EntreContos

Detox Literário.

Morro de Tróia (Givago Thimoti)

  1. Numa cidade muito longe daqui

Um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) foi morto na noite deste domingo (30) na Estrada de Guaratiba, altura do Túnel da Grota Funda, na Zona Oeste do Rio. O Tenente Marco Antônio Paranhos, de 28 anos, morreu após disparos de bandidos, que teriam fugido em direção ao Morro de Tróia.

A manchete do jornal ressoava insistentemente em Ulisses, cada vez mais incomodado. O idealismo que possuía quando entrou na corporação já o havia abandonado. Aprendeu desde cedo a lógica do nós contra eles.

O major tinha consciência de que a resposta ostensiva seria apenas mais um elo da infinita cadeia de causa e consequência. Agora, agiriam com truculência. Depois de algum tempo, eles responderiam. E então, um novo contra-ataque. Ulisses não sabia determinar exatamente em que instante tudo se tornou tão natural. Fazia parte daquele jogo porque era muito bom no que fazia e tinha, lá no fundo, alguma esperança de, no fundo, ainda estar fazendo o bem para alguém. Era nisso que se agarrava.

A entrada de Aquiles na sala o demoveu daqueles pensamentos. Ainda bem. Para o estrategista, a batalha começa bem antes do primeiro ataque. Precisava focar em repassar os detalhes da missão. Dúvidas no propósito podem ser um caminho certeiro para a derrota.

Maj. Ulisses e Ten. Aquiles eram diferentes.  As insígnias nas fardas evidenciavam isso. Embora tivessem ingressado juntos na escola de formação, as punições pelo pavio curto e explosivo do tenente o atrasaram nas promoções; ao passo que Ulisses, obediente e maquiavélico, foi galgando sucesso em sua carreira, sendo condecorado por ser um exímio policial militar.

Aquilles também tinha suas valências. Destemido, extremamente eficiente, impetuoso. Mortal. Em meio às fileiras do BOPE, as histórias sobre o heroísmo do tenente ganhavam contornos cinematográficos novos a cada vez que eram recontadas pelos pares.

O próprio Aquiles alimentava o mito. Desde que entrou na PM, dizia que seu corpo era fechado. A mãe apelou para todas as proteções espirituais que tinham conhecimento. Não havia qualquer pessoa capaz de derrubá-lo. As cicatrizes espalhadas pelo tronco causadas por balas, acidentes e até torturas, somadas às diversas vezes que retornou de punições corroboravam com a lenda de sua invulnerabilidade.

Apesar disso, o major tinha suas ressalvas em convocar Aquiles para a invasão. Se fosse o único responsável pela operação da tomada do Morro, não o escalaria. Não havia dúvidas acerca de suas competências. Afinal, era o combatente perfeito. Contudo, sua presença naquela missão era pessoal, contaminando-a por completo. Tomaria a operação.

Em que pese tenha alertado o Comandante Agamenon, este exigiu a presença do tenente, já que o sucesso da missão passava diretamente por Aquiles.

Se a imprensa soubesse que uma das principais motivações para aquela operação era pagar o sangue derramado de um Caveira com mais sangue, as críticas seriam justas e implacáveis. Bom, por pelo menos parte da mídia. Entretanto, como o comandante o alertou, as preocupações com a política eram função dele, e não de Ulisses.

— O alvo da missão é capturar Heitor.

— Tô sabendo. — Ali, entre os dois, abriram mão do respeito que a hierarquia exigia. — Vivo ou morto?

— Vivo. — O olhar firme do major mostrava sua seriedade em relação ao tópico. Não abria a mão disso. — Tirar ele é fundamental para tomar o Morro de Tróia. Essa missão precisa ser executada perfeitamente. O Comandante Agamenon quer passar algumas mensagens com a prisão de Heitor.

Enquanto passava os detalhes da operação, em meio à tensão natural do momento, Ulisses tentava captar algum sinal do que Aquiles sentia para confirmar que ele não estava apto. Pouquíssimos estariam.

— Major, se nem ele está preocupado com sua própria saúde, sua própria cabeça, por que nós estaríamos? — A determinação do Comandante ainda reverberava. Ulisses guardou o conselho consigo, assistindo ao amigo sair da sala para preparar o fardamento.

Ambos sabiam o desfecho daquela missão.

2. Gangsta’s Paradise

Do alto de Tróia, os tempos difíceis faziam Heitor descumprir acordos com a esposa. Nada de armas ou objetos que usavam na vida paralela dentro do quarto do casal. Aproveitando que a gravidez e o filho pequeno sugavam a energia dela, da janela ele observava com um binóculo o movimento da comunidade.

A mais imperfeita paz durante a madrugada. O som distante do baile funk quebrava a tranquilidade do morro. No rádio, os olheiros espalhados pelas vielas não apontavam problemas.

Talvez fosse apenas pessimismo seu, disse-lhe a esposa, recusando a ideia de sair do morro por uns tempos enquanto a poeira abaixasse. Não o abandonaria. Jamais. Os outros cabeças lhe disseram que estava grilado à toa; bastavam reforçar a segurança por um tempo e evitar problemas. Os pivetes que mataram o caveira já haviam sido descobertos e entregues para o BOPE para eles resolverem a situação.

— Não dá pra confiar neles, porra.

A cúpula de Tróia resolveu confiar. Anos chefiando o morro o ensinaram; usar a mão pesada contra seria a pior coisa que poderia fazer. Estava de mãos atadas. Agora, era torcer para que os mecanismos de defesa da comunidade funcionassem. Sem a delação de morador, com olheiros atentos e prontos para besuntar as poucas vias de acesso com óleo de motor, não deixando o Caveirão subir. A segurança já armada e pronta para atirar no primeiro sinal de polícia.

Acima de tudo, não podia se dar ao luxo de descer o morro. Ali, no alto, estaria a salvo.

— Tudo certo no baile? Câmbio.

— Tudo suave, chefe. — Ao fundo, escutava-se o som estourado do baile. — Teu irmão tá aqui curtindo umas patricinha… Tô de olho nele! Câmbio.

Se não fosse por Alexandre, não teria autorizado aquela festa. O moleque tinha metido na cabeça que seria um MC. A única condição de Heitor era que o irmão não podia ter nenhuma relação com qualquer movimento. Nada de apoio público. Financiou umas músicas, uns clipes. Por incrível que fosse, o moleque começou a fazer sucesso, cantando as vivências da favela. Agora já tinha gravadora oficial e tudo o mais.

Era aniversário dele. Queria de presente cantar na comunidade. O coração do chefe do morro amoleceu.

O dia estava quase raiando. A qualquer momento o rebento podia despertar, encerrando com um choro estridente quaisquer chances de descanso. Colocou o rádio na cabeceira e deitou ao lado da esposa. Heitor a abraçou com delicadeza, para não despertá-la. Lentamente, deslizou a mão até a barriga enorme e a deixou ali. Deu um beijo leve em sua nuca e respirou fundo.

O sono estava prestes a dominá-lo. Já que não podia ter o luxo de escolher o seu sonho, permitiu-se imaginar apenas uma vida diferente na qual poderia dormir todas as noites com sua esposa grávida e o rebento ao lado, em paz.

Heitor teve a impressão de que dormiu com um sorriso no rosto.

3.

Estavam de prontidão quando o sinal soou. Duas viaturas da 14ª delegacia foram chamadas por conta de uma confusão num baile funk no pé do Morro de Tróia. Alguns tiros foram trocados. Sem nenhuma informação sobre vítimas.

O informante do BOPE dentro da comunidade avisou que Heitor havia descido para tirar o irmão da confusão. Eles tinham que agir com rapidez. A arapuca de Ulisses estava armada.

No Caveirão, durante o deslocamento para uma operação, cada PM tem seu ritual. Alguns rogam a Deus por proteção. Mãos dadas, armas abaixadas, vozes rugindo em uníssono. Outros preferem revisar repetidas vezes os últimos detalhes do fardamento. Poucas conversas. Nada de desejos ou medos. São sinais de mau agouro.

