EntreContos

Detox Literário.

Aeroporto (Nilo Paraná)

Ele vinha ao aeroporto todo dia à tardinha. Encostado no vidro do terceiro andar, via o subir e descer das aeronaves. Conferia no painel do saguão, esperando até a última aterrissagem e ia embora. Sozinho. Nunca mais acompanhado.

69 comentários em “Aeroporto (Nilo Paraná)

  1. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Talvez todo texto curto corra esse risco de, logo de começo, anunciar o seu final. Até porque poucas linhas separam princípio e fim. Foi o que senti aqui. O personagem sozinho no aeroporto já me sugeriu que, por um motivo o qual, como tem sido, eu não saberia, ele jamais encontraria a pessoa por quem aguarda todos os dias. Pode ser luto, pode ser uma relação cortada. A autoria fez bem em omitir qualquer explicação, se é que foi de sua opção e não suprimido pelo limite. O que desfavorece o texto é que prever esses elementos da narrativa acabou por tirar o seu impacto.

  2. jowilton
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história de uma personagem que vai todos os dias sozinha para o aeroporto para ver as aterrissagens e decolagens.

    A condução do conto é bem feita dando um tom melancólico a história. Passa bem a solidão que a personagem passa. No entanto, para mim, as várias possibilidades do que ocorreu para fazer a pessoa ir para o aeroporto todos os dias, deixa uma grande lacuna que enfraquece um pouco o impacto.

    Boa técnica, impacto médio.

    Boa sorte no desafio.

  3. Victor Viegas
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Arthur!

    É um texto simples, com uma cena única no aeroporto. Acredito que pela falta de interação e aprofundamento das relações dos personagens, o texto não causou muito impacto para mim. Trouxe um pequeno sentimento de saudade, principalmente pela partida da pessoa no avião, talvez essa tenha sido a intenção. De qualquer forma, é um bom texto. Boa sorte no concurso!

  4. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Pelo tamanho do texto, ficam muitas lacunas para serem preenchidas pelo leitor. A mais óbvia para mim é a de um homem de meia idade que viveu com uma comissário de bordo (ele poderia fazer ponte aérea todos os dias, trabalhando em outra área) por anos, daí a rotina, mas hoje ela não faz mais o trajeto. Ela pode estar morta ou eles simplesmente não estão mais juntos.

    Alguém citou o filme “Sempre ao seu lado”, mas eu lembrei de “Up”, com aquela introdução de alguns minutos lindíssima, a coisa mais perto de me fazer chorar no cinema (Titanic só me faria chorar de tédio).

    Esse microconto é bem melancólico e nos faz pensar na possibilidade da perda ou do fim de um relacionamento, que nunca será superado. Poucas palavras, muitas emoções.

    Boa sorte.

  5. Roberta Andrade
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Comovente, em poucas palavras. Parece um desses filmes de sessão da tarde que nos fazem chorar rios por um cãozinho que partiu.

    Achei muito bem escrito, conseguiu me emocionar facilmente e acho que deu todas as informações necessárias para contar uma história.

    Na minha opinião, o assunto foi apelativo demais, um pouco forçado talvez. Mas, sem dúvidas, foi um bom texto.

    Parabéns! Boa sorte.

  6. Andre Brizola
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Arthur!

    Um conto bem pequeno, com mais coisa não dita do que dita. Normalmente não critico esse tipo de coisa, pois um micro conto com limite de palavras tão pequeno essa escassez de informação é algo recorrente. Mas aqui achei que deveria ter algo mais, pois me surgiram dúvidas. E não dúvidas interessantes, mas sim dúvidas de roteiro, de enredo.

    Por exemplo, o homem, imagino, transformou-se em um personagem do aeroporto. As pessoas o reconhecem, pois está lá todo dia, sempre no mesmo lugar, observando sempre o mesmo quadro de voos. Eu sei que estamos lidando com a solidão, mas isso gera empatia, é difícil de aceitar que isso chegaria nesse ponto. É muito parecido com o lugar em que eu trabalho, onde recebemos pessoas mais ou menos nessa situação todos os dias e isso faz com que fiquemos preocupados com essas pessoas. Acho a situação do conto bastante improvável.

    Mas, vamos aceitar o improvável e continuar.

    Não há um contexto anterior? O personagem espera um desembarque de qualquer voo? Ele via o subir e o descer dos aviões, isso não nos afasta de um entendimento? Não seria legal ter deixado somente um deles, para inferir que ele foi abandonado, ou que estava aguardando alguém que nunca chegou? Nossa única informação é a de que, seja lá o que ocorreu, é que ocorreu à tardinha. Mas é muito pouco.

    Tendo isso como informação, é claro que podemos tirar daí um contexto e um entendimento. Mas é pouco. É muito pouco. Isso vai fazer com que cada leitor tenha seu próprio entendimento do final do conto. Isso é legal? Só é legal se era esse o objetivo do autor. Se não era esse o objetivo, acho que o conto falha ao contar sua história, e tendo mais palavras dentro do limite, poderia ter funcionado melhor.

