EntreContos

Detox Literário.

Colifrenia (Jefferson Lemos)

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A lua auspiciosa borrava a escuridão que se esgueirava pelos cantos gradeados. Os dedos graciosos que roçavam as barras de ferro, tamborilavam um som baixo, quase inaudível. Na cabeça da menina, o mundo era uma bola de energia. Pulsando e oscilando na noite iluminada apenas por uma vela amarela e sebosa, escorrendo cera como pus das feridas causadas pelo derretimento.

A pele branca refletia o luar. A roupa preta absorvia o que a tocava. Assim se transformava em uma mistura de buraco negro e quasar. A certeza na cabeça era tudo o que tinha para àquela noite. Escolheu o vão entre as grades, suficiente apenas para seu corpo esquelético. Um segundo e estava dentro. A selva de concreto estendia suas raízes até o outro quarteirão, e como em um sonho, o êxtase percorreu seus ossos e terminações nervosas, incitando sensações típicas de tal euforia.

***

Este conto faz parte da coletânea “Devaneios Improváveis“, Terceira Antologia EntreContos, cujo download completo e gratuito pode ser feito AQUI.

47 comentários em “Colifrenia (Jefferson Lemos)

  1. Tamara padilha
    28 de abril de 2015

    Ah… Eu comecei achando que você usou muitas metáforas, se bem que depois relendo não encontrei mais tantas assim, mas essa foi a minha impressão inicial.
    Depois disso a história foi me prendendo. Eu acabei encontrando alguns errinhos ortográficos, só dois (uma falta de acento e uma palavra que deveria ser masculina no feminino), mas eu passei por cima de tudo isso quando a Dama da noite começou a aproveitar-se dos corpos com seu prazer e todo o sangue e os bichinhos! Quanta emoção nesse conto! Muita criatividade, muita mesmo. Fiquei com a impressão de que os pais da menina eram donos de uma funerária. Quando a coisa fica boa assim eu nem tenho tanto o que falar, porque eu adorei! Nota máxima para você.
    Ah, só mais uma coisinha: que doentio esse enredo, que doentio…

  2. Wender Lemes
    28 de abril de 2015

    Olá, Dama da Noite! Impressionante o seu conto. Começou com uma pegada metafórica (quase psicodélica), insinuando e instigando continuamente, e aos poucos ela foi dando espaço ao que seria o tema em si: Necrofilia. É um tema pesado e imagino que alguns não terão muito estômago para tanto, mas ninguém poderá questionar sua habilidade. Parabéns e boa sorte.

  3. Wilson Barros Júnior
    28 de abril de 2015

    Imagens extremamente eróticas, você é muito boa nisso (e pelo visto isso vende muito hoje…) Ninguém poderia desejar um desenvolvimento melhor do tema, aliás, muitos sequer conseguiriam alguma coisa nesse sentido. Mas, como você diz, “o sexo fica à escolha dos vivos”. Se eu escrevesse assim, já estaria com uma bela conta bancária, são meus votos a você.

  4. mkalves
    28 de abril de 2015

    Apesar de algumas imprecisões biológicas (seria impossível um corpo em decomposição extravasar sangue), o texto prende e impacta. Não me empolga o tema e me pareceu um tanto inverossímel o coito com uma massa se decompondo. A “explicação” da primeira vez não convence. Ainda assim, acho que a dificuldade do tema foi bem contornada nesse conto.

  5. Felipe Falconeri
    27 de abril de 2015

    Bom, taí um conto difícil de se ficar indiferente, rs.

    Certamente houve coragem do autor em emprestar um tom lírico à narrativa de um ato tão grotesco. É difícil equilibrar as duas coisas e o texto deu algumas escorregadas: em alguns momentos a narrativa parecia simplesmente descambar pro “gore”, para logo em seguida retomar um lirismo de maneira um tanto artificial. Mas, no geral, creio que o autor obteve sucesso em sua proposta.