Ten. Aquiles ia por um caminho diferente. De fone de ouvido, sentava relaxado, pernas bem abertas, dando espaço para o fuzil, com um braço repousado no companheiro do lado. Geralmente, o Ten. Paranhos. Olhava descontraído para os colegas de arma, quase debochando de tanta preocupação.

Dessa vez, não.

Resignou-se no seu canto. Sem música. Concentrava-se em encarar o primo na tela do celular, procurando os traços familiares entre os dois. Estavam abraçados, lado a lado. Ostentavam as camisas pretas com as facas cruzadas transpassando a caveira, à esquerda, em cima do peito. Sorrisos arrogantes eternizados. Cabelos loiros recém-raspados, o couro cabeludo avermelhado pelo Sol. Os músculos retraíram diante do curso, mas ainda estavam lá. Apenas os mais fortes resistiram.

Sim, Paranhos errou. Há erros que nenhum policial pode cometer, nem mesmo um Caveira como Aquiles. Basta um e eles não te dão tempo nem de reagir. Andar de carrão por aí? Erro número um. Sem camisa e mostrando as tatuagens do BOPE? Erro número dois.

Paranhos não conseguiu nem alcançar a pistola que ficava no espaço improvisado ao lado do banco do motorista. Latrocínio. Foi encontrado jogado no acostamento da estrada. Deixou uma filha e os pais órfãos.

Não demorou para descobrirem que era policial do BOPE. A mídia logo escancarou no jornal. Primeira página. Com um primo no BOPE. O nome do Ten. Aquiles na nota de rodapé. A Cúpula do Morro de Tróia entregou os responsáveis pelo crime. Lei deles: se for para roubar, que não chame a atenção! Especialmente de polícia. Caveira, então? Ninguém quer problema com esses.

Ser executado ou entregue era a punição.

Quando soube, Aquiles se encarregou pessoalmente dos moleques. Promessa para a família. Depois, procurou o Comandante Agamenon. Reportou tudo, sem um tremor na voz. Apenas ódio.

— Falta o chefe deles. — Lembrou.

Agamenon assentiu. Derrubar Heitor significava derrubar Tróia. Um passo importante para pacificar as favelas da Zona Oeste, conforme prometido para o governador. Afinal, missão dada é missão cumprida.

— Vou falar com o Major Ulisses. A operação já tem o meu aval.

4. Osso duro de roer

Heitor fugiu para dentro das vielas apertadas, atirando sem olhar para trás, na esperança de atingir o policial. Ou ao menos para repelir. Aquiles colocou-se no seu encalço, encontrando refúgio das balas pelo caminho.

Os barracos deteriorados de alvenaria foram as únicas testemunhas. O estampido seco da pistola denunciava. Agora era um caçador brincando com a presa encurralada e com a sorte. Heitor, forjado nas lutas de rua, se livrou da pistola, jogando em algum esgoto a céu aberto.

Encurralado, deu o seu melhor. Até sentiu alguma esperança quando acertou alguns socos, abrindo um rasgo pequeno no lábio, que inchou. Aquiles, por sua vez, apenas se defendia, tentando absorver os golpes.

Se conseguisse aplicar um mata-leão, poderia apagar Aquiles por algum tempo, como fazia naquela brincadeira estúpida da adolescência. Matá-lo seria um deboche à sua própria sentença de morte. Matá-lo também poderia ser sua única chance. Quem sabe, correria atrás de sua esposa e filho para tentar fugir. Se bem que talvez tivessem outros policiais de tocaia, esperando justamente que Heitor buscasse a família. Não, melhor seria apenas fugir e der notícias depois de algum tempo.

O afã do chefe do morro em se livrar logo daquela situação o fez enxergar uma brecha numa armadilha. Aquiles era mais forte, habilidoso e treinado. Com Heitor pendurado em seu pescoço, numa tentativa de esganá-lo, Aquiles atirou-se com toda a força numa parede próxima. Ouviu o gemido de dor e o fôlego escaparem do peito de Heitor.

Desguardado e desorientado, Heitor foi atirado por cima do ombro do policial no chão. O protocolo do BOPE dizia que, agora que o meliante estava desarmado e imobilizado, sem chances de oferecer qualquer perigo para o policial e os demais cidadãos, deveria algemá-lo e declarar o motivo de sua prisão.

O Ten. Aquiles desferiu chutes e pontapés no adversário. Heitor mal conseguia se defender, tentando proteger a cabeça juntando os antebraços e gritando “Perdi!” repetidas vezes. A resposta do policial era a persistência das agressões. Não, ainda não havia perdido porra nenhuma. Em algum momento, pouco antes de desfalecer, com a visão turva, os braços pesados demais para proteger a cabeça e o tronco latejando em dor, percebeu que o policial sentou-se sobre ele. Esmurrava-o com tudo de si. Lágrimas se juntavam ao suor e ao sangue.

Heitor, enfim, morreu. Desfigurado pelas múltiplas fraturas na face e algumas costelas quebradas.

— Alvo abatido depois de resistir violentamente a prisão. Missão cumprida! — O Ten. Aquiles declarou pelo rádio o sucesso da missão, ainda recuperando o fôlego depois do destempero.

Ten. Aquiles desceu lentamente o morro, ostentando o corpo de Heitor parcialmente coberto pelo caminho, mostrando apenas o rosto arroxeado pelos hematomas de seu líder.

Os homens do IML carregaram o cadáver, enquanto a tropa do tenente do BOPE escoltava o cortejo. Silêncio na comunidade, exceto pelo som ritmado dos coturnos. Sem capacete ou máscara, como os demais colegas, o policial encarou cada morador que assistia a descida, a fúria não aplacada estampada nos olhos avermelhados. Uma mão jazia na maca de Heitor, a outra no fuzil. Enfrentava assim a revolta, a tristeza e o medo dos troianos.

Encostadas no muro para dar passagem ao cortejo, a câmera da mídia flagrou uma mãe cobrindo os olhos de sua filha.

— Sabia que isso ia dar merda. — Major Ulisses murmurou para si, vigiando o fim da operação.

5. Desabafo

Ulisses, sozinho, revisava os relatórios da última missão antes de enviá-los para a Corregedoria. Já havia recebido ordens de deixar o mais encaminhado possível para a sindicância. Teoricamente, o Ten. Aquiles sofreria mais uma punição. Alguns meses na administração até que a poeira abaixasse. A suspensão deveria ser de ofício. A política não deixaria.

Na tela, em entrevista à mídia e para a sociedade, o Comandante Agamenon exaltava a importância da operação, evitando o silêncio na sala do major.  O assassino do Tenente Paranhos morreu em confronto, enquanto alguns traficantes foram capturados. Uma batida na porta o tirou da sua revisão.

— Pode entrar — Maj. Ulisses desligou o monitor. Um sargento entrou e se colocou na posição de sentido, prestando continência. — Descansar.

— Major, o informante do morro acabou de avisar que os últimos homens de Heitor estão se preparando para adquirir mais armas.

— É, eles sabem que estão desorganizados. Vamos começar a última etapa. Pode avisar os homens do grupamento do Ten. Aquiles que já podem preparar os infiltrados para forjar a venda. Eu mesmo vou comandar a operação.

A pacificação está encaminhada. Mais uma missão para Ulisses e Aquiles.

Ao pé do Morro, um homem canta sozinho para os vizinhos e algumas garrafas de cerveja vazias, largado em uma das apertadas vielas, com sua voz arrastada e um cavaquinho com acordes desafinados:

Mas essa história
Eu volto a repetir:

Aconteceu numa cidade
Muito longe daqui!


Numa cidade muito longe
Muito longe daqui,
Que tem favelas que parecem
As favelas daqui,
Que tem problemas que parecem
Os problemas daqui.

