EntreContos

Detox Literário.

Casa da avó, um outro mundo (Vitor Leite)

Bate a porta sem olhar para trás, nem passa a mão a confirmar se ficou bem fechada. O corredor parece mais comprido do que é na realidade, do seu lado direito, portas e mais portas semelhante a um hotel, parede-porta-parede-porta, quase apresentando a mesma largura, como cabem nesta largura casas para pessoas? No meio de cada parede existe um candeeiro com luz vermelha resultando um ambiente “putéfico” e onde as massas ficam disformes, os limites pouco nítidos deixam uma visão embaciada. Parecia existir um nevoeiro permanente, (ou, seria fumo?) Isso, era semelhante a um cabaret, sem cadeiras nem mulheres com pouca roupa ou mesmo em pele nua.

Do lado esquerdo do corredor não há portas nem janelas, só parede. O que existe atrás da parede? Quem vive ali? Como pode alguém viver ali? O que existe para lá da parede? E na parede? Será aqui que guardam os fantasmas?

Ao fundo, de cada lado do corredor vira-se à direita, nunca teve tempo para seguir caminho e virar a esquina e ver até onde ia aquela viagem, onde o levaria o corredor onde habitava. A meio do corredor encontravam-se o elevador e as escadas, nunca passava dali, parecia haver uma fronteira entre dois reinos. Todos os dias parava junto ao elevador, carregava no botão e esperava. Plim-Dong e as portas abriam-se, ele movia-se ligeiramente para a frente e logo parava. De lá de dentro vinha uma voz a avisar que o elevador ia subir. Todos os dias a mesma coisa. Ele pensava seriamente que aquele elevador só subia, todos os dias preparava-se para entrar no elevador e havia sempre alguém a dizer:

– Vai subir!

De seguida, a resmungar, dirigia-se para a escada e descia até à rua, escondia-se atrás dos óculos escuros e ia onde tivesse que ir. Transformava-se num ser diferente dos outros humanos, quase transparente e sem sombra, deslizava pelas paredes, sem braços e sem mãos, escondidas nos bolsos, sem rodar a cabeça. Assim ia e voltava, um dia e outro e sempre. Chegado ao elevador, com o indicador direito carregava no botão e aguardava, era assim todos os dias. Por vezes, chegava um vizinho, atiravam um “bom dia” num tom que podia muito bem ser um “sai da frente” ou outra coisa qualquer.

– Será que vale a pena estarmos à espera? Este elevador nunca desce!

Disse ele ao vizinho que reagiu como se nada tivesse acontecido. Passados sete segundos, que pareceram vários minutos, Plim-Dong, e, as portas abriram-se. Lá dentro estava uma miniatura do Darth Vader sentado num belo tigre, listado de preto e laranja. O menino levantou o braço direito e com os dedos em V, três para um lado e dois para o outro, disse: “Vou subir humanos!” Aquele gesto deixou os dois espectadores imobilizados, ou talvez fosse a imagem do tigre muito próxima da realidade. Depois das portas se fecharem, olharam um para o outro e a encolher os ombros disseram em simultâneo: “Escadas!” Aquela era a realidade deles, tão próxima de uma qualquer fantasia.

Sonhava com um elevador silencioso que andasse na vertical, mas, não só para cima, para baixo também, e na horizontal. Se possível com volante para evitar os pássaros, e já agora, com os vidros de proteção solar. O Plim-Dong de aviso de abertura de portas podia manter-se, mas a luz no interior podia alterar com o humor dos passageiros, mais quente ou mais semelhante a discotecas ou a árvore de natal. Sem dúvida que o mais importante era a ausência do tigre do Darth Vader!

Ao descer a escada caía sempre na realidade e pensava: “ Para quê um elevador quase automóvel?” Porque não um metro que passasse à porta de quem marcasse a viagem antecipadamente? Esta era uma solução muito tradicional, também. Não, tinha que ser um rio a passar junto da janela, um espelho de água, tranquilo, onde as pessoas andassem em cima e se movimentassem com o movimento da cabeça. Sonhos, na realidade ele continuava a sua viagem até à rua com as suas ideias que o levavam somente até à rua, sempre muita fantasia acabada com o ruído e movimento da cidade, e, muito cheiro a fumo de gasolina queimada. O dia acabava sempre igual ao anterior, regressando a casa no elevador que só subia.

Ele vivia com uma ideia de realidade diferente dos comuns, era uma vivência em sonhos num mundo não real. Grande número de terráqueos, correndo para lado nenhum, não se apercebem que a fantasia é real, sendo necessário parar para a ver e viver sentindo. No final do dia o sol vai embora levando as corridas, sonhos e fantasias, até voltar tudo ao mesmo no novo dia.

Manhã cedo, o sol tinha acabado com a noite naquele momento ele acordou com saudade do melhor cheiro do mundo: a casa da avó! A casa cheira a avó, ou melhor, a saudade. Saudade de tanta coisa, essencialmente, de tudo o que não viveu com ela. Levantou-se decidido a ir visitar a avó, queria ver aquela senhora velha que limpava as mãos à saia a cada vinte segundos, e, nunca pousava o sorriso. Iria visitar aquela senhora que morreu já nem sabe quando.

A casa da avó está sempre diferente, parece que está constantemente em obras sem ninguém trabalhar lá. Ela tem vida, e altera-se com vontade própria. Ninguém vê nada mas ele têm essa noção. A casa é tão insignificante, pela sua presença física e falta de cor, e também pela sua vivencia na sombra dos vizinhos que ninguém dá conta das transformações físicas naquela casa. Portas e janelas que se reposicionam, paredes que se deslocam no espaço, mas quando ele se aproxima parece que está tudo na mesma, mas ele detecta todas as alterações. Algo estranho, mas simultaneamente tranquilizador.

Junto da porta deixa de ouvir os ruídos dos carros e dos pássaros, abre a porta e entra no mundo da fantasia da sua eterna juventude. Silêncio e luz coada pelos panos sujos e gastos ainda pendurados nas janelas. Ele como um autómato pega numa cadeira e vai para o quarto onde dormia em jovem. Hesitou em abrir a porta, apesar de toda aquela determinação, agora, não sabia se devia entrar.

– Avó posso entrar? – apeteceu-lhe perguntar.

A avó só vivia dentro de si, por isso não precisava de falar alto, bastava falar no seu interior e ouvir-se atentamente. Lembrou-se da resposta vinda dos lábios da avó: “Tira os sapatos!” Hoje apetecia-lhe, para além de tirar os sapatos, tirar também os pés, para poder levantar voo, deixar o chão e voar.

Rapidamente estava sentado naquele seu velho quarto a olhar para a mancha que vivia na parede. Deixou ficar tudo na penumbra, como quando era pequeno e o sono não chegava, todas as noites deitado naquela cama, a ver as paredes a mexer com a luz dos carros que passavam na rua, sem se ouvir qualquer ruído. Perdia-se naquela mancha que cresce, diminui e cresce, com vida própria hipnotiza qualquer observador. Fechou os olhos e teve vontade de comparar aquelas luzes com memórias, também elas vão e chegam em silêncio para tranquilizar ou atormentar. Memórias que chegam, enchem-nos e logo partem para onde ninguém as volta a ver, talvez, acabando por voltar um dia.

Deixa a cadeira como se fosse uma imagem em slow motion, muito lentamente levanta-se e com a boca e os olhos muito abertos começa a andar para trás, tropeçando na cadeira onde esteve sentado. Quase cai, levanta a perna direita, abre os braços e consegue com muita dificuldade manter o equilíbrio.

Vindo da parede surge uma mão com um braço, e avançam no espaço, aproximam-se cada vez mais. Iria agarra-lo? Apertar o pescoço ou simplesmente arrancar os olhos? Bater como no boxe? Já em pânico sobe para a cama, aquela onde em pequeno tinha tantos fantasmas e monstros. Lembra-se de ver as mãos da avó a aproximar-se, calmamente, para o acalmar, tanto o seu corpo como o seu espírito, noites seguidas, e agora precisava novamente de refugio para os seus medos.

A mão parou, como se estivesse a tomar conhecimento daquele corpo, parecia que estava a cheirar e observar, e depois, do nada, continuou a viagem até si. Gritou quando ela lhe ia tocar, mas foi atravessado sem qualquer efeito. A mão passou como se ele fosse uma imagem de luz, um halograma, ele não existia! Seria como a sua avo que só existe dentro dele? Ele existiria somente dentro daquela casa? Ou seria a mão que não tinha matéria?

Hipnotizado pelo terror não conseguia desviar o olhar e viu o antebraço abrir um buraco, semelhante a uma tatuagem, a pele começou a abrir deixando ver a carne a afastar-se e nasceu um outro braço mais pequeno com uma outra mão. O que era aquilo? Pensou ser urgente acordar, esfregou a face. Estava ali e mais acordado que nunca.

As mão juntas passavam uma pela outra como se estivessem debaixo de água a lavar-se uma à outra. Cada uma esticou os dedos da outra mão, provocando um estalido arrepiante nas costas e nos dentes, e, de um momento para o outro estavam, a acariciar os dois lados da face dele, deitado imóvel na cama. Gritou e já tinha lágrimas a correr acompanhadas com vários “Não! Não! Não!” Mas era como se ele não existisse. Naquele momento havia uma parede com uma mancha de onde sai um braço e duas mãos. Ele com uma tremenda vontade de fugir apesar dos gestos daquelas mãos se assemelharem às carícias da sua avó. Queria voar pensou correr mas lembrou-se que os pés estavam junto da saída, perto dos sapatos. Poderia ir a nadar como se estivesse numa piscina, nadaria na zona alta e na baixa faria como os miúdos, mãos no chão e não precisaria de pés para nada. As mãos será que vinham atrás de si, será que o agarrariam como se ele fosse uma bola?

Apercebeu-se da existência de um ruido parecido com um rádio mal sintonizado, ou seriam abelhas, quem viveria naquela parede, de quem seriam aquelas mãos? Teriam dono? Porque seriam de gente? Não poderiam ser da casa? Toda a vida pensou nos carinhos da sua avó, mas será que não seria a casa que o deixaria tranquilo, apaziguado consigo?

As mãos juntaram-se como se se preparassem para matar mosquitos ou para aplaudir qualquer coisa e dirigiram-se para o seu corpo na procura sabe-se lá de quê. Iam e vinham, mais acima mais abaixo, o que pretendiam dizer-me?

O que querem mãos? Não imagino. Elas não existem, são um acessório da casa, uma memória ou até mesmo uma extensão da casa. Aquelas mãos, quando dentro dele são tão reais quanto a sua avó dentro do seu corpo. Naquele momento havia uma mistura enorme na sua cabeça. No mundo da fantasia e da realidade, entre o querer viver memórias, idas  e o medo. No mundo da fantasia não deve haver medo, muito menos naquele mundo tão minúsculo, reduzido à sua cama, tudo se resumia ao espaço daquele leito onde havia crescido. Estava tudo escuro devia ser noite no mundo real, mas os barulhos continuavam a lembrar abelhas.

Não tinha coragem para tirar a cabeça debaixo dos cobertores, deixou-se ficar em posição fetal. Ainda pensou ir a correr pousar a cabeça no chão, junto da saída da casa bem encostadinha aos pés. Seria importante para perder o medo, sem cabeça não há medo, não há nada. Nada é o que ele tinha naquele momento. Nada!

Pôs os olhos fora da cama, como um submarino, pegou neles e passou-os para cima dos cobertores, e não havia nada, qualquer movimento, nenhum ruido, nenhuma sombra. Os olhos não detetavam nenhum movimento suspeito. Olhou para a janela e viu que a casa estava a chorar! Não era chuva, havia sol, apesar de os raios do sol não conseguirem atravessar a sombra dos vizinhos conseguia ver a luz do sol. Viu mais atentamente, e, as gotas eram por dentro por isso eram lágrimas da casa. Sim, as casas são como as pessoas, têm lágrimas no seu interior e vertem-nas, só alguns é que as veem e sentem. Não se limpam escorrem em silêncio.

Olhou para o outro lado e lá estava a mancha na parede, solitária e em repouso. Que vida tens tu? Apeteceu-lhe perguntar. Quais os fantasmas guardados nas paredes que vais continuar a libertar? Ouves-me casa? Se tens gente viva dentro és casa, mas se tens gente morta, não! Serás a imagem de quem tens dentro, fala!

Silêncio. Nenhuma resposta.

– Só existe uma solução: tapar a mancha com um espelho. – Chegou-lhe ao ouvido, talvez palavras vindas da avó.

Um espelho não podia ser, como as pessoas se assustam a ver o seu reflexo, também a casa se vai assustar quando se mover, vai pensar existir ali uma janela quando é uma imagem refletida na superfície do espelho. Não, espelho nem pensar, terá que ser algo diferente, talvez a pintura do menino com a lágrima ou a mona lisa. Ou um vaso com flores. Uma árvore, isso devia ser uma árvore! Continuariam a crescer braços mas sem mãos.

Neste mundo de fantasia onde moram as árvores? São como as pessoas? E se as árvores não crescessem na terra? Como morrem as árvores? São como as pessoas, que só morrem dentro dos vivos? Ou são como as cidades, que vivem com vivos dentro de si, sim os humanos. Neste mundo de fantasia, as pessoas deviam ter “vivos” dentro de si, para conseguir usufruir da vida.

A sua vontade dizia para não se mexer, era estranho ver aquelas mãos a entrar em si mas podia fechar os olhos e nada se passava. Sentiu-se levitar, decidiu não abrir os olhos, imaginou que fossem as mãos a levarem-no possivelmente para a cama da avó, ou para a mesa onde ele seria o banquete. Queria gritar, mas a sua voz não estava ali, somente um corpo longínquo como o passado. Com muito cuidado as mãos levavam-no e recolheram-se para o interior da mancha na parede.

25 comentários em “Casa da avó, um outro mundo (Vitor Leite)

  1. vitormcleite
    11 de abril de 2016

    Olá, é verdade os cogumelos voltaram a fazer efeito! Rssss Ainda bem que gostaste do conto, Também tive medo que o terror se sobrepusesse no conto. Tentei encontrar um equilíbrio, somente conseguindo em parte. Muito obrigado pela leitura e pelos comentários.

  2. Anorkinda Neide
    26 de março de 2016

    Olá!
    Pelo título achei que vinha uma história com crianças… hehe
    Gostei da viagem e do final. Tudo bem surreal.
    É uma leitura intimista, onde vamos lendo e entrando em nossos proprios pensamentos, medos e saudades. gostei.
    Talvez tenha ficado um longo demais, o ‘problema’ do elevador durou muitos parágrafos! hahaha
    .
    Parabens pelo texto.
    Abraço

    • vitor leite
      11 de abril de 2016

      em primeiro, obrigado pela leitura Anorkinda, e, sim tens razão o inicio do texto ficou muito longo e prejudicou a leitura.

  3. Tiago Volpato
    17 de março de 2016

    A narrativa é ágil o que me agrada, mas em alguns trechos ela ficou um pouco repetitiva e enrolada o que prejudicou a fluidez, uma revisão com mais calma vai ajudar. Achei o texto um pouco confuso, mais no estilo surrealista do que fantasia, a história também não me conquistou. Abraços.

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      olá Tiago, obrigado pelos comentários, e concordo contigo, há muitas repetições e o inicio ficou muito longo. Não concordo com o que dizes de estilo surrealista e fantasia, mas isso será o menos importante para aqui. um abraço

  4. Pedro Arthur Crivello
    16 de março de 2016

    O texto tem uma ideia interessante, e em si é bem poético, mais que um texto de fantasia, é um texto surreal, cheio de mistério e situações simbólicas. O problema é que o texto ficou muito difícil de ler pela sua gramatica, concordância e principalmente por não acrescentar um pronome para o personagem principal, deixaram a leitura cansativa, o que me fez perder no meio da história, mais vi relatos de situações fantásticas do que um enredo em si.

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      olá Pedro, obrigado pela leitura e pelos comentários. Não concordo muito com a separação entre surrealismo e fantasia, mas isso é irrelevante. Olha eu escrevo desde Portugal e talvez por não estares habituado terás tido alguma dificuldade em perceber como escrevo, mas isso passa com mais leitura dos meus textos, Rssss. Eu nunca ponho nomes nas personagens, por vezes resulta outras fica uma leitura complexa. a leitura deste texto também ficou cansativa porque o texto ficou longo, perdi-me com o inicio na história do elevador e acabou mal.

  5. André Lima dos Santos
    16 de março de 2016

    Um conto extremamente pesado e com uma narrativa travada. Muitos erros de falta de revisão e concordância nominal tiraram o brilho do texto.
    A ambientação onírica foi muito bem narrada, algumas construções frasais foram bem interessantes, mas no geral, eu não gostei do estilo do conto. A leitura me cansou muito com a maneira que o narrador conta a história.

    Boa sorte no desafio!

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá André obrigado pela leitura e pelos comentários. Eu escrevo desde Portugal e terás tido algumas dificuldades em perceber este português que é muito mais fechado que o português aí do Brasil. A leitura também te cansou porque o texto ficou muito longo, perdi-me no inicio do texto… mas obrigado pela leitura. um abraço

  6. Laís Helena
    15 de março de 2016

    Narrativa (1/2)
    Sua narrativa não tem quase nenhuma ação, praticamente se resumindo a descrições e monólogos do personagem. Não acredito que eu possa dizer que isso é errado, mas não me cativou, não me instigou a prosseguir até o final. Há alguns errinhos de digitação.

    Enredo (0,5/2)
    Não vi um enredo nesse conto. Pareceu mais uma descrição de um sonho psicodélico. Se você focasse um pouco mais nas sensações e sentimentos, talvez desse um bom conto de terror psicológico (acho que fugiu um pouco do tema, não é?), daqueles em que o personagem fica preso em um ciclo sem fim.

    Personagens (1/2)
    Normalmente gosto de histórias que focam mais no lado de dentro que no lado de fora (o aspecto social), mas, como já mencionei, senti que faltou um pouco de foco nos sentimentos. Ele não estaria confuso? Amedrontado? Desesperado?

    Caracterização (2/2)
    Quanto à caracterização de mundo/ambiente, não há muito o que dizer, já que é o tipo de história em que nada precisa fazer sentido ou ter coerência. Na minha opinião, foi adequado ao tipo de conto que você buscou desenvolver.

    Criatividade (2/2)
    Gostei de alguns elementos apresentados, como o elevador que nunca desce, a mancha misteriosa ou as mãos etéreas. Se a narrativa e o enredo não tivessem me desagradado, eu provavelmente teria gostado muito desse conto.

    Total: 6,5

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      olá Laís muito obrigado pela leitura e pelos excelentes comentários. Vou pegar no que dizes e repensar este texto, sublinhando as sensações e os sentimentos.

  7. Gustavo Aquino Dos Reis
    11 de março de 2016

    Autor(a),

    tive de ler duas vezes o seu trabalho na tentativa de adequar ele ao gênero. Falhei.

    Gostei de algumas sacadas no conto. Adoro jogar com as palavras, criar neologismos, e gargalhei quando li “putéfico”.

    Porém, mestre(a), você precisa se atentar mais ao uso das vírgulas, da concordância, dos erros gramaticais.

    Não é um trabalho ruim, muito pelo contrário. É uma obra que tem personalidade, mas ficou confuso.

    Darth Vader montado num tigre. Surrealismo puro.

    Boa sorte no desafio.

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá Gustavo muito obrigado pela leitura e pelos comentários. Sim tenho dificuldade com as virgulas e com tempos verbais. Desculpa ter-te obrigado a ler duas vezes! Valeu a leitura dos teus comentários, um abraço

      • Gustavo Aquino Dos Reis
        12 de abril de 2016

        Não se desculpe, meu mestre. Foi um prazer ler seu trabalho duas vezes. Quanto as vírgulas e os tempos verbais fique tranquilo Aposto que dentro de muito pouco tempo você vai estar construindo trabalhos excelentes como esse, impecáveis gramaticalmente e com muito neologismo. Parabéns mais uma vez, irmão.

  8. Renan Bernardo
    9 de março de 2016

    Proposta interessante, que me deixou curioso. Ainda assim, achei algumas frases longas demais e muitos trechos bem confusos. O uso das palavras deixou o texto bastante poético, mas muitas vezes isso pareceu não surtir o efeito desejado. O final foi bem morno, poderia ter sido melhor.

    Nota: 5,5

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá Renan obrigado pela leitura e pelos comentários. Olha, depois de enviar o texto, pareceu-me que ficou longo demais, cansando na leitura, mas já estava feito! O final estava para ser outro mas tive medo que resultasse um texto mais de terror e isso eu tive medo das reações e de fugir completamente da temática.

  9. José Leonardo
    8 de março de 2016

    Olá, Sonhador Acordado.

    Confesso que o texto é de fácil compreensão. Parece-me uma miscelânea (não-caótica, mas estranha) de vários elementos, desde absurdo kafkiano, traços do surrealismo — como o das películas de Jan Svankmajer — alucinação, desespero sinestésico… E esses elementos competem com a proposta de Fantasia. Nesse ponto, estou meio perdido quanto à nota final.

    Mas numa coisa não tenho dúvidas: o primor, a beleza do estilo, a poesia, a delicadeza nas expressões. A meu ver, todo aquele “absurdo” no prédio é resultado da frustração inerente em relação à casa da avó e à presença da avó. Tudo aquilo oprime enormemente o personagem, que tenta, em decorrência disso, encontrar subterfúgios para tornar o ambiente mais “familiar”.

    Do meio em diante, o conto ganha em riqueza lexical e certa poesia. As cenas são deslumbrantes, melancólicas, beiram o terror psicológico mas se nota a solidão de um homem muito apegado ao passado, agasalhado nele. É um dos melhores trabalhos que li em desafios, e já imagino a autoria “além-mar”.

    Há também alguns pequenos pontos negativos, que nada são frente à beleza do todo. Uso excessivo das vírgulas quebrando um pouco o texto, e noutras frases faltando. Alguns acentos também subtraídos.

    É inegável o domínio do autor quanto a língua e elementos narrativos. Embora, a meu ver, o tema esteja pouco explorado, o nível do texto se sobrepõe a esse detalhe. Repito: é uma obra de arte espetacular. Sinta orgulho disso.

    Boa sorte.

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá José Leonardo muito obrigado pela leitura e pelos comentários. Tens razão escrevo desde Portugal o que torna a leitura difícil para alguns companheiros aqui nos desafios. Depois de ler os teus comentários só posso agradecer o cuidado das tuas palavras. Muito obrigado, um abraço.

  10. Antonio Stegues Batista
    8 de março de 2016

    Há uma discordância em; ” Disse o vizinho que reagiu como se nada tivesse acontecido.” Agir, reagir, significa fazer alguma coisa, se ele não fez nada, não reagiu.
    As reflexões do personagem sobre o elevador ficaram meio ingênuas, não sei mas talvez por causa da velhice dele!
    ideias meio confusas, com significados ambíguos.
    Num só paragrafo ha muitas perguntas, como se o próprio autor procurasse uma resposta para continuar escrevendo. “Apeteceu-lhe perguntar”, não fica bem.
    O conto é mais um relato sobre senilidade do que Fantasia. Boa sorte!

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá António, obrigado pela leitura e pelos comentários. Lamento que eu não tenha conseguido transmitir ao leitor o sentido de grande número das palavras utilizadas. Percebi o que dizes, mas agora vou ouvir o silêncio. Um abraço

  11. Rodrigues
    7 de março de 2016

    Não entendi nada, além de o conto parecer ficar parado e repetindo-se o tempo todo, a mesma situação. Acho interessante a ideia da falta de linearidade e experimentação nos contos, porém, aqui, acho que não deu certo.

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá Rodrigues, obrigado pela leitura e desculpa! Haverá certamente uma próxima…

  12. Wender Lemes
    6 de março de 2016

    Olá, Sonhador. Belo conto, é o sétimo que avalio neste certame.

    Observações: seu conto exige um nível de abstração maior que a maioria. A casa da avó cresce como mescla de idealização, indivíduo e matéria. Ao final, já não podemos ter certeza se tudo aquilo saiu da cabeça do protagonista, ou se o protagonista é apenas mais uma parte do cenário vivo (a mancha estranha na parede).

    Destaques: a construção do espaço em conjunto com o personagem, sem limites definindo onde começa um e termina o outro, torna o texto muito rico. Não temos tantos diálogos porque o verdadeiro diálogo está acontecendo em um nível superior, o que também é interessante.

    Sugestões de melhoria: o conto exige muito do leitor, a abstração exigida o deixa “pesado”, o que é bom, mas pode prejudicar em um desafio como este. Eu não sugeriria mudar, torná-lo mais leve apenas para facilitar a vida do leitor faria com que perdesse o principal chamativo da obra. Como disse, é um belo conto, só não tenho certeza se será o mais adequado para a disputa atual (espero que seja).

    • vitormcleite
      11 de abril de 2016

      Olá Wender, muito obrigado pela leitura e pelos comentários. Sim, concordo contigo que o texto devia ser de leitura mais leve e ficou muito longo. Mas muito obrigado pelos comentários.

  13. angst447
    6 de março de 2016

    Para começar, uma pergunta: o que você andou bebendo ou cheirando?
    Vai ter mente fantasiosa lá no…Não, aqui mesmo é um bom lugar para viajar.
    O título não foi dos melhores. Passou uma ideia diferente do que encontramos ao ler a história.
    O conto apresenta imagens muito interessantes e bonitas, como, por exemplo:
    “(…) além de tirar os sapatos, tirar também os pés, para poder levantar voo, deixar o chão e voar.”
    Algumas vírgulas e acentos ficaram faltando, mas nada que atrapalhasse a leitura. Só me incomodou mesmo – “(…) um outro braço mais pequeno”
    O conto é longo,mas prende a atenção com os seus devaneios. Há um toque de fantástico aqui,não?
    Gostei mais do começo do que da parte em que fala das tais mãos….Estava achando até meio romântico, mas aí apareceu o braço e o clima ficou de terror.
    No geral, eu gostei muito da narrativa densa com toques de poesia. Lembranças de infância e fantasias combinam bem.
    Boa sorte!

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Publicado às 5 de março de 2016 por em Fantasia - Grupo 1 e marcado .