    Confesso que esse é um texto que foge completamente ao meu gosto, o que torna um pouco mais complicada minha tarefa de avaliá-lo. Vou entrar numa certa contradição: não gostei do conto, mas acho que é um bom conto – atingiu seu objetivo, é um texto incômodo como pede o tema proposto e se adequou bem ao limite de palavras.

    É mais do que se pode dizer da maioria do que lemos por aí.

  6. Bia Machado
    26 de abril de 2015

    Desculpe, mas não vejo o texto como um conto. Você escreveu algumas cenas da vida de uma pessoa, não tem enredo. Gostaria de ter visto um enredo mais bem elaborado… Mas essa é a minha opinião, o que o seu texto me passou, claro. Mas não dá para negar que escreveu muito bem as cenas, achei que foi uma construção bem elaborada. Eu não sou muito fã de textos nesse sentido, a única vez que narrei um cadáver em decomposição, por exemplo, teve uma razão de ser, haha, confesso que senti nojo em certos momentos do seu texto, mas creio que a intenção tenha sido essa, se foi, parabéns! Talvez fosse melhor ter sido menos “rigoroso” com essa descrição, nem sei se isso seria possível, mas no meu caso eu pedi isso do texto. Acredito que muitos já acharão exatamente o contrário do que achei, rs.

    Emoção: 1/2
    Enredo: 1/2
    Criatividade: 1/2
    Adequação ao tema proposto: 2/2
    Gramática: 1/1
    Utilização do limite: 1/1
    Total: 7

  7. vitor leite
    24 de abril de 2015

    gostei muito do desenvolvimento do tema, pareceu-me um texto muito bem escrito conseguindo transmitir a imagem, com larvas e tudo. parabéns

  8. Leonardo Jardim
    24 de abril de 2015

    ♒ Trama: (3/5) embora muito bem descrita, trata-se de uma cena. Não houve exatamente uma trama, mas a descrição de um ato rotineiro na vida da necrófila.

    ✍ Técnica: (4/5) muito boa. A descrição das cenas usando sentenças e metáforas muito legais. O único porém é que não me envolvi muito na cena, nem mesmo senti nojo do ato repugnante. A culpa pode ser minha e meu estômago cada vez mais acostumado a ler essas loucuras, mas acho que faltou passar mais um pouquinho mais de emoção.

    ➵ Tema: (2/2) muito dentro (✔), com trocadilhos, por favor! 🙂

    ☀ Criatividade: (3/3) é uma forma criativa de como a necrofilia é vista (geralmente ocorrem com cadáveres limpos, ou pelo menos eu acho que seja assim :/ ).

    ☯ Emoção/Impacto: (3/5) então, faltou aquele sentimento que citei acima. Li como se visse uma cena de filme trash muito bem escrita: as cenas são repugnantes, mas ao invés de causar nojo, chega a divertir…

  9. Ricardo Gnecco Falco
    22 de abril de 2015

    A primeira vez a gente nunca esquece… Mas, confesso, eu bem que gostarei de esquecer esta história! (rs!)
    Mas vamos analisar “fria”mente… Está bem escrito. Não arregou frente a proposta recebida. Chutou e marcou. Mesmo contra o próprio time.
    E isso, realmente, tem mérito. Prometo tirar poucos pontos, pois o tema aqui não foi escolha do(a) autor(a).
    … Muito embora ele(a) pareça ter gostado de escrever esta história! (e isso é outro mérito!)
    Bem… É isso. Deixa eu ir lá vomitar um pouco e já volto para continuar as leituras da noite! 😉
    Abrax!

  10. Cácia Leal
    16 de abril de 2015

    Sua nota:

    Gramática: 9
    Criatividade: 6
    adequação ao tema: 10
    utilização do limite: 10
    emoção: 4
    enredo: 3

  11. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    15 de abril de 2015

    Que estado de inibição mental anormal é esse! Necrofilia praticada por uma mulher! Isso é sensacional! E todo mundo se divertiu: a viúva, o falecido, o coveiro, os vermes, você que escreveu, eu que li… uma festa, um bacanal! Maravilhoso! Uma prosa poética linda! Quem quer falar de técnica de escrita depois de ter um orgasmo delicioso entre vermes e decomposições?

