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Detox Literário.

O Cruzado e a Dama (Fabiano Dexter)

O sol havia acabado de nascer e Wladmir chegava para render seu turno como segurança em uma grande mansão nos Jardins, bairro nobre da cidade de São Paulo. Ele havia conseguido o emprego há pouco tempo e usou toda a sua influência, além de algum dinheiro, para conseguir render as férias e estar exatamente naquela mansão, durante o dia. Ela ficava localizada em um grande terreno de esquina, em uma região de pouco movimento e, para muitos, parecia abandonada.

As poucas pessoas que passavam ali viam apenas os muros altos e o portão sempre fechado, o que gerava muitos rumores sobre quem seria o dono, algum político, pastor ou jogador de futebol. O único movimento visto era o dos poucos funcionários que cuidavam da propriedade, sendo que mesmos estes nunca haviam entrado na casa. Até hoje.

Foram diversos meses de planejamento apenas para conseguir estar ali, naquele terreno, em plena luz do dia, sem gerar nenhum tipo de suspeitas. E isso após anos de pesquisa, iniciada por seu pai, para enfim descobrir o paradeiro daquele que era o destino de sua família. Era hora de a caçada terminar.

Wladmir se aproximou da porta lentamente, por hábito e receio. Colocou a mão na maçaneta para testar a porta principal, que surpreendentemente cedeu e abriu com facilidade, apesar do grande peso que parecia ter.

A luz que entrou da porta iluminou um grande salão, com uma mesa redonda no centro e um vaso que parecia bem antigo. Wladmir ligou a sua lanterna antes de fechar a porta, já que essa era a única fonte de luz no ambiente e entrou.

Sabia o que esperar e aonde ir, pois havia estudado as plantas cadastradas na prefeitura e sabia que sua busca o levaria para a cozinha, de onde conseguiria acessar a adega, a única construção subterrânea.

A escada descia para a adega em um corredor bem iluminado, mas o local que deveria abrigar vinhos estava vazio. Um pequeno sonar, invenção de sua irmã, identificou a parede falsa e a partir daí foi muito fácil encontrar o dispositivo e seguir adiante.

Por fim encontrou o que procurava, uma pequena sala com uma lareira e dois sofás, além de uma porta que levava para o que parecia ser um quarto e uma segunda, de onde era possível ver os brilhos das TVs das câmeras de segurança espalhadas pelo terreno.

Wladmir abriu lentamente a porta do quarto com a arma em punho, percebendo a bela decoração. Uma voz veio de um dos cantos da sala, para onde Wladmir disparou sem pensar. ‘Um belo tiro, que estragou uma bela camisa’, disse a figura sem se mexer. ‘Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho.

– Um belo tiro, que estragou uma bela camisa. – disse a figura sem se mexer – Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho. Van Helsing, eu presumo. – Concluiu.

– Conde Drácula!  – Gritou Wladmir.

– Não sou conde, nunca fui, essa é a verdade. Muito menos Drácula. Tem certeza de que você é um Van Helsing? – suspirou a figura enquanto saia das sombras vestindo calças pretas, um sapato e uma camisa branca, que agora mostrava um buraco de bala bem na altura do coração, mas nenhum sangue.

– Sim, claro! Assim como meu pai e meu avô. E seus pais a avós antes deles! – Respondeu Wladmir, com certa revolta.

– E mesmo assim atirou em mim com essa arma – resmungou a figura antes de continuar, se dirigindo ao visitante – Venha, se vamos conversar que pelo menos seja com certo conforto.

Deu as costas a Wladmir e seguir para a sala, se sentando próximo à lareira e indicando a segunda poltrona para Wladmir.

– Me diga, por que veio atrás de mim?

– É o meu destino. O destino de minha família! – Wladmir respondeu.

– E por acaso sabe como tudo isso começou? – perguntou a figura, ainda sem se identificar.

– Não, na verdade não sei… – disse resignado, abaixando finalmente a arma.

***

Tudo começou há muitos anos, na Europa, na região que onde hoje fica a Letônia. Mas eu não era um Conde, nem mesmo poderoso. Eu era apenas um pobre cruzado, ou crucesignati, que significa “os que foram marcados pela cruz”. Mas eu não era um nobre cavaleiro, sendo apenas um reles soldado de infantaria, recrutado pela Igreja em minha cidade natal para lutar nas Cruzadas, em busca da liberação da Terra Santa. Ainda que cristão, ou não teria feito parte do exército, nunca fui realmente fanático, estava ali apenas pelo soldo e pela emoção, pois morrer arando a terra dos outros não era para mim. E ainda que muitos me chamem de Vlad ou Drácula, meu nome original era Otto, nascido e criado na região da Áustria por volta de 1.200. Nem adianta me perguntar mais detalhes sobre ano ou local exato, pois tendo vindo de família muito pobre o objetivo era apenas manter o máximo de filhos vivos, deixando esses outros detalhes para trás.

Eram tempos muito mais simples, não tenha a menor dúvida disso. Eu era um dos mais velhos do meu batalhão e tinha acabado de chegar aos 30 anos e, pasme, ter perdido apenas alguns poucos dentes.

Sendo bastante inteligente e muito habilidoso com a espada, consegui me manter vivo por tempo suficiente para ter algum respeito entre os meus pares e algumas moedas no bolso. Matávamos e pilhávamos os infiéis sem pena ou preocupação e o dia de amanhã era apenas continuação daquele que eu estava vivendo.

Eu realmente vivia cada dia como se fosse o último, sem nenhuma preocupação e esperando o dia em que uma flecha, lança ou espada finalmente atravessaria o meu coração. Mas no fim das contas não foi nada disso que acabou comigo.

Estávamos nos preparando para o cerco de Zara, onde hoje fica a Croácia. Era inverno e o frio era grande. Nos protegíamos e nos divertíamos sempre e como podíamos, e em uma das grandes festas que nos eram oferecidas conheci Doroteja.

Ela estava ali levada por um grupo de amigas e, certamente, não pertencia ao local. Devia ter pouco mais do que 15 anos, lembre-se, estávamos em 1200, e eu senti algo naquele momento que não havia sentido na minha vida inteira. Estava completa e perdidamente apaixonado. Me aproximei e conversei com ela e a partir dali iniciamos um relacionamento, ainda que platônico. Eu a encontrava todos os dias e conversávamos durante horas. Eu a ajudava no que podia, ela costurava minhas roupas, e aqueles foram os dias mais felizes da minha longa vida. Ela via quem eu era e me aceitava mesmo assim, enquanto eu a amava mais do que amava a mim mesmo, mais do que amava a vida. Até que a vi sendo cortejada por um dos Cavaleiros de minha ordem. Lembre-se que eu era apenas um reles soldado, enquanto ele era um Nobre, jovem, rico e bonito. Não tinha a minha idade, as minhas cicatrizes.

A dor que senti foi maior do que todos os ferimentos que havia colecionado nos anos de cruzada e, digo para você neste exato momento, nunca cicatrizou. Me afastei da doce Doroteja e acabei me tornando uma versão ainda pior do que era antes de conhece-la. Meus poucos amigos perceberam a mudança em meu comportamento e, durante as batalhas que se seguiram viram eu me lançar sempre à frente, como se buscasse a morte, mas nunca a encontrando.

Até que Ela me encontrou.

Descobrimos, após o cerco, que alguns fugitivos haviam se escondido em uma vila próxima e um pequeno grupo de soldados foi destacado para lá, liderados por mim. As ordens eram claras, não deixar nenhum pagão vivo. E éramos nós que decidíamos quem eram os pagãos.

Ao chegarmos lá, a vila parecia abandonada já há muito tempo, provavelmente antes do inverno passado por medo do nosso exército que já se aproximava. Portas abertas, telhados e vidros quebrados, com exceção de uma pequena casa na periferia da cidade. Sorrimos olhando uns para os outros enquanto nos aproximávamos, já que nossa incursão não teria sido em vão, até que a porta se abriu e uma velha senhora saiu e olhou na nossa direção. Levantamos as nossas armas para atacar e ela sorriu e, imediatamente, ouvi o barulho dos corpos de todos que estavam comigo atingindo o chão. Apenas eu permaneci de pé e, mesmo sem tirar os olhos da velha senhora, sabia que estavam todos mortos.

Ela se virou e entrou, deixando a porta aberta para mim que a segui fechando a porta ao passar. A minha espada seguia em minha mão, mas todo o ímpeto que eu tinha para usá-la havia desaparecido.

A pequena construção não possuía nenhum cômodo, tendo apenas um pequeno fogareiro em um dos cantos, próximo a uma mesa com apenas uma cadeira e, do outro lado, uma cama de madeira em condições precárias. O centro da cabana estava vazio, exceto por um círculo de pedras que tomava praticamente todo o espaço vazio. Eu instintivamente me posicionei de um dos lados do círculo, ficando frente a frente com a senhora, que agora se parecia com uma jovem mulher. E depois ficou igual à minha mãe, igual a Doroteja e, por fim, apresentou a sua verdadeira face. Era a própria Morte.