Sobre Fabio Baptista

Avatar de Desconhecido

48 comentários em “Morro de Tróia (Givago Thimoti)

  1. Rodrigo Ortiz Vinholo
    14 de junho de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Excelente! Gostei muito das correlações tratadas em cima do épico original, e o modo como o Rio contemporâneo se conectou com ele. Soma-se a isso uma excelente capacidade técnica, e o resultado merece uma ótima nota.

    • Givago Domingues Thimoti
      16 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Bom dia, Rodrigo! Tudo bem? Obrigado pelo comentário! Muito grato!

  2. André Lima
    14 de junho de 2025
    Avatar de André Lima

    É certamente um dos contos com a abordagem mais interessante do desafio. Achei criativa a escolha de reimaginar o mito da Guerra de Troia em um cenário contemporâneo de uma favela carioca.

    Ulisses se apresenta como o estrategista pragmático e maquiavélico, que, apesar de ter perdido o idealismo, ainda se apega à alguma esperança. Aquiles é o guerreiro impetuoso, destemido, cuja “lenda de sua invulnerabilidade” é uma poderosa ironia. Sua motivação, a vingança pela morte do primo Tenente Paranhos, é o “calcanhar” que o torna implacável e o leva a desrespeitar protocolos, o que culmina na brutal execução de Heitor, que, por sua vez, é o líder da comunidade, humanizado por sua preocupação com a esposa grávida e pela relutância em usar a força extrema. Sua morte sela o destino do “Morro de Tróia”, assim como a queda do Heitor mitológico significou a derrocada da cidade.

    O Comandante Agamenon representa a autoridade superior, preocupado com as implicações políticas, personificando a visão macro e, por vezes, desumana da guerra. A ambientação no “Morro de Tróia” e o desfecho da invasão da polícia para tomada do morro ecoam a queda da cidade lendária, sugerindo que, apesar da “vitória”, o ciclo de violência persistirá. Ou seja, tudo está perfeitamente amarrado com o clássico da literatura grega.

    A prosa é direta, envolvente e rica em detalhes sensoriais. A narrativa é ágil, especialmente nas cenas de confronto, mas também oferece momentos de introspecção profunda.

    Em resumo, é um conto corajoso, bem estruturado e literariamente sofisticado. Transcende a mera crônica policial para se tornar uma reflexão profunda sobre a natureza humana, a vingança, a lei e a inevitabilidade de certos conflitos.

    É uma escrita madura, complexa, que me prendeu do início ao fim.

    • Givago Domingues Thimoti
      18 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, André! Tudo bem?

      Obrigado pelo comentário elogioso! Compartilhei com os meus amigos! Foi eleito como um dos melhores comentaristas por mim.

  3. Felipe Lomar
    14 de junho de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    olá

    uma fanfic da vida real, eu diria, bastante inspirada em tropa de elite. Gostei muito da analogia com a guerra de troia e os nomes alegóricos. No final, aquela também era uma guerra fútil e sem sentido como a nossa atual. A escrita é simples, porém sem erros, talvez um pouco romantizada.

    boa sorte

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Boa noite, Felipe!

      Obrigado pelo comentário!

  4. Alexandre Costa Moraes
    13 de junho de 2025
    Avatar de Alexandre Costa Moraes

    Entrecontista,

    Que conto visceral. “Morro de Tróia” é uma fanfic de altíssimo nível, com ritmo frenético, ambientação impecável e personagens carregados de tensão e densidade. A escolha dos nomes: Agamenon, Ulisses, Alexandre, Aquiles traz um peso mitológico que ecoa perfeitamente no campo de guerra urbana do morro. A guerra dos deuses virou guerra de Estado, e cada morte ali carrega muito mais que um corpo estendido no chão. Muito bom!

    A crítica ao sistema é direta e contundente: a corrupção da polícia, a política da omissão, o ciclo da violência. Tudo isso aparece com força, mas sem clichês. Tudo vem através da ação. O final, com a canção no beco, é um fecho cinematográfico e simbólico. A tragédia aconteceu. A dor ficou gravada na música. Parabéns. Um dos melhores contos do desafio (coloquei na minha lista como Melhor Conto). Palmas, palmas! Boa sorte.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Alexandre! Tudo bem?

      Muito obrigado pelos elogios em seu comentário! Fico feliz que tenha gostado e, sobretudo, com a indicação de melhor conto. Significou bastante para mim! Sempre digo que quando um texto satisfaz pelo menos um leitor, ele valerá a pena! 

  5. Pedro Paulo
    12 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Esplêndida releitura da Ilíada em um contexto similar à guerra urbana do Rio de Janeiro. O texto é autêntico, ainda que no gênero fanfic.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Pedro Paulo!

      Obrigado pela leitura e pelo comentário, já que Morro de Troia não fazia parte do seu pacote de contos obrigatório!

      Fico feliz pelos elogios!

  6. Fabiano Dexter
    11 de junho de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História
    Uma boa história misturando Tróia com Tropa de Elite, trazendo a história de Aquiles para a realidade do Rio de Janeiro. Muito original e contou pontos para mim, já que conseguiu de forma eficiente mostrar que guerra é guerra, independente do cenário ou do tempo.
    Soube criar a tensão entre os personagens e descreveu bem o cenário caótico em que se vive uma guerra.
    Tema
    Soube usar a ideia de Fanfic com maestria, deixando clara a origem da ideia mantendo os nomes da história original, por exemplo.
    Construção
    Eu senti (não sou professor de português para dar uma opinião mais clara) que ficou faltando uma revisão a mais. Algumas palavras repetidas, como “fundo” logo no início do conto acabaram chamando a minha atenção.
    Mas nada que atrapalhasse a experiência da leitura.
    Impacto
    Ideia de trazer para a realidade a ideia de Troia foi excelente e muito bem executada.

    • Givago Thimoti
      18 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Fabiano! Tudo bem? Obrigado pelo comentário!

  7. Mauro Dillmann
    6 de junho de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    O conto está bem escrito. Não consegui perceber do que parte a fanfic.

    Já começa com uma notícia de jornal e parece seguir nessa narrativa de tom jornalístico. Menos que um conto, parece mesmo um relato sobre as relações polícia-comunidades periféricas. A opção por fragmentar em subtítulos numerados também contribuiu para reforçar essa impressão de um texto informativo.

    Parabéns!

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Mauro! Tudo bem?

      Obrigado pelo comentário no meu conto, especialmente na parte sobre qualidade de escrita. Tem sido um fator muito importante durante esse processo de aprendizagem de escrita.

      Sobre a adequação ao tema fanfic, o conto se baseia em duas obras e alguns diálogos que existem entre as obras: Tropa de Elite e Troia (mais especificamente o filme de 2004). Tropa de Elite empresta ao conto o ambiente violento das favelas dominadas pelo tráfico no Rio de Janeiro e a estrutura da Polícia Militar, mais especificamente o Batalhão de Operações Especiais, enquanto Troia fornece os personagens e suas principais características: Aquiles, Heitor, Ulisses, Agamenom e Patroclo (que nessa versão se chama Paranhos, mais comum dentro da lógica brasileira). 

      Eis o encaixe do conto ao tema.

      Atenciosamente,

      Givago Domingues Thimoti

  8. Kelly Hatanaka
    2 de junho de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Uma boa adaptação da guerra de Tróia para os dias atuais.

    Achei bem feito e interessante e os personagens se encaixaram bem na história. Senti falta do calcanhar de Aquiles, ele bem poderia ter um poderia ter um ponto fraco que o levasse a um final trágico, ou de algum sacrifício pessoal feito por Agamenon, mas cá estou eu, dando pitacos em um conto já muito bom. Tenho pouco a dizer, o conto está bem escrito, é interessante e criativo. Gostei muito.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Kelly! Obrigado pela leitura! Juro que pensei algum tempo em colocar o desfecho de Aquiles sendo alvejado em algum ponto fraco. Mas, conforme falei em alguns outros comentários, eu optei por uma história mais enxuta, mais resumida a um ou outro ato da Ilíada. Na minha cabeça, um tiro mortal no tendão de Aquiles ia ser estranho…

      Fico lisonjeado com os seus elogios! Obrigado pela leitura e pelo esforço em ler além dos obrigatórios

  9. Bia Machado
    1 de junho de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Embora os nomes dos personagens já indiquem do que se trata essa fanfic, a todo momento me veio à cabeca o Tropa de Elite, mesmo eu não tenho assistido a esse filme, assisti a vários trechos. Acho que desse ano não passa, vou conferir esses dois filmes. Enfim, voltando ao texto, eu gostei no geral, mas para mim foi um conto ok, prendeu minha atenção, mas no meu critério “personagens” faltou desenvolver melhor Ulisses, que ficou em terceiro lugar na minha preferência. Em segundo, Aquiles. Heitor ficou em primeiro, disparado. Se foi essa a sua intenção, ok, fez efeito. Em algum momento da leitura, pensei que quem escreveu não quis tomar partido de ninguém ali e isso foi bom. Mas no final essa teoria não parecia se encaixar. Mas o que ficou forte até o final pra mim foi o arco do Heitor. Eu só li um trecho da Odisseia no primeiro ano de Letras, e não li a Ilíada, por isso busquei alguma relação entre Heitor e Aquiles, encontrando este artigo que achei interessante e me aproximou mais dos personagens. No mais, foi uma boa leitura.https://www.institutonewman.com.br/grandes-classicos/heitor-contra-aquiles-quem-e-o-heroi/

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Bia! Tudo bem?

      Fico feliz com seu comentário, e sobretudo, sua curiosidade em buscar mais elementos para além daqueles que expus. Sobre se comprometer ou não com algum lado da história, eu busquei ser um tanto mais equilibrado nesse ponto e ficar em cima do muro (pelo menos, no que se refere a escolher um lado dentro da narrativa). Entretanto, creio que, ao expor a situação, é muito difícil não pender para um determinado lado, mesmo que inconscientemente. Mas, a tentativa foi ser sóbrio (como o Fabio disse anteriormente)

      Quando eu reassisti o filme Troia, recentemente, foi difícil não pender para o lado de Heitor e pensar ele como um herói do filme. Ulisses, por sua vez, é o narrador na história do filme. No próprio filme ele é apagadinho, fica com aquele ar de fofoqueiro que leva e traz informação. A sequência da história é a Odisseia, o longo retorno dele para o seu reino (inclusive, o filme será lançado nos próximos anos e eu estarei na estreia). Um dos meus desafios nesse conto foi desconfigurar um pouco essa visão herói e anti-herói, nivela-los moralmente pelo menos. Penso que todos ali são, de alguma forma, heróis e vilões. Meu objetivo era manter a tragédia para todos e a inevitabilidade e permanência do conflito.

      Obrigado pelo comentário!

  10. claudiaangst
    28 de maio de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Temos aqui uma fanfic de Tropa de Elite? Acredito que sim, ou algo semelhante, mas pelos títulos das divisões, outras referências podem ser apontadas: Cidade de Deus, filme/música Gangsta’s Paradise, Osso duro de roer (canção de Tião Carreiro & Pardinho), a música Desabafo (Marcelo D2). Viajei muito? Calma porque tem mais: uma nova versão de Ilíada – afinal os nomes dos personagens − Ulisses, Aquiles, Agamenon, Heitor, Alexandre − remetem à obra de Homero. Que colcha de retalhos, autor(a)!

    Pequenas falhas de revisão, a começar pelo título:

    • Tróia > Troia
    • Aquilles > Aquiles
    • Não sei se foi proposital, mas a divisão 3 ficou sem título.

    Ritmo de filme de ação, difícil de acompanhar em alguns momentos (pelo menos para mim que não sou muito adepta desse tipo de enredo). Sem dúvida, um texto muito bem escrito, que revela a habilidade do(a) autor(a) em construir uma narrativa eletrizante, além do talento com as palavras.

    Não é uma trama fácil de ler, afinal o peso da realidade, a crueldade das diferenças sociais, etc. e tal, tudo é muito complexo de assimilar por ser tão verossímil. O desfecho traz um narrador anônimo que canta versos fechando a história, remetendo às tragédias gregas.  

    Parabéns por participar de mais um desafio e boa sorte para subir ao pódio.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Oi, Claúdia! Tudo bem?

      Obrigado pela leitura nessa colcha de retalhos! Quando eu uso essa expressão nos meus comentários, nunca é no bom sentido. Me pergunto o que achou no geral dessas muitas referências.

      Respondendo seu comentário apenas para confirmar que cada capítulo tem o nome de uma música:

      1- Numa Cidade Muito Longe Daqui – Arlindo Cruz (tem algumas versões com Marcelo D2

      2- Gangsta’s Paradise – Coolio 

      3- não tem (como expliquei para o Rangel, Aquiles tinha o hábito de escutar músicas antes de suas operações, de tão relaxado e confiante que a missão era para ele. Mencionei isso rapidamente. O único capítulo que ele não escuta música é esse, antes de vingar a morte do primo. O por quê? Bom, deixo a cargo do leitor.) 

      4- Osso duro de roer é um trecho da música tema do primeiro filme, da banda brasileira Tihuana

      5- Desabafo do Marcelo D2

      No mais, obrigado pela atenção de sempre ao comentar os contos e parabéns pelo retorno à série A! Adorei seu conto.

  11. Fabio Baptista
    27 de maio de 2025
    Avatar de Fabio Baptista

    Uma releitura de Troia, com o BOPE no papel dos gregos e os traficantes representando os troianos.

    Eu gostei da leitura, no começo fiquei com medo que o negócio fosse descambar para algo panfletário contra a violência policial e tal. Mas o conto segue sóbrio nesse sentido, mostrando só a realidade sem “escolher lados”. É mostrada a violência policial? Sim! A ótima cena em que Aquiles mata Heitor é truculência pura e cada um que tire suas conclusões.

    As similaridades com a história em que o conto se inspira, porém, meio que acaba nos nomes e na guerra em si. Por exemplo, esperei que o evento mais famoso aí dessa guerra, o cavalo, seria algo mais criativo e não apenas um informante cantando a bola que o irmão do Heitor estava no baile. Também esperei pela queda de Aquiles, mas aparentemente isso ficou para a próxima missão nessa guerra sem fim.

    Bom conto, gostei.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Fábio! Tudo bem?

      Fiquei feliz com o seu comentário porque você percebeu uma intenção minha. Um dos meus temores era esbarrar na panfletagem. Eu procurei abordar a violência policial no conto de uma maneira mais sóbria. Eu até busquei uns artigos sobre o Hemingway e sua forma de abordar a guerra. Em algum momento larguei mão de tentar imitar o estilo dele e confiar no que sei fazer. Mas a intenção continuava a ser deixar a bússola moral do leitor interpretar a história conforme seus princípios o orientam.

      Quanto às similaridades, eu não queria fazer um conto muito grande. Eu precisava focar em um evento principal e trabalhar bem ele. Se eu sentisse segurança para acrescentar mais, teria acrescentado mais. Contudo, com pouco tempo para enviar, achei que menos funcionaria melhor. Foi uma decisão acertada. 

      Obrigado pelo comentário e pelos apontamentos. Parabéns pelo resultado e o acesso à série A.

