EntreContos

Detox Literário.

Uádi (Victor O. de Faria)

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I

 

‘Asfar e ‘Arjuani despejavam seu brilho intenso sobre a superfície rochosa das Montanhas do Peregrino, local sagrado que, segundo relatos repassados através de gerações, demarcava a Alvorada – a descoberta de novos mundos pela humanidade. Todos os jovens, após um ciclo de doze anos, deviam subir ao topo da montanha a fim de conhecer suas origens. Fato que os tornava responsáveis por repassar o conhecimento aos seus próprios filhos, quando a hora chegasse. O peregrino sem nome, imortalizado nos jardins suspensos por ações desconhecidas, aguardava.

 

* * *

Este conto faz parte da coletânea “Devaneios Improváveis“, Quarta Antologia EntreContos, cujo download gratuito pode ser feito AQUI.

55 comentários em “Uádi (Victor O. de Faria)

  1. ram9000
    2 de abril de 2016

    O conto é bem escrito, acho que poderia ser reavaliado e passar por alguns cortes em passagens que não acrescentam tanto à história. Esta bem adequado ao tema. O enredo esta bem encadeado.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a leitura! Realmente há espaço para cortes, mas não poderia fazer eles subirem a montanha num passe de mágica (ou poderia, agora que parei para pensar no tema).

  2. Pedro Luna
    2 de abril de 2016

    Um conto de peregrinação, e como de costume, os personagens passam por transformações. O que mais gostei foi da imaginação insana, ainda que algumas coisas não tenham me descido, mas foi uma história muito louca. Mas alguns pontos não gostei: os nomes, o clima, remete a uma sociedade fantástica com costumes, tradições, algo que em minha cabeça formou logo imagens do passado, de algo mais primitivo. E isso entrou em contraste com as falas dos personagens (Vem cá, pestinha), e itens como Mochila, quebrando um pouco o clima.

    Também achei que o sentido de lugar sagrado ficou profanado pela presença dos caçadores e que a presença das criaturas foi um perigo muto grande para Yan não se tocar. O caminho pareceu perigoso demais para um pai ir sozinho com uma criança.

    No mais, foi bem escrito. A parte com o filhote de Sunur ficou um pouco cansativo, mas no geral foi um bom texto.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a leitura! Hum… nesse quesito de diálogos realmente eu falhei na adequação. Quanto às criaturas, o próprio pai diz no início que eles não costumam aparecer por ali (ficou subentendido que surgiram em defesa dos seus, por causa dos caçadores). Mas não ficou muito claro mesmo.

  3. Wilson Barros Júnior
    1 de abril de 2016

    A ficção é no estilo dos grandes autores, que criam mundios futuros, após a disseminação da humanidade pela galáxia. Os nomes são cuidadosamente escolhidos, com direito a um glossário no fim, recurso usado por Ursula Le guin e Jack Vance. Os dois sóis mostram a preocupação com detalhes fantásticos, técnica fundamental para inserir um clima de irrealidade. Aliás lembrou-me Marune, o mundo de quatro sóis de Vance (Furad, Osmo, Maddar e Cirse), com a diferença que os quatro, em algum momento, punham-se todos juntos, mergulhando o mundo em trevas. O sunur lembrou-me as “bestas do ar” do mundo Rocannon de Ursula Le guin. O conto é muito interessante também por tratar da história de um pai e uma filha. O estilo é daqueles em que “as páginas se viram sozinhas”. Foi um dos contos de leitura mais agradável, parabéns.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a generosidade! Meu foco realmente foi a relação pai-filha. Não quis fazer nada muito mirabolante dessa vez.

  4. Emerson Braga
    1 de abril de 2016

    Qualquer comentário seria perda de tempo. Obrigado pelo prazer desta leitura. De verdade. Respeito a escolha dos demais colegas, mas, para mim, este é o conto vencedor. Boa sorte!
    NOTA: 10,0

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a generosidade! Mas tem vários pontos a melhorar.

  5. Leonardo Jardim
    1 de abril de 2016

    Minhas impressões de cada aspecto do conto:

    📜 História (⭐⭐⭐⭐▫): muito boa e interessante. Apresentou um mundo completo e bem diferente em poucas linhas (nem tão poucas assim). Gostei da relação entre pai e filha (mexeu com meu instinto paterno) e da aparição dos Uádi. Realmente eram tudo aquilo que a história desenhou: fantásticos! A parte dos sunurs e dos caçadores sobrou um pouco na trama, se removidos não mudariam a história. O artefato que seria usado contra o filhote também foi apresentado e descartado. Costuma-se dizer que em um conto nada deve sobrar. Se aparecer uma escopeta, ela deve atirar.

    📝 Técnica (⭐⭐⭐⭐▫): muito boa, descreve cenas com perfeição e dá personalidade aos personagens. Poderia melhorar as marcações dos diálogos, pois em alguns momentos fiquei confuso sobre quem falava o quê.

    💡 Criatividade (⭐⭐⭐): um mundo cheio de novas espécies.

    🎯 Tema (⭐▫): o conto brinca entre o fantástico e o científico, pois podemos interpretar que os habitantes desse mundo são humanos que chegaram em uma viagem espacial e esqueceram disso. Foi essa a minha interpretação. Os animais fantásticos apresentados não utilizam magia, apenas coisas que criaturas alienígenas poderiam fazer.

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐▫▫): o texto é bonito e a relação entre pai e filha é interessante. Não senti um grande impacto ou emoção ao fim, mas ainda achei o texto muito bom.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Pois é, apesar de fazer uma marcação bem distinta nos diálogos (pai e filha, sucessivamente, uma fala de um, depois do outro), ainda confunde alguns. Tenho que melhorar isso. Quanto à “arma de cheiro” confesso que ficou sobrando. Quanto à sua concepção, está correta. É outro mundo, com outros costumes, mas que chegaram ali de forma “científica”. Meu objetivo foi realmente explorar o lado mais sentimental da relação dos dois, abrindo mão de várias “perfumarias”.

  6. piscies
    31 de março de 2016

    Uma viagem e tanto!

    Um mundo belíssimo e um tanto metafórico. Que imagens incríveis este conto conjurou na minha mente! Parabéns autor, pela criatividade e beleza da escrita.

    O conto faz um paralelo interessante com a “passagem” da infância para o início da responsabilidade. Narra não só a odisséia de Jade em conquistar uma nova fase em sua vida, mas também a estranha e, de certa forma, triste vereda que Yan, como pai, deve trilhar ao guiar a sua filha rumo à sua independência.

    O mundo é fantástico e a critividade é imensa. Não vi erros na escrita, mas fiquei incomodado com os diálogos corridos, simplórios e sem evidência de quem falava o quê. Me confundi diversas vezes tentando entender quem estava falando qual frase.

    É claro que isto acaba sendo compensado pelas metáforas muito bem colocadas e as descrições de primeira linha. Um conto e tanto. Parabéns!

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Diálogos…calcanhar de Aquiles. Agradeço a leitura e generosidade!

  7. Simoni Dário
    31 de março de 2016

    Olá Uádi
    O seu conto tem beleza, magia e muita fantasia com boas doses de reflexões sobre os ciclos da vida. Tem ação e muita aventura. Vi alguma coisa do filme Depois da Terra, com Will Smitt que contracena com o filho Jaden cujo nome da vida real fica próximo do da sua protagonista Jade.
    Enfim, entre sunurs e a visão do Uádi, as cenas foram bem narradas e a leitura fluiu bem até o final.
    Parabéns pela classificação e boa sorte no desafio!

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a leitura! Não tinha pensado nesse filme na construção do cenário, pensei mais em algo como “Mil e uma noites” num mundo alienígena.

  8. Gustavo Castro Araujo
    30 de março de 2016

    Fiquei dividido quanto a este conto. Por um lado, gostei do universo criado, da ideia do rito de passagem, da geografia, dos sóis, dos animais. Entendi que o autor procurou contrabalançar o excesso de informações com a relação entre pai e filha, mas isso não funcionou muito bem. A pegada “moderninha” no jeito como eles se tratam me pareceu um tanto forçada. Essa impressão negativa se acentuou na medida em que os diálogos ganhavam destaque.

    Em certo ponto, tive a sensação de estar lendo um roteiro de teatro, dada a profusão de perguntas e respostas. Nada contra isso quando há, também, informações sobre a psique dos personagens, quando se mostra ao leitor o embate psicológico interno que antecede ou que sucede cada frase dita. Enfim, os diálogos secos, sem profundidade, resultaram para mim na parte mais fraca do texto.

    No mais, uma história redonda, bem contada e fluida, que deve agradar o universo infanto-juvenil.

    Nota: 7

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Pois é. É isso que dá sair da zona de conforto. Tentei emular o seu estilo de “drama familiar”, mas ainda preciso melhorar os diálogos. Agradeço as críticas!

  9. Thomás Bertozzi
    30 de março de 2016

    Excelente! Grandioso. O mundo fantástico é apresentado aos poucos, cada vez maior e mais intenso. O mesmo também ocorre com as personagens
    Ótimos diálogos.
    Parabéns!!

  10. Rubem Cabral
    30 de março de 2016

    Olá, Taj.

    Achei o conto bem simpático. É fantasia, sem dúvidas, mas tem um pezinho em FC, não? Tudo poderia se passar num planeta exótico colonizado por humanos há muitos séculos.

    Contudo, a trama do conto é um tanto revoluta, não parece caminhar numa direção só, em outras palavras, há sempre muita coisa surgindo “do nada”, pequenos deus-ex a toda hora… Quanto à escrita, o conto está bem escrito, com poucos erros. Apenas algumas frases me pareceram desconexas e soltas.

    Nota: 7.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço as críticas! Meu problema maior foi dar um motivo e fazer eles chegarem ao topo da montanha. Para isso, fez-se necessário criar várias sub-passagens. Se pulasse muito, iam dizer que foi corrido.

  11. Anorkinda Neide
    28 de março de 2016

    Olá!!
    Longo néeeeee
    Gostei demais do final, desde o aparecimento do Uádi.. achei lírico até. Meio surreal, imagens lindas, parabens.
    Mas até chegar aí, demorou tanto!!! rsrs
    Achei bem desnecessário o acontecimento com os caçadores e a morte de Manhoso, pois matavam pra pegar um fluido, sei lá e do manhoso nao pegaram nada, mataram por matar…. nao curti.
    Acho mesmo q se tivesse a pegada ‘bonita’ no conto todo, mesmo sendo ele mais curto, ficaria show demais!
    Boa sorte, abraço

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a leitura! Foi necessária essa passagem para evidenciar os sentimentos/conflitos da filha. Mas confesso que fiquei pensativo quanto à sua sugestão. Se bem que, no contexto, eles já tinha o suficiente.

  12. vitormcleite
    25 de março de 2016

    Para mim a fantasia não é obrigatoriamente a invenção de mundos e monstros, mas se gostas! Lamento que no teu conto não tenha encontrado momentos marcantes, limitas-te a descrever a viagem e o que acontece nessa descrição não ganha a força para o leitor se “sentar melhor”, ler e fazer pausas para olhar em redor a ver se encontra os animais alados à sua volta. Desculpa-me mas não gostei e porquê inventar palavras sendo necessário no final traduzi-las? muito complicado, mas desejo-te as maiores felicidades nessas viagens por mundos fantásticos.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço as críticas! As palavras não foram inventadas, são apenas palavras comuns na língua árabe.

  13. phillipklem
    25 de março de 2016

    Boa noite.
    Gostei bastante da criatividade do seu conto. Toda a história dos Uádis e da sabedoria passando de geração pra geração, foi bem legal.
    A sua escrita é simples, mas fácil de ler. Você pode trabalhar mais um pouco a questão dos diálogos. Por vezes eles pareceram bem forçados e um pouco novelescos, e também confusos. Por vezes ficou difícil distinguir quem estava falando.
    Enfim, há alguns pormenores, mas nada tão ruim que me impedisse de aproveitar a história.
    Meus parabéns pela criatividade e boa sorte no certame.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a leitura! Sim, tenho que melhorar nesse sentido.

  14. Davenir Viganon
    24 de março de 2016

    Muito bonita a história, a amarração no final deu muita vida para a história. Os personagens são acima da média do que li até agora. A menina e o pai funcionaram bem. A escrita ficou fluida nos diálogos, e as descrições ficaram bacanas. Essa pegada árabe caiu muito bem, não deixou de ser fantasia e conseguiu fugir do lugar comum. Enfim eu gostei pra caramba!

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a generosidade! Tinha que ter um pezinho na FC, não é?

  15. Pedro Teixeira
    23 de março de 2016

    Olá, autor(a)! Um conto muito bom, imaginativo e inteligente. Acho que faltou um pouco de emoção em alguns momentos da narrativa, e algumas poucas descrições de cenas não me pareceram muito claras, como aquela em que o filhote morre. Mas é uma das tramas mais bem amarradas e bem escritas que vi até aqui. O universo em que a estória se passa convence e os personagens estão muito bem construídos. Parabéns pela participação!

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Pois é, alguns pontos passam despercebidos. Agradeço as críticas!

  16. Fabio Baptista
    22 de março de 2016

    Com exceção aos pontos antes de travessão e posterior letra minúscula nos diálogos, não vi nenhum problema gramatical, o que é muito positivo.

    Infelizmente a trama não me empolgou em nenhum momento. Achei os diálogos de pai e filha um pouco artificiais, no sentido de forçar um pouco a barra para demarcar o vínculo entre os dois. A empatia com o felino foi muito abrupta (tudo bem, talvez a menina até se apegasse rápido ao animal, mas sei lá…), assim como a abordagem no meio da montanha.

    O mistério que conduz toda a trama, que é a dúvida da menina e consequentemente do leitor: “o que afinal é um uádi?” é bacana, mas já meio batido na minha opinião (esse recurso de fazer uma aventura em busca de algo desconhecido com nome esquisito). E a revelação final, da baleia, não foi das mais criativas.

    Os últimos parágrafos são bons, mas o glossário achei desnecessário.

    NOTA: 7,5

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço as críticas! São palavras em árabe, então achei necessário colocar o glossário. Ou você entendeu de primeira o que era um ‘Asfar?

  17. catarinacunha2015
    22 de março de 2016

    O COMEÇO é um pouco entediante. A partir do meio a VIAGEM lisérgica é muito legal e vale o ingresso. A morte do gato alado ficou sem sentido e o glossário foi desnecessário. FLUXO competente fugindo do lugar comum de fantasia. Gostei do FINAL inesperado. 8,5

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a leitura! São palavras em árabe… então… Na verdade o final depende de quem lê. Alguns entenderam que ele apenas ficou frustrado, outros entenderam que ele se ‘transformou’ no Uádi.

  18. Tiago Volpato
    17 de março de 2016

    O texto é excelente, o autor mostra que tem domínio da narrativa, acho que você não tem muito ppra aprender, já devia estar por aí atrás de editora (se é que já não tem).

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Exagero de sua parte, mas agradeço a generosidade. Estamos aí para um dia “chegar lá”.

  19. Gustavo Aquino dos Reis
    17 de março de 2016

    Um conto muito bem escrito e com descrições muito bem executadas. O glossário, o mundo exótico e misterioso criado são perfeitamente executados.

    Gostei muito. Achei a história boa, mas não excelente. Não obstante, é um conto de peso.

    Parabéns.

    Boa sorte no desafio.

  20. Pedro Arthur Crivello
    16 de março de 2016

    como criou uma língua, isso vem de grandes escritores como Tolkin, e toda sua estrutura de mundo fantástico foi muito particular, consegui dar uma característica só sua.
    Porém ainda senti um pouco mais de poesia em suas palavras, teve descrições bacanas, mas ainda assim foram superficiais, talvez por tanta coisa que aconteceu na história, as descrições e comparações por mais belas que sejam só falaram da situação descrita como acontecimento, acho que se falasse mais dos sentimentos do pai em relação a filha, ficarei bem melhor

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      É, devia ter condensado mais certas partes. Não é uma língua criada. É árabe.

  21. André Lima dos Santos
    16 de março de 2016

    Belíssimo conto. Metalinguagens belíssimas!
    A forma de narrativa é muito boa e forma um grande aura mística ao redor do leitor.

    Sobre a estrutura narrativa, tenho poucos pontos a destacar: achei o primeiro ato bem interessante. O incidente Incitante é poderoso. Sobre o segundo ato, particularmente achei fraco, em comparação com o primeiro. A subtrama do capitão e do homem ferido poderia ser menos corrida (Mas com 4 mil palavras, teria que abrir mão de outras coisas). Já o terceiro ato é o melhor. Um clímax encantador e uma resolução singela.

    Senti falta de uma descrição mais minuciosa das emoções dos personagens e por vezes alguma fala me pareceu estranha (Pela tentativa de alcançar a informalidade), mas nada que abale minha opinião sobre o melhor texto que li até agora (Estou lendo na ordem).

    Um legítimo conto de fantasia. Excelente conto!

    Boa sorte no desafio.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Pois é, o maior problema foi achar um jeito de subir a montanha sem parecer muito apressado, o que resultou no cap. 2. Agradeço as críticas!

  22. Laís Helena
    15 de março de 2016

    Narrativa (1,5/2)
    Durante a maior parte do tempo, gostei muito da narrativa. Ela me envolveu nos detalhes, sem ser descritiva demais, e me prendeu à história. Apenas ficou um pouco confusa no trecho em que o sunur foi morto. As falas modernas de início contrastaram um pouco com a narrativa, mas logo entendi que seu mundo não tinha ambientação exatamente medieval (ou de qualquer outra época antiga).

    Enredo (2/2)
    A escolha de um enredo simples foi adequada para um conto de 4 mil palavras. Isso fez com que o enredo pudesse ser bem explorado, sem deixar a sensação de que faltou alguma coisa. Só não entendi como Siad pôde sair em uma caminhada logo no dia seguinte, depois de você ter mencionado que estava muito ferido.

    Personagens (2/2)
    Gostei dos personagens, também. Me convenceram como pessoas, dentro dos limites do conto. Acredito que a boa narrativa tenha influenciado nisso (os diálogos foram bem utilizados).

    Caracterização (2/2)
    Você criou um universo bem interessante e explorou uma tradição que também é interessante. Os elementos que foram apresentados, apesar de pouco detalhados, me passaram a sensação de coerência, de que foram bem trabalhados antes da escrita do conto. As palavras estrangeiras foram bem utilizadas, inseridas de modo a permitir que o leitor pudesse deduzir seu significado do contexto. Gostei da possível alusão ao contato com seres desse mundo com o nosso em um passado distante. Misturar um pouco de tecnologia e gírias modernas com uma tradição que parece ser milenar meio que deu um ar de novidade à história, quando muitas fantasias se utilizam de elementos antigos.

    Criatividade (2/2)
    Também não tenho nada a reclamar aqui. Um mundo com dois sóis, fauna diferenciada, uma tradição interessante, um pouco de inspiração em culturas árabes (se eu não estiver enganada). Enfim, no todo, gostei muito do conto.

    Total: 9,5

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço as críticas e sugestões! Sim, me baseei na cultura arábica (em partes). Quanto aos diálogos, tenho de revê-los, realmente. Seja bem-vinda de volta!

  23. Rodrigues
    14 de março de 2016

    As paisagens e as criaturas são uma viagem à parte, cada uma com cores mais vivas que a outra. Algumas partes estão um pouco enroladas, cansativas, mas – ao mesmo tempo – a inserção de elementos lúdicos e de grande imaginação faz a leitura desenrolar-se com prazer. A partir do final, onde aparecem os “vales”, o conto torna-se ainda melhor e a conclusão ficou muito bem formulada. Achei bom.

  24. Carlucci Sampayo
    13 de março de 2016

    Francamente inovador, com um hermetismo suave. O enredo tem peso enquanto fala de tradições e de lições a serem passadas para a personagem, uma jovem menina que utiliza sua sensibilidade em prol do pragmatismo do pai. Interessante, de toda forma, pois a narrativa prende a atenção e o leitor se torna um espectador do que vem pela frente, diante do mundo tão estranho narrado. Uma bela invenção, estranhamente diferente e ainda assim capaz de encantar, de maneira curiosa, devo dizer. O dicionário ao fim do conto ajuda a entender melhor os significados, mas permanece na mente após a leitura, a lição que era para ser passada e, a missão que objetivava dar a conhecer um determinado ser ou local. Destaque para o animal alado, infelizmente morto (!) e depois largado sem serventia? Se o extrato de sunur era necessário para salvar o filho do capitão, não restou clara a colhida do material. Penitencio-me se não entendi esta parte. O conto é muito vasto, deixa margem a muitas interpretações e possui beleza nas frases, no sentimento deixado ao leitor e no que deseja realmente compor em termos de fantasia. Um escrito interessante e diferenciado. Muito bom, muito. Nota 09

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Agradeço a generosidade e crítica bem embasada. Quanto ao animal, ressaltei ali em cima que foi para mostrar os sentimentos/conflitos da filha, mas foi um ponto meio escuso mesmo, apesar dos caçadores dizerem que já tinha o suficiente.

  25. Renan Bernardo
    10 de março de 2016

    Boa história com bons elementos. Gostei bastante de ter fugido dos clichês de fantasia. Como pontos negativos, posso citar os diálogos totalmente soltos e algumas quebras de ponto de vista. As narrações, no entanto, são boas.

    Nota: 7,5

  26. Antonio Stegues Batista
    9 de março de 2016

    Uma estória interessante, que convém analisar para ser entendida; o lugar onde se passa deve ser um planeta distante da Terra, pois tem 2 Sol, e é num futuro distante. Os habitantes seriam descendentes dos primeiros colonizadores terráqueos, que ainda guardam palavras de uma linguagem do passado como por exemplo, a expressão OK, BANHEIRO, GEL e tem um aparelho para tirar fotos e também mantém o conhecimento sobre medicina ao usar a VACINA. Acho que é mais um conto de Antecipação, ou Ficção Científica, do que Fantasia.

  27. José Leonardo
    9 de março de 2016

    Olá, Taj.

    Embora faça alguma alusão aos leitos geralmente secos do Oriente Médio, diferentemente de boa parte dos contos publicados “Uádi” segue mitologia própria. Isso conta bastante no tocante à criatividade e certa unidade (suporte da verossimilhança — explico: um mito que, no decorrer da leitura, não é contraditado no raciocínio do leitor).

    Criatividade. A meu ver, o ponto alto do texto, muito além do estilo e da confecção dos diálogos (ponto baixo).

    Tinha achado estranho o fato de o pai ESPECULAR sobre não ter podido tocar num uádi, uma vez que ele mesmo, obviamente, fora jovem um dia. Retornei ao começo. As lembranças aparentemente são apagadas, pois, não fosse isso, que utilidade teriam os uádis? Conhecimento seria passado de pai para filhos. A missão dos pais (que um dia foram agraciados aos doze anos com tanto conhecimento “não-repassável”) era acompanhar a peregrinação; alcançando o objetivo, recebiam o “prêmio” — transformavam-se nele.

    Posteriormente, caso for revisar, coloque QUÊ assim, com acento, ao final das frases interrogativas onde aparece (há casos semelhantes em outros contos também).

    Boa sorte.

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Certíssimo em sua conclusão. Agradeço a leitura e sugestões!

  28. angst447
    7 de março de 2016

    Mais um conto que me deixou em dúvida quanto à adequação ao tema proposto. Por vezes, achei que o tom era de ficção científica. No entanto,a história da interação entre pai e filha revelou toques de um conto de fadas, por isso vou considerar como fantasia.
    Não encontrei lapsos de revisão.
    Perdi-me um pouco entre as descrições. Deveria ter consultado o glossário primeiro para me orientar melhor.
    A leitura foi agradável, sem sobressaltos ou grandes surpresas.
    Boa sorte!

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Obrigado Cláudia pela leitura. Pelo menos não foi morno ou raso né? Tentei fazer uma história mais simples mesmo, focado mais na família.

      • angst447
        4 de abril de 2016

        Nada raso ou morno. 😉

  29. Wender Lemes
    6 de março de 2016

    Olá, Taj. Oitavo conto avaliado, o seu é um dos que mais apreciei até agora. Lembrou-me um pouco “Duna” do Frank Herbert, acho que pela aridez do solo em que Safira cultivava suas flores, pelo tom futurista e pela preocupação ao retratar o ambiente.

    Observações: primeiramente, parabéns pela criatividade. O cenário criado ficou muito original e encaixa perfeitamente com o tema “Fantasia”. Além disso, soube aprofundar os personagens (principalmente a Jade), tornou palpáveis os sentimentos de cada um.

    Destaques: sou suspeito, pois sempre tendo a gostar muito dos mascotes, acho que pela sinceridade inerente e a lealdade que geralmente possuem, com o Manhoso não foi diferente. A Jade foi outra surpresa boa. A simpatia da relação entre pai, filha e mascote ganham o leitor e a maneira como apresenta o seu mundo, os detalhes precisos, fazem com que ele se identifique ainda mais com a história.

    Sugestões de melhoria: não consegui notar correções a serem feitas no que produziu até agora, sua revisão foi detalhista. O mundo que criou é muito rico, você poderia, inclusive, continuar esse conto após o certame, explorar a história esquecida que os professores evitam etc. Tem conteúdo para virar um romance facilmente.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    • Brian Oliveira Lancaster
      4 de abril de 2016

      Já me disseram para continuar alguns contos por aqui. Tenho certo receio em fazer isso, penso que posso “estragar” a “magia”. Agradeço as críticas e sugestões!

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Publicado às 5 de março de 2016 por em Fantasia - Finalistas, Fantasia - Grupo 1 e marcado .