  12. Sidney Muniz
    14 de abril de 2015

    Primeiro a lua borrava a escuridão, logo depois o autor(a) afirma que apenas a vela iluminava a noite, acredito que a lua já iluminava também, não?

    Bem, fora isso que pode não ter sido bem uma falha ou tampouco um equívoco o conto é um primor só.

    Rasgo elogios para cenas tão bem descritas e pela ousadia em tratar o sexo dessa maneira ainda conseguindo transmitir sensualidade e desejo, é interessante como o autor(a) conseguiu unir repulsa e desejo em uma narrativa de forma a tornar a mistura homogenia.

    Poucas vezes li um conto de Necrofilia imaginando as cenas tão bem.

    Sinceramente esse conto tem tudo que gosto. Mensagens diretas e indiretas, concretas e abstratas e uma pegada diferente que foge do comum e nos leva para lugares fantásticos.

    As grades, a inserção de elementos e todo zelo para com as cenas e e frases muito bem elaboradas me deixaram realmente satisfeito ao final da leitura.

    Nota dez!

    Parabéns e boa sorte!

  13. Virginia Ossovski
    8 de abril de 2015

    Achei o título muito interessante, é anagrama de necrofilia? haha, fez sentido no final quando vi o tema. A história não me prendeu muito, não faz meu estilo, mas li duas vezes mesmo assim, a narrativa foi bem conduzida. De qualquer forma, foi um bom trabalho, com poucos deslizes, parabéns!

  14. Lucas Formaglio
    8 de abril de 2015

    A princípio achei o conto um pouco cansativo, mas ao ir lendo fui me interessando cada vez mais pelo desenvolver da estória. Muito bem escrito, com pinceladas de prosa poética me lembrou muito os quadrinhos “o Monstro do pântano de Alan Moore. Algumas cenas ficam bem nojentas por causa do excesso de descrição, mas acho isso bom pois consegue levar ao leitor a sensação mórbida do ato da necrofilia. parabéns Dama da noite.

  15. Rodrigues
    7 de abril de 2015

    A crítica desse conto envolve a discussão entre a técnica utilizada para contar a história que, para mim, excedeu-se com a prosa poética, apresentando uma trama simples e floreada demais. Apesar de funcionar em alguns momentos, é exagerada e desnecessária na maior parte do tempo. Ela engrena na hora do “ato”, quando o escritor parece ter encontrado seu caminho, mas isso vai por água abaixo com as especulações sobre o passado da personagem, entre outras coisas. Achei ruim.

  16. Swylmar Ferreira
    6 de abril de 2015

    Conto deveras interessante, Dama da noite.
    O texto atende perfeitamente ao tema e está dentro do limite estipulado.
    Bem escrito, linguagem objetiva, a trama pensada pelo autor é linear e mostra cronologia perfeita.Reconheço a dificuldade do tema e também a competência do autor(a) em discorrer sobre o mesmo. Chamou-me a atenção o conluio entre os personagens e a qualidade da escrita.
    Parabéns!

  17. Felipe Moreira
    5 de abril de 2015

    Forte. Essa é a principal sensação ao longo da leitura. Apreciei a narrativa, metáforas de um impacto coerente com o próprio título. Um conto muito bem trabalhado e estranho dizer, agradável de ser lido. Vale destacar a maneira como você abordou o estado psicológico da personagem, impressionante. O final foi da maneira que eu esperava. Parabéns.

  18. mariasantino1
    5 de abril de 2015

    Bom desafio para você, autor/a!

    Se não há qualquer avaliação sequer mediana por parte dos meus comentários, neste então, será pior, pois eu gostei, e gostei demais, DEMAIS. Pensei várias vezes no que escrever aqui, porque eu acho que ninguém gosta dessa rasgação de seda, por isso vou dividir esse comentário em duas partes, embora a segunda não influencie em nada na formulação da nota.