Abriu seus braços e as pedras do círculo começaram a rodar. Primeiro lentamente e depois mais rápido. Foram ganhando velocidade até que não era mais possível identificar as formas das pedras e, então uma imagem começou a se formar.

Um casamento.

O casamento de Doroteja.

O casamento de Doroteja com o nobre.

Nem mesmo a dor foi capaz de superar o ódio naquele momento. A imagem passou a ter uma tonalidade vermelho sangue e, quando subi os olhos para a figura que me encarava percebi que ela ria. E que tinha algo mais a me oferecer. A proposta foi feita sem nenhuma palavra dita e eu aceitei.

A partir daquele momento eu não era mais um cruzado, mas me tornei um Cavaleiro da Morte. O primeiro e único. E então mergulhei naquela imagem, naquele portal.

Cai no meio da capela onde acontecia aquele casamento e fiz valer da espada que ainda trazia em mãos, atravessando em um só golpe o corpo dele, vendo a surpresa em seus olhos e me virando para Doroteja, em busca de aprovação. Em busca do seu amor. E tudo o que vi foi medo. Não sei qual o tamanho do grito que dei e, ao levantar o braço esquerdo, todas as portas e janelas se fecharam para que ninguém pudesse fugir. Para que minha espada pudesse beber o sangue de todos aqueles que estavam ali para testemunhar um casamento e acabaram testemunhando a minha ruína.

Então andei novamente até a bela Doroteja e bebi todo o seu sangue, buscando assim satisfazer a minha sede. Sede essa que me acompanha por esta terra desde então, incapaz de amar ou de esquecer do amor que um dia senti.

***

Wladmir, permaneceu em silêncio durante toda aquela história, e seguiu da mesma forma, olhando para o vampiro que lhe olhava de volta, sem piscar.

– Eu sei o que está na sua mente nesse momento, está buscando a conexão dessa longa história com você. Pois bem, este valoroso nobre, que selou o meu destino e me transformou nessa criatura que sou hoje. Bem, ele era um Van Helsing e seu irmão, que estava nas Cruzadas no dia do casamento e, por isso não compareceu, jurou vingar o irmão a todo o custo. E esta tem sido a maldição da sua família desde então. Mas o seu papel nessa luta chega hoje ao fim. – Otto falou antes de abrir a jugular de Wladmir com suas presas e sugar o sangue de seu corpo ainda em choque, ainda surpreso.

– Que venha o próximo – Concluiu enquanto tirava a camisa branca agora completamente arruinada.

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56 comentários em “O Cruzado e a Dama (Fabiano Dexter)

  1. Rangel
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Rangel

    Olá, Otto,

    Olha, você nos apresentou uma história clássica de vampiros. Praticularmente, sua releitura da história de Drácula vs Van Helsing. Você trouxe a história para os tempos presentes e para o Brasil, mas mantendo elementos clássicos, como a mansão, cômodo secreto etc. Mas fica aí, pois, de repente, o vilão assume a narração e conta de toda a sua história de amor no século XII, de sua paixão, encontro com a morte e de como se transformou no monstro mais famoso da nossa literatura.

    É a sua versão para a história e respeito muito quem gosta do tema. Acontece que ela tem muito pouco de originalidade. Sei que esse modelo vem sendo explorado exaustivamente pelo cinema e pela TV, além da literatura, mas há sempre algo novo. Na sua versão, a novidade que poderia ser o abrasileiramento da história, fica de lado quando o Drácula resolve contar a sua versão. Daí fica o questionamento: o que o Otto acrescentou em cima das versões que já temos? E mais, mesmo algumas passagens ficam bem aquém do que poderia. Já disse isso sobre outros contos e aqui me parece novamente uma história introdutória de algo maior. Como um capítulo avulso.

    Uma dica: se vamos escrever um conto, temos que conhecer o gênero, lê-lo e explorá-lo. Conto não é um romance menor, tem outras características.

    Faltou também revisão: “Cai no meio da capela onde acontecia aquele casamento e fiz valer da espada que ainda trazia em mãos”, seria “caí”, não? “… antes de conhece-la”, (conhecê-la). São bobagens, mas que distraem a atenção de um leito mais chatinho.

    De qualquer modo, histórias de vampiros são interessantes e você tem em mãos um universo rico para explorar, caso deseje continuar nessa temática como escritor. Mas aqui, para mim, ficou aquém do que poderia. Como se tivesse escrito às pressas, deixando de lado o esmero necessário. Se eu fosse dar uma nota, seria um 6.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelo tempo dedicado à leitura do conto e comentário!

      Eu também fiquei com a impressão de que poderia ter sido melhor, e acabou que a introdução, que na minha cabeça deveria ser um prólogo apenas, levou o leitor a ter uma ideia que acabou interrompida quando a história “de verdade” começou.

  2. Victor Viegas
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Otto! Ou devo dizer olá, Conde Drácula!

    Gostei do seu conto, achei bastante criativo você mencionar esse vampirão famoso. “para conseguir render as férias e estar exatamente naquela mansão, durante o dia”, acredito que essa vírgula possa ser omitida. Você poderia explorar mais essa curiosidade do personagem, o planejamento, os porquês de ele querer adentrar a mansão (isso não seria invasão de propriedade?), algo além de “Foram diversos meses de planejamento apenas para conseguir estar ali, naquele terreno, em plena luz do dia, sem gerar nenhum tipo de suspeitas”.

    “Colocou a mão na maçaneta para testar a porta principal, que surpreendentemente cedeu e abriu com facilidade, apesar do grande peso que parecia ter”, para meses de planejamento, essa entrada pareceu ser muito fácil. Poderia ter alguma dificuldade que mostrasse o objetivo e persistência do Wladmir.

    “Sabia o que esperar e aonde ir, pois havia estudado as plantas cadastradas na prefeitura e sabia que sua busca o levaria para a cozinha, de onde conseguiria acessar a adega, a única construção subterrânea”, mesmo com esse fácil acesso às plantas, a ação ficou um tanto conveniente, pois poderia ter alguma mudança no cenário (ainda mais para um lugar tão misterioso como essa mansão). Como ele viu as plantas na prefeitura? Talvez tenha passado despercebido, mas eu não vi uma motivação clara na ação do personagem.

    “– Conde Drácula!  – Gritou Wladmir”, não tenho certeza se essa seria uma reação verossímil, ainda mais para um personagem fictício que dificilmente seria visto em um bairro nobre da cidade de São Paulo. Wladmir poderia ter ficado confuso e achar que seria alguém fantasiado, por mais que seja realmente o conde drácula. Aí assim você pode construir as justificativas para deixar a história mais real.

    Um pouco mais difícil de acreditar que o rapaz não teve uma resistência inicial e  acompanhou o Dracula, estando disposto a ouvir a história do vampiro. Além disso, o relato se mostrou um pouco extenso e expositivo para pouca interação entre eles. De modo geral, você escreve bem. Gostaria muito de ler outros textos seus. Desejo tudo de bom e boa sorte no concurso!

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelo comentário!

      Vi que a ideia da introdução realmente atrapalhou um pouco o foco que eu queria dar à história do vampiro. Ficou longa para um prólogo e curta/falha para uma introdução de verdade.

      Como não lembro a última vez que estudei português na vida, fico muito grato com qualquer comentário referente à gramática e afins para conseguir tomar mais cuidado nos próximos textos.

  3. Pedro Paulo
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Um conto mais voltado ao infantojuvenil, relatando uma história de vingança e compensação que atravessa os séculos. A premissa é simples e funcional, não resgata nada de novo e ainda por cima empresta um dos nomes mais famosos da literatura, mas, ainda assim, não funcionou bem. Tentarei argumentar por que eu tenho essa posição. Em primeiro lugar, julgo uma falha estrutural e de abordagem temática que se apresente um conto dentro de um conto, mas não porque isso não pode ser feito, mas pela forma e pelo objetivo na abordagem. Na forma, achei estranho que o encontro dos dois inimigos ficasse resumido num monólogo de uma história que acaba sendo pouco inspirada e previsível, ocupando um espaço em que se lamenta que o enredo seja esse, por não enveredar para algo novo ou mais cativante. Assomando nisso, a ideia de que um relato sobre o passado enquadra o texto em nostalgia é um equívoco que tem custado pontuação a alguns participantes na minha avaliação e aqui corroborou para o sentimento de tédio que tive na leitura, pois além de ser uma história mal apresentada e pouco criativa, ainda fez uma tentativa torta de abordar o tema. Por último, a escrita é competente, não tem floreios e é direta. Tem uma falha de revisão, com uma repetição do diálogo, mas só encontrei erro nesse ponto, então não chega a poluir a leitura.