    Veja bem, tudo está dentro daquilo que o autor optou por contar, e não há certo e errado. Mas cada leitor também vai ter sua própria opinião. Acho que seu conto vai agradar muita gente, mas muitos também não ficarão totalmente satisfeitos.

    É isso. Boa sorte no desafio!

    • Arthur Pellegrino
      31 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      ola Andre, muito grato pela leitura e analise até bem trabalhosa do conto. Concordo em parte com teus comentários, divirjo em alguma coisa. Minha preferencia de escrita é de microcontos que em geral tem um máximo de 300 caracteres incluindo espaços, o que me dá em media de 40 a 45 palavras (este conto tem 38 palavras). Num microconto tão pequeno, muito deve ser sugerido, abrindo espaço para interpretação do leitor. Claro que eu poderia ter escrito mais, dizer de uma mulher que morreu ou o abandonou ou outra coisa, mas não creio que isso tornasse o conto mais interessante, ao contrario, creio que o tornaria banal. E como você disse, não é um conto que agrade a totalidade, sem plot twist ou um tema mais impactante, aqui foi priorizada a emoção, talvez até doentia do personagem. (minha esposa leu e falou: ou do escritor…rsss)

  7. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Oi, Arthur,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto é conciso, bem redigido e melancólico. Aeroportos, por seu ir e vir de pessoas, são locais propensos para reflexões. Já ouvi um filósofo dizendo que gosta de ir a aeroportos quando está triste, pois o fluxo de passageiros, as chegas e partidas, faz com que ele pense em como a vida é mais ampla do que seus problemas.

    Seu personagem está preso em uma lembrança, numa espera. A rotina da solidão. Você nos conta bastante nas entrelinhas, ou nos sugere, o que é característica de um bom microconto.

    Para ficar melhor, eu terminaria o texto em “Sozinho”. Seria mais impactante.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    • Arthur Pellegrino
      31 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      ola Luiz, obrigado pela leitura e tempo despedido na analise do meu conto. Sua analise é bem interessante e exprime quase exatamente o que eu pretendia. Sobre o final, se eu terminasse como você sugeriu em “sozinho”, e demonstraria apenas o presente : voltou sozinho. Quando quis usar “nunca mais acompanhado” a ideia era abrir um leque futuro, quase um conhecimento do personagem sobre a impossibilidade de um dia voltar acompanhado.

  8. Luis Guilherme Banzi Florido
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: no aeroporto, ele espera sua amada, que nunca chega.

    Microsensações: um micro conto sobre perda e/ou abandono, onde acompanhamos um homem que ainda espera o retorno do (a) amado (a), sem nunca encontrar ninguém. Esse conto é carregado duma melancolia impressionante para tão poucas palavras. Voce usa muito bem esse pouco espaço para trasmitir essas ideias que descrevi, de modo que tive que ser muito economico e direto pra nao escrever um resumo maior que o conto. Parabens. Por outro lado, o tom do conto meio que deixa claro o final, nao sei explicar. Logo ao inicio da leitura ja imaginei o desfecho: a decepção de nunca reencontrar a pessoa amada. Isso tirou um pouco do impacto para mim, pelo menos.

    Por ultimo, vale ressaltar que voce foi muito inteligente ao deixar aberto do que se trata: uma pessoa que o abandonou e nunca mais apareceu, ou alguem que morreu, mas que ele, incapaz de superar, manter a esperança de reencontrar? Acho que esse é o ponto alto do conto.

    Impacto:

    Micro

    Médio –> conforme expliquei, o conto causa impacto ao deixar em aberto mais do que entrega, mas achei que o final é, por alguma razão, previsível, o que diminui um pouco o impacto.

    Macro

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: muito bom. O texto é beeem curtinho, mas entrega muito em pouco espaço.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: da minha guarita do aeroporto, observo aquele homem que, todos os dias, espera por alguem que não volta. Me causa pena, mas ja tendo visto aquela historia se repetir, não sinto um impacto tão grande.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  9. Marco Saraiva
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Nota: perdao pela falta de acentos no texto, estou escrevendo em teclado gringo =)

    Um conto sobre o abandono. Aquela cena que, apesar de mundialmente reconhecida, sempre comove: a pessoa a retornar todos os dias sem falta, aguardando a volta daquela que sabe que nao voltara. Para adicionar a melancolia, ha o sentimento de que nunca havera outra para substituir a que se foi.

    Microconto simples, que evoca uma imagem triste, construindo-a muito bem.

  10. Priscila Pereira
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Arthur! Tudo bem?

    Que micro triste e desesperançoso…

    Esse “nunca mais acompanhado” sugere que o personagem sabe que é impossível que sua companheira(o) volte, então o ato de ir até o aeroporto todos os dias é como uma punição ou tentativa de manter uma conexão viva. Nos dois casos o personagem precisaria procurar ajuda psicológica.

    Gostei da forma como foi escrito, esse contar um pedacinho da história e deixar a maior parte para a imaginação do leitor rende um ótimo exercício de imaginação.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Arthur Pellegrino
      30 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      oi Priscila, você captou bem a essência do conto. Obrigado pela visita e comentário.