    *A primeira vez que li esse texto, estava nas entranhas de um coletivo e assim que terminei de lê-lo lacrimejei. Gosto dessa poesia “fedida” (com todo respeito), lances como beber vinho em crânio, dançar com defuntos, estar no limiar das duas realidades, são encantadores para mim, porque se retira o belo de onde aparentemente não há. Talvez seja por ser algo mais vivo, mais forte e puro falar da vida nas garras da morte (não sei ao certo, mas, reitero que aprecio de verdade esse lado mais sombrio – por assim dizer.). Você não contou só o ato, não deixou em nenhum momento que o conto descambasse somente para descrições nojentas, ou só sexo. Há os sentimentos e sensações da moça em questão, há também flashback para se criar afeição, amarrar, caracterizar psicologicamente a personagem. E eu bebi tudo isso e tornei a vir beber novamente. A entrada dela em meio as lápides, as descrições da noite, a primeira experiência quando se fala em tributo ao que o vivo representava tudo isso manteve o conto no clima sombrio. O frenesi do ato, os vermes, o prazer… é tudo tão vivo, tão pulsante que é impossível não sentir essa força e beleza.

    * Além do chão de cimento, havia uma (UM) campo verde-escuro… — A moça ficou muito bem edificada, como já mencionei, e numa visão de uma pessoa “normal” se entende o porquê do coveiro ser considerado demônio, uma vez que ele desenterrava os corpos para oferece-los para a Dama da Noite (também não curti essa alcunha – Éh, nem tudo é perfeito) e então ter também sua cota de prazer ao olhar o dito (ou maldito) coito, mas se houvesse melhor sinalização desse motivo (de ser considerado demônio) essa partezinha não destoaria do restante. — incitando sensações típicas de tal euforia – Eu retiraria “típicas de tal” e colocaria só “de euforia”.

    Como dito, por questão de afeição total, pelas imagens oferecidas, sensações que desperta e por achá-lo muito bem formulado (não me odeie) a média para esse conto será: 10 (dez).

    Um abraço!

  19. Fil Felix
    5 de abril de 2015

    Gostei pela audácia em contar com tantos detalhes a cena de sexo, sem se preocupar se vai chocar ou não. A parte dos vermes ou do corpo se partindo, ficaram muito boas. Mas achei um pouco confusa no início, em relação a quem era a personagem (homem ou mulher) e a participação do coveiro.

  20. Cácia Leal
    3 de abril de 2015

    O conto está muito bem escrito. Gostei da maneira como utiliza as metáforas e os jogos de palavras. No entanto, o tema não faz o meu estilo e não gostei do desenrolar da trama.

  21. Jefferson Reis
    1 de abril de 2015

    Na primeira vez em que li o conto, senti muito nojo.
    Na segunda, também.
    Dama da Noite conseguiu me fazer ter ânsia de vômito.
    Confesso que não gostei da confusa introdução. A narrativa somente me prendeu quando a protagonista começou a praticar sexo com o cadáver. Argh!
    Um ponto positivo no conto é a “explicação” de a personagem ter desenvolvido essa prática: o retorno à infância. Se bem que, como podemos ler no primeiro parágrafo, o narrador dá a entender que a personagem é muito jovem (qual a idade?): “Na cabeça da menina, o mundo era uma bola de energia”. Confuso!
    De qualquer forma, o conto descreve uma bela cena de necrofilia.

  22. Anorkinda Neide
    30 de março de 2015

    Pode ser que esteja bem escrito e está. Gosto dos páragrafos pequenos, fica poético.
    Mas…
    a intenção de chocar, foi atingida e não consegui suportar, na verdade, a leitura.
    Também fica bem estranho tanta prática ‘suja’ e nao adoecer?
    Não pra me conectar, senão quem adoeceria seria eu..rsrsrs

    boa sorte ae!