    Espero ter conseguido justificar minha crítica ao texto.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelo comentário!

      A introdução realmente atrapalhou um pouco a experiência da leitura e o foco que eu queria dar. Criei apenas para dar um contexto ao segundo conto (que eu queria contar) mas acabei levando o leitor para o caminho errado, cuidado que terei a partir dos próximos textos.

  4. leandrobarreiros
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de leandrobarreiros

    Senti nesse conto que o autor decidiu ficar em uma zona de conforto que prejudicou o resultado final. Tirando algumas coisas que passaram na revisão, o texto está bem escrito, mas acaba sendo mais uma história de vampiro.

    Quando nosso caçador Wlad atirou no vampiro Vlad, achei que a história rumaria para alguams tiradas de humor como foi sugerido pela reclamação da camiseta. O vampiro podia até ironizar o uso da arma e acabar deixando o caçador ir embora, mas ele sentou, contou o monólogo dele e depois matou a vítima.

    Eu não sou de ficar insistindo em problemas no enredo, mas me parece aqui que o autor desperdiçou a chance de brincar com os tropos desse tipo de história. Talvez o caçador pudesse fazer um comentário sem noção no meio da narrativa, quebrando o melodrama.

    No que diz respeito à escrita e construção de cenas, de novo, está bem feito. Por isso acho que o maior pecado aqui foram os rumos que o autor decidiu na narrativa.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelo comentário!

      Realmente você tem razão na questão da Zona de Conforto. Foi o primeiro conto que escrevi aqui e busquei algo que eu tivesse algum conhecimento e experiência, buscando mais alguma novidade na história que uma originalidade maior no texto.

      Olhando não apenas os comentários, mas também o texto, vejo que poderia sim ter ousado um pouco mais. Vamos ver o que vou tentar no próximo.

  5. Felipe Lomar
    13 de dezembro de 2024
    Avatar de Felipe Lomar

    olá,

    desculpa ser duro, mas, seu texto não me empolga nem um pouco. É extremamente clichê e previsível, e é basicamente uma exposição da memória do vampiro. Já ouvi falar em “show don’t tell”? O final é previsível e ensaia um plot twist que não teve impacto nenhum. Desculpa.

    boa sorte.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelo comentário.

      Tentei não sair muito da minha zona de conforto e acabou que o conto ficou mesmo com um potencial não explorado.

  6. André Lima
    13 de dezembro de 2024
    Avatar de André Lima

    É uma narrativa que se divide em 2 tempos que, ao meu gosto, não funcionou tão bem. Não costumo gostar dessas transições bruscas.

    Os diálogos do conto são extremamente expositivos, o que tira o ritmo e a imersão do leitor. Em alguns momentos, parecia que eu estava lendo o final de um episódio de Scooby-Doo.

    A longa explicação de Otto também é uma quebra de ritmo significativa. O conto possui ótimo ritmo em outros trechos.

    Os personagens são unidimensionais. Senti falta de mais profundidade na construção de Wladimir, por exemplo.

    Dito isso, a atmosfera do conto é muito boa, densa, carregada de mistérios. Os diálogos, quando não são expositivos, são bons também. A história tem momentos pouco originais, já conhecidos e amplamente retratados na literatura mundial, mas a “transformação” de Otto é um repiro de originalidade muito positivo.

    A linguagem é clara, funcional e possui momentos interessantes de “brilho” descritivo. O autor tem boa técnica.

    A “vingança” aqui ganha mais profundidade e tragicidade. Achei, no fim de tudo, um resultado satisfatório.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelo comentário!

      A introdução, que deveria ser apenas um prólogo, atrapalhou mesmo a experiência. Wladmir era para ser apenas um motivo para que Otto contasse a sua história, mas acabou ganhando algum protagonismo (por minha culpa) e daí a expectativa criada não se concretizou durante o texto.

      É importante ter esse tipo de feedback justamente para tomar mais cuidado nos próximos textos.

      E muito obrigado pelo “boa técnica”. 😀

  7. Thais Lemes Pereira
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Esse vampiro é bem dramático, né? Acho que nem o Edward quando brilhou no sol em Crepúsculo foi dramático assim rsrs Acho que esse sentimento se deu porque ele ficou ali, contando sua história e o rapaz ouvindo, sem pensar absolutamente nada.

    Aliás, tudo que ele representou na história foi isso, entrar na casa, fracassar ao tentar matar o vampiro e morrer. Inclusive não sei se o tema aqui foi porta ou nostalgia…

    A história é até boa, mas faltou trabalhar melhor o personagem principal. Inclusive poderia ter um pouco mais de emoção na hora que ele tenta matar o vampiro. A história do Vampiro pode ser contada? Claro que sim, mas sem nenhuma reação ou questionamento do caçador? Ele só ficou em silêncio e ouviu esperando para morrer, sentados como velhos amigos?

    Bora reescrever o conto, cuidando mais dos detalhes e participar dos próximos desafios!

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelo comentário!

      Os comentários tem ido muito nessa linha, e meu erro aqui foi ter dado muita força no prólogo. Minha ideia desde o inicio era contar apenas a história do vampiro, mas ficaria solta sem pelo menos um contexto, e esse atrapalhou bastante o resultado final.

      O tema inicial era nostalgia, mas nesse ponto também pequei foi acabou virando um velho contando a sua história, não nostalgia. Tem um Portal na história, que leva o vampiro para o casamento, selando o pacto, mas não é “protagonista” na história.

      E pode deixar que vou seguir participando sim. 🙂

  8. MARIANA CAROLO SENANDES
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    História – uma releitura da história do Drácula, que acabou parando no Brasil (?). É uma fantasia honesta, mas não encotrei nostalgia (apensar de falar de passado), tem uma porta, mas não possui papel crucial. 2,5/4

    Escrita – É uma boa escrita, honesta e sem erros aparentes. Admito que fantasia não é o meu gênero favorito, mas gostei. 3,5/5

    Imagem e título – O título est´adequado, a imagem não parece uma construção subterrânea (como saiu da pela ao lado da lareira subterrânea para um cômodo iluminado com janelas ) 0,5/1

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelos Comentários!

      Como comentei acima, o tema inicial era nostalgia, mas acabou virando um velho contando a sua história, ou seja, não ficou bom. Tem um Portal na história, que leva o vampiro para o casamento, selando o pacto, mas não é “protagonista” na história e em meus comentários falei a mesma coisa quando via.

      A imagem é a da cabana da Morte, não da casa do vampiro. Usei essa pensando na linha do Portal (que seria o circulo de pedras no meio)

  9. Priscila Pereira
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Autor! Tudo bem?

    Seu conto tem um sério problema de construção de personagem.

    Por que um caçador de vampiros que se preparou a vida toda para isso, estou a casa, tinha aparato tecnológico pra achar paredes falsas, ia tentar matar o vampiro com uma arma normal? Não tem lógica, entende? Podia ter bolado outra foram do Wladimir ser obrigado a ouvir a história toda… (desculpa se for a milésima vez que vai ler isso, mas eu tinha que falar)

    Não vi também sinal dos temas… Mas vamos tentar: Seria a nostalgia a lembrança do passado e a história contada? Ou talvez seja a porta que ele atravessou e aceitou se transformar em um vampiro? De qualquer forma ficou muito tênue o tema, né?

    Dito isso, eu gostei do conto! Você com certeza sabe contar bem uma história e manter o interesse do leitor. Fiquei presa na leitura até o final e achei a história bem legal!

    Só precisa ter mais atenção aos furos no enredo. E tem uma frase que ficou duplicada. Tirando isso é um conto bem legal!

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários!

      A questão da construção dos personagens realmente ficou bem ruim. Na introdução que deveria ser um prólogo eu acabei cortando pontos importantes referentes à preparação do caçador, ainda que certamente ele seguiria sendo um personagem bem raso. Quando idealizei a história era para ser apenas a história do vampiro, daí ficou muito fraca essa introdução.

      No tema foi o que falei em outros comentários. Mirei a Nostalgia, mas errei. Virou um velho relembrando uma história apenas. O portal estava ali desde sempre, mas certamente eu criticaria essa questão em meus comentários.

      Talvez retorne ao Conto focando mais no inicio e trazendo o caçador para o desenvolvimento, fazendo a segunda parte mais iterativa entre os dois. É uma boa ideia.

  10. Fabio Baptista
    11 de dezembro de 2024
    Avatar de Fabio Baptista

    Embora a leitura tenha me agradado, dentro dos parâmetros do desafio não vou poder dar boa nota.

    Tipo, eu gosto de leituras “leves”, enredos de fantasia, batalhas medievais e tal. Vampiros não são necessariamente meu tema favorito, mas também não me desagrada. E a leitura fluiu dessa forma para mim, leve, descompromissada, que eu li com gosto.