  11. Gustavo Araujo
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Este conto é carregado de subtexto. Foca-se na solidão do protagonista, no hábito, ou melhor, na obsessão com que observar as aeronaves pousando à espera de alguém que nunca virá.

    O conto é impregnado de melancolia, própria dos solitários. Dá para imaginar um quadro do Edward Hopper com esse tema sem muita dificuldade. O tom é soturno e um tanto sombrio, já que, ao menos para este leitor, a espera será sempre infrutífera.

    Interessante como este conto se assemelha ao do Navio, em que há espera por um pai/marido que jamais haverá de chegar, ainda que lá o meio de transporte seja outro. De qualquer forma, tanto lá como aqui o sentimento de solidão é muito bem manobrado. Se aquele conto estiver na minha lista, este aqui também estará.

    Ótimo trabalho.

    • Arthur Pelegrino
      29 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pelegrino

      Gustavo, obrigado pela visita e comentário. Acho ótimo quando recebo esse tipo de critica, objetiva, saindo do subjetivismo tipo: muito pequeno, muito grande, gostei, não gostei. Na realidade me ajuda a saber se consegui passar para o leitor o objetivo do conto, o que eu queria expressar, e se não consegui, me ajuda saber onde falhei.

  12. Rodrigo Ortiz Vinholo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Curto, melancólico e efetivo. É daqueles contos que se resolve muito bem sozinho. Ao mesmo tempo, ele corre um risco considerável: a síntese acaba tirando o espaço que temos para conexão. Sabemos que o protagonista está só, e estará sempre só, após uma perda. Mas quem era a outra pessoa, qual era o nível de conexão, qual a história… tudo isso sobra para preenchermos por conta própria, e sobra ao leitor preencher as lacunas com algo que se importaria mais ou menos.

    Para mim, funcionaria melhor se tivéssemos nem que fosse uma vaga pista sobre a natureza da perda que ocorreu ali.

  13. Sabrina Dalbelo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    O que me chamou atenção é que o narrador está no aeroporto vendo o homem que todo dia “vem” e vai embora, interessante, dá pra testemunhar mesmo a solidão do homem, dessa perspectiva.

    A frase final é intrigante. Dá margem para diversas interpretações.

    Na minha, ele já esteve por muito tempo acompanhado, mas depois que começou a neura de acompanhar os voos, nunca mais esteve.

    Valeu pelo texto!

  14. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, Arthur Pellegrino, um conto muito bem construído você me apresenta. Uma história tão simples e ao mesmo tempo tão densa. Uma narrativa carregada de solidão de um homem que sempre está acompanhando descidas e decolagens no aeroporto. Um conto tremendamente triste. Mas o que sua história tem de melhor é o seu término. Deixa-o todo em aberto para que eu, como seu leitor, possa escolher o final que mais se adeque ao meu gosto. Parabéns.

  15. Mariana
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    Um micro melancólico, pequeno até para os padrões do desafio. Um homem, todos os dias, vai para um aeroporto e passa a tarde olhando os aviões. Está sozinho e assim vai permanecer até o seu final. Locais de chegadas e partidas são espaços carregados de sentimentos humanos e o autor teve uma boa sacada em utilizar o aeroporto para a ação (ou falta dela, no caso). Há um final amarrado, a narrativa é quase uma história de ausência – faz sentido não ter imagem no conto. Um trabalho bonito, parabéns e boa sorte no desafio.

  16. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Alguém espera no aeroporto pela chegada de quem nunca mais virá.

    Desenvolvimento: Um conto escrito abaixo do limite estipulado para o desafio, mais do que a grande maioria aqui, mas que passou bem a angústia e até mesmo a desilusão do homem que está sozinho. Sem qualquer erro e sem nada sobrando, para dizer que nunca mais ele estará acompanhado de quem ama. 

    Destaque: Para a forma de narrar, sem cair no lugar comum, o quanto aquele relacionamento era importante pra ele. 

    Impressões da leitura: Eu gostei muito, gostei da forma de narrar, sem ser apelativo, me trazendo uma sensação de melancolia. Parabéns pelo texto.

  17. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    O conto, bastante sintético, acaba se tornando significante quando se pensa em por que o protagonista fica “nunca mais acompanhado” – e, principalmente, por que ele continua essa rotina, se sabe disso. Essa falta de resposta, se pode ser frustante, por outro lado permite que o próprio leitor crie mil respostas. E eu gosto que seja assim. Mas acho que nem todo mundo vai gostar.

  18. leandrobarreiros
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Uma história sobre um homem que espera alguém em um aeroporto. Eu entendo a opção do autor por menos. Especialmente em micros, menos tende a ser mais, contudo acho que o recurso não se encaixou bem aqui. O autor com certeza consegue passar o sentimento proposto de pessimismo/solidão, mas a história em si, ao menos para mim, é aberta demais. Parece haver falta de um significado oculto que geralmente da força a esse tipo de narrativa.

    Técnica: Alta. Em pouquíssimas palavras o autor construiu uma história capaz de transmitir sensações específicas, sem muita margem para dúvidas.

    Interesse: Baixo. Como disse, sinto que faltaram elementos para apontar camadas mais profundas e reais na história. Certamente há camadas, mas podem ser qualquer coisa.

    Objetivo do autor: Impactar emocionalmente em poucas palavras, deixando espaço para a criatividade do leitor construir o restante da história.

  19. Givago Domingues Thimoti
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    AEROPORTO (ARTHUR PELLEGRINO)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Um homem vai ao aeroporto religiosamente todo dia a espera de algo/alguém que nunca vem.

    Inclusive, esse conto me lembra uma música: encontros e despedidas do Milton Nascimento.

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Huum, acho que ficou conciso demais. Precisava de um pouco mais de história para arrebatar.

    Ø  Subtexto:

    É um conto muito bonito sobre espera, amor e por que não luto, nas suas mais variadas espécies. Funciona bem para um contexto de microconto. É bem aberto e permite múltiplas possibilidades.

    Mas também aberto até demais.

    Ø  Escrita:

    Irretocável.

    Ø  Impacto:

    Bom, mas poderia ter sido melhor!

    Esse conto me lembrou um pouco de uma das minhas músicas favoritas do Milton Nascimento.  Aqui, o autor/a autora optou por focar sua visão em apenas um personagem e toda a história não dita por trás. Para alguns leitores funciona, enquanto para outros não. Confesso que eu adoraria ter visto algo a mais sobre.

    Parabéns pelo trabalho e boa sorte no Desafio!

    Tem gente que vem e quer voltar
    Tem gente que vai, quer ficar
    Tem gente que veio só olhar
    Tem gente a sorrir e a chorar
    E assim chegar e partir

    São só dois lados da mesma viagem
    O trem que chega é o mesmo trem da partida
    A hora do encontro é também despedida
    A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar
    É a vida desse meu lugar, é a vida

  20. claudiaangst
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    O conto trata da solidão de quem fica, daquele que nunca parte, só aguarda a chegada de alguém que se foi e (ainda) não voltou. O ritual diário da espera, a angústia de ver os aviões indo e vindo, o tempo também voando e sem poder voltar.

    Linguagem simples, clara, que é bem conduzida para criar o quadro da angustiante espera, sempre terminando em frustração. Não encontrei falhas de revisão.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  21. Felipe Lomar
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    o autor passa muito bem a melancolia, a ideia de esperar por alguém que já se foi. Particularmente, deu a impressão que o protagonista é um cachorro (me lembroubdo filme sempre ao seu lado)

    boa sorte.

  22. Arthur Pellegrino
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Arthur Pellegrino

    ola JP, realmente lembra a história de Hachiko, mas por outro lado existem trocentas histórias de alguém que sofre com uma perda e da dificuldade de esquecer, não é? O diferencial é como é escrita, não concorda? Obrigado pela visita e disposição para analisar o conto.

  23. JP Felix da Costa
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Neste conto temos a descrição de um ritual de alguém que continua a repetir a ida ao aeroporto para aguardar a chegada de alguém que nunca mais chegou. Não sabemos o motivo, se por morte, se por apenas ter saído da sua vida e esse facto nunca ter sido aceite. É uma história de saudade e perda, e da incapacidade de continuar com a vida, de se desligar do passado. A execução é simples e eficaz, estando a força do texto toda na temática.

    Curiosamente lembrou-me a história do Hachiko, o cão japonês que todos os dias ia aguardar a chegada do dono à estação de comboios, mesmo depois deste ter falecido, e continuou a ir até ao fim dos seus dias.

  24. Kelly Hatanaka
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um microconto com M maiúsculo. Ou, no caso, minúsculo.

    A história está aí, contada através de tudo o que não é dito. Esta é uma história de luto e perda, que ao invés de falar que “fulano estava tristíssimo e chorava copiosamente” ou “saiu soluçando, inconsolável” mostra o que a dor da ausência leva a fazer.

    O personagem repete uma ação que ao final, descobre-se que costumava fazer acompanhado. E pronto. Sabemos que houve uma perda e que ele sofre. É possível sentir, também, a solidão, a dor e o vazio.

    Sem sentimentalismos, sem exageros, sem melodrama.

    É um desenho que se revela pelas partes que não foram desenhadas.

    Excelente!

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  25. Thais Lemes Pereira
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Olá, Arthur Pellegrino.

    Contexto pessoal

    O microconto me lembrou muito a história do Hachiko, cachorro que esperava todos os dias o dono, em uma estação, no Japão. Porém o dono um dia nunca mais voltou.

    Análise pessoal

    Tive um pouco de dificuldades de entender quem era o personagem e quem era o narrador, por um erro meu, mas que vou explicar aqui:

    “Encostado no vidro do terceiro andar, via o subir e descer das aeronaves.”

    Na minha primeira leitura, pensei que por um erro faltou um hífen em “via-o”, logo pensei: “Encostado no vidro do terceiro andar, via-o” (o narrador), “subir e descer das aeronaves.” (o personagem principal).

    Isso me fez pensar que o personagem principal fosse um piloto, porque todos os dias ele subia e descia das aeronaves.

    Só na terceira leitura entendi que não era um erro, que a frase está perfeitamente correta. E agora sim, a frase que encerra o conto ganha sentido.

    Ainda assim, o “nunca mais acompanhado” demonstra que por muito tempo ele saiu dali acompanhado e que também já era observado nessa época. Ou talvez uma figura conhecida por voltar ali todos os dias.

    Conclusão

    Apesar de curtinho, achei muito bonito e gerou empatia com o personagem. Exatamente o que estou procurando nesse desafio. O conto é aberto, o que não gosto, fico questionando se foi alguém que nunca mais voltou por opção ou que morreu. Mas isso não afetou tanto a minha experiência como leitora, porque gerou o que estou buscando, um sentimento e histórias com começo, meio e fim em um curto espaço.

    Desejo um bom desafio!

    • Arthur Pellegrino
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      oi Thais, obrigado pela leitura e também pela disposição em fazer uma analise tão detalhada. Realmente, acontece como você avaliou no final, a historia é contada por um narrador onisciente. Por ser um micro conto tão pequeno (minha preferencia), achei que uma explicação maior tornaria o conto muito banal. Busquei prender o leitor justamente com a possibilidade de múltiplos desfechos. gostei da tua analise.

  26. Rogério Germani
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    A escolha do aeroporto como cenário de fundo amplifica a solidão do protagonista em meio a tantos rostos desconhecidos.

    Passa uma tristeza que busca socorro clamando aos céus um último aceno e isto, ainda, dói no peito de quem precisa continuar seu voo solo.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  27. André Lima
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de André Lima

    O(a) autor(a) conseguiu, em poucas palavras, resumir um sentimento.

    A técnica é boa, mas o impacto é pequeno, justamente por conta da narrativa tão sucinta, menor até do que o pequeno limite que foi estabelecido.

    Ficou com cara de biscoito da sorte… Sinto que o autor tem capacidade para elaborar mais, utilizar o limite de maneira estrategicamente melhor.

    Mas fica a boa capacidade de escrita, com gosto de “poderia ter mais”.

    • Arthur Pellegrino
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      Ola André, obrigado pela visita e comentário. entendi bem o que você analisou. O tamanho é escolha minha, gosto muito de micros com ate 300 caracteres incluindo espaço, o que da aproximadamente 40 a 45 palavras. Muitos aqui tem estranhado isso, eu não usar o limite do tamanho, mas embora pareça simples, é mais difícil, pois não pode haver nenhuma palavra sem função. Esse é o estilo que mais gosto. Se for muito maior começa a virar um conto e não um micro conto. Sobre a dinâmica da história, embora goste muito de impacto e plot twist, este fiz mais pelo sentimento. Novamente obrigado pela disposição em comentar

  28. cyro fernandes
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Texto explora a solidão e a falsa expectativa de alguém retornando. Bem escrito, breve mas eficiente.

  29. cyro fernandes
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Texto explora a solidão e a falsa expectativa de alguém retornando. Bem escrito, breve mas eficiente.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  30. Mauro Dillmann
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Alguém que ia ao aeroporto sozinho porque, em outro suposto tempo, esteve ali acompanhado. Conto curto, bem escrito e com essa mensagem do sofrimento provocado pelas partidas. Muito bom.

    Parabéns!

  31. Leo Jardim
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): parece ser alguém que espera o retorno de um amor, que viria de avião, mas esse nunca chega e, provavelmente, nunca chegará. Me lembrou o conto do Navio, que li antes desse. Curto e profundo.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐): fez bom uso das poucas palavras, dando elementos suficientes para que os leitores completem a história.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): dentro da média do desafio

    🎭 Impacto (⭐⭐▫): não é um conto de tanto impacto, mas de reflexão. Gostei de imaginar o motivo das idas diárias e frustradas ao aeroporto.

  32. Evelyn Postali
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Ah… deu dó. Esperar por algo ou por alguém que nunca mais acontecerá/virá é a representação mais triste do peso da ausência e do vazio emocional. Essa rotina da personagem, marcada pela observação dos aviões e pela espera silenciosa, é uma tentativa (talvez) de manter viva uma conexão que nunca mais acontecerá. É um micro sutil e melancólico construído em uma atmosfera de solidão e saudade. É curto, mas manda deixa o recado. Gostei muito dele.

  33. Thiago Amaral Oliveira
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Oi Arthur, tudo bem?

    O conto não me pegou muito. Não sei se pelas descrições, a escoclha de palavras… mas senti que era um tipo de história que já vi antes e, da maneira que foi contada, não me causou impacto.

    Acho que, como outras pessoas, senti a necessidade de algo a mais. Entendo o sentimento por trás do personagem, a agonia, melancolia, mas me parece que as duas frases finais resumiram tudo de forma óbvia demais.

    Espero ter contribuído de alguma forma.

    Valeu, e boa sorte no desafio.

  34. Elisa Ribeiro
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    A primeira coisa que pensei ao terminar a leitura do seu micro foi de que a ambientação em uma estação ferroviária combinaria mais com a desolação do seu personagem. Mas estações ferroviárias são cenários de outros tempos e outros lugares, certamente por isso você escolheu o aeroporto como o lugar onde esse homem solitário renova todos os dias a esperança de um reencontro que nunca acontece.

    Seu micro é bom porque se abre a muitas leituras, o problema é que ficou (me parece, porque não contei) bem abaixo do limite de palavras e isso pode render alguns comentários negativos no certame. Comigo, seu conto funcionou porque transmitir muito bem a melancolia do personagem Parabéns! 

    • Arthur Pellegrino
      23 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      obrigado pela visita e comentário Elisa. gosto muito de ver as diferentes interpretações. sobre o tamanho, são 38 palavras. estou habituado a contos de até 300 caracteres incluindo espaços, que em media são 40 a 45 palavras. é um pouco mais trabalhoso pois não podemos perder uma palavra sequer. todas precisam ter sua significação. como disse, é uma opção.

  35. Raphael S. Pedro
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Muito bom texto. Acredito que expressou de forma genuína, ainda que breve, o sentimento do personagem. Gosto de pensar que a exigência de um final exato ou uma reviravolta mirabolante é desnecessária quando o autor transmite sua ideia, como nesse caso. Parabéns!

  36. toniluismc
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    O conto retrata a rotina solitária de um homem que encontra conforto em observar a movimentação do aeroporto, esperando por um voo que nunca chegará. Acho que eu já fui esse homem em algum momento das minhas andanças pelo mundo, mas confesso que hoje essa história não me causou grande impacto.

    A melancolia e o sentimento de perda estão bem retratados, só que a ausência de um objetivo claro deixou a carga emocional tão intensa, que isso me fez questionar sobre todos os elementos da sua narrativa.

    Corre o risco de estar na minha lista porque não desgosto, mas também não gosto, então alguns intermediários vão acabar entrando rs

    Parabéns e boa sorte!

  37. Juliano Gadêlha
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    O conto executa bem o papel de passar a imagem de solidão, de falta. Mesmo com a intenção de manter um final aberto e de não dar muitos detalhes sobre o homem, acho que um pouco mais de contexto poderia tornar a narrativa mais forte. Ainda assim, muito bem escrito. Parabéns!

  38. Amanda Gomez
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Um homem preso em um limbo emocional cumpre um ritual diário de ir ao aeroporto, esperando por algo que, no fundo, sabe que não virá. Ou será que virá?

    Este é um texto que exige calma e reflexão. O autor nos deixa uma porta entreaberta, permitindo múltiplas interpretações. O aeroporto é uma escolha aleatória? Um lugar que reflete suas angústias sobre chegadas e partidas. Ou o aeroporto é o espaço físico onde suas dores e memórias foram criadas?

    Poderia ele ser um ex-piloto? Ou alguém que viveu um grande amor com uma comissária, esperando agora que ela volte pelo mesmo portão de embarque que tantas vezes cruzaram juntos? Talvez ela nunca volte. Quem sabe foi vítima de um acidente aéreo? Antes, ambos subiam nos aviões, acompanhados. Agora, ele está sozinho, preso nessa rotina vazia.

    Ou mais simples que isso: ali ele se despediu de alguém que amava e, em um acidente, ela nunca mais voltou. Então ele ficou preso nesse momento de despedida desde então. 

    O texto, embora curto, é bem denso. Fiquei intrigada com a questão prática de como ele consegue entrar no aeroporto todos os dias sem uma passagem. Até onde sei, é necessário passar por catracas para acessar áreas com vista para as aeronaves. Esse detalhe me trouxe uma certa estranheza.

    Não sei se consegui abraçar o texto na totalidade, mas tentei. Em poucas palavras, o autor conseguiu transmitir de forma tocante a angústia, a solidão e a desesperança do personagem.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Arthur Pellegrino
      22 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      oi Amanda, obrigado pela leitura e comentário. Claro que um conto aberto dá margem para inúmeros desfechos, mas você captou bem o sentimento do personagem, solidão e desesperança.

  39. Diego Gama
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    Achei simples mas bem intencionado. Gostei de como passou uma sensação de solidão e perda. Achei bem escrito!

  40. Sidney Muniz
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Olá, bom dia!

    Tudo bem, caro autor(a)?

    Não há muito o que dizer sobre seu texto! Mas vou falar mesmo assim, pois sou mineiro.

    E vamos lá!

    Ele vinha ao aeroporto todo dia à tardinha.

    Creio que quem escreveu foi mineiro, eu acho.

    Encostado no vidro do terceiro andar, via o subir e descer das aeronaves.

    Importante observar o “encostado no vidro” isso mostra, em minha opinião que a pessoa esperada está sim viva, ou talvez não.

    Conferia no painel do saguão, esperando até a última aterrissagem e ia embora.

    Mais uma pista de que ela poderia estar ali? imagino as possibilidades, um filho, um pai, uma esposa, um marido, um amor, um amigo, alguém que já se foi, alguém que pode sim voltar a qualquer momento?

    É um texto de grande impacto, para mim, não, vou falar após esse último trecho…

    Sozinho. Nunca mais acompanhado.

    Aqui, para mim o conto tem uma simples falha, explicar o que não precisava ser explicado. Quando o autor assume a resposta e diz que “nunca mais acompanhado”. Eu queria mesmo que terminasse apenas assim. “Sozinho” ou “que a penúltima frase terminasse em aterrissagem e a última fosse. “ia embora sozinho”. Isso diz tudo, diria, ou talvez não dissesse, e esta seria a cereja do bolo.

    Quando nos revela que a espera é em vão, me diz muito mais do que eu queria saber. Mas ainda assim é talvez, salvo esta escolha errada, em minha humilde opinião, o melhor micro até aqui.

    Isso não quer dizer que é o melhor texto, mas não quer dizer que nãoé!

    boa sorte e parabéns!

    • Arthur Pelegrino
      22 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pelegrino

      ola Sidney, obrigado pela leitura e principalmente pela analise do conto. Muitos vendo um conto tão pequeno acharam simples demais, mas não foi o que aconteceu quando fiz. Lógico que num final aberto, estou dando liberdade de interpretação ao leitor. Gostei da sua. Você não foi o primeiro a falar que ultima frase esta redundante. Para mim, é a frase chave e mais importante do conto. Sozinho é presente. Nunca mais acompanhado é futuro. Ele sabe.

  41. Fabiano Dexter
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Um belo conto sobre a solidão e, possivelmente, uma perda, de alguém que partiu e não retornou ou nunca mais retornará.

    Achei bem interessante as descrições da cena e é fácil ver uma pessoa ali, sozinha, apenas aguardando, se segurando de alguma forma na esperança de que a pessoa estará no próximo voo.

    Parabéns!

  42. Antonio Stegues Batista
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    No aeroporto o personagem  espera alguém descer do avião. Ele não ia, ele vinha todo dia, se é que tem alguma importância essa perspectiva de vista. Não se sabe quem espera, mas como não chega, talvez tenha acontecido alguma coisa com a pessoa, ou ela terminou o relacionamento que ele não aceita, achando que tudo poderia dar certo vivendo juntos. Mas é uma espera inútil, alguém precisa dar-lhe um conselho para desistir.

  43. José Leonardo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Arthur.

    A construção do seu conto, em tão poucas linhas, chega ao ápice na última frase. E isso é muito bom, pois faz o leitor querer imaginar o que não está lá, de modo que seu conto cresce pela sensação de ausência e da tristeza que certamente preenche as entrelinhas aqui.

    Parabéns pelo texto e boa sorte neste desafio.

  44. Vítor de Lerbo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    Sempre sou favorável ao uso de imagens que remetam à narrativa em questão, principalmente por se tratar de um desafio de microcontos, em que cada elemento da obra importa muito.

    Neste caso, a falta de uma imagem acabou fortalecendo a narrativa. Afinal, se trata justamente de uma história sobre a falta.

    Uma história contemplativa, como o personagem, que remete à solidão.

    Boa sorte!

  45. Afonso Luiz Pereira
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    A primeira coisa a se destacar é que esse texto passa uma sensação de solidão bem marcante. O autor usa o cenário do aeroporto, normalmente cheio de movimento, pra contrastar com a rotina silenciosa do personagem. Fica, então, aberto à imaginação para o leitor o motivo da espera insistente. Acho que a ideia funciona bem pra provocar essa curiosidade, claro, mas senti falta de um pouquinho de detalhe a fim de criar uma conexão mais consistente com esse alguém que não aparece. E não foi por falta de palavras. Por outro lado, é um tipo de miniconto que deixa aquela sensação de vazio no ar e, talvez por ser tão contido, acaba dizendo muito mais do que parece à primeira vista.

  46. Juliana Calafange
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Gostei muito da concisão, com muito pouco você diz bastante coisa. Só acho que teria mais impacto se terminasse em “Sozinho”. Não há necessidade de dizer que “nunca mais acompanhado”, “sozinho” resume tudo e o leitor fica lá, diante de tantos significados: Por que esse homem vai todos os dias ao aeroporto? Quem ele espera encontrar lá? Por que essa pessoa foi embora e não voltou mais? Você deixa para o leitor a tarefa de preencher essas lacunas, o que eu acho imprescindível num conto. Uma delícia de ler. Parabéns!

    • Arthur Pellegrino
      20 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      Ola Julia, obrigado pela leitura e comentário. Não estou querendo justificar, mas apenas explicar. Sozinho, ele já estava. O “nunca mais acompanhado” foi para reforçar o sentimento de perda, tipo aquela perda que jamais será preenchida ou substituída. Essa foi a minha ideia. Num micro conto tão pequeno como esses que gosto de fazer, cada palavra ou termo deve desempenhar ou sugerir algo. Brigado novamente pela visita.

  47. Thales Soares
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    A história trata de um cara solitário que tem obsessão de ficar vendo os aviões no aeroporto… e só. Não há acontecimento algum, e nem sequer uma reviravolta no final. Na verdade, o único detalhe que temos no final é a última oração, que parece se referir a uma antiga companhia que o cara tinha, e agora não a tem mais.

    O conto é muito bem escrito, porém, achei excessivamente curto. Pelo tão pouco espaço que foi apresentado todo esse universo, não consegui criar envolvimento algum com a trama.

    Achei também que fez falta aqui uma imagem de capa. Nesses microcontos, principalmente nos excessivamente curtos como este em particular, tudo ajuda a contar a história. Título, texto, pseudônimo, e até a imagem de capa. E aqui, nem isso temos.

    De qualquer forma, desejo boa sorte no desafio.

    • Arthur Pellegrino
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur Pellegrino

      Respeito a opinião do leitor, mas não posso concordar com julgamento da capa. O desafio é microconto, que certamente em nenhum concurso ou ou similar exige uma capa ou um desenho. Obrigado pela leitura e disposição para comentar.

  48. andersondopradosilva
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Aeroporto agrada ao não fornecer todas as respostas, ao contrário, formula uma pergunta não formulada, uma pergunta que, na verdade, quem formula é o leitor: quem é o objeto da eterna saudade do eu-lírico? A dor do protagonista nos afeta, comove. É uma dor pungente, inenarrável. O autor não ousou nomeá-la. Sabemos dela porque o protagonista todos os dias, não um ou outro dia, não de vez em quando, não em suas folgas do trabalho, todos os dias ele acompanhava pousos e descolagens, todos os pousos e descolagem do fim da tarde até o fim do dia. Uma dor incessante e muda. Uma dor que ficou doendo em mim. Vejo mesmo este homem anônimo passar ao meu lado no saguão, descendo a escada rolante, parado junto ao vidro, vejo esse homem nos rostos tristes todos do aeroporto da minha imaginação. Gostei imenso deste conto. Espero conseguir encontrar um espaço para ele na minha lista.

    • Arthur
      20 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur

      obrigado pela leitura e analise perfeita do conto.

  49. bdomanoski
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Minha interpretação é que essa pessoa costumava esperar alguém no Aeroporto, talvez sua esposa, namorada(0), filho(a), enfim. E essa pessoa morreu, mas o personagem não conseguiu superar completamente, O que mais gpostei do seu conto é que ele possibilita que imaginemos os motivos que levam o cidadão a fazer isso. Achei que fez um uso excepcional das palavras e todas estão bem encaixadas, formando uma sinfonia agradável.

    • Arthur
      20 de janeiro de 2025
      Avatar de Arthur

      obrigado pela leitura e comentário. captou bem minha ideia

  50. geraldo trombin
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    Texto bem escrito, mas, pra mim, parece que faltou alguma coisa: um temperinho a mais, a cereja do bolo?  Quem sabe você descobre e nos presenteia com microcontaço daqueles.

  51. Nilo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    texto sucinto, me passou a ideia de solidão e uma perda, embora sem ser explicito, deixando espaço para interpretação. muito bom

  52. Marcelo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Acredito que o texto teve a solidão como mote. Assim, vejo que o objetivo foi alcançado com uma boa escrita.

  53. Nelson
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    GOSTEI bastante desse. Pq o texto aberto acaba por enfiar mais informação no conto, e isso é muito bom. Quem é? Não sei. Espera lá todos os dias como um romântico, como um psicopata, como um desajustado. E isso torna o conto muito rico em interpretações e coisas mais, como um bom microconto deve ser. Parabéns.

  54. fcaleffibarbetta
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Arthur

    O seu micro é bom, conta uma história, mas parece faltar alguma coisa.

    Como é um texto curto, eu o leio esperando que cada palavra me diga alguma coisa. Mas parece que elas estão ali sem muito peso. Explico, à tardinha, poderia ser de manhazinha e nada mudaria, terceiro andar, poderia ser primeiro andar e nada mudaria… nada tem muito peso. Todas as palavras precisam dizer alguma coisa?, nem todas, mas é o que o leitor espera em um conto curto.

    Tente tirar o que não diz nada e terá um micro conciso, com a mesma informação.  Precisa ser assim? Não, vc pode querer florear, só estou dizendo isso para mostrar que seu micro tem uma sobra que cria uma expectativa que não se resolve, na minha opinião.

    No final, vc entrega uma informação que nos deixa pensando nas possibilidades, o que é bom em um microconto.  Cada um tire as suas conclusões. Gosto deste fim.

    Parabéns pelo texto.

    • Artur pellegrino
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de Artur pellegrino

      Obrigado pela crítica fcaleffibarbetta. Sobre o que você comentou, a tardinha foi escolhida para dar ideia do final dos voos, e o terceiro andar para localiza-lo dentro do aeroporto, num local de melhor visão

  55. antoniosodre
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    Um conto curto e reto sobre solidão. Mesmo em poucas palavras a gente consegue sentir esse efeito do sentir da solidão. É melancolicamente bem escrito.

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Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .