EntreContos

Detox Literário.

O especialista (Elisa Ribeiro)

Viam-se todas às terças e sextas. Ela, ainda de dentro do ônibus, o olhar atraído pela estranheza de sua figura, caminhando solitário na areia. Ele a acompanhava com a respiração suspensa assim que ela dava as costas à praia e entrava no prédio de fachada vermelha, seu andar de princesa, as pernas longilíneas deslizando, o oscilar da curva entre a cintura e as nádegas.  

Sabia que ela trocaria o jeans por uma saia longa e rodada e os tênis por sapatos com tacones de três centímetros e meio, metal no salto e na frente. As sete e trinta começava a aula de dança flamenca, no terceiro andar. 

Ela já o teria esquecido ao final do primeiro lance de escadas, como sempre acontecia, não fosse a lua cheia naquela noite abafada.  Sob seu brilho adamascado e oblíquo, o anãozinho de todos os dias, tão gracioso em seu fato branco impecável, terno completo, colete inclusive, caminhando à beira d´água, os sapatos pretos lustrosos protegendo os pezinhos delicados, parecera-lhe ainda mais extraordinário.

De modo que já começou desconcentrada o port de bras, seguiu atravessando o ritmo no sapateado. Maria Fernanda, donde está tu cabeza? A professora, mãos na cintura, uma ruga na testa, postou-se ao seu lado marcando o ritmo, os pés batendo com força no piso de madeira.  Na segunda sevilhana, virou para o lado errado e esbarrou no ombro da colega que se desequilibrou ao impacto da exuberância de seu metro e setenta e cinco sobre os saltos. Desculpa aí, ajudou a colega a se recompor e, para a professora, que a olhava com os lábios cerrados num bico, pediu permisso, antes de, ligeira, abandonar a aula cabisbaixa. 

Nem trocou de roupa, desceu as escadas apressada, à rua viu que o anão continuava na areia, as mãos cruzadas às costas, olhando o mar. Não era sua intenção caminhar até ele, mas a impulsividade que a lua cheia lhe impunha em desvendar, enfim, o mistério de sua presença foi mais forte.

Estava a menos de dez passos quando ele se virou. As correntes de ouro, pulseiras e anéis que o anão ostentava silenciaram todas as perguntas que Maria Fernanda pensara em formular. Não por cobiça, mas pelo encantamento que o ouro em abundância costuma causar. Permaneceu calada quando ele retirou do dedo médio um anel com um diamante rosa enorme e tomando a mão dela entre as suas ajustou-o ao seu anular. Seus diâmetros combinavam, ele sorriu e aproveitando o efeito hipnótico que aquela pedra russa costumava causar — já o havia testado antes algumas vezes — meteu-se por baixo da saia dela, os sapatinhos de verniz bem plantados na areia entre seus saltos.  

Aaahhh, ela fez. Seguiu-se um Aaahh muito mais longo antes que seus joelhos bambeassem e um mar de estrelas e hormônios desconfigurasse de vez seu escasso discernimento. Apaixonou-se.  Por três breves meses viveram um idílio até que o prodigioso anão entendeu que estava na hora de novas aventuras e desapareceu de sua vida, como fumaça em nevoeiro baixo.

22 comentários em “O especialista (Elisa Ribeiro)

  1. Evelyn Postali
    25 de julho de 2021

    Ah, que putamerda! Desculpe, mas não vou apagar o palavrão, já que eu disse ele em voz alta. Ahahaha Sim. Soltei um palavrão, aqui, lendo o final dessa sua história. Eu não sei como enquadrá-la. Se na fantasia, por ter abordado a figura de um anão com tendência fantástica – já explico – ou no erotismo, pela cena final, mas não só pela cena final – também já explico. Vamos por partes.
    Você constrói o envolvimento dos dois de forma tão hábil que vai de um simples olhar a uma cena erótica em – quantas palavras? – menos de 500 palavras! E sem perder a coerência, porque está muito bem alinhavado. Não há descrédito. Quem lê acredita nesse envolvimento, acredita nessa atração, vê essa atração como verdadeira. Não há resquício de mentira. É um fato. É sólido. Então, isso foi o que me encantou. Essa veracidade na construção desse envolvimento, mesmo quando você cita o ouro pendurado no anão, mesmo assim, o sentimento de que ela está aí porque quer é fato.
    É erótico, sensual – sim, e, ao mesmo tempo, não é. É quase pornô e não é. A dose está perfeita. Tem um quê de ingenuidade. Tem um que de romantismo. Tem um quê de adolescência. Não tem o que tirar, nem o que por. Ficou no formato certo, com as palavras certas. E isso é algo muito difícil de dosar.
    Agora, sobre a coisa da ficção especulativa, essa coisa da fantasia estar permeando essa história é, não só pela figura do anão, mas pelos elementos que você adicionou a ele. Ao saber que o personagem era um anão, liguei com fantasia primeiro por causa do título – o especialista. Anões são artífices hábeis, de extrema precisão, cuidadosos e donos dos minérios. Então, você usou a noite, o ouro, a pedra preciosa e um anel. Coisas que estão diretamente ligadas à histórias fantásticas de anões. Anões são elementais da terra – vivem embaixo dela porque a luz do sol os faz virar pedra (primeira lembrança). São seres ligados a forja de metais preciosos ou não e a descoberta de pedras preciosas. São mineiros, exploradores de cavernas (aí vem a relação erótica de estar por baixo do vestido kkkkk eu ri com a associação, mas é isso – e espero que não me leve a mal pelas palavras). Na Edda Poética eles vivem em um dos Nove Mundos – eu gosto muito da mitologia nórdica. Os anões fizeram o martelo de Thor kkkkkk e o anel de Odin. Mas enfim… E tem o anel com a pedra rosa. Você escreve ‘’pedra russa” e eu só posso associar ao diamante rosa encontrado na Rússia que recebeu o nome de ‘O Espírito da Rosa’ em homenagem a uma peça de Nijinski – um coreógrafo russo de origem polonesa – sei disso porque uma das minhas professoras falou dele um dia em uma aula de História da Arte. Daí, fui pesquisar e conhecer sobre a vida desse homem tão à frente de seu tempo. Artistas sofrem de realidade. Mas, voltando aos anões… Nas histórias eles têm má reputação – gananciosos e trapaceiros (creio que aqui eu posso relacionar com o final, quando ele se cansa dela e some sem deixar rastro). O que posso desejar para a Maria Fernanda é que ele tenha deixado ao menos o anel kkkk
    Então, Elisa, é uma história leve, que brinca com essa questão das diferenças – uma bailarina esguia e um anão misterioso – um par incomum em um mundo tão estranho como o nosso, onde as diferenças – falando aqui apenas sobre esse aspecto – não deveriam causar rupturas, preconceitos. Talvez os leitores se atenham a esse ponto, talvez não. Eu gostei da leveza, da sutileza das construções. Gostei de como você amarrou tanta informação – tanto do cenário quanto dos personagens – sem deixar a leitura travada, sem cansar. E amei pelo toque de magia, pelas referências à fantasia que eu amo, e por outras referências que despertou em mim.
    E talvez, por esse tipo de narrativa, os leitores mais antigos do EC reconheçam o feminino em você. E talvez, por esse tipo de narrativa – leve, livre, com movimento, diferente em forma e conteúdo – você não tenha uma boa nota ou avaliação. Na minha avaliação, já estaria no grupo dos 5 melhores. Escrita madura, mas não é engessada. Escrita consciente e contemporânea.

  2. Elisabeth Lorena
    24 de julho de 2021

    O especialista (Mammolo)
    Sucesso no Desafio.
    Sexo entre quase desconhecidos e dispares. Embora não seja o tipo de leitura que eu goste de fazer, o texto foi bem composto no plano da linguagem. Na Gramática dá umas brecadas na leitura.

  3. Ana Carolina Machado
    18 de julho de 2021

    Oiiii. Um miniconto sobre um breve romance entre uma moça chamada Maria Fernanda e um anão que ela encontra perto de uma praia que ficava perto de onde ela tinha aula de dança. O encontro tem um ar de sonho, como se tivesse ocorrido somente na imaginação da mulher ou como se estivesse envolvido por uma névoa de mistério. No final o anão sumiu tão rápido quanto surgiu na vida dela.Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio.

  4. Matheus Pacheco
    18 de julho de 2021

    Resumo: O texto fala de uma mulher que via em sua rotina um anão passear pela praia perto de sua casa, todo dia ela via ele e admirava seu estilo até que, depois de tanto tempo de admiração, acabou desenvolvendo um amor por ele até o dia que ele simplesmente desapareceu.

    Pontos que gostei: Gostei muito do texto e da ambientação, achei super fluído e criativo, tem um ar até que mágico e misterioso.

    Pontos que não gostei: Gostei do texto em uma totalidade.

  5. DAYANNE DE LIMA PINHEIRO
    15 de julho de 2021

    Eu estou aqui pensando se o anão é anão mesmo,.ao pé da letra, ou uma metáfora para algo mais. Não sei o que dizer. Enfim, o conto está ótimo! Sucesso!

  6. Catarina Cunha
    14 de julho de 2021

    MINI – Sem carregar nas descrições, a prosa fluiu naturalmente com imagens nítidas.

    CONTO – o conto cresce aos poucos até o clímax: a cena do anão por baixo da saia está linda. Surpreendente. Só não curti muito a conclusão explicativa.

    DESTAQUE – “Ela já o teria esquecido ao final do primeiro lance de escadas, como sempre acontecia, não fosse a lua cheia naquela noite abafada. “ – Aquela virada clássica que anuncia a trama.

  7. Regina Ruth Rincon Caires
    13 de julho de 2021

    O especialista (Mammolo)

    Comentário:

    O conto descreve uma paixão fulminante, tudo intenso, breve. O autor brinca com a linguagem, esparrama outros idiomas pela narrativa.

    Acredito que o trabalho requer uma revisão atenciosa, há um desencontro de crase. O leitor, mentalmente, vai fazendo correção. Isso trunca a fluidez da leitura. Acho que essa doença não acomete todos os leitores, isso tem a ver com o meu TOC, desculpe-me.

    Com a mesma intensidade dos acontecimentos da história, a narrativa também é açodada. Tipo: “vai ser bom, não foi?!”. Um texto robusto em sensualidade, o danado mexeu com os participantes do desafio! Safadinhos!!!

    Trabalho feito, Mammolo, vamos torcer!

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  8. Fernanda Caleffi Barbetta
    13 de julho de 2021

    Olá, Mammolo, comecei a leitura crendo estar diante de um texto romântico e fui enganada rsrs. O que aconteceu debaixo da saia da personagem me surpreendeu, realmente não esperava esta virada no texto, mas o final acabou sendo muito previsível. Isso não é um erro, apenas estou passando a minha percepção durante a leitura. Se você tivesse retirado a parte em que fala que ele havia usado o anel outras vezes, o final teria ficado mais interessante. Na minha opinião, claro.

    Algumas frases soaram estranhas, sugiro ler e reler o texto em voz alta. Exemplos:
    “Ela, ainda de dentro do ônibus, o olhar atraído pela estranheza de sua figura, caminhando solitário na areia”
    “mas a impulsividade que a lua cheia lhe impunha em desvendar, enfim, o mistério de sua presença foi mais forte.”

    Viam-se todas às (as) terças e sextas
    As (Às) sete e trinta
    abandonar a aula (vírgula) cabisbaixa
    Seus diâmetros combinavam, ele sorriu (vírgula) e aproveitando
    estrelas e hormônios desconfigurasse (desconfigurassem)

  9. Paulo Luís Ferreira
    12 de julho de 2021

    Resumo: O conto trata de um pretenso romance, e ou, apenas um flerte entre uma jovem bailarina e um anão com arroubos de ostentação numa região praieira.
    Gramática: Uma leitura fluída sem percalços gramáticos.
    Comentário: Um enredo simplório numa narrativa que também não acrescenta muito coisa, e um desfecho um tanto forçado, mas como se trata de um tema livre, em nada compromete ao desafio a que se propôs.

  10. Simone Lopes Mattos
    12 de julho de 2021

    Eu achei fantástico. A descrição, a atmosfera misteriosa, mágica. Tão bem escrito que o leitor nada estranha, acredita naquele ser diferente, um duende? Parabéns
    Se eu não estivesse neste grupo daria 10, 10, 10

  11. Giovani Roehrs Gelati
    11 de julho de 2021

    Gostei bastante do conto. Apesar das excessivas descrições, o que deixa o texto mais lento, vale muito a pena devido ao conceito que o(a) autor(a) deu à história. Um conto fantástico bem instigante.
    Ponto positivo também para o discurso direto livre, com a fala dos personagens mesclada com a do narrador. Dá um ar de contemporâneo e não confunde o leitor, como alguém possa pensar.
    Vale destacar o “portunhol” também foi bem aplicado ao texto.
    Parabéns pelo conto.

  12. Júlio Alves
    10 de julho de 2021

    Pera, quê?

    Sem palavras. Que tipo de Rumpelstichen é esse? Loucura kkkkk

    Mas, falando sério, o conto é bom, a cena é toda absurda e interessante de ler. Só não consegui pegar a simbologia da coisa, mas o que vi de muito me agradou (no pun intended).

    A narrativa é boa e tem um ritmo interessante, além de bem ambientada.

  13. iolandinhapinheiro
    9 de julho de 2021

    Olá, Mammolo.

    Um texto bem diferente, de fato.

    Ficou um pouco confuso para mim, no princípio. Primeiro pensei que o homem que a observava no ônibus fosse um namorado que a via partir para algum lugar, no caso para a aula de dança flamenca. Depois eu pensei que o anão também fazia dança com ela, e havia sido nele que ela esbarrara durante a aula, por último eu concluí que ele era um homem que ficava pela praia no mesmo momento em que ela chegava para a aula.

    Continuei confusa quando vi que não apenas ele a desejava, mas só depois ela demonstrou que o queria também, e assim, sem conversa prévia ela aceitou os peculiares carinhos que ele oferecia junto com um anel de diamante. Sei que o espaço era pouco, mas ficou, para mim, um tanto estranho este comportamento,

    Mesmo com estes percalços, ainda gostei do conto e o desfecho foi surpreendente. A maioria iria pensar que ela o deixaria, mas foi exatamente o oposto.

    Não encontrei problemas gramaticais. Fora as observações que já fiz não tenho dicas ou correções.

    Parabéns pelo conto e sorte no desafio.

  14. Kelly Hatanaka
    8 de julho de 2021

    Olá Mammolo!

    Gostei muito da sua história, leve e bem humorada. Alguns elementos causam estranheza, mas uma estranheza boa. São pequenos detalhes pitorescos que enriquecem a história. Como o tal encantamento que o ouro em abundancia costuma causa, ou o efeito hipnótico do diamente rosa, ou a inquietação causada pela lua.

    Muito bom!

  15. Fabiano Sorbara
    8 de julho de 2021

    No texto você cita “efeito hipnótico”, pois bem, foi justamente isso que a seu conto conseguiu fazer comigo, deixar hipnotizado.
    A história, uma fantasia, um conto de fadas às avessas está muito bem construída com a sequência narrativa e os acontecimentos convergindo para o clímax.
    No final houve um toque, muito bem humorado, quando o anão entra por baixo do vestido. Para depois, tudo se desfazer como fumaça em nevoeiro baixo, e deixar o leitor com uma ponta de raiva da criatura. Gostei muito da obra.

  16. Luiz Eduardo
    8 de julho de 2021

    Uma história um tanto quanto incomum com um toque de excentricidade, inclusive, mas muito interessante! Confesso que pela ilustração imaginava algo em um tom fantástico (não deixa de ser, em certa medida) mas a surpresa foi muito bem vinda. O “tempero” espanhol e o desfecho quase erótico lembram um pouco a obra de Almodóvar. Muito bom, boa sorte!

  17. Andre Brizola
    7 de julho de 2021

    Olá, Mammolo!

    Um conto com enredo fora do normal, no meu entender, e muito bom, no meu julgamento.

    Achei que está perfeito esteticamente. Nada fora do lugar, ritmo muito bem trabalhado, ótima escolha de palavras e um desfecho condizente com o que o conto se propõe a contar. Não sei se foi a intenção, mas para mim foi inevitável não associar o anãozinho a Tattoo, personagem da série Ilha da Fantasia, dos anos 70, com a diferença na cor dos sapatos. Mas acredito que não.

    Minha única dúvida foi com relação ao anão. No começo foi tratado como anãozinho, e pela imagem escolhida imaginei se tratar de uma espécie de duende, leprechaun ou um anão tipo dos contos de fada. Mas no final ele é tratado como anão, sem diminutivo e por um momento pensei em se tratar de um anão real, o que deixaria o conto menos “fantástico”.

    No geral é um conto caprichado, bom de ler!

    É isso, boa sorte no desafio!

  18. Priscila Pereira
    7 de julho de 2021

    Oi, Mammolo!
    Oloco, heim! Tô passada! Kkkk
    O conto ia charmoso e elegante até o anão entrar na saia da moça, 🤣 misericórdia!
    Eu achei bem legal a quebra de expectativa, nunca imaginei o que ia acontecer…
    O anão deve ser mágico, obviamente, pra tirar todo o bom senso e discernimento da menina assim, do nada.
    Divertido e inusitado! Gostei!
    Parabéns!
    Boa sorte! Até mais!

  19. claudiaangst
    6 de julho de 2021

    Um conto fantástico? Final surpreendente e levemente picante. Uma menina que dança flamenco e se encanta com o anão cheio de joias… Os hormônios da juventude e a fantasia sem limites.
    Achei o seu conto bem peculiar e interessante pela entrega de algo menos comum por aqui. Bem escrito e com um ritmo bem acertado.
    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  20. Victor O. de Faria
    6 de julho de 2021

    BOI (Base, Ortografia, Interesse)
    B: Curioso. Um texto boêmio misturado com conto de fadas. O final foi um tantinho abrupto, mas convenceu. Alguém aqui é fã de danças. Tem um certo ar “noir” nas entrelinhas, mas que acabou se tornando apenas um cotidiano estilo fantasia urbana. Ainda não entendi se o anão era de verdade ou apenas alucinação.
    O: O texto flui muito bem. Só senti falta de aspas nos diálogos internos. O parágrafo final demonstra um pouco de pressa.
    I: Um bom drama diferentão com certos toques sutis nos lugares certos (literalmente). Não faz muito meu estilo, mas funciona muito bem como um miniconto de início, meio e fim.
    Nota: 9

  21. Eduardo Fernandes
    6 de julho de 2021

    Por alguma razão que não compreendo bem, “idílico” e “anão enfiando-se no meio das saias de uma mulher, seguido por um longo aaahhh” não me parece fazer muito sentido na mesma frase, mas pronto… Btw, eu ia fazer um trocadilho com ele ter colocado no anular dela, mas deixa pra lá.

    Trocadilhos sexuais à parte, acho que o texto tem vários problemas.

    Acho que precisa desesperadamente de edição, com várias palavras cortaveis e um rimo meio estranho.

    “Viam-se todas às terças e sextas.”, “desconcentrada o port de bras”, “aula de dança flamenca, no terceiro andar.”, “As sete e trinta começava a aula de dança flamenca” são informações muito despropositadas no texto. Acho que estão perdidas. Podiam cortar isso tudo que só facilitava a compreensão.

    Quero dizer e se a aula fosse às oito e trinta, faria diferença? Então porque colocar? E as terças e sextas? Podias meter segundas e quartas e dava na mesma. Viam-se duas aulas na semana.

    E dás muitas informações meio irrelevantes e o encontro dos dois é super forçado, sem ter sido trabalhado como dever. Eu nem percebo porque é que eles se viam sempre, porque não está claro.

    Enfim, falta edição e profundidade.

  22. Anderson Prado
    5 de julho de 2021

    Mulher se apaixonar por anão e tem uns encontros de puro tesão com ele.

    É um bom conto, mas que me prometeu mais do que entregou. Ao final, fiquei desorientado me perguntando que cargas d’água seria aquele anão. Também notei um quê um tanto vulgar. Há um mal uso de crases, que sobraram aqui: “Viam-se todas às terças e sextas.”; e faltaram aqui: “As sete e trinta começava a aula de dança flamenca”. O Marcelino Freire sempre crítica o uso de naquele/naquela, que seria quando e onde tudo acontece, a exemplo do que ocorre aqui: “não fosse a lua cheia naquela noite abafada”. Estava ignorando o excesso de adjetivos, mas, a partir daqui, irritou-me: “brilho adamascado e oblíquo”. Esse trecho deveria estar entre vírgulas: “tomando a mão dela entre as suas”.

E Então? O que achou?

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Publicado às 5 de julho de 2021 por em Minicontos 2021, Minicontos 2021 - Grupo Pinscher e marcado .