    Indo pra parte chata dos comentários, porém, em que dá impressão que estamos caçando defeitos (bom, de certa forma estamos, mas não por mal), a trama é meio manjada, e meio esquisita… fiquei me perguntando como que o Waldmir ficou ali paradão ouvindo a histórinha do vampiro e nem teve reação quando levou o bote. A escrita tem o mérito já citado de ser leve e fluída, mas não tem uma elaboração maior da linguagem em nenhum momento. Há também um grave deslize de revisão, com um parágrafo se repetindo lá no “Um belo tiro, que estragou uma bela camisa”.

    O tema também ficou bem em segundo plano.

    MÉDIO

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos Comentários!

      As criticas estão bem parecidas com as dos comentários anteriores, de modo que vejo que meus principais erros foram na introdução, que ficou fraca. Era para ser apenas um prólogo, mas gerou uma expectativa no leitor que não se confirmou no restante do texto.

      E no tema o que era para ser Nostalgia virou um velho contando histórias, ou seja, não funcionou. E mesmo o Portal não é ponto central na trama, ainda que simbolize a aceitação do Pacto.

      E eu ainda tenho que escrever MUITO para poder elaborar melhor a minha linguagem. 😀

  11. Jorge Santos
    9 de dezembro de 2024
    Avatar de Jorge Santos

    Olá, Otto. Acabei de ler o seu conto que deveria ser de terror. A nostalgia surge da recordação do vampiro do amor que sentiu no passado. Na atualidade, em São Paulo, Wladimir entra numa mansão com a decisão de matar Otto, o vampiro. Encontra-o e este conta-lhe pacatamente a sua história, a história de um homem que se apaixona por uma rapariga de 15 anos, com quem tem longas conversas. Ela trata-lhe da roupa. Isto em 1200, não me pareceu minimamente credível. Entretanto, a leitura é perturbada por uma repetição de uma passagem, primeiro integrada num parágrafo, depois convertida em discurso direto. Este tipo de erro deveria ter sido descoberto numa revisão minimamente aprofundada. Estes desafios são um grande investimento de tempo para nos depararmos com textos com este tipo de erro, que demonstram que o autor nem sequer fez uma segunda leitura antes de enviar.

    O desfecho foi bem conseguido: a morte faz um acordo com Otto, que é transportado através de um portal para o casamento da sua amada, que termina num banho de sangue à boa maneira do Game of Thrones. Otto refastela-se com o sangue da sua amada e o resto é história. Em resumo: O conto trata os dois temas propostos, mas deveria ter sido tratado de forma mais coerente e com uma revisão mais cuidada.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelos Comentários!

      Acredito que o erro da frase repetida ocorreu em uma das minhas diversas reescritas e, sim, passou desapercebido. Não deveria, foi um claro erro de revisão.

      Ainda estou iniciando essa trajetória da escrita e preciso justamente que me apontem esse tipo de erro e o impacto que causa no leitor e, para mim, o próprio tema poderia ter sido melhor trabalhado.

  12. danielreis1973
    8 de dezembro de 2024
    Avatar de danielreis1973

    O Cruzado e a Dama (Otto)

    Prezado(a) autor(a):

    Para este certame, como os temas são bastante díspares, dificultando quaisquer comparações, vou concentrar mais minha avaliação em três aspectos, e restritos à MINHA PERCEPÇÃO durante a leitura: a) premissa; b) técnica; c) efeito. Mais do que crítica ou elogio, espero que minha opinião, minhas sensações como leitor, possam ajudá-lo a aprimorar a sua escrita e incentivá-lo a continuar.
    Obrigado e boa sorte no desafio!

    DR

    A) PREMISSA: prometia ser uma interessante história sobre roubo numa mansão nos jardins… mas se transformou num enfrentamento entre o descendente de Van Helsing e Wladmir, o drácula. Sinceramente, isso me desanimou. Um filme que eu detesto justamente por essa premissa é um Drink no Inferno – pra que colocar o vampiro ali, no final da história? Pelo menos nesse conto, já vem o turning point no começo, então a gente já sabe o que vai se desenrolar na história, que passa a ser só a explicação para aqueles dois estarem agora, frente a frente, num desenrolar da vingança.

    B) TÉCNICA: o conto tem boa técnica, sem muito destaque, a não ser a demonstração de conhecimento do autor do universo vampiresco e sua invenção em transportá-lo para a atual história. Quanto ao tema do desafio, a não ser a passagem pela porta onde está Wladmir, não vi muita conexão, não.

    C) EFEITO: sinceramente, foi uma história que não se conectou muito comigo, talvez pelos motivos acima descritos. Reconheço o esforço do autor em elaborá-la, mas creio não ser o público certo para ela. Boa sorte no desafio!

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelo seu comentário!

      Mais de uma pessoa reclamou dessa mudança brusca entre as duas partes do texto. A ideia inicial era contar apenas a segunda, sendo a introdução apenas um prólogo. Mas o que aconteceu foi que ela ficou longa para esse objetivo e com muitos furos para causar algum efeito, gerando uma expectativa no leitor que não se concretizou.

      O tema focado era Nostalgia, mas vi que não acertei, virando a história de um vampiro relembrando o passado e nada mais. O portal na casa da bruxa sela o pacto de Otto com a morte, mas para mim é pouco para ligarmos ele ao tema Portal.

  13. Thales Soares
    6 de dezembro de 2024
    Avatar de Thales Soares

    O que achei deste conto: Uma história sobre a cornidão eterna.

    Aqui vemos uma história sobre um vampiro corno com uma dor de chifre que dura séculos. A escrita é muito boa, fazendo com que a leitura seja fluida. A ideia geral do conto é interessante, mas eu acho que faltou alguma coisa. Vamos analisar com calma:

    O conto trata a respeito de Wladimir, um descendente da família de Van Helsing. Ele consegue um emprego como segurança em uma mansão suspeita, localizada num bairro nobre. Ele se dedica bastante para estar ali sem levantar suspeitas. Dentro da mansão, ele segue conforme seus planos, criado originalmente por seu pai. Ele chega ao porão e encontra uma passagem secreta, que leva a uma área subterrânea. Chegando lá, ele encontra o Vampirão!!! O Vampirão do EC!!!!! O Vladimir? Não, não… aqui neste conto, o Vladimir é o caçador, e não o vampiro, como estamos acostumados em nosso grupo do EC. Wladimir toma um susto e dá um tipo no vampirão… mas o vampirão é foda, e mal causa danos à camisa do nosso vampirão.

    O Vampirão parece ser o Conde Drácula. Não sei se o autor aqui costuma jogar video game, mas eu me lembrei da franquia Castlevania, em que a família Belmont tem que enfrentar o Drácula, e para isso eles também fazem todo esse preparo, e lutam de geração em geração. Só que aqui as coisas são um pouco diferentes, porque não há um exército de esqueletos, monstros e a própria Morte protegendo o Vampirão. Há somente ele, e sua triste história sobre como ele ganhou chifres… sim, o vampirão é corno.

    O Vampirão começa a contar sobre sua juventude, quando ele era apaixonado por uma garotinha de uns 15 aninhos… e aqui, o vampirão corre para se defender, dizendo “Calma, calma, naquela época as coisas eram diferentes!”. O que é isso? O Vampirão por acaso está com medo de ser cancelado no Twitter? Por que diabos ele tinha que dar satisfação a respeito de sua preferência amorosa? Creio que o autor tenha se apegado demais ao politicamente correto neste ponto, e subestimou um pouco a inteligência do leitor. Mas enfim….

    Aliás, esqueci de mencionar, mas quando o Vladimir se encontra com o Vampirão, temos um diálogo bizarro:

    “‘Um belo tiro, que estragou uma bela camisa’, disse a figura sem se mexer. ‘Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho.
    – Um belo tiro, que estragou uma bela camisa. – disse a figura sem se mexer – Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho. Van Helsing, eu presumo. – Concluiu.”

    Por que a mesma frase foi repetida duas vezes? Você ficou com medo que o leitor não tivesse prestado atenção na primeira vez?

    Mas enfim… vamos voltar à história. O Vampirão estava contando sobre a garotinha que ele havia se apaixonado. Ele estava cortejando ela, e as coisas iam bem. Ele teve os dias mais felizes da sua vida. Só que aí apareceu um playboy e passou a vara na garota do Vampirão, fazendo com que ele sentisse a maior dor de sua vida… a dor de ser corno. Assim, ele decidiu fazer um pacto com a Morte, transformando ele num vampirão imortal, e com seus novos poderes ele passou a vara em geral, e bebeu o sangue de suas vítimas.

    O Vampirão então joga todas as cartas na mesa, e diz que o responsável por transformá-lo num corno foi um antepassado de Wladimir. O caçador, por sua vez, está pouco se fodendo se o vampiro é corno ou quem fez ele ser um chifrudo com dor eterna. Então o vampirão pega e mata o Wladimir com um único golpe na jugular, bebe seu sangue, e…. FIM. Hã? Pois é… a história acaba aqui, sem mais, nem menos.

    A ideia até é interessante, e vemos certa criatividade envolvida. Mas…….. faltou algo, ein. O desfecho não ofereceu impacto algum. E essa história do vampirão corno não convenceu muito não. Porém, acho que é válida a ousadia do autor(a) em querer escrever algo diferente. A escrita é boa, como eu disse antes, e o conto é curtinho. Achei ele razoável. Boa sorte no desafio.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pela leitura e tempo dedicado aos Comentários!

      Defendendo o meu vampiro corno, quem está atrás dele desde sempre é a familia dos mortos. Depois que ele dizimou todo mundo ele seguiu a morte de boa. (Pelo menos na minha cabeça, poderia ter sido mais explicito no texto)

      A minha ideia inicial era contar a história do vampiro apenas, tendo incluído depois a questão do caçador para contexto. Ainda que quando eu fui escrever comecei por ela, que acabou muito longa e, por isso, sai cortando para focar na segunda parte. Nesses cortes acabaram saindo partes importantes e que impactaram no todo, além de ter ficado o erro de duplicação que você apontou no comentário.

      Foi dado um foco grande ao caçador que não foi desenvolvido durante o restante do texto, que ficou bem ruim. E isso impactou o fim já que, ao introduzir o caçador na história precisava de alguma forma concluir essa parte, que não ficou legal.

      E quando você comentou no grupo “Imagina se o autor está aqui vendo a gente tacar pedra no conto dele”, eu estava. 😀

  14. claudiaangst
    5 de dezembro de 2024
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Neste desafio, usarei o sistema ◊ TÁ DITO ◊ para avaliação de cada conto.

    Título = O CRUZADO E A DANÇA – Imaginei um casal dançando, mas a figura de um cruzado não me pareceu muito leve…

    Adequação ao Tema = Portas foram mencionadas, muitas portas, e um portal citado quase por descuido, mas não sei se isso basta para se considerar que o tema proposto tenha sido abordado com sucesso.

    Desenvolvimento =   A trama se desenvolve em uma narrativa que envolve nobres, mocinhas, a Morte, vampiros, vingança, sangue. E um tal de portal, citado muito de leve, só para constar. Acredito que o(a) autor(a) precisaria de maior espaço para desenvolver a trama que tinha em mente.

    ◊ Índice de Coerência = No geral, bom nível de coerência dentro do universo da fantasia.

    “A dor que senti foi maior do que todos os ferimentos que havia colecionado nos anos de cruzada e, digo para você neste exato momento, nunca cicatrizou.”

    O que nunca cicatrizou? A dor que senti? Dor cicatriza? Ou todos os ferimentos que havia colecionado? Nesse caso, teria de colocar no plural = nunca cicatrizaram. De qualquer forma, algo saiu do eixo.

    ◊ Técnica e Revisão = A linguagem empregada é simples, objetiva, mas poderia ter lançado mão de um vocabulário mais amplo e evitar algumas palavras repetidas. Isso enriqueceria o seu texto.

    Não sei se foi intencional a repetição do trecho: “Um belo tiro, que estragou uma bela camisa’, disse a figura sem se mexer. ‘Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho.

    > Talvez eu não tenha entendido o conceito do uso do recurso.

    […] sendo que mesmos estes > […] sendo que mesmo estes

    […] nenhum tipo de suspeitas > […] nenhum tipo de suspeita

    conhece-la > conhecê-la

    E seus pais a avós antes deles > E seus pais e avós antes deles

    […] ele era um Nobre, jovem, rico > […] ele era um nobre, jovem, rico

    ◊ O que ficou = O final ficou interessante, então fiquei com a imagem do vampiro todo ensanguentado, sem ter saciado ainda a sua sede. Fofo!

    Parabéns pela participação e boa sorte!

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários!

      A questão do título não era dança, mas Dama. Representando o vampiro (cavaleiro) e a sua amada (dama).

      Em relação ao tema fiquei um pouco fora sim. Mirei na nostalgia sem sucesso e o Portal que sela o pacto não é muito relevante. E se você acha que as portas foram muitas, precisava ver a minha versão inicial da introdução. Devia ter 4 ou 5 vezes mais.

      Ponto alto para mim dos seus comentários foram as questões linguísticas. Nem lembro a última vez que tive uma aula de português na vida e não tenho nenhuma formação na área (sou engenheiro). Esses são os detalhes que farão mais diferença para mim nos contos futuros.

  15. Thiago Amaral Oliveira
    30 de novembro de 2024
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Oi, Otto.

    O conto tem um clima que eu chamaria de “ingênuo”. Wladimir entra no reduto de Dráculo para matá-lo com uma pistola, e o que acaba acontecendo é ele ouvir a longa história de origem do “conde”, para depois ser facilmente executado. E as únicas linhas de diálogo são bravatas defendendo a tradição da família.

    Sim, tudo é meio que uma desculpa para introduzir a história de Drácula, que não está bem-escrita. No entanto, não traz nada muito especial, impactante, que nos faça ter interesse. E, na parte “moderna” do conto, vemos esses problemas que já mencionei.

    Acredito que, apesar de tentar atualizar o vampiro para nossos tempos, faltou boa dose de realismo e profundidade nos personagens e diálogos para criar algo mais interessante.

    Também achei que a história peca no quesito nostalgia, que presumo ser o tema intencionado. Se não fosse o contexto do desafio, eu não pensaria que o vampiro se sentia nostálgico enquanto relatava aquela história. Poderia ter outros elementos que indicassem saudosismo dele em relação àquela época. Como ficou, pareceu mais um conjunto de lembranças, algumas boas, outras ruins.

    Sinto muito, mas não gostei tanto do conto. Espero que não leve a mal, e sigamos escrevendo. Até mais!

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelos comentários!

      Sim, você entendeu bem que a parte do caçador era apenas uma desculpa para incluir a história do vampiro. A escrita não ficou boa e acabou que a introdução e conclusão ofuscaram um pouco o foco que eu queria dar na história principal.

      E o tema realmente ficou fora, mirei na nostalgia mas não acertei bem e ficou muito a história de um velho contando o passado, não mais do que isso.

      • Thiago Amaral Oliveira
        18 de dezembro de 2024
        Avatar de Thiago Amaral Oliveira

        De boa, meu amigo! Também não fui tão bem dessa vez rsrs

        Mas seguimos escrevendo. Nossos textos ajudam a melhorar a nossa e a escrita dos colegas, então obrigado pela contribuição. Tamo junto.

  16. JP Felix da Costa
    30 de novembro de 2024
    Avatar de JP Felix da Costa

    Uma origin story alternativa do vampiro e um Van Helsing que não fez o trabalho de casa.

    A personagem do Van Helsing não me parece muito credível. Não faz muito sentido, ao fim de gerações a perseguir a mesma criatura, que não tivesse mais informação sobre ela. Nem sei muito bem o que pensar do enquadramento deste personagem. Parece-me que foi apenas criada para justificar o contar da história. Levantam-se aqui muitas questões…

    A conclusão que retiro é que o verdadeiro conto é a história contada pelo Otto. Desta devo dizer que está interessante e que nos trás uma variante sobre a origem do vampiro, embora não se tenha preocupado em explicar o porquê. Ao explicar o “como” deixou muitos “porquês” em aberto, comprometendo a história, no meu entender.

    A ideia é boa, a escrita também, mas a história tem demasiadas pontas soltas que não estão amarradas, nem deixa indícios que as possam amarrar. Pena. Gostei, mas…

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários!

      Sim, o foco era a história do Vampiro e muito do que você sentiu falta estava em uma versão inicial da introdução, mas que ficou longa e com muitas (mas MUITAS) portas sendo abertas e fechadas dentro da mansão.

      As pontas soltas citadas, se lembrar de algumas e puder indicar, me ajudaria. Sei que tem (além da frase duplicada) mas é bom ver claramente até para olhar o que eu pensei e pretendia quando escrevi.

      • JP Felix da Costa
        18 de dezembro de 2024
        Avatar de JP Felix da Costa

        Quanto às pontas soltas, a transformação em vampiro deixa demasiadas questões porque escolheste a Morte para a operar. Por muito que me esforce, não faz sentido. Ela teria esse comportamento reiteradamente ou foi a única vez? Se um, onde andam os outros vampiros? se dois, porquê?

        Também achei estranho que tanta paixão e depois mata a Doroteja sem pestanejar, sem nada o justificar.

