pseudônimo e pelos origamis, que seria algo relativo ao final da Segunda Guerra no Japão.
A escrita é boa, poética e há começo e final na narrativa, algo que estou considerando. Parabéns e boa sorte no desafio.
Seu conto evoca imagens muito bonitas. A singeleza de tsurus espalhados pelo quarto contrasta com a bruta frase “Você nunca sairá daqui”. Mas não é possível aprisionar quem possui tantas asas. De alguma forma, Sofia, muito sábia, escapa dali pelas asas dobradas em papel: seja porque alguém leu sua mensagem de socorro e veio resgatá-la, ou porque ninguém veio e ela acabou ganhando a liberdade na morte.
De qualquer forma um conto belíssimo, numa linguagem poética e eficiente.
Parabéns.
Olá Entrecontista,
Um belo micro, de tema triste.
Ponto alto para o trecho: “enquanto a chave do lado de fora silenciava o mundo.”, muito bonito.
Minha sugestão, se me permite, é fazer alguma alteração na parte final. Usar os origamis de papel como metáfora da pessoa aprisionada, voando, finalmente liberta, pode ser previsível demais e, a depender do leitor, diminuir o impacto, a emoção, já que teu conto é bem imagético.
Enfim, tu que sabe, é apenas uma visão. Obrigada pelo texto.
Linda construção. Poética.
O final, previsível, não ofusca a bela escrita.
Parabéns
Um conto poético, muito bonito, que evoca belas imagens mesmo em meio a uma dura realidade. Uma mensagem de esperança.
Ao longo da história, imaginei que partiríamos para a lenda da confecção dos mil tsurus, de que a produção destas mil peças de origami seria capaz de realizar um desejo da pessoa que o fez. Gostei ainda mais da condução aqui, que acabou sendo uma surpresa para mim.
Boa sorte!
Nota: perdao pela falta de acentos no texto, estou escrevendo em teclado gringo =)
Forte. Apesar de o texto estar aberto a interpretacoes, para mim a mais impactante eh a de que Sofia viu a liberdade na morte (interpretacao esta fortificada pela escolha do nome do autor).
As imagens que o conto constroi sao belissimas. As cartas escritas para ninguem: talvez, ultimas mensagens ao mundo que lhe era proibido. “Nao havia mais sofia, apenas um eco do vazio”. Pesado. O texto eh poetico e muito bem escrito. Uma leitura excepcional!
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): uma menina presa contra sua vontade executa um plano de salvação enviando dezenas de origamis pelo ar com mensagens de socorro. Elas alcançam o objetivo, mas tarde demais.
📝 Técnica (⭐⭐⭐): muito boa. Usa muito bem as metáforas para suavizar um tema tão pesado, fica até bonito. A morte da menina, por exemplo, se transforma num voo no céu infinito. Seu desaparecimento é o eco do vazio. Muito bom!
💡 Criatividade (⭐⭐▫): dentro da média do desafio
🎭 Impacto (⭐⭐▫): é um conto muito bonito, singelo e bem escrito. Não chega a emocionar pois vemos muito pouco da menina, mas a sensação final é de um ótimo conto. Parabéns!
Olá, Hecatombe!
Seu conto consegue, em poucas palavras, apresentar um enredo bastante extenso, com um vocabulário elegante, poético, até, dentro do que, entendo, seja o gênero preferido do público leitor do EntreContos, o drama. É uma junção de características que tende ao sucesso.
Mas, ignorando esse meu apontamento anterior, seu texto já tenderia mesmo ao sucesso, pois é muito bem construído. A técnica empregada é bastante sofisticada, conseguindo distribuir o texto em quatro parágrafos, dando a impressão de estarmos lendo muito mais do que 99 palavras. E, na verdade, não chegamos nem a 90. A quantidade de informação que obtemos é muito grande, e o enredo se desenvolve num ritmo que nos leva do cárcere, passando pela esperança, e terminando na tristeza da perda, o eco do vazio. Genial.
Fiquei muito impressionado. Parabéns mesmo. Estará na minha lista de preferidos, com certeza.
Boa sorte no desafio!
Oi, bem?
Seu conto tem uma construção muito bonita, boas escolhas de palavras. A cena da menina e seus origamis ficou bem nítida. Entendi que ela estava presa, sequestrada. Pode ser um exemplo de tantos casos que vemos por aí, de pessoas que são sequestradas ainda crianças e vivem a vida toda assim.
Mas ela não. Mesmo lá dentro, dentro de suas possibilidades e inteligência de menina, conseguiu traçar um plano que deu bons resultados. Só que, pelo visto… tarde demais.
As mensagens escritas nas asas são gritos silenciosos por socorro. Elas também são um sacrifício, porque, ao soltá-las na brisa do vento, ela se desprende de sua arte, de uma parte de si mesma.
O conto funciona como metáfora, mas também reflete sobre nossa vida mundana. Muitas vezes, somos prisioneiros, em vários sentidos, e só poucos têm coragem de lançar suas esperanças ao vento.
Parabéns pelo texto.
Boa sorte no desafio.
Asas De Papel é um microconto angustiante. Sabemos pouco. Uma menina aprisionada, um homem aprisionador. Papel, tesoura e um sonho. A menina quer ser livre. Faz dobradura, escreve bilhetes de resgate. Lança ao vento. Que destino tomam esses bilhetes? Alguns caem nas mãos de possíveis salvadores. Mas há um, ao menos um, que chega às mãos de seu algoz, talvez caído ainda ali por perto, junto à janela. O carcereiro providencia a remoção da garota para outro local. O cárcere continua. Quando os passíveis salvadores chegam para libertar a garota do cárcere original, já não a encontram.
O conto deixa elementos para a imaginação do leitor. Como Sofia saiu do quarto? Alguém a libertou ou se suicidou?
Tem imagens bonitas: o “céu”, as “asas”, o “vazio”.
A repetição da palavra “céu” pesou, na minha avaliação. Outra coisa, são duas adjetivações na segunda frase: “quarto pequeno” e “janelas trancadas”. Se no parágrafo seguinte diz “você nunca sairá daqui”, já se pressupõe que estaria trancada (inclusive as janelas).
Estou pensando sobre o porquê o pseudônimo: Hecatombe.
Parabéns!
Sofia está presa e, quando a salvação chega, ela já está livre.
Apesar da salvação externa chegar tarde demais, ela se liberta através de sua arte, os pássaros de origami e, o que poderia ser a morte, se traduz para liberdade. O poder libertador da arte.
Um belo conto, reflexivo e bem desenvolvido.
Gostei muito.
E mais uma vez, a arte é a chave da salvação da humanidade.
Cartas em garrafas, pipas com mensagens tatuadas e, agora, origamis.
Não há cárcere ou léguas marítimas que impeçam a poesia de encontrar as asas da liberdade.
Boa sorte!
Rogério Germani
Olá, Hecatombe! Tudo bem?
Gostei bastante do seu conto! ❤️
Sofia está presa, possivelmente sequestrada, e tenta pedir ajuda nas asas dos pássaros de origami, mas quando a ajuda chega é tarde demais, sua alma já está livre, voando pelo céu.
Apesar do conto narrar uma tragédia terrível, tudo você escreveu com tanta delicadeza e poesia que fez do conto uma imagem bonita de paz no final, quando Sofia estava finalmente livre, mesmo que seu corpo estivesse irremediavelmente perdido.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Olá, Hecatombe!
Olá, Hecatombe!
A história é bonita, com um tom poético muito bem empregado. Contudo, fiquei confuso. Talvez seja por causa do limite de palavras. Em minha primeira leitura, imaginei que fosse uma história de cárcere, bem no estilo de terror, mas com uma linguagem muito suavizada. Talvez seja isso, talvez não. Mas gostei do que li. Parabéns pelo conto!
Gostei muito do seu conto. Curto como deve ser um micro conto, onde as palavras assumem importância vital, nada pode ser desperdiçado. Bem escrito, poético e o final fecha com maestria. Parabéns
A imagem dos pássaros me trouxe à lembrança o bom Quintana: Todos esses que aí estão / Atravancando meu caminho, / Eles passarão… / Eu passarinho!
Exatamente como esse poema, simples, porém com forte significado, o conto mostra bem isso: não adianta me trancar, que vou acabar escapando, de qualquer jeito. Muito bom. Parabéns e boa sorte!
Através de pássaros de papel com mensagens, Sofia busca a liberdade, tanto física quanto espiritual. Uma história aparentemente simples, mas que no final funciona, pois temos uma ideia de reclusão e o que muitos esquecem de trazer em textos sobre o tema, a esperança.
Não há muito o que pontuar, pois consigo ver uma personagem bem construída, complexa e resiliente, que se refugia nos origamis como uma forma de expressão.
Parabéns pelo texto bem construído! Boa sorte!
Tendo a não gostar muito de aplicações mais líricas, mas nesse caso achei que foi muito bem empregada, em uma situação triste e um final agridoce. Excelente trabalho, é uma daquelas histórias que, justamente pelo formato curto, acaba funcionando melhor do que se fosse maior.
Olá, Hecatombe.
Seu microconto é muito bom, mas creio que o título entregou mais do que eu gostaria saber antes de finalizar a estória… Mesmo assim, a escrita é fluida e parece resultado de um autor que se dedicou em contar algo dentro num limite pequeno de palavras. Sem atropelo nem repetições.
Se o voo alçado foi somente no sentido de libertação ou de “espalhar a ideia” (decorrente das condições e motivo do cárcere, que não sabemos), acho que não importa muito para mim. O importante é que seu conto foi bem sucedido.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Que bonito!
Eu acho que nem sempre é preciso recorrer à grandes viradas. O seu conto é um exemplo. A história segue linear, eu quase esperava uma tragédia, mas não. Termina com a liberdade, um alívio. A poesia na escrita não atrapalha a narrativa, apenas a deixa mais bela. Dar um nome à personagem é outro acerto.
Parabéns pela escrita, pela história e pela participação.
Esse microconto me remeteu à lenda japonesa que diz que se a pessoa construir mil tsurus de origami com o pensamento voltado para um desejo, esse, se tornará realidade. Além disso, fez eu lembrar da história de Sadako Sasaki porque tem uma escultura de uma menina com um tsuru em um parque, em algum lugar no Japão.
Creio que esse microconto fala mais ou menos disso: resistência e transformação, busca por liberdade e transposição de barreiras. É melancólico e mistura sentimentos e conceitos – a esperança, a luta pela liberdade, o silêncio, a solidão, o vazio.
Criamos nossos pássaros, nossas ideias e desejos. Queremos que eles ganhem altura. Lutamos para que vençam os obstáculos e, no fim, se eles ganham altura ou não, o que nos resta é o silêncio de nossa existência, a reflexão de nossa vida.
Conto utópico, poético, misterioso e bem escrito.
Li algumas vezes para tentar depreender totalmente.
Cyro Fernandes
cyroef@gmail.com
Essa me parece uma história sobre fuga da prisão. No entanto, foi aplicada com pouquíssimas palavras… e o resultado surpreendentemente deu certo!
Parece uma fábula, meio poética até. Mas se tiver algum significado oculto, desculpe, não consegui captar. O que consegui imaginar aqui foi uma cena tipo aquela do filme do Enrolados, em que a Rapunzel solta várias lanternas de sonhos para o céu, e ela consegue se libertar do confinamento naquela torre.
A escrita aqui é muito boa. Este conto provavelmente estará na minha lista de favoritos.