  23. Fábio Almeida
    30 de março de 2015

    Credo! Mas que viagem!
    Se a intenção do conto era dar-me náuseas, então parabéns! E se era ficar cravado na minha mente, então parabéns!

    Bem escrito, embora o início seja um tanto confuso, rapidamente se apanha o fio condutor. E, apanhado o fio, a viagem começa, interminável, assustadoramente repulsiva!

    No que toca a este conto, tudo o que é nojento, e repulsivo, e asqueroso, e macabro é, bem vistas as coisas, absolutamente fascinante.

    Muito bem. E muito bom!

    (Agora vou só ali ao WC =P)

  24. Jefferson Reis
    29 de março de 2015

    Na primeira vez em que li o conto, senti muito nojo.
    Na segunda, também.

    Dama da Noite conseguiu me fazer ter ânsia de vômito.

    Confesso que não gostei da confusa introdução. A narrativa somente me prendeu quando a protagonista começou a praticar sexo com o cadáver. Argh!

    Um ponto positivo no conto é a “explicação” de a personagem ter desenvolvido essa prática: o retorno à infância. Se bem que, como podemos ler no primeiro parágrafo, o narrador dá a entender que a personagem é muito jovem (qual a idade?): “Na cabeça da menina, o mundo era uma bola de energia”. Confuso!

    De qualquer forma, o conto descreve uma bela cena de necrofilia.

  25. simoni dário
    27 de março de 2015

    A leitura não é das mais agradáveis, fiquei nauseada, mas acho que pelo tema, até era essa a ideia. Você passou a conceito de loucura e êxtase com certa competência.
    Não gostei da história, mas confesso que me diverti com seu texto, dei boas risadas em algumas partes tamanha riqueza de detalhes da cena que você transmitiu.
    Criatividade você tem.
    Boa sorte!

  26. Pétrya Bischoff
    27 de março de 2015

    Bóóóóó! *Palmas ensandecidas* hahahahah
    Prevejo uma galera anojada ahhahaha mas eu amei esse conto. Não é segredo que tendo para as coisas grotescas, e literatura de necrofilia me atrai.
    Um texto escrito de maneira absolutamente primorosa, a narrativa é excitante e convidativa, a escrita é impecável e a estória intrigante. Não vejo falhas, faltas ou excessos. Um tema tão delicado que foi abordado com maestria.
    Meus mais sinceros parabéns e boa sorte! *****Eu aaaacho que sei de quem éééé.*****

  27. williansmarc
    27 de março de 2015

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    Todas as notas vão de zero a dez, sendo zero a nota minima e 10 a nota máxima.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 6
    Ortografia/Revisão: 10
    Técnica: 8
    Impacto: 7
    Inovação: 7

    Minha opinião: Conto muito bem escrito e com trama bem peculiar, para não dizer estranha, mas um tema como esse pede algo do tipo mesmo. Queria saber um pouco mais sobre as motivações da protagonista, não consegui entender ao certo o porquê de ela praticar a necrofilia.

    Boa sorte no desafio.

  28. Pedro Luna
    26 de março de 2015

    Demais. A trama é simples, basicamente uma cena. No entanto, deixou no ar certo fascínio por essa personagem tão bizarra. A construção textual é excelente. Senti repulsa com o sexo oral e os bichinhos na garganta. Bom conto.

  29. rubemcabral
    25 de março de 2015

    Olá, autor(a). Deu-me certo trabalho ler este conto; tenho um nojo terrível de larvas e certas passagens realmente me causaram enjoo, rs.

    Dito isto, achei o conto excelente, com descrições poéticas e vivas e com um bom desenvolvimento do tema, dentro dos limites impostos. Parabéns também pela coragem de escrever algo tão revoltante e politicamente incorreto; é papel do bom autor ser capaz de despir-se de tudo e mergulhar nas psiquês das personagens.

    Apenas teria gostado de conhecer um pouco mais sobre a moça.

  30. rsollberg
    23 de março de 2015

    Se em algum portal macabro, existir uma sessão de contos eróticos de necrofilia, eles não sabem o que estão perdendo com esse aqui.

    Pois bem, autor, você pegou um tema bastante indigesto e conseguiu criar um conto bem interessante respeitando o limite de palavras imposto. Resta claro que existe muito zelo com as descrições, que a meu ver funcionaram. Na verdade, no meu entendimento, a estória só funciona graças ao estilo empregado.

    Penso que as frases soltas entre os parágrafos funcionaram na maioria das vezes, destaque especial para a última que fecha super bem o conto.

    Parabéns e boa sorte!

  31. Brian Oliveira Lancaster
    23 de março de 2015

    E: Bem, não sei nem o que dizer. Fantástico. Encontrei um três tipos de gêneros em um texto só. Poético, terror e psicológico. Nota 10.

    G: Não gosto de textos viscerais e sempre deixo isso bem claro. Mas a forma conduzida, com um começo estilo passeio no Éden, para depois se transformar em passei nas Trevas, foi algo bem conduzido, original. Essas trocas são bem interessantes e fazem o leitor raciocinar, neste caso, sem perder o fio da meada (ou perder qualquer outra coisa). Ainda notei algumas camadas internas que nos levam a questionar as formas reais dos personagens, transformando tudo quase em um novo texto. Nota 8.

    U: Belas descrições, mesmo nas partes mais “complicadas”. Para quem está acostumado com textos ligeiros, esse pede contemplação. Nota 9.

    A: Sem dúvida. Total. Nota 10.

    Média: 9.

  32. Mariana Gomes
    21 de março de 2015

    Olá.
    O autor foi muito corajoso em abordar dessa forma, extremamente detalhado e sem filtro, as cenas da necrofilia em si foi de revirar o estômago, e o clima parece ser a mesma de um pesadelo, porém narrado de forma poética em certas partes. E o tema bem exposto nem precisaria da nota de rodapé para ser indicado. O conto é bom e desconfortável igualmente, parabéns e boa sorte.

  33. Claudia Roberta Angst
    20 de março de 2015

    Sem dúvida, o tema “Necrofilia” foi muito bem abordado, saindo do esperado homem profanando um cadáver feminino. O autor soube conduzir a narrativa com magistral habilidade. As palavras estão muito bem empregadas formando imagens fortes que pegam o leitor em cheio, sem escapatória.
    Encontrei uns dois errinhos aí:
    – Um pequeno, repousando em sua boca > acho que faltou algo aqui depois de pequeno … verme? inseto?
    – era ouvida a distância > era ouvida À distância
    – Levou a mão a boca > Levou a mão À boca
    O autor sabe muito bem o que faz, trazendo à luz um tema tabu, mas de forma tão bem trabalhada que não chega a chocar ou, pelo menos, não me causou nojo extremo. Parabéns.
    Boa sorte!

  34. José Leonardo
    19 de março de 2015

    Olá, autor(a). Belo conto, o seu. Atraiu-me bastante a força de sua prosa-poética, o requinte nas descrições mais pesadas, a deliberada ausência de macabrismo, sangue e esporro devido ao esplendor da prosa (tais ausências valorizaram seu texto). Embora não sabendo quem é o autor, diria que tal tema caiu como uma luva na pessoa que imagino ter escrito este conto (uma colega de outros recantos), mas posso estar enganado. Apesar de o grosso da narrativa estar do meio para frente, fico com a primeira metade (a parte pré-chupada, digamos assim), admirado com tanta beleza. Se posso sugerir, faça uma pequena revisão. No mais, está muito bom.

  35. Fabio Baptista
    19 de março de 2015

    Texto muito bem escrito. Achei o primeiro parágrafo muito adjetivado, mas logo me adaptei à proposta. Fiquei em dúvida apenas se um “aquele” deveria levar a crase que levou.

    Pareceu um Flores de Vênus mais poético e mais “impactante”. Porém senti falta de um pouco mais de enredo. Achei que o background da moça não foi o suficiente para construir uma trama.

    Um ótimo conto, contudo.

    Ps: fico imaginando (só imaginando!) que diabos seria uma auto-felação Kkkkkk

    NOTA: 8

  36. Eduardo Selga
    18 de março de 2015

    Sem dúvida, o grande trunfo do conto é a crueza com que a cena de necrofilia é narrada, felizmente sem haver preocupações de ordem moral que, em narrativas ligadas a sexo, não raro obliteram o carnal e o nevrálgico que, no mundo real empírico, costumam estar presentes. Essa característica, aliada à repugnância certamente causada no leitor pelas descrições do cadáver em estado de decomposição, fazem do conto um bom texto literário.

    Fazendo uma reflexão rápida, essa repugnância do leitor, quero crer, se dá muito em função da imagem que em larga medida ainda temos do ato sexual como algo abençoado (por causa da procriação), abundante em poesia e sentimentos elevados. Ora, sexo é, talvez fundamentalmente, manifestação de nossa animalidade. Quando o(a) autor(a) é tão cru nas descrições ele(a) nos lembra disso, o que pode ser chocante. A personagem não parece, ao saborear-se no cadáver, uma ave de rapina ou um grande animal necrófago?

    Não sou do tipo que considera a adjetivação abundante uma falha de estilo, ou marca de quem pretende tê-lo sem na verdade possui-lo. Acho o recurso tão válido quanto qualquer outro porque mostrar as características do substantivo é tão importante quanto mostrar o substantivo. Por isso gostei do uso da adjetivação. Claro, um ou outro adjetivo eu trocaria, mas é irrelevante.

    O uso dos adjetivos e de uma linguagem poética fizeram com a narrativa ficasse densa, pouco fluida na medida em que se exige que o leitor primeiramente digira a frase, a imagem, para aí então seguir adiante, o que só reforça a qualidade do texto e sua proposta “necrológica”.

    Na passagem “A madeira desgastada denunciava o tempo em que estivera confinado, e a terra espalhada pelos lados também. Era um buraco recém descavado […]”, se entendi bem, me parece haver uma incoerência. “A madeira desgastada” é sinal de corpo sepultado há tempos, mas “terra espalhada pelos lados” é sinal do oposto, ou seja, de sepultura recente, o que me faz crer que a terra seja em função de ser “um buraco recém escavado”, ou seja, essa terra está no entorno do sepultura e não dentro dela . Mas, do modo como a sintaxe foi construída, dá a nítida sensação de que a terra (índice de atividade recente) está junto com o caixão gasto pelo tempo, causando um problema temporal pelos signos empregados (madeira carcomida=passado; terra remexida=presente).

    GRAMATICALIDADES

    Não há crase em “[…] era tudo o que tinha para àquela noite.

    No trecho “Um pequeno, repousando em sua boca se remexia desesperado” parece estar faltando uma palavra.

    Em “Afinal de contas, o fim chega a todos, e todo homem deve morrer” há uma falha de regência verbal. O correto seria CHEGA PARA TODOS.

  37. Alan Machado de Almeida
    18 de março de 2015

    Gostei do conto que tem o mérito de passar a sensação de nojo ao leitor principalmente na primeira passagem. Me aprofundando mais no assunto, seu conto me fez lembrar uma musica: https://www.youtube.com/watch?v=TBxZITc0E5E

  38. Jowilton Amaral da Costa
    18 de março de 2015

    Gostei do conto. O tema com toda certeza foi bem trabalhado. Algumas imagens formadas através da narrativa deram uma embrulhada legal no meu estômago, o que indica que foi bem executada. A linguagem usada e a falta de diálogos, tornou a leitura um tiquinho cansativa, achei a bacana as lembranças de quando ainda menina andando pela funerária. No fim fiquei na dúvida se a Dama da Noite já havia morrido ou não. Boa sorte.