        Quanto à interação entre o caçador e o Otto, e o final, uma ideia, uma opção de enredo, para ponderares, para saíres da zona de conforto. Se o caçador tivesse sido logo apanhado pelo vampiro, que não o mata e quer que ele o mate, porque está cansado de existir, mas antes tem de ouvir a história dele. A nostalgia pode ser revelada por arrependimento do que se fez e a vontade de se ter ficado antes do acontecimento. Não sei, é uma ideia apenas para pensares. Por vezes, quando pensamos um final (vampiro mata caçador, porque eu gosto de vampiros) podemos decidir inverter esse final (vampiro é imortal e anseia pela morte).

      • JP Felix da Costa
        18 de dezembro de 2024
        Avatar de JP Felix da Costa

        Uma dica de revisão, que me esqueci. Se usas o word (creio que não é o único que tem esta ferramenta) na parte da revisão tem a opção de leitura em voz alta. Usa esta opção, de preferência com headphones, para ouvires ler a tua história, e vais conseguir detetar muitas das falhas que possa ter.

      • Fabiano Dexter
        18 de dezembro de 2024
        Avatar de Fabiano Dexter

        Essa eu não conhecia!

        Com certeza dá para pegar muita coisa!

  17. Mauro Dillmann
    30 de novembro de 2024
    Avatar de Mauro Dillmann

    O conto é narrado em terceira pessoa e nos primeiros parágrafos, no pretérito imperfeito.

    De repente aparece um “sonar”, uma possível invenção científica facilmente inventada por qualquer pessoa (no caso, a irmão do personagem Wladmir).

    Há frases repetidas. “Um belo tiro…”, o que indica falta de revisão do texto.

    Logo há um encontro com Drácula, que ganha protagonismo e narra sua própria história, as Cruzadas, o “cavaleiro da morte”.

    O conto termina muito diferente de como começou. Não há conexão início-meio-fim. Enfim, minha impressão.

    Bem escrito.

    Parabéns.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelos comentários.

      A conexão entre as partes ficou um pouco fora, podendo ser melhorada. O foco inicial era a história do vampiro e acabou que a contextualização ficou mesmo um pouco solta.

  18. Elisa Ribeiro
    26 de novembro de 2024
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Aqui temos uma fantasia inspirada em outra que de tão referenciada vive em nossos imaginários como se realidade fosse. Eu me diverti com a sua história. O tema está ok – há um portal no seu conto. Uma repetição na primeira fala do vampira aponta para uma pequena falha de revisão sem maior impacto. Falando em impacto, seu conto é bem imaginativo, mas não teve grande impacto na minha leitura. Uma sugestão de melhoria que eu daria, algo que senti falta, seria entremear a longa explicação do drácula com algumas ações ou pensamentos do van Helsing ou mesmo intervenções do narrador. Digo isso porque a primeira parte do conto me agradou mais em termos de narrativa.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários!

      É engraçado você ter gostado mais da primeira parte, pois a ideia ali era apenas dar um contexto para a história “de verdade” que era a do vampiro.

      Ao fazer isso eu criei uma expectativa no leitor que não se concretizou e, vendo os comentários, entendi que o melhor teria sido aprofundar essa introdução e incluir iterações com o caçador na segunda parte.

  19. Gustavo Araujo
    19 de novembro de 2024
    Avatar de Gustavo Araujo

    Olha, não tá mal escrito. Falta um tanto de revisão, mas no geral é uma história adolescente bem montada. Wladmir chega a uma mansão fechada a sete chaves, mas incrivelmente consegue entrar e encontrar o morador misterioso no porão. Esse morador é o próprio Drácula, que aproveita a ocasião para contar sua história de vida, que inclui o amor não correspondido por Doroteja e o encontro com a Morte. No fim, talvez entediado, Drácula mata Wladmir.

    Redondinha, como disse, com a prevalência do contar e não do mostrar, uma técnica que tem vantagens e desvantagens, já que pega na mão do leitor e o impede de tirar suas próprias conclusões.

    Porém, o que pegou mesmo foi a total fuga dos temas do desafio. Nem nostalgia, nem portal. O fato do Drácula contar sua história não consiste em um desejo de reviver um passado idealizado, assim como o fato de Wladmir ter passado pela porta da adega não supre a ideia de portal.

    Não sou daqueles chatos que leva a aderência ao tema às últimas consequências para a avaliação, mas acho que é importante não perder esse foco. Não dá para avaliar da mesma forma um conto que se preocupou com isso e outro, que deixou a desejar nesse aspecto.

    Enfim, um conto que pode agradar quem gosta de temática vampiresca, mas que, a meu ver, não chegou a encantar, especialmente pela fuga aos temas.

    De todo modo, deixo aqui meus parabéns ao autor pela participação no desafio e desejo boa sorte no certame.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários!

      Na questão da escrita fiquei bem dentro da minha Zona de Conforto, pois se o primeiro desafio solo que participo aqui. Isso gerou alguns pontos e comentários que me farão mudar (espero que para melhor) nos próximos e por isso são muito importantes.

      Em relação ao tema realmente eu mirei a nostalgia, mas sem sucesso. Ainda tem o Portal que sela o pacto de Otto com a Morte, mas para mim é pouco quando temos um tema a ser seguido em um desafio como esse.

  20. Kelly Hatanaka
    19 de novembro de 2024
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Olá Otto.

    Wladmir vem de uma linhagem de caçadores de vampiros e tem por missão eliminar o conde Drácula que, na verdade era Otto, um cavaleiro das Cruzadas que foi transformado em vampiro após assassinar a mulher que amava quando esta se casava com um antepassado de Wladmir.

    É uma boa história. O que faltou, na minha opinião, foi uma revisão mais apurada.

    Logo no primeiro parágrafo, a palavra “render” se repete a pouca distância. O mesmo acontece em muitos outros momentos e polui o texto. Exemplos: neste mesmo parágrafo, a palavra “grande” se repete. O trecho “Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho.” aparece duas vezes. Na parte em que Otto conta sua história, temos “mas eu não era um conde…”, seguido de “mas eu não era um nobre…”. Muito “mas eu não era” junto.

    Wladmir parece muito despreparado para alguém cuja família vive de caçar vampiros e que se preparou durante meses, sem falar nos anos de pesquisa feita por seu pai. Com tudo isso, ele chega dando tiro no vampiro?

    Quanto ao tema, desculpe, mas não encontrei nem nostalgia e nem porta. Quer dizer, tem “porta” né, mas só citada. O conto fala sobre vingança, maldição. Não encontrei elementos de saudade, nem mesmo na ambientação.

    Minha pitada de achismo: faltou revisão e uma releitura desapaixonada, para aparar arestas e deixar a história fechadinha.

    Gostei ou não gostei: não gostei muito. Porém, a história é boa e uma revisão e reescrita levariam o conto para outro patamar.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários.

      Alguns dos furos em revisão e coerência na primeira parte se deveram à uma reescrita (redução) que fiz para tentar transformar o que estava virando um conto sozinho à ideia inicial de ser apenas uma introdução à história do Vampiro. Isso foi feito sem sucesso e perdi pontos importantes que mostravam que o caçador não era tão incompetente assim.

      Comentários focados à escrita me são muito valiosos, pois são nesses pontos que eu vou focar para melhorar.

      Na questão dos temas eu mirei Nostalgia mas não acertei. O Portal que sela o pacto com a Morte é pouco para considerar que o tema foi atendido, até na minha opinião. É outro cuidado que preciso ter a mais nos próximos desafios.

  21. Marco Saraiva
    18 de novembro de 2024
    Avatar de Marco Saraiva

    Wladimir é um Van Helsing e vai até uma mansão para matar Drácula, ou Otto. O vilão nos conta a sua história de origem (que sempre tem o amor perdido e a queda do homem bom graças ao amor não correspondido). Ao final, Otto triunfa, como sempre triunfou todos estes anos.

    É um conto de escrita direta, um tanto descritiva, mas que arrisca aqui e ali uma construção diferente, um pouco de poesia e até certo tom cômico. A história trágica de Otto me soou um pouco jornalística demais, se é que me faço entender. O leitor descobre a sua história através das palavras do próprio Otto, então os eventos ocorrem em forma de relatos, um após o outro, sem muita conexão emocional aos personagens. Doroteja, para mim, aqui foi apenas um nome. Ela não assumiu personalidade nem qualquer papel fundamental no enredo, a não ser servir de motivo para o espiral de maldade onde Otto acaba mergulhando.

    Acho que valeu a leitura. Este é um dos contos que costumo dizer que tem potencial, que com um pouco de polimento pode se tornar algo muitíssimo interessante. O tema está presente na forma mínima, mas não posso negar que há nostalgia e portões, inclusive portais criados pela morte.

    Sempre vou abraçar os contos de fantasia no EC, sou um fã do gênero. Quero mais! =)

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários e pelos elogios!

      O tema passou mesmo pela tangente, pois errei a mão quando tentei incluir nostalgia e o Portal, ainda que parte da história, é uma passagem, não o foco.

      A questão do relato “jornalístico” também é um ponto de atenção para textos futuros. Talvez venha do Blog, já que é a forma de escrita que tenho praticado nos últimos anos.

  22. Givago Thimoti
    16 de novembro de 2024
    Avatar de Givago Thimoti

    O Cruzado e a Dama (Otto)

    Resumo + Comentários gerais:

    “O Cruzado e a Dama” é um conto de fantasia, que remonta o eterno confronto entre Drácula e Van Helsing, ambientando a disputa numa mansão estranha de um bairro nobre de São Paulo. Um descendente da longa linhagem da família Van Helsing se esgueira dentro do covil do vilão, escuta sua história pacificamente e é morto pelo vampiro.

    A narrativa, pelo menos ao meu ver, não está boa. É um conto estranho, que num primeiro momento, se propõe a situar Drácula e Van Helsing dentro de um ambiente brasileiro, mas depois reconta a origem do Drácula na Letônia (ignorando o início promissor) e acaba por finalizar a história matando mais um membro da família Van Helsing.

    Frase/Trecho de impacto:

    “Meus poucos amigos perceberam a mudança em meu comportamento e, durante as batalhas que se seguiram viram eu me lançar sempre à frente, como se buscasse a morte, mas nunca a encontrando.” – Quem nunca viu um amigo se transformar depois de um término sofrido.

    Adequação ao tema (0 a 3) – Avalio se o conto aborda o tema proposto de forma coerente, aprofundada e relevante para o Desafio: 3

    Eu diria que o conto resvala na nostalgia. Já em termos de porta, portão, portal, está ali, mas não está. São acessórios, tão somente. Mas como estão ali, resolvi pontuar na nota máxima.

    Construção de Mundo e personagens (0 a 2) – Avalio a profundidade dos personagens e a ambientação, incluindo o cenário e como tudo interage para fortalecer a narrativa: 0,5

    Não achei o conto bem construído. Muitos aspectos pouco desenvolvidos. Ou desenvolvidos de uma forma não bem trabalhada. Por exemplo, numa hora, o conto vai numa direção, como se fosse situar a história dentro de uma mansão dentro dos Jardins, em São Paulo. Legal, diferente. Muda o terror gótico da Transilvânia para as terras paulistas. Depois, a narrativa remonta à Letônia, em 1200 e lá vai bolinha para recontar a história do Drácula (que seria da Romênia originalmente), mudando alguns aspectos originais de localização e também de sua origem, retornando para a época das Guerras Santas, cruzadas e etc. Isso tudo sem desenvolver, apenas jogando. Como e porquê o Drácula veio para cá? SP ficou com Deus nessa parte da história.

    O confronto entre Van Helsing e Drácula também não está bem construído: vamos lá, esse descendente de Van Helsing passou algum tempo se preparando, estudando como entrar no covil do Drácula e matá-lo. Para além daquele jeito tradicional que conhecemos, o personagem deve ter outros jeitos de matá-lo. Bom, pelo menos eu suponho. Enfim, o jeito que ele escolhe é com uma arma de fogo. Nada de prata (caso contrário, teria matado o Drácula, certo?). Van Helsing, depois de todo o preparo ao estilo CLT (rendendo férias e tals) para se aproximar do Drácula só tinha esse jeito de matá-lo? E depois, ele fica ali parado escutando a história do vilão, um inimigo quase milenar de sua família? O Drácula o enfeitiçou de alguma forma? Bom, enquanto eu matutava se isso fazia sequer sentido, Van Helsing foi morto pelo Otto (que não é o Drácula, mas é mega similar, igual ao Drácula). Alguns questionamentos que o próprio conto deveria ter explicitado, de alguma forma.

    Além disso, fiquei muito incomodado com essa “nova origem”do Drácula. OK, não é o Drácula, é o Otto. Mas é igual ao Drácula. Tem até a mesma rivalidade com os Van Helsing. Enfim, essa negativa sem negar, essa forma de desvincular do original sem, de fato, desvincular, foi um péssimo artifício.

    Uso da linguagem (0 a 2) – Avalio a qualidade da escrita, incluindo o estilo, clareza, gramática e fluidez dos diálogos:  0,5

    A escrita do conto não está boa: gramaticalmente, uma quantidade considerável de repetições de palavras, erros de pontuação e alguns pequenos erros de ortografia, o que demonstra uma falta de revisão gramatical:

    ·      “Ele havia conseguido o emprego há pouco tempo e usou toda a sua influência, além de algum dinheiro, para conseguir render as férias e estar exatamente naquela mansão, durante o dia.” => Repetição desnecessária de “conseguir” e “render” = Correção sugerida: *Ele havia conseguido o emprego há pouco tempo e usou toda a sua influência, além de algum dinheiro, para tirar férias e estar exatamente naquela mansão durante o dia.

    ·      “Foram diversos meses de planejamento apenas para conseguir estar ali, naquele terreno, em plena luz do dia, sem gerar nenhum tipo de suspeitas.” =>  Concordância entre “nenhum” e “suspeitas”.  => Correção sugerida: Foram diversos meses de planejamento apenas para conseguir estar ali, naquele terreno, em plena luz do dia, sem gerar nenhum tipo de suspeita. 

    ·      “A luz que entrou da porta iluminou um grande salão…”  => Uso inadequado da preposição “da”. =>   Correção sugerida: “A luz que entrou pela porta iluminou um grande salão…” 

    ·      “Van Helsing, eu presumo.”  => Falta de travessão para marcação de fala. Depois, por todo o conto, a marcação de fala é feita por meio de travessões.

    ·      “Sim, claro! Assim como meu pai e meu avô. E seus pais a avós antes deles!”

    ·      “Tudo começou há muitos anos, na Europa, na região que onde hoje fica a Letônia.” => Uso desnecessário de “que”. 

    Além disso, creio que a escrita pode melhorar, e muito. O autor/ a autora mostrou que tem criatividade. Agora é sentar, aprender com os erros, e trabalhar na escrita.

    Estrutura Narrativa (0 a 1,5) – Examino o fluxo do enredo, a clareza da introdução, desenvolvimento e conclusão, e se o ritmo é adequado: 0,75

    O conto está naquele formato tradicional de início, meio e fim. Contudo, como falei anteriormente, o início não dialoga com o desenvolvimento, quase como se fossem contos diferentes. O desenvolvimento é bem trabalhado, embora desconstrua tudo aquilo que toma como base (rivalidade Drácula vs Van Helsing para Otto vs Van Helsing). Por sua vez, a conclusão é abrupta, um banho de água fria.

    Impacto Emocional (0 a 1,5) – O quanto a história conseguiu me envolver emocionalmente, provocar reflexão ou cativar: 0

    Não gostei desse conto. Não é uma narrativa que nos prende. A sensação que tive foi a que li uma pequena colcha de retalhos, sem diálogos entre si.    

    NOTA FINAL: 4,75 (como as regras do desafio não permitem notas com 2 casas decimais, ela será arredondada para 4,8)

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelo tempo dedicado à leitura e aos comentários do meu conto.

      Você foi até bonzinho na questão do tema, já que mesmo a nostalgia, ao meu ver, não ficou boa aqui mesmo sendo a ideia inicial. E o portal, como você disse, não é central na história.

      Em relação à narrativa o objetivo inicial quando pensei era contar a história do vampiro apenas. Depois pensei em incluir o caçador mais para criar um contexto e acabou que nenhum dos dois ficou muito bom. O conto ficou um pouco corrido e os personagens rasos, mesmo aqueles incluídos na narrativa do vampiro, como Doroteja.

      A parte dos seus comentários sobre o uso da linguagem são, para mim, os mais importantes. É a parte em que eu tenho mais dificuldade pela minha formação não ser na área e eu não estudar português desde o século passado (sem exagero).

  23. vlaferrari
    10 de novembro de 2024
    Avatar de vlaferrari

    Me peguei pensando, na segunda leitura, na frase “a única construção subterrânea”. É um estilo narrativo que não me agrada, por conta de repetições e do modo como as frases são ofertadas ao leitor. A única parte subterrânea da construção, seria mais aceitável para meus olho-ouvidos. Mas estilo é uma coisa particular e pertence a cada um. Sobre a história, soou clichê, mesmo com as artimanhas de um empréstimo cinematográfico e “talvez” a brincadeira com minha última participação (que importa pouquíssimo, no caso). Entendo ser suspeito demais para comentar a favor ou contra, por ter criado algo com o mesmo tema e por, de certa forma, ver-me envolvido. Há passagens e portais transpostos que remetem ao tema do certame e a narrativa alude a um embate secular. Mas entendi uma abordagem simplificada. Uma revisão em relação às repetições de palavras, deixaria o texto mais interessante.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários!

      Qualquer referência aos desafios anteriores foi mera coincidência, até porque o primeiro que participei foi o anterior. E mesmo o jogo do nome foi um jogo com o Vlad, das histórias, mas no caçador desta vez.

      E a questão da revisão é um ponto que vou levar para os próximos desafios.

  24. Antonio Stegues Batista
    9 de novembro de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O Cruzado e a Dama é uma versão do romance Drácula, de Bram Stoker, um clássico de terror transformado em filme e muitas versões do mesmo personagem. Achei um bom conto, uma boa ideia. O autor usou muitos clichês para a narrativa, mas que considero válido, embora tenha alguns errinhos em frases mal compostas e repetições de palavras muito juntas uma da outra. As descrições poderiam ser mais bem elaboradas, parece que o autor teve pressa em mandar o conto para o Desafio quando tinha tempo para fazer uma revisão e remodelar algumas frases quanto a combinação e sonoridade das palavras. De qualquer modo é um bom conto. Parabéns e boa sorte..

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelos comentários.

      A questão da revisão foi feita, mas muito se perdeu em uma reescrita da primeira parte. Ali acredito que ficaram os maiores erros nesse sentido.

      E as descrições eu tentei ser mais leve, já que no último exagerei um pouco na introdução do “Pequeno Theo”. Aqui a história que eu queria contar era longa e muitas descrições, eu temia, a deixariam muito chata. Vou seguir buscando um maior equilíbrio.

  25. Luis Guilherme Banzi Florido
    8 de novembro de 2024
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia, amigo(a) escritor(a) do(a) Encontrecontos, tudo bem?

    Primeiramente, parabéns por superar a nostalgia do desafio de trios e entrar no portal do novo certame! Boa sorte e bora pra sua avaliação:

    Tema escolhido: não sei dizer… por um lado, o conto é sobre o passado, mas não parecer nem arranhar o tema nostalgia… por outro, não tem muito de porta ou portal, exceto pelo fato de o homem entrar num portal para selar o pacto… mas isso é meio que um acontecimento específico do conto, e não o tema ao redor do qual o conto gira. Difícil.

    Abordagem do tema: 25%. Como expliquei acima, não acho que ouve uma abordagem aceitável dos temas propostos, já que portal é um elemento, e não o tema do conto.

    Comentários gerais: esse é um conto muito bem escrito, que ganha muito no dinamismo e na excelente escrita. O autor parece dominar a escrita e brinca com a linguagem e as palavras, tornando a leitura bastante prazerosa e ágil. Parabéns. Acho que esse é o ponto mais alto da história. Além disso, você fez uma releitura interessante e criativa da já batida história do Drácula, e eu gostei dos elementos introduzidos e do novo enredo. O personagem do Wladimir não é muito interessante, já que ele não tem muito carisma e é bastante tapado. Me parece estranho que ele tenha herdade essa tradição familiar, tenha se dedicado tanto tempo à pesquisa e preparação para esse dia, tenha uma irmã que produz ferramentas para sua caçada, e mesmo assim chegue lá totalmente perdido, com uma arma ineficaz e sendo um alvo facílimo para o conde-não-conde.

    Otto, por outro lado, é um personagem bem mais interessante e bem trabalhado. Ele narra bem a história do passado, tratando tudo com naturalidade e bom humor. É um personagem que dá pra comprar e acreditar.

    O desfecho é um pouco abrupto e anticlimático, acho. Não sei, a história toda é interessante e curiosa, mas o desfecho, com o homem sendo pego sem reagir e sem apresentar qualquer perigo ao conde, me pareceu sem muito propósito. Se Wladimir não teria nenhuma importância para a história e não apresentaria nenhum desafio para o Drácula, o conto poderia ser simplesmente o Drácula contando aquela história para alguém aleatório, ou uma página de seu diário, algo assim. Quero dizer, o foco da sua história é a história do Drácula, mas a história de amarração que você introduziu para justificar a história do Drácula sendo contada não parece relevante.

    Claro, isso tudo não estraga o conto. Continua sendo uma história criativa e uma leitura divertida. Mas vale ressaltar que a adequação insuficiente ao tema incomoda um pouco e acaba tirando pontos, por justiça aos que cumpriram o tema.

    Sensação final: me convidaram pra assistir um filme do Drácula sobre nostalgia ou porão, fiquei o tempo todo comendo pipoca e meio confuso sobre os temas, mas acabei me entretendo com os acontecimentos. O filme passou voando, mas quando os créditos subiram eu senti que faltou algo no final. Ainda assim, fui pra casa com uma sensação de ter me divertido. Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Muito obrigado pelo tempo dedicado à leitura e comentários!

      E obrigado pelos elogios ao Conto.

      A questão do tema ficou falha realmente. Mirei a Nostalgia e errei, virou apenas um velho contando a sua história, com o portal que sela o pacto de Otto com a Morte sendo pouco para o enquadramento, no meu ponto de vista.

      O personagem Wladmir era para ser uma citação apenas, em um prólogo. Ganhou algum protagonismo mas acabou muito raso. Quando reescrevi a primeira parte acabei cortando muito das explicações e ele acabou parecendo mais tapado do que deveria. (Nunca foi genial, mas por exemplo a arma e o tiro haviam sido explicados em um primeiro momento)

      Como o foco era a história do vampiro imaginei não fazer diferença, mas acabou impactando na experiência do leitor de forma negativa. Como você mesmo disse, não ficou relevante.

      Gostei da ideia do diário do Drácula. Poderia ter trocado essa introdução do caçador por algo nessa linha. Seria mais adequado e, talvez, mais dentro do tema. Obrigado!

  26. andersondopradosilva
    8 de novembro de 2024
    Avatar de andersondopradosilva

    O Cruzado e a Dama

    Resumo:

    Homem envereda jornada para liquidar um vampiro, mas acaba morto por seu algoz.

    Comentários:

    “Sabia o que esperar e aonde ir, pois havia estudado as plantas cadastradas na prefeitura” – Tom professoral e explicativo. suprima o “pois”. Use ponto final ou outro sinal gráfico no lugar. Pois, assim, dessa maneira, portanto, etc. emprestam didatismo em texto, e você está escrevendo uma obra que se pretende literária, não um manual, uma apostila etc.

    “Uma voz veio de um dos cantos da sala, para onde Wladmir disparou sem pensar. ‘Um belo tiro, que estragou uma bela camisa’, disse a figura sem se mexer. ‘Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho. – Um belo tiro, que estragou uma bela camisa. – disse a figura sem se mexer – Seus antepassados preferiam a besta, que além de mais eficiente fazia muito menos barulho. Van Helsing, eu presumo. – Concluiu.” – Repetição de ideias.

    “suspirou a figura enquanto saia das sombras vestindo calças pretas” – “Saia” é uma peça de roupa feminina. O correto aqui é “saía”.

    “na região que onde hoje fica a Letônia” – Uso equivocado do “que”.

    “pois tendo vindo de família muito pobre o objetivo era apenas manter o máximo de filhos vivos” – Faltou um par de vírgulas extremando o trecho de teor explicativo.

    lembre-se, estávamos em 1200” – Desnecessário. Presuma que o leitor é inteligente bastante para saber que se trata de outros tempos e outros costumes, conforme, aliás, a ambientação do texto já havia evidenciado.

    lembre-se, estávamos em 1200, […] Lembre-se que eu era apenas um reles soldado” – Dois “lembre-se” no mesmo parágrafo. Deve-se evitar usar repetição de ideias em locais próximos.

    “deixando a porta aberta para mim que a segui fechando a porta ao passar.” – Falta de vírgula extremando o trecho.

    “Foram ganhando velocidade até que não era mais possível identificar as formas das pedras e, então uma imagem começou a se formar.” – Faltou uma segunda vírgula para extremar o “então”.

    Wladmir, permaneceu em silêncio durante toda aquela história” – Em português, não se usa vírgula para separar o sujeito do predicado em uma oração. O sujeito é o termo que realiza a ação descrita pelo verbo (predicado), e ambos formam uma unidade lógica.

    O conto entretem, ocupa, mas não edifica. Não convida a pensar, a refletir. É superficial, raso. Não mergulha, não se aprofunda. Não tem camadas. É literatura de entretenimento, fantasia. Não desafia. Leitura adolescente, quiçá juvenil.

    O tema não protagoniza o conto. É tangenciando. Um dos personagens passa por um portal e é só.

    • Fabiano Dexter
      18 de dezembro de 2024
      Avatar de Fabiano Dexter

      Obrigado pelo tempo dedicado aos comentários.

      Preciso dessa revisão no questão da língua, já que não estudo português desde o século passado e não é a minha área de formação (sou engenheiro). É justamente vendo esse tipo de comentário que posso buscar melhorar nos desafios seguintes.

      Na linha do tema, realmente a busca aqui foi em contar uma história, no caso específico a do vampiro. Algo mais simples e superficial, sem grandes reviravoltas ou mensagens ocultas.

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Informação

Publicado às 7 de novembro de 2024 por em Nostalgia e marcado .