  12. Jorge Santos
    20 de maio de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    Olá Arlindo. Já li quase todos os textos deste desafio e é muito bom conseguir identificar um texto Fanfic. Tenho ficado na dúvida quanto a alguns deles, entre o infantil e o fanfic. O seu texto esclarece todas as dúvidas logo no título. A ideia tem um potencial incrível – passar a guerra de Troia para uma intervenção policial numa favela é genial. A caracterização de todos os personagens está bem feita, a narrativa escorre com fluidez. O desfecho é brutal e fez-me lembrar o filme Cidade de Deus, no qual sabemos que a o crime nas favelas não termina com a morte dos cabecilhas, existe sempre outro a tomar conta, a aumentar a força a cada passo. Essa luta está bem patente aqui. Heitor é morto depois de desarmado pela policia, mas isso não interessa, porque logo a seguir vem outro Heitor mais forte, mais organizado, que eventualmente aprendeu com os erros do antecessor. Este sentido da atualidade está bem patente no seu texto, e é de louvar. Só é pena que não tenha tido a mesma atenção quanto à revisão do texto, porque encontrei diversas falhas.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Jorge! Tudo bem?

      Agradeço a leitura do meu conto e os elogios. Especialmente porque esse é um conto que fala sobre a realidade brasileira. Sensibilizar um português em relação a uma séria questão nacional é uma vitória, sem dúvidas. Uma pena que a revisão não acompanhou. Tentei utilizar a IA, mas ela me deixou um tanto na mão (mais uma vez). Com mais tempo, irei aprimorar isso.

      Obrigado pelo comentário e pelos elogios, mais uma vez!

  13. cyro eduardo fernandes
    20 de maio de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Missão dada, missão cumprida. O conto teve sucesso em mostrar a tensão nas operações policiais. O olhar humano sobre os personagens antagônicos, de certa forma os aproxima. Boa técnica.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Bom dia, boa tarde, boa noite!

      Cyro, Obrigado pelo comentário!

  14. paulo damin
    15 de maio de 2025
    Avatar de paulo damin

    Achei divertida essa mistura de Ilíada com Tropa de Elite. Pelo tom, me deu a impressão de um videogame também. Gostei da separação por seções, que aumenta a dinâmica da narração. É um alívio não ter descrição das fardas, da delegacia, dos carros e da favela. Essa é a vantagem das fanfics e teu texto aproveitou bem os lugares-comuns, no sentido em que as fanfics pedem isso.

    Só senti falta da Helena. Porque fiquei curioso mesmo. Como representá-la nesse Morro de Tróia?

    Aliás, morro… Os caras morrem pela Helena. O morro é dela.

    • Givago Domingues Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Paulo! Tudo bem?

      Agradeço sua leitura. Tive a sensação que você gostou do conto. Fico feliz com o retorno positivo.

      Sobre a falta de Helena e outros elementos clássicos da história de Troia, a partir da experiência de outros desafios, foi necessário optar por uma história mais enxuta, que retratasse bem o que eu queria mostrar: a real brutalidade dessa guerra entre narcotráfico e Estado. Acaba que Helena desviaria esse tópico…

      Mas eu confesso que pensei em colocar Helena no centro do conflito. Aqui, ao contrário do original, Helena seria filha de Agamenon, uma jovem universitária engajada em causas sociais que se apaixonou por Alexandre (que retrata Páris [tive que adaptar esse nome, porque convenhamos, quem escolhe esse nome para uma criança no Brasil??]) e se refugia no Morro de Troia com o namorado para viver o amor longe da repressão e preconceito do pai. Agamenon, comandante do BOPE, ordena o resgate da filha do suposto “sequestro”, aproveitando que Heitor é chefe do morro.

      Nesse último ponto entraria o enredo já conhecido. Como disse, esse ponto de Helena com certeza daria uma quebra na realidade, e isso era algo que eu estava fugindo.

      Obrigado pelo comentário!

      PS: Todos caem de amor por Helena, eu não. Caio de amor por outra ena, no caso a minha namorada Lorena.

  15. Antonio Stegues Batista
    15 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Resumo do conto: Integrante da Polícia Militar é morto por bandidos do morro de Troia e o batalhão sai a caça do chefe do morro.

    O conto é baseado na Guerra de Troia, inclusive com os mesmos nomes das pessoas que participaram do conflito, Ulisses Heitor, etc. Gostei da ideia, mas achei o enredo simples, sem grandes novidades. Faltou originalidade no episodio do presente de grego, o Cavalo de Madeira. De qualquer forma, parabéns pela participação e boa sorte.

    • Givago Thimoti
      16 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Boa tarde, seu Antônio! Tudo bem? Obrigado pelo seu comentário no meu conto!

  16. Rangel
    11 de maio de 2025
    Avatar de Rangel

    Olá, Arlindo!

    Me surpreendi gostando da sua história. Acho que sua fanfic co seguiu explorar e se inspirar bem na história original de Tropa de Elite e o fundo da Guerra de Troia é um temperinho a mais que funciona bem sem ser forçado. As personages são bem construídas, a relação delas é bem pensada e as motivações são coerentes. Os diálogos estão igualmente bem reproduzidos. A história de desenvolve em blocos semelhantes a capítulos de romance, o que em geral me deixa frustrado, mas aqui você usou isso de forma positiva. Me peguei apenas pensando sobre o 3 – ele de fato não tem título ou foi proposital?Em algum debate, alguém questionou sobre fanfics de filmes, não vejo problema algum quando o universo é trazido de forma a se encaixar na linguagem literária.Acho que não deveria ter gostado da sua história, ela é uma história do clube do bolinha, bem masculina, quase sem personagem feminina. Mas o fato é que gostei

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Rangel! Tudo bem?

      Obrigado pela leitura do meu conto bolinha. Tá aí, não esperava que esse conto fosse categorizado como masculino. 

      Enfim, apenas respondendo o seu comentário sobre a falta de um capítulo para a terceira parte do meu conto, foi algo intencional. Todos os outros recebem nomes de músicas, correto? Aquiles tinha o hábito de escutar músicas antes de suas operações, de tão relaxado e confiante que a missão era para ele. Mencionei isso rapidamente. O único capítulo que ele não escuta música é esse, antes de vingar a morte do primo. O por quê? Bom, deixo a cargo do leitor.

      Atenciosamente,

      Givago Domingues Thimoti

  17. Thiago Amaral
    9 de maio de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Conto competente de ação sobre a natureza da guerra.

    Para o que se propõe, a escrita é clara em nos contar os acontecimentos e as motivações dos personagens. O comportamento e a preocupação dos diferentes grupos (inclusive da mídia) fazem muito sentido e nos mostram a preocupação que cada instituição tem com sua própria sobrevivência. O líder criminoso Heitor, inclusive, é humanizado.

    Gostei bastante também da letra musical no final, que adiciona profundidade irônica à história. soltei até uma risada.

    O meu pequeno problema foi que não considero o conto propriamente uma fanfic. Chamaria de adaptação, pois não se passa no universo original da Ilíada, e nem são os mesmos personagens. São os personagens adaptados, mesmo. Poderia-se dizer que é fanfic de Tropa de Elite só se tivesse o Capitão Nascimento ou Mathias, também, já que o simples fato de ter o Bope não é suficiente.

    Em geral, portanto, digo que achei o texto bom, mas vovu tirar alguns pontinhos pelo tema. Mas leitores menos chatos provavelmente irão gostar e ajudá-lo a se levantar.

    • Givago Domingues Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Bom dia, Thiago! Tudo bem?

      Seu comentário vai um pouco no sentido do Mauro e do Afonso. Entendo a posição de vocês, mas creio que o conto está adequada ao tema. Bom, aqui um trecho da definição de fanfic apresentada pela moderação:

      (…) Ou personagens novos inseridos em cenários bem estabelecidos, exemplo: uma turma de alunos antiga de Hogwarts, uma Jedi atormentada na antiga República de Star Wars, um cavaleiro Rohirrim renegado perambulando na segunda era da terra Média.

      Creio que o universo de Tropa de Elite seja bem conhecido, qual seja, as comunidades do Rio de Janeiro. E temos novos personagens… Alguns personagens da Ilíada, tais como Aquiles, Ulisses, Agamenon, Heitor… Busquei ser o mais fiel possível a essência desses personagens.

      Então, como não seria uma fanfic? Aliás, qual a diferença exata entre fanfic e adaptação? 🤪😂

      Enfim, espero que não leve a mal minha consideração ou se sinta reprimido pela resposta. Creio que seja importante o debate. Obrigado pela leitura no meu conto.

      • Thiago Amaral
        15 de junho de 2025
        Avatar de Thiago Amaral

        Oi, Givago! Não tem problema nenhum, sua opinião vale tanto quanto a minha.

        Aquela parte da definição pra mim faz mais sentido em universos fictícios. Seu argumento faz sentido por ter a especificidade do BOPE, mas mesmo assim; qualquer conto sobre BOPE é fanfic de TdE? Pra mim adaptações usam elementos comuns mas saem do universo ou mudam os personagens, como o Luiz Caramujo ou o conto da Kelly sobre a Chapeuzinho.

        Mas nada disso importa realmente. Definições são definições e não mudam nossa vida prática de modo algum. Não nesse caso, pelo menos.

        Obrigado pela resposta e parabéns pelo conto!

  18. Augusto Quenard
    8 de maio de 2025
    Avatar de Augusto Quenard

    O texto é super maduro e bem trabalhado, achei muito bem escrito, o enredo, a noção de tempo, a dinâmica, o estilo. De verdade achei tudo muito bom.

    Mas tem o detalhe do tópico da rodada. Esse conto eu não consideraria uma fanfic. Acho que, embora se compartilhe um cenário geral de batalha, os nomes e alguns traços nas relações e na psicologia das personagens, elas não são as mesmas personagens da mitologia, parecem mais brasileiros que têm os mesmos nomes e algumas características parecidas. Acho que na fanfic precisa ser a mesma personagem, não? Aqui parece mais o caso de uma inteligente recriação / adaptação / tradução da mitologia para um cenário familiar contemporâneo.

    Mas posso estar enganado. Curioso por saber o que acham os outros participantes.

    • Givago Thimoti
      15 de junho de 2025
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Augusto! Tudo bem?

      É uma pena ler alguns elogios no seu comentário e uma nota tão baixa 😅, especialmente pelo conto estar, em tese, fora do tema. Bom, permita-me discordar. Eis um trecho da definição de fanfic apresentada pela moderação.

      (…) Ou personagens novos inseridos em cenários bem estabelecidos, exemplo: uma turma de alunos antiga de Hogwarts, uma Jedi atormentada na antiga República de Star Wars, um cavaleiro Rohirrim renegado perambulando na segunda era da terra Média.

      Creio que o universo de Tropa de Elite seja bem conhecido. E novos personagens…

      Não seria uma fanfic? 🤭

      Enfim, espero que não leve a mal minha consideração. Obrigado pela leitura no meu conto.

  19. toniluismc
    8 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    AVALIAÇÃO CRÍTICA — CONTO “Morro de Tróia”
    ✒️ Por um leitor com o colete da crítica e o caderno da análise literária debaixo do braço.

    📈 PRIMEIRA IMPRESSÃO

    “Morro de Tróia” é um conto híbrido entre realismo policial e alegoria clássica, entre o BOPE e a Ilíada, entre o funk e a tragédia. A premissa é potente: transpor os heróis homéricos para o campo de batalha urbano, reescrevendo a Guerra de Troia com fuzis, caveirões e comandantes de operação. Contudo, a execução, embora ambiciosa e bem intencionada, sofre com a falta de foco narrativo e uma extensão que enfraquece o impacto dramático.

    ✍️ TÉCNICA — Nota: 4.0

    Pontos positivos:

    • A estrutura em capítulos (com títulos como “Gangsta’s Paradise” e “Osso Duro de Roer”) é bem pensada e ajuda a organizar uma narrativa extensa com múltiplos personagens e pontos de vista.
    • O texto tem domínio narrativo em diversos momentos: boas descrições, ritmo fluido nos trechos de ação, e uma construção sólida dos personagens centrais (Ulisses, Aquiles e Heitor).
    • A inserção da letra de samba ao final ajuda a circular a narrativa, trazendo um tom crítico-popular que dialoga com a tragédia urbana.

    Principais problemas técnicos:

    • Extensão desnecessária. O conto ultrapassa o necessário para construir seu efeito. Muitos parágrafos reiteram o que o leitor já entendeu — como o trauma de Aquiles, a tensão entre ele e Ulisses, ou a relação de Heitor com a esposa e o irmão. O resultado é um cansaço progressivo que mina a força do desfecho.
    • Falta de coesão estilística. Em certos momentos, o texto se aproxima de um roteiro ou de uma matéria jornalística; em outros, quer ser uma novela clássica. Essa oscilação de tom exige mais polimento.
    • Os diálogos funcionam bem na maioria das vezes, mas em outras são informativos demais, usados para expor plano ou motivação de forma redundante.

    🔎 Resumo técnico: Boa construção geral, mas com excesso de texto e variações de tom que prejudicam a unidade.

    🎨 CRIATIVIDADE — Nota: 4.3

    Ideias criativas:

    • A transposição mitológica é, de fato, criativa e instigante: Aquiles como policial invulnerável; Ulisses como o estrategista; Heitor como líder da comunidade e irmão de um “MC Alexandre”. É uma reinterpretação interessante de uma guerra mítica no contexto urbano.
    • A escolha de nomes é metafórica e simbólica, mas também literal o suficiente para que o leitor perceba a analogia — isso funciona.

    Ponto fraco na criatividade:

    • Apesar do potencial, a proposta não se aprofunda em todas as camadas simbólicas. O leitor mais atento notará que a mitologia é um pano de fundo superficial: não há grandes reinterpretações simbólicas ou reinvenções nos conflitos. É um cenário mitológico vestido com roupa de tropa de elite, mas sem alterar muito a alma da narrativa.
    • A falta de clareza sobre a origem da fanfic (se da música, do filme Tropa de Elite ou da mitologia) também compromete a criatividade: o conto parece querer “ser tudo” ao mesmo tempo, e isso o dispersa.

    🔎 Resumo criativo: Boa ideia de base, mas precisa escolher melhor o eixo simbólico principal para ser memorável.

    💥 IMPACTO — Nota: 4.2

    O que causa impacto:

    • A violência narrada com crueza e sem maquiagem é um dos maiores méritos do conto. A execução de Heitor é perturbadora e muito realista, e a marcha silenciosa dos moradores atrás do corpo do chefe do morro é uma cena poderosa.
    • A última cena, com o samba cantado pelo homem bêbado, fecha o ciclo da crônica de forma inteligente, com lirismo e crítica social.

    Fatores que diminuem o impacto:

    • O texto perde força por ser longo demais, e isso afeta o acúmulo emocional que deveria culminar na cena de Heitor sendo executado.
    • A trama secundária do irmão MC não chega a se desenvolver o suficiente para justificar a inclusão, tornando-se um peso morto na construção emocional.
    • A repetição de estruturas (policial que sofre, morro que resiste, comando que manipula) desgasta o tema sem oferecer novas camadas de reflexão. O conto poderia ter ido além do “nós contra eles”.

    🔎 Resumo do impacto: Forte na ação e no drama social, mas precisa cortar gordura e aprofundar consequências.

    ⚖️ CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “Morro de Tróia” é um conto com fôlego, ambição narrativa e uma base literária interessante, mas que tropeça no próprio peso. Se fosse mais conciso e mais focado no simbolismo que propõe (e não apenas na ação), teria potencial para ser o melhor da rodada. Ainda assim, não é um conto fraco — apenas superdimensionado.

    📌 Sugestões ao autor:

    • Faça cortes! Há muito que pode ser eliminado sem prejuízo à história.
    • Escolha um eixo narrativo claro: é uma crítica social? uma fanfic mitológica? uma homenagem ao cinema? Escolher ajuda a fortalecer o impacto.
    • Evite trechos que apenas repetem o óbvio. O leitor é inteligente.
    • Reescreva o início para que o leitor entenda desde já o tom e o tipo de alegoria proposto — isso facilita o mergulho na leitura.

    Resumo generoso em uma frase:

    “Morro de Tróia” é uma batalha entre homens, memórias e mitos, onde a bala é real, mas o herói sangra como nas tragédias — só que aqui, ninguém volta pra Ítaca.

    • Givago Domingues Thimoti
      18 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Luís!

      Tudo bem?

      Queria entender bem até onde é IA seu comentário, até onde você realmente leu e interpretou meu conto e até onde o prompt da IA interpretou.

      Tem coisas que eu discordo, tem coisas que eu concordo. Engraçado como, por vezes, a crítica é tão genérica que fica até difícil de rebater. Por exemplo, você destaca dentro dos pontos positivos esse fator híbrido entre o realismo social e a alegoria clássica. Depois, isso vira negativo, como uma falta de foco narrativo. Há, afinal, algum consenso entre sua interpretação e a da IA?

      • Givago Domingues Thimoti
        18 de junho de 2025
        Avatar de Givago Domingues Thimoti

        Dito isso, eu lhe dou duas sugestões. Aceite-as se quiser. Primeiramente, como eu citei no comentário anterior, quem lê esse comentário percebe sua voz e a voz do IA. Isso não soa ético tampouco respeitoso com os seus pares. Ainda mais quando levamos em conta que você comentou 18 contos em o quê, uma semana? Será que você dedicou tempo suficiente para ler, interpretar e escrever suas críticas de forma construtiva o suficiente nesse tempo.

        Bom, então, tome cuidado com a utilização da IA. Ela é uma ferramenta. Pelo menos nesse contexto de literatura, ela não é sua substituta. Use-a com parcimônia! 

        E, lembre que o EntreContos é uma COMUNIDADE literária. Logo, enquanto comunidade, você e cada membro, por mais temporária que a presença da pessoa possa ser aqui dentro, é importante. Seu comentário  é importante. A forma como você avalia as pessoas é importante. A forma como você escreve é importante. Suas ações têm um impacto aqui dentro e transformam essa comunidade, tanto para o bem quanto para o mal. Logo, nossas ações aqui dentro não devem ser feitas de formas levianas.

        Então, se você quer participar de uma comunidade literária construtiva e positiva, que contribua para seu desenvolvimento literário, sugiro que repense se esse é o jeito apropriado.

        Atenciosamente,

        Givago Domingues Thimoti

      • toniluismc
        18 de junho de 2025
        Avatar de toniluismc

        Olá, Givago! tudo bem?

        Primeiramente, agradeço por ter lido a crítica — mesmo que com ressalvas — e aproveito para esclarecer alguns pontos que talvez não tenham ficado tão evidentes.

        Em relação ao uso da IA, ela foi apenas uma ferramenta de apoio para organizar a forma e o estilo da crítica, mas todo o conteúdo e as interpretações partem de mim, leitor atento e com bagagem suficiente para sustentar o que foi dito. Tenho formação em Letras e História, já li A Ilíada, conheço bem as adaptações cinematográficas e também as referências modernas como Tropa de Elite, citada no seu conto. Portanto, não foi falta de repertório ou leitura superficial.

        Entendo que você tenha achado alguns comentários “genéricos”, mas vale dizer que a generalização, neste caso, foi percebida mais no seu texto do que na crítica. A escolha de unir alegoria clássica e realismo social é, sim, interessante — e foi destacada positivamente —, mas também pode resultar em perda de foco quando os elementos não se costuram com clareza narrativa, o que foi pontuado com base na leitura, e não por contradição. A crítica tentou justamente mostrar esse tensionamento entre intenção e execução.

        Sei que você tem um olhar técnico e costuma dissecar os textos com foco na estrutura, o que é muito válido. Mas no meu caso, como leitor, meu foco está no conteúdo, nas ideias, no impacto da história — e foi por esse viés que a crítica foi construída. Nem todo texto precisa ser desmontado parágrafo a parágrafo para revelar o que funciona ou não.

        Entendo que críticas podem mexer com o ego — ainda mais quando são negativas ou não dialogam com o que o autor imaginava —, mas te convido a reler a avaliação com mais distanciamento. A intenção não foi desmerecer seu trabalho, mas oferecer uma leitura sincera e argumentada.

        Se quiser discutir algum ponto específico da crítica com mais profundidade, estou aberto.

        Abraços.

      • toniluismc
        18 de junho de 2025
        Avatar de toniluismc

        Olá novamente, Givago!

        Antes de tudo, quero dizer que entendo sua insatisfação. Receber uma crítica que não corresponde à expectativa pode ser frustrante, ainda mais quando colocamos esforço e afeto em nossos textos. Dito isso, gostaria de esclarecer alguns pontos que, ao meu ver, estão distorcidos em sua réplica.

        Você insiste em colocar a IA como protagonista da minha crítica, quando ela não passa de uma ferramenta de apoio — como um revisor estilístico, um espelho textual. Todas as ideias, todas as leituras e as interpretações foram feitas por mim. A IA apenas me ajuda a organizar essas ideias com objetividade e moderação, justamente para evitar o que estamos vendo agora: o uso do julgamento emocional como forma de desqualificar um comentário que foi feito com cuidado e respeito.

        Parece-me, com sinceridade, que seu incômodo está mais ligado ao fato de ter recebido uma crítica negativa do que à forma como ela foi escrita. Você não rebateu o conteúdo da avaliação. Preferiu questionar minha legitimidade como leitor e o tempo que dediquei ao processo, algo que não diz respeito a você e que soa, sim, como uma tentativa de desmerecer meu trabalho.

        Sim, comentei 18 contos em cerca de uma semana, porque tenho facilidade de leitura e formação pra isso, além de ser reconhecido com o diagnóstico de altas habilidades e superdotação. Ler 3 ou 4 contos por dia e avaliá-los com coerência e argumentos sólidos não é um feito extraordinário no meu caso — é apenas um reflexo das minhas capacidades. E, apesar de usar uma IA como apoio para redação dos comentários, fui muito mais claro, objetivo e respeitoso do que muitos que se consideram grandes leitores ou escritores por aqui.

        Me pergunto, com franqueza: é realmente a IA o problema, ou o fato de eu ter atribuído notas mais baixas do que você esperava? Porque, sejamos honestos, notas mínimas dadas por você a contos criativos e bem escritos por causa de detalhes estéticos também poderiam ser questionadas sob a mesma régua ética que agora você tenta me aplicar.

        Por fim, sobre a comunidade: concordo que ela deve ser construída com respeito mútuo. E isso também vale para o modo como reagimos às críticas. Se você quer uma comunidade literária construtiva, é importante refletir se tentar descredibilizar colegas por usarem ferramentas legítimas e modernas é o melhor caminho. A crítica que fiz foi clara, fundamentada e equilibrada. Discordar dela é seu direito. Mas questionar minha ética por conta disso ultrapassa os limites do debate literário e beira o pessoal.

        Abraço,
        Luís

      • Givago Thimoti
        18 de junho de 2025
        Avatar de Givago Thimoti

        Estou bem.

        Único espaço que sobrou para as respostas, então: já que é para falar de ego, note que em nenhum momento eu afirmei que você não possuía conhecimento para falar sobre o meu conto. Bom saber que você possui graduação em Letras e História, mas não afirmei que você não tinha conhecimento, apenas afirmei que com a velocidade que comentou os contos, provavelmente não tomou o tempo para ou ler ou comentar com o devido cuidsdo. Tanto que repetiu em sua análise o jeito genérico do meu conto (a qual você legitima dizendo que é um reflexo da generalidade do meu conto. Não devemos ser genéricos em nossas críticas só porque percebemos um texto como genérico. Ora, se o conto estivesse cheio de erros gramaticais, você também escreveria errado?)

        No mais, eu diria que a minha crítica também vai no sentido em o que motiva a tecer suas críticas. Infelizmente, do jeito que está escrita essa crítica e que você se posicionou, não penso que foi algo construtivo. Entretanto, talvez você esteja certo, quem sabe depois de se afastar e analisar a situação, ambos não vemos nossos erros e acertos.

      • toniluismc
        18 de junho de 2025
        Avatar de toniluismc

        Oi, Givago.

        Agradeço pela continuidade do diálogo. Sei que nem sempre é fácil manter uma conversa respeitosa quando há discordâncias, mas é justamente nesses momentos que mais se aprende. Por isso, vou responder com a mesma franqueza que venho usando até aqui.

        Primeiramente, reafirmo algo que parece estar sendo ignorado: apesar das críticas, seu conto foi um dos que recebeu as notas mais altas que atribuí nesta rodada. Isso não é por acaso — eu reconheço o valor do seu texto, sua densidade simbólica e o domínio técnico que você demonstra. Isso, para mim, é inegável. O que critiquei foi a experiência de leitura e a forma como alguns elementos se perderam na tentativa de equilibrar alegoria, crítica social e drama. E critiquei com dureza sim, porque decidi, nesta rodada, não suavizar aquilo que de fato me incomodou — justamente em resposta à superficialidade e desrespeito com que meu próprio texto foi tratado na rodada passada. Você não foi responsável por isso, eu sei. Porém, como sua escrita escolheu o mesmo caminho estilístico dos autores que me atacaram, então inevitavelmente entrou no campo da minha crítica mais afiada.

        Sobre a questão da “generalidade” da análise: você insiste nisso, mas não diz objetivamente o que exatamente faltou na minha avaliação. Eu expliquei os aspectos do conto que me pareceram excessivos ou mal balanceados, e fundamentei minhas notas nos três critérios com clareza. Se minha análise fosse realmente genérica, você não teria se dado ao trabalho de escrever três respostas seguidas sobre ela.

        Dizer que minha crítica foi “genérica” só porque não destrinchei linha por linha, como você costuma fazer, é desmerecer um tipo de leitura que privilegia conteúdo, impacto e coerência interna, e não apenas forma. Se você sente falta de comentários mais fragmentados, vá até a própria IA e pergunte. Ela vai fazer esse trabalho técnico com maestria — como já disse antes, meu foco como leitor é outro, e é igualmente válido.

        Também é importante dizer que usar uma ferramenta como a IA não é antiético. Ela não me substitui, ela me ajuda a dizer melhor o que penso, com mais precisão e elegância. Eu guio as ideias, ela modela a forma. E se com isso consigo comentar 3 ou 4 textos por dia, com consistência e coerência, ótimo. Não é um problema meu se alguém precisa de 3 dias para comentar um só — cada um com suas habilidades e métodos. Isso não me torna leviano, apenas eficiente.

        Por fim, sim, posso ter errado no tom — e você também. O que importa é que esse confronto nos obriga a refletir sobre os limites da crítica, os afetos feridos que carregamos entre rodadas e os egos que, gostemos ou não, se envolvem quando colocamos algo nosso no mundo. E nisso, ao menos, estamos empatados.

        Abraço!

  20. Luis Guilherme Banzi Florido
    8 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa tarde!

    Caramba, que ideia daora! Um crossover de troia e tropa de elite! hajahahah jamais teria pensado nisso, adorei. Bom, voce ja começa se destacando pela otima ideia. A criatividade do conto é o brilho dele. Claro que ele tbm ta muito bem escrito, o enredo funciona, tem critica social. Enfim, um trabalho completinho, muito bem feito. Vamos por partes.

    Pra começar, gostei dos personagens. Voce consegue muito bem transferir os personagens classicos da iliada / filme troia aqui pro conto, de modo que eles mantenham suas caracteristicas classicas, mas funcionem no novo cenario em que são incluidos. Eles são vivos e reais, com motivações e sentimentos. O Heitor ate vislumbra uma vida diferente, longe do luxo e da violencia. Isso torna o personagem mais humano, ele nao é apenas um traficante maligno, mas sim um ser humano, que seguiu um caminho maligno (continua sendo um fdp, claro, mas vc entendeu meu ponto).

    Gostei muito tambem da adequação da historia original para o novo cenario, as motivações funciona, a adaptação foi muito bem feito.

    O unico ponto que eu destacaria negativamente é a musica no final, que me pareceu expositiva demais. Ja tinha dado pra entender, acho que ela sobra. Claro q isso nao estraga o conto, mas como é o trecho final, acaba sendo a ultima impressao que fica. Acho que podia ser retirado e ficaria melhor.

    Parabens e boa sorte!

    • Givago Domingues Thimoti
      18 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, amigo! Obrigado pela leitura! E que bom é estar contigo na série A! Boa sorte no próximo desafio!

  21. Leandro Vasconcelos
    6 de maio de 2025
    Avatar de Leandro Vasconcelos

    Olá! Gostei bastante deste conto. Em meio a uma legião de fofinhos, temos as falanges de Tróia! Uma ótima fanfic de Tropa de Elite e do épico de Homero, guardadas as devidas proporções.

    O impacto do conto já começa no primeiro parágrafo, o qual estabelece imediatamente o conflito do texto. Ou seja, somos cativados logo nas primeiras linhas, que correm ágeis, diretas, com muita ação e boas sacadas sobre a imbecilidade da guerra que vivemos aqui no Brasil, tão longe e tão perto ao mesmo tempo. Um verdadeiro ciclo trágico sem fim, cuja origem e culpados se perdem nas brumas do tempo, como o autor fez questão de destacar.

    A trama é boa. Acompanhamos com redobrada curiosidade a trajetória dos dois personagens centrais: Aquiles e Heitor. Assim como na clássica Ilíada, o primeiro vence o duelo contra o segundo, arrastando o corpo do vencido como um prêmio e exemplo para Tróia. Interessante ver o arco de cada um deles: embora curtos, são expressivos. Aquiles é impetuoso e seu histórico não é dos melhores: a experiência da morte do familiar poderá desviar o seu foco? Quanto a Heitor, assemelha-se ao da obra clássica, pois é graças a um deslize de seu irmão Páris (Alexandre) que ele se embrenha na guerra a contragosto. É um destino que não quer seguir, mas do qual não consegue escapar.

    Cada personagem tem sua peculiaridade. E isso é um grande mérito para uma obra tão curta. Ulisses, o estrategista frio; Aquiles, o guerreiro violento e quase mitológico; Agamenon, o político; Heitor, o chefe de morro dividido entre proteger a família e manter o poder. Há nuances emocionais — como o medo secreto de Ulisses, a resignação de Heitor, a sede de vingança de Aquiles — que dão vida a esses personagens.

    O conto prende bem o leitor, alternando perspectivas entre BOPE e traficantes, construindo tensão até o confronto final. O embate físico entre Aquiles e Heitor é brutal e bem descrito, entregando ação crua e realista.

    O estilo é ágil, direto, sem rebuscamento desnecessário. Os diálogos são naturais. O autor ainda usa uma estrutura fragmentada em blocos que reforça a multiplicidade de pontos de vista. Também há um bom uso de ironia (especialmente no final, com o cantor lamentando que “essa história aconteceu numa cidade muito longe daqui”), que dá ao texto uma camada reflexiva e amarga. É algo que muito me atrai, essa reflexão social e pessimista; por isso, este conto terá minha preferência sobre os fofinhos!

    Enfim, está tudo muito bem urdido. A única observação que eu faço seria resolver alguns cacófatos: rimas indesejadas nas frases. Por exemplo: “No Caveirão, durante o deslocamento para uma operação, cada PM tem seu ritual. Alguns rogam a Deus por proteção”. Isso ocorreu nesta e em outras passagens.

    De toda forma, meus parabéns ao autor! Ótimo texto!

    • Givago Domingues Thimoti
      18 de junho de 2025
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Leandro! Tudo bem? Obrigado pelos comentários. Sobre os cacófatos, foram corrigidos. Atenciosamente.

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Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2A, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .