EntreContos

Detox Literário.

Dr. Exxxquizito (Bruna Francielle)

 

Raniel reclamava de stress para sua colega de trabalho, Telma.

– Nossa, Telma. – Raniel começou. – Esses dias cheguei até a descontar na minha mulher, a Silvia. Levantei a voz e briguei por causa de um sabonete que ela tinha guardado e que eu não encontrava de jeito nenhum.

– Uhum. – Telma o olhava penetrantemente, tentando entender a situação.

– Ando perdendo a paciência muito fácil, sabe? O trânsito também me estressa demais. Outro dia fiquei mais de uma hora na Av. Alexandrini. É sério. Os carros não andavam de jeito nenhum.

– Sei. – Telma era uma ótima ouvinte.

– Oito horas de trabalho é demais pra mim, e ainda ficar trancado aqui nessa sala o dia todo. Preciso de um trabalho que  tenha menos rotina, mas na nossa profissão, isso basicamente não existe.

– É verdade. – Concordou a outra. Ambos eram programadores e passavam o dia  todo na frente do computador.

Quando Telma percebeu que Raniel não ia mais falar, começou.

– Olha, Rani, eu poderia te indicar um massagista, ou um terapeuta, ou qualquer coisa assim. 

Raniel acenou a cabeça, em concordância. Telma continuou:

– Mas eu conheço algo melhor do que isso. – Ela sorriu. Então, começou a vasculhar a bolsa. – Te aviso: caso queira seguir minha sugestão será preciso que você tenha a mente aberta.

– É, eu tenho… acho. – Ele parecia não saber direito. – Estou curioso, o que é?

– Bem, eu conheci um doutor… ele é muito bom, sabe? Eu tava com um problema  que ninguém dava jeito, e ele resolveu pra mim. Mas… – Ela achou o que procurava na bolsa, um cartão. Pegou e o segurou no ar. Olhou em dúvida para o colega de trabalho. – Alguns podem se assustar com seus métodos.

– Pode me dar o cartão, garanto que não me assustarei. – Disse meio sem confiança, depois deu uma risadinha sem graça enquanto estendia a mão.

Telma entregou o cartão.

– Bem, aqui está então… Espero que, caso você entre em contato com ele, as coisas saiam bem…

– Mas o que é que ele é? Um médico? Porque tanto aviso? O que pode ter demais..

– É, bem… – Telma olhou pra cima, pensativa. – Ele é um tipo de…. médico alternativo. Acho que não é formado em medicina. Os métodos dele são…

– Exxxquizitos? – Raniel terminou a frase por ela, lendo o nome no cartão.

Telma riu:

– Exatamente. Espero que goste. – Dito isso, ela se virou pra tela do seu computador e voltou a trabalhar.

 

“Doutor Exxxquizito – Telefone: (33) 9110-0666”, dizia o cartão. 

 

————————————————————————————

O escritório do estranho Doutor ficava num local ermo em meio a fazendas e chácaras numa cidade próxima a Capital, mas longe o suficiente para ser considerada interior.

A mistura de ansiedade com curiosidade o fez chegar 30 minutos antes da hora.

Avistou a porta de entrada e encaminhou-se até lá. Ao aproximar-se da entrada, notou uma movimentação do lado direito com sua visão periférica.

Ousou olhar, e depois não sabia se se arrependia de ter feito isso, se fugia ou o que. Não conseguiu nem dar mais um passo ao ver a cena, ficando paralisado:

Um homem rolava num pequeno campo de barro, nu. Era branco e tinha curtos cabelos escuros, ele observou. Possuía estranhas tatuagens nas costas e braços. Formas geométricas com estrelas de várias pontas, círculos, quadrados, serpentes.

Rolava de cá pra lá como um porco no chiqueiro, se cobrindo de terra a cada movimento.

Raniel ficou tão embasbacado com a cena que demorou para ouvir uma moça chamando-o da porta de entrada.

– Senhor? Senhor Raniel? Olá? Olá? – ela dizia.

– Ah, sim. Sou eu! – “Tarde demais pra fugir”.

– Pode me seguir, por favor?

– Claro! – “Ainda dá tempo de sair correndo!”

Mas não saiu. Ao invés disso, seguiu a mulher até dentro do escritório.

– Pode sentar aqui, fique a vontade enquanto termino uma coisinha ali dentro e em seguida venho fazer sua ficha. Você chegou adiantado, ainda estamos com um cliente.

– Ah, sim, ok! Sem problemas!- Sorriu forçosamente.

A mulher saiu por um corredor e desapareceu da sala.

Enquanto esperava, começou a ouvir ruídos que vinham de dentro do local.

– Ai, ai!! Assim! Isso, continua! – era a voz de uma mulher. Raniel arregalou os olhos de espanto. “O que será que tão fazendo?”, e logo começou a se preocupar. “Eu sou um homem casado, não posso trair minha esposa…” . Mas foi quando outra ideia passou pela sua mente que ele quase levantou e foi embora sem olhar pra trás: “E se eles mandarem eu rolar nu na grama também? Ah, não. Sinto muito, Telma, mas não vai rolar!”, pensou.

De repente, os estranhos gemidos mudaram de tom e a mulher lá dentro começou a gritar. Queria sair correndo, mas seu corpo pesava como uma pedra na cadeira. “Telma, Telma, onde você foi me meter?”, já se sentia arrependido, se perguntando se sairia vivo dali.

Deu um pulo de susto  quando sentiu um toque inesperado em seu ombro. O toque era congelante, quase como se estivesse recebendo uma queimadura gelada. 

– Olá! – o homem nu que rolava na grama estava ali, a seu lado, com um sorriso branco de dentes perfeitos. Raniel jamais percebera ele entrar na saleta.

– O..olá… – gaguejou estupefato enquanto observava o bingulim do homem balançar na sua frente.

– Sou o Dr. Exxxquizito, muito prazer. – Estendeu a mão. – Cuidado pra não apertar no lugar errado, hein? 

Raniel estendeu uma mão tremelicando de nervoso para o doutor. 

Percebendo a reação de Raniel, o Dr. apressou-se a dizer:

– Ah, você deve estar achando estranho eu estar pelado…

Pela primeira vez, o Doutor havia soado coerente. Raniel concordou:

– Você não vai me mandar rolar na grama pelado, vai?

 Exxxquizito sorriu:

– Descobriremos isso após sua avaliação. Cada pessoa recebe um diagnóstico e um tratamento. Se bem que rolar na terra pelado é indicado a qualquer pessoa… Você irá receber as energias quânticas de Gaia e se sentirá renovado após.

————————————————————————————-

Por um momento pensou que tinha entrado numa daquelas tendas de ciganas. A sala do Dr. era cheia de penduricalhos, como cristais, plantas, velas, incensos, miniaturas de estátuas diversas e tapetes multicoloridos. Só faltava uma mulher com um lenço na cabeça e uma bola de cristal na frente.

“Onde fui parar…”, pensou.

– Sente-se, por favor – pediu o Dr.

Uma mesinha cheia de coisas os separava.

– Conte tudo, não esconda nada. 

Raniel contou.

– Hum… – Exxquizito acendeu um fumo desconhecido. Logo o cheiro denunciou o que era… Cannabis! – Entendo, entendo… Acho que sei qual é o remédio certo pra você. 

Clicou num botão do telefone a sua frente. A secretária atendeu.

– Vamos pra Sala 66X.

O olhar do “médico” mostrava que ele estava se divertindo por dentro. Raniel não sabia se isso era bom ou ruim.

– Siga-me.

 

——————

 

Saindo da sala, entraram em um corredor branco. Raniel seguiu o Dr. até outra porta no fundo deste corredor. A secretária abriu a porta, que estava trancada.  Deram de cara com um salão circular cheio de outras portas numeradas e uma escada que descia.

Enquanto seguiam em direção a escada, uma ratazana enorme passou correndo pelo lugar. Parecia ter vindo lá de baixo. 

O caminho estava escuro, os degraus e a parede pareciam não ser limpos há décadas.

Não se via o fim da escada, que era circular e de metal pintado de vermelho. A tinta estava descascada.

– Pra onde estão me levando?- Raniel tentava se manter calmo, mas não aguentava mais descer. Uma apreensão foi inevitável.  

Não obteve resposta. Sua respiração acelerou.

Alguém poderia dizer “fica calmo, Raniel. Não tem nada demais…” mas ninguém disse.

Era só o que ele queria ouvir.

 

———–

 

Um cheiro ruim preenchia o lugar, forte, tóxico. A secretária passou  acendendo velas, única fonte de iluminação. 

O chão estava imundo. Havia uma camada de sujeira impedindo de se saber qual era a cor do chão. Raniel foi orientado a se sentar numa pequena cadeira velha e torta de madeira no centro. 

“Cobra tão caro pela consulta, e não tem dinheiro nem pra comprar uma cadeira decente?”, pensou.

O Dr. abriu a gaveta de uma escrivaninha velha num canto escuro. De dentro, tirou um livro enorme, de capa grossa  e preta. Uma estrela vermelha de ponta cabeça enfeitava a capa.

Distraído pela situação, Raniel só percebeu tarde demais quando a secretária/enfermeira passou uma corda rapidamente três vezes pelo seu corpo, o prendendo a cadeira de supetão.

– Ei, o que está fa… – foi calado por uma fita adesiva.

A coisa fora tão inesperada que ele apenas se sentiu paralisado por tudo aquilo. Não conseguia se mexer de tão estupefato. Olhou pro Dr, que parecia mais tranquilo do que nunca enquanto folheava o imenso livro negro.

– Ah, sim, aqui está… Vera, por favor.

A mulher acenou. Pegou uma vassoura no canto, e limpou a imensa camada de sujeira que se acumulava no chão. O Dr. mostrou uma figura a ela, e ela pegou uma lata de spray branca e começou a desenhar no chão.

Aos poucos, uma forma branca feita de círculos e linhas foi surgindo.

A cadeira com Raniel foi arrastada até o centro da figura.

Exxxquizito mostrava os dentes. Vera acendeu uma espécie de incenso que exalava um cheiro de enxofre.

Raniel queria gritar, queria perguntar o que estavam fazendo com ele, mas tudo que conseguia era emitir grunhidos.

– Que comece a sessão. – disse o Dr.

A ajudante saiu da sala por alguns minutos. Quando retornou, trazia consigo um porco. 

O animal parecia nervoso, possuía os olhos arregalados demais para um porco normal. O olhar se movia de forma estranha, como se o porco tivesse consciência do ambiente. Era rosado com manchas pretas, e não parava de babar. 

O bicho foi colocado no colo de Raniel. O porco olhou pra ele de forma penetrante e obscura. Havia algo de errado com aquele bicho.

Exxxquizito começou a fazer uma espécie de reza macabra, enquanto sua ajudante segurava o porco no colo de Raniel. 

A língua da reza era estranha, não parecia deste mundo.

Logo o porco começou a gritar de forma gutural, e uma espécie de sombra  negra começou a sair de suas narinas, boca e olhos. O som de os gritos era como o de alguém morrendo. Horripilante. 

Raniel, que já suava em bicas, começou a tremer quando percebeu que aquela bizarra sombra negra vinha em sua e direção. Seu ateísmo desapareceu na hora. Começou mentalmente uma oração a Jesus. A ajudante tirou a faixa que cobria sua boca e antes mesmo que pudesse gritar, a sombra negra entrou pela sua garganta.

Ao fundo, o Dr. continuava a rezar. Quando a transmissão da sombra acabou, o porco desmaiou e escorregou para o chão. 

Raniel sentiu algo muito estranho. Era como se estivesse possuído por uma energia maligna. Os níveis de adrenalina explodiram completamente em sua veia sanguínea. 

De dentro dele saiu uma risada incontrolável. Era como se ele agora fosse um bicho, não mais um ser humano. A ajudante o desamarrou, e ele sentiu vontade de se jogar nas paredes do lugar. Tinha algo para ser extravasado de dentro dele, ele sentia isso.  

Exxxquizito e a mulher saíram da sala e o trancaram ali, sozinho, ou, com ele e mais a sombra. Levaram o porco junto.

Gritou. Se jogou. Pulou. Berrou com o vento. Se descabelou. Puxou os próprios cabelos. Bateu a cabeça na parede e parecia se divertir com a dor. Sangrou. Quebrou três ossos. A cadeira voou, se espatifou. Ele rolou no chão, ficou sujo. Quebrou tudo que conseguiu. Empurrou a escrivaninha. Socou a porta. Achou uma caneta, quebrou o plástico e cortou e arranhou com força os próprios braços. 

Três horas depois o Dr e sua ajudante retornaram com o porco. O animal parecia renovado quando entrou na sala. 

Raniel estava num estado deplorável. Cheio de hematomas, sangue e sujeira.  Os olhos vermelhos, com as veias saltadas. Tinha perdido até um dente.

Não foi difícil amarrá-lo de volta na cadeira.

O porco foi colocado de novo frente a frente com ele. 

Uma reza invertida fora recitada.

Uma sombra negra retornou de onde viera.

Um homem desmaiou.

 

———————————————————

 

O cheiro de churrasco chegava até a casa dos vizinhos. Era Domingo, e o forró animava a festa.    

Cerveja na mão, Raniel conversava animadamente com dois amigos numa rodinha à parte.

– Nossa, não sei como você consegue beber tanto, Guguinha. – disse Viriato.

Raniel concordou.

– Esse é o nono ou décimo copo seu? Vai falir o dono festa, olha que ele nunca mais te convida, hein?

Guguinha se explicou.

– Eu não queria dizer, porque fere minha virilidade, mas… a verdade é que desde que a Jussara me deixou, não consigo parar de beber. Nossa, eu ando muito mal…

– Sério? – disse Viriato. – Você tá muito triste?

– To é deprimido demais… nada mais tem graça.

– Quem mandou trair? – a verdade escapou dos lábios de Raniel. 

– Pois é, cara. Nem a amante tem graça mais.

– Você tem que parar de beber, cara.. isso tá te fazendo mal. – recomendou Viriato.

– E vou fazer o que, cara? Se eu não beber, acabo me suicidando de tanta tristeza.

Raniel ficou pensativo por um momento. Depois pegou sua carteira no bolso da calça e começou a fuçá-la.

– Olha, eu acho que sei como você pode sair dessa… – tirou um cartão de dentro da carteira e o entregou a Guguinha. 

– O que é isso? – o outro perguntou.

– É um Dr. muito bom. Ele resolve qualquer problema. Eu tava com um problema de estresse muito grande esses tempos, andava com muita raiva do mundo, e depois de ser atendido por ele  isso passou. Saí de lá super leve e light.

– Mas meu problema é outro.. 

– Tenho certeza que ele dará um jeito no seu problema também.

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18 comentários em “Dr. Exxxquizito (Bruna Francielle)

  1. Tom Lima
    15 de dezembro de 2019

    Dr. Exxxquizito (Bruxa Keka)

    Resumo: Raniel tem problemas com estresse e raiva, uma colega de trabalho recomenda um terapeuta, que tem métodos pouco tradicionais. Os métodos funcionam, apesar das suas peculiaridades, funcionam, e Raniel acaba recomendando o tal “doutor”.

    Comentário: Diálogos são um negócio interessante. Podem salvar ou afundar um texto. Aqui eles atrapalham. Entendo que no nosso certame não costumamos ter alguém pra revisar os contos antes de enviar, mas parece que foi siso que faltou aqui.
    – Estou curioso, o que é?
    Trechos como esse poderiam simplesmente ter sido cortados, me soam estranhos. Assim como no início: “Raniel reclamava de stress para sua colega de trabalho, Telma.” A frase inteira poderia sair, e o texto fluiria melhor.
    O interessante é que, do meio pro fim, os diálogos são muito bons. Fazem o texto fluir. O ritmo do texto da metade pra frente é muito legal, ajuda inclusive a melhorar a história, que é simples, fala da estranheza dos métodos desse “doutor” meio místico que fuma maconha enquanto atende e tem a solução pra todos os problemas. Métodos exquizitos, mas que funcionam.

    Conclusão: É um conto interessante, que peca um pouco na escrita no início, principalmente nos diálogos, mas que funciona melhor na segunda metade. A história não me agrada muito, mas funciona. É a história de alguém que encontra o desconhecido com tons de humor, que durante a leitura fiquei na duvida se eram propositais ou não. O foco é o “doutor”, mas ele fica sob uma sombra de mistério e indeterminação que é importante pra ele, mas também o deixa um pouco sem vida.

  2. gabrieldemoraes1
    15 de dezembro de 2019

    O protagonista é Raniel, que está estressado com a vida e decide seguir o conselho de uma amiga e visitar o Dr. Exxxquizito, no final, através de um estranho ritual, Raniel se livra de seu stress.

    • gabrieldemoraes1
      15 de dezembro de 2019

      (enviei a primeira parte sem querer :X )

      Complementando: gostei muito do texto, inclusive o suspense fez o tempo voar enquanto eu lia. A escrita não é muito elaborada e dá para ver que a história é sincera. TOP!

  3. Michele Barão
    15 de dezembro de 2019

    Um programador de linguagem busca auto ajuda num tal de dr. Exxxquisito através da colega de trabalho. O método usado pelo médico nudista que se utiliza de rezas e um porco da fim ao stresse do rapaz.
    Gostei. A leitura é envolvente e prende a atenção do leitor. Cheguei a temer pelo protagonista. Coitado, perdeu um dente. Kkk
    Parabéns. Abraço.

  4. Felipe Rodrigues
    15 de dezembro de 2019

    Protagonista estressado briga com a mulher, briga na rua, está ruinzinho de cabeça. Sua colega de trabalho passa um contato do Dr. Exxquisito. Era uma espécie de retiro, bastante peculiar, que gera estranhamento nele. Ele entra, então escuta gemidos, gritos, logo chega uma cara do lado, pelado, e se apresenta como o DR. Fala sobre tratamentos, sobre rolar na terra, e logo leva o paciente para um ritual envolvendo porcos. O animal solta uma fumaça que entra no paciente, em meio a cruzes, pentagrama, satanismo doido. O paciente começa a se sentir um animal, instintivo, loucaço, se rasga. Depois do ritual, Raniel está entre amigos, e oferece o cartão para um reclamante, completando o ciclo. Ou seja, liberou o estresse pelo contato com o animal, Espírito da Terra, Gaia.

    Gostei, bem simples, curto, cria suspense e entretém com um toque fantástico. Bem atual, lida com o estresse cotidiano, aliado a estas novas terapias que prometem muito, estes retiros, onde acaba encontrando uma saída para os problemas. Bem escrito, com personagens descritos de forma suficiente e lembra um esquete, nada muito profundo, mas que não compromete. Gostei da divisão em partes com as observações em relacao às características das pessoas.

    • Bruna Francielle
      16 de dezembro de 2019

      Ola´, obrigada pelo seu comentário. O porco foi uma referência bíblica, de quando Jesus manda os espíritos chamados “Legião” entrarem em uma manada de porcos. Ou seja, o próprio Jesus usou porcos para “guardar” espíritos malignos. Acertou +- quando disse que ele liberou o estresse pelo contato com o animal, mas foi com o espírito dentro do animal. Obrigada novamente.

  5. Thata Pereira
    15 de dezembro de 2019

    RESUMO: após ouvir o desabafo do amigo sobre estresse, Tema entrega para Raniel o cartão de um Dr. Exxxquizito. O Dr. Possui métodos alternativos para solucionar os problemas e Raniel fica assustado ao perceber. Para ele, foi um ritual que envolvia ele preso recebendo um espírito preto, que estava dentro de um porco, que o fazia se debater na sala. Após a sessão, em uma roda de amigos, Raniel indica o Dr. a um amigo que tem problemas com a bebida.

    CONSIDERAÇÕES: acho que voltei para o desafio muito chata, porque os contos abertos estão me incomodando muito. Nesse caso o que me incomodou foi não ter um pouco mais de história entre o final do ritual e a conversa entre os amigos. Talvez algo que falasse como ele se sentia lembrava-se do que aconteceu, principalmente. Para que eu pudesse entender se a indicação foi porque Raniel não se lembra o que houve e só que seu problema foi solucionado ou se entregou ao amigo o cartão consciente do que passou. Fiquei com uma dúvida: era para eu ter entendido o ritual? Porque eu não entendi.

    Boa sorte!!

  6. Val
    12 de dezembro de 2019

    Sinopse:
    Raniel sofre de stress e sua colega de trabalho, Telma, indica a ele um médico alternativo, o Dr. Exxxquisito. Logo que chega ao local da consulta, um consultório na zona rural, Raniel percebe coisas estranhas que o deixam com a pulga atrás da orelha. O que acontece em seguida envolve um homem nu, um porco, uma reza macabra de trás para frente, três ossos quebras e um dente também. Mas nada disso o impede de recomendar o estranho doutor ao seu amigo.

    Opinião:
    Sou uma pessoa cética que não acredita nesse tipo de medicina alternativa, homeopatia, signos, essas coisas.
    O conto chamou a minha atenção para esse detalhe, a ciência alternativa, que acontece em uma margem de tempo entre o entrar na consulta e sair dela, o que acontece no meio é uma incógnita, ou seja, não tem respaldo científico, vemos os efeito que pode ser nada além de autossugestão, efeito placebo. Mesmo ocorrendo algum efeito.

    A forma como a autora usa os números é interessante
    O telefone do Dr. Exxxquisito é 91100666
    Sendo 911 um número bem familiar para quem assiste filmes estadunidenses, é o número padrão de socorro que eles utilizam por lá.
    O número 666 também tem um fator místico associado às escrituras judaico-cristãs. É associado a coisas satânicas nos dias de hoje.
    A sala 66X traz mais uma referência ao número 666, pois o “X” se pronuncia “XIS”, six de trás para frente, então aí ele também tem o valor de 6. Igualmente os três “X” no nome do Dr. Exxxquisito.

    O interessante é que Raniel, a caminho da sala 66X, mesmo estando apreensivo não desiste, ninguém força ele a descer os lances de escada, o Dr. Não aponta uma arma e nem parece ter algo forçando o personagem a continuar. Ele é movido pela própria curiosidade e a coisa só parece realmente piorar quando ele é amarrado e amordaçado.

    Não vou entrar no mérito do que realmente aconteceu, porque é assim que essas medicinas alternativas funcionam, eles trazem um elemento místico ou científico muito mal explicado dentro do seu próprio meio. Quando digo medicina alternativa me refiro também a curas espirituais, como as famosas sessões de descarrego ou exorcismo de algumas igrejas. Como não tenho conhecimento nenhum disso, vou parar por aqui.

    Não estou dizendo que o conto é mal explicado. Adorei a ideia. A autora adicionou um elemento sinistro, sobrenatural no conto e isso vale muito. Enriquece a obra. Muito bem escrita e dividida em três atos, sendo o do meio mais longo.

    • Bruna Francielle
      16 de dezembro de 2019

      Olá. Obrigada pelo seu comentário. Acertou. Os números realmente foram pensados, inclusive o 911, que é um dos principais números usados pelos ocultistas. Em relação ao X, ele tem valor numérico “6” na numerologia de Pitágoras.

  7. Givago Domingues Thimoti
    7 de dezembro de 2019

    1. Resumo
    “Dr. Exxxquisito” é um conto que narra a história de um homem estressado que recorre à um “médico” com recursos bastante duvidosos

    2. Impacto
    O impacto foi baixíssimo. A história, dividida em partes, falha em prender a atenção do leitor. Creio que isso acontece porque a atmosfera de mistério da narrativa é falha, não sendo muito palpável. Como aponto no tópico do “Enredo”, não se sabe se o conto é uma sátira ou um terror.

    Além disso, acredito que o impacto baixo também se dá pela baixa identificação do leitor com a história. Sim, é muito comum ouvirmos “ah, mas eu conheço um doutor…”, mas essa premissa é totalmente desconstruída ao decorrer do desenvolvimento.

    3. Enredo
    Geralmente, quando lemos um conto, pode-se perceber a intenção do autor com aquela história. Isso não ocorre nesse conto. Ao terminar a leitura, não sabia dizer se era uma sátira aos médicos do povo, com baixíssimos conhecimentos técnicos e que mesmo assim conquistam seus pacientes, ou se era uma tentativa de terror/mistério, com um médico satânico.

    O final também era, de certa forma, esperado, o que nunca é bom , seja numa sátira ou num mistério.

    4. Gramática
    Particularmente, não encontrei erros gramaticais

    5. Pontos Positivos/Negativos
    – Impacto baixíssimo!
    + Não percebi erro gramatical, o que significa que teve uma boa revisão.

  8. jetonon
    5 de dezembro de 2019

    DR. EXXXQUISITO

    Resumo: Raniel confessa à sua colega de trabalho problemas de estresse. A colega o indica para uma terapia com o Dr. Exxxquisito. Ele o procura e se depara com uma seção extremamente diferente. O tal Dr. é tão esquisito que o atende nu. Se submete a consulta e à seção que mais parecia magia negra.

    Comentários: O conto não tem fim. Não gostei por não ter fim. Tudo bem que é esquisito, mas mesmo sendo esquisito teria que saber o fim.

    Correções: Vai falar o dono festa… Não seria: Vai falir o dono da festa…

  9. Laryssa Cristiny Nascimento Moraes
    2 de dezembro de 2019

    RESUMO: Um homem entediado resolve ir em um médico excêntrico indicado por uma colega de trabalho. Ele resolve seu problema ao extravasar a raiva em si mesmo por métodos pouco tradicionais e acaba indicando a cura por aí.

    COMENTÁRIO: Adorei, original, me fez rir, piadas originais. Achei que se estende muito entre a chegada do paciente e o atendimento ou resume essa parte ou deixa ela mais interessante com algum plot twist

  10. Priscila Pereira
    25 de novembro de 2019

    Olá, autor!
    Olha, não peguei a ideia central do seu conto… Tipo, fica claro que o Dr Exxxx colocou um espírito no cara, mas como isso curou o stress dele? Ou tudo é uma lavagem cerebral pros pacientes indicarem ele pra outros… Não saquei… O texto é fluido e interessante, mas não me fisgou… Sorry!
    Boa sorte!

  11. Luis Guilherme Banzi Florido
    19 de novembro de 2019

    Bom dia/tarde/noite, amigo (a). Tudo bem por ai?
    Pra começar, devo dizer que estou lendo todos os contos, em ordem, sem saber a qual série pertence. Assim, todos meus comentários vão seguir um padrão.
    Também, como padrão, parabenizo pelo esforço e desafio!
    Vamos lá:

    Tema identificado: humor, mistério

    Resumo: homem sofrendo de stress vai, por recomendação de amiga, a um médico exxxxtranho, que usa terapias pouco convencionais. Após passar por um bizarro processo de possessão e autoflagelo, se sente curado e recomenda ao amigo que procure o médico.

    Comentário: num tom bem humorado e leve, você trouxe uma história no mínimo curiosa.

    Devo dizer, logo de cara, que achei um pouco improvável a história, rsrs. Não me refiro à terapia em si, mas o cara vai aceitando fácil demais tudo, e se envolve numa situação que poderia ser potencialmente perigosa. Talvez ele realmente confie totalmente na amiga que recomendou, a ponto de ir cegamente seguir o conselho dela. De qualquer forma, acho pouco provável que alguém se colocasse numa situação daquelas sem questionar.

    Dito isso, vamos ao enredo. Achei bem insano e bizarro, o que é bom. Fiquei bastante curioso durante toda a leitura – até por isso coloquei misterio como possível tema – pois ficava o tempo todo imaginando que tipo de tratamento maluco o cara receberia. Você soube muito bem criar esse clima de mistério, o que me manteve na leitura até o final, preso pela curiosidade.

    E acabamos recebendo algo que realmente satisfez a curiosidade. O tratamento acabou sendo bem interessante, hahaha. Fiquei curioso pra saber sobre os machucados e o dente perdido e tal. Isso tudo sumiu, após o ritual reverso?

    De qqr forma, fiquei bastante curioso sobre as outras salas e outros tratamentos.

    Um ponto que não gostei muito foi do nome do doutor, que somado à capa me deu a impressão de algo meio adolescente. Meio que comecei a leitura esperando algo do tipo Crepúsculo. Não sei se foi algo que você planejou, mas não funcionou tão bem pra mim.

    Os diálogos também me soaram um pouco mecânicos, pouco naturais. Acho que você podia investir mais tempo neles, deixar mais naturais.

    Enfim, é um conto interessante, com uma boa ideia, que foi gostoso de ler, mas que tem alguns probleminhas na execução. Parabéns e boa sorte!

  12. Fernanda Caleffi Barbetta
    14 de novembro de 2019

    Adendo ao comentário que acabo de fazer: esta não é uma leitura obrigatória para mim neste desafio, por isso não há resumo. É apenas a minha breve impressão sobre o texto.

  13. Fernanda Caleffi Barbetta
    14 de novembro de 2019

    O conto é descontraído em alguns pontos, mas me deu agonia na hora em que o Raniel estava possuído rsrs. Boa sorte no desafio..

  14. Rubem Cabral
    12 de novembro de 2019

    Olá, Bruxa Keka.

    Resumo do conto: Raniel era um homem estressado e, ao comentar como se sentia com uma colega de trabalho, recebeu a indicação do pouco ortodoxo Dr. Exxxquizito. Ao chegar no consultório do dito doutor, ao observar o profissional nu e rolando na lama, Raniel teve vontade de fugir, mas não o fez. Após algumas interações acabou por ser convidado à sala 66X, onde um ritual de magia negra transferiu um espírito de um porco para Raniel e depois de volta ao animal. Já de volta à sua vida normal, numa festa, Raniel recomenda o doutor a um amigo com problemas semelhantes aos que ele tinha.

    Considerações: o conto segue uma linha tênue entre comédia e terror, pontuando com situações absurdas e estranhas. A escrita é boa, tendendo ao coloquial, com poucos erros. Contudo, o enredo não funcionou muito, ao menos para mim, não chegando a causar maior interesse pelo desenrolar da história. O desenvolvimento de personagens também foi mediano.

    Nota: 7

    Boa sorte no desafio!

  15. Pedro Teixeira
    2 de novembro de 2019

    Um programador estressada fica sabendo de um tratamento nada ortodoxo ministrado por um certo Dr. Exquisito. Ele resolve se submeter aos métodos do tal doutor e passa por uma série de situações bizarras. Ao final, acaba recomendando o tratamento a um amigo.
    Conto bastante estranho: não sei se pode ser classificado como humor, ou um terror meio maluco. A trama é até bem criativa, mas não vi muito sentido no comportamento dos personagens( a impressão que tenho é que qualquer pessoa sairia correndo ao ver tudo aquilo). O texto está bem revisado e a escrita é clara, mas a narrativa carece de descrições mais vivas, que não se baseiem apenas na bizarrice das situações e de fato transportem o leitor para aquele cenário – o que talvez se deva também ao inusitado de tudo. Enfim, há alguns momentos até divertidos, mas no geral o conto não me agradou.

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Informação

Publicado às 1 de novembro de 2019 por em Liga 2019 - Rodada 4, R4 - Série C e marcado .
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