  39. Tiago Volpato
    18 de março de 2015

    Geralmente não gosto de contos muito descritivos, mas esse aqui está excelente!
    Os detalhes estão impressionantes. Fiquei com medo de você ser praticante.
    Ok, apenas brincando. O conto está ótimo, gostei muito. Parabéns!

  40. Andre Luiz
    18 de março de 2015

    Gente!!! Estou abismado até agora com a beleza putrefata de seu conto, algo que eu faltava ler para completar meu dia. Senti nojo, ânsia e vergonha ao mesmo tempo, em uma profusão de larvas sentimentais alimentando-se de meu cérebro parte-por-parte. Você, Dama da noite, soube conduzir o leitor em um assunto deveras taxado e estereotipado(não sei porque) na figura do homem e da penetração. Mas uma mulher necrófila é fantástica, ainda mais quando se descreve cada sensação e “gosto” durante o ato, transportando o leitor para o (esgar) ápice do momento. Enfim, só quero te dizer que seu texto foi o segundo que li deste desafio, mas já está entre os melhores com certeza.

  41. Marquidones Filho
    18 de março de 2015

    Nossa, que bizarro! Gostei das palavras coloridas, deram não apenas imagens, mas cores vivas ao ato do conto. Acredito que, de um modo geral, está bem escrito, mas como não faz meu estilo, bem, não posso opinar mais a respeito. Em todo caso, parabéns pela riqueza de detalhes, esse tipo de coisa torna a experiência da leitura mais “real”.

  42. Rafael Magiolino
    18 de março de 2015

    O autor foi sorteado com um bom tema e conseguiu desenvolvê-lo muito bem. A forma perturbadora que a narração assume com o decorrer do texto foi muito bem executada, além dos detalhes nojentos que tornaram o conto ainda melhor.

    O maior defeito que detectei foi o excesso da escrita rabuscada, principalmente no início. Não que isso desvalorize a boa escrita, mas acredito que a leitura seria facilitada caso feita em uma linguagem mais simples.

    Abraço e boa sorte!

  43. Gilson Raimundo
    18 de março de 2015

    Dizem que as capivaras do Tietê adquiriram imunidade quanto as doenças causadas pela sujeira do rio, mas convenhamos, esta dama da noite tem a “sapa” de ferro, que trem podre sô… Gostei de ver um conto necrófilo abordando os desejos femininos por mais improváveis e nojentos, a escrita poética instiga a curiosidade. Boa sorte

  44. Neusa Maria Fontolan
    18 de março de 2015

    Não é o tipo de conto que eu goste, porém, tenho que admitir que é bom, prendeu minha atenção. Se fosse eu a pegar este tema, com certeza não teria feito melhor.

  45. Thales Soares
    18 de março de 2015

    Nossa! Esse conto é nojento! Isso é bom, pois significa que sua ambientação foi excelente e as descrições foram empregadas de modo bastante adequado e com muito esmero. As descrições foram o maior ponto neste conto, o autor(a) certamente é alguém muito experiente.

    Deixando a parte tecnica um pouco de lado, conto, como um todo, não me agradou. Esse não é bem o meu estilo de leitura. Eu aprecio histórias com um forte enredo, personagens carismáticos, várias ações e reviravoltas. Aqui, a criatividade do autor foi empregada somente na parte técnica da escrita, e não na trama e no universo apresentado. A parte que fala um pouco sobre o passado da personagem foi interessante, achei que poderia ter dado mais foco aqui, explicando melhor o panorama da infância da personagem, mostrando mais sua relação com a família e apresentando algum trauma ou explicação mais satisfatória para tê-la levado à essa estranha vida sexual, o que poderia incrementar à presença de seu demonio interno. O final foi bom e fechou bem o conto.

  46. André Lima
    18 de março de 2015

    Achei o conto mediano. Achei o uso de adjetivos exagerado, não é muito minha praia. Talvez outra pessoa tenha um gosto diferente para leitura. Dