O que é isto?
É como um sentimento,
mas não é.
Parece mais uma farpa,
penetrando fundo n’alma.
Dói.
O que será?
É como um desejo,
mas não é.
Parece aquela estranha saudade,
tão distante e desconhecida.
Traz tristeza.
O que faço?
É como a solidão,
mas não é.
Parece que não existo,
desconectado de tudo.
No fundo,
bem no fundo,
nunca saberei o que é.
Aquela sensação,
tão forte,
de que nada faz sentido.
Gostei!
Na medida certa entre as reflexões e a beleza estética.
Parabéns.
Olá, Fabio!
Muito obrigado pela leitura! É bom saber que conseguir ser harmonioso na construção desse pequeno poema.
Um forte abraço!
Olá, Fabio!
É interessante ver o seu olhar unilateral a respeito da existência. Seu poema traz a sensação de que viver só é possível através de algo que nos machuca. Em parte, concordo contigo. Mas, e as etapas felizes? Afinal, como diz o corvo: It Can’t Rain All The Time
Outro fato que marca a leitura é a repetição ” mas não é”, uma constatação que impregna nos olhos o cravo da dúvida, o estigma de que “só sei que nada sei” é a resposta para a sobrevivência humana.
Bom dia, Rogério!
Como dizia Buda, a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Enquanto existirmos, a dor fará parte do nosso cotidiano. Mas há outra máxima do grande mestre. Alegre-se porque todo lugar é aqui e todo momento é agora. E assim vamos vivendo nossa vida, com suas tristezas e alegrias, mas sem esquecer que até para sorrir precisamos sentir dor, nem que seja da mandíbula cansada ou dos músculos exaltados.
Muito obrigado pela leitura! Um grande abraço!
“No fundo, bem no fundo, nunca saberei o que é. Aquela sensação, tão forte, de que nada faz sentido.”
Pois sim, parece que não faz mesmo. Talvez por não haver um manual para se viver, mas, mesmo que houvesse, será que seguiríamos? Não iríamos desejar provar da árvore da vida? Desde pequeninos aqueles que nos amam tentam evitar ao maximo que sintamos dor, porém viver é risco, e sem dor não se tem ensinamentos, e dessa forma o sentido suficiente para se questionar acerca de sentidos nunca vem, porque existir no plano, em linha reta, é apenas manter-se vivo. São as cicatrizes na alma que trazem o diferencial da existência. A perda, as frustrações e as inumeras dores.
Gostei desses losangos feitos com as palavras.
Sucesso!
Olá, Maria!
Ou evoluímos pela sabedoria ou pelo sofrimento, não é? Mas a dor sempre faz parte desse processo. De uma forma ou outra. É impossível fugir dela!
Agradeço imensamente a leitura e o comentário! Um grande abraço!
Pow, Fabio!
Show demais!
É esse transbordar de questionamentos e anseios que faz da poesia uma leitura curativa porque provoca e conforta ao mesmo tempo, quem nunca sentiu o que descrevestes? E quantos sentem e não sabem o que estão sentindo e pra quê fazer sentido, não é mesmo? Se nenhuma resposta vai diminuir o aperto do peito.
🙂
Obrigada por me proporcionar esta leitura!
Tudo bem, Kinda? Espero que sim!
É o peso da existência. Temos que aceitar essas indagações e as dores que nos acometem. Somente assim podemos seguir adiante.
Eu que agradeço pela sua leitura e comentário, ambos grandiosos para mim! Um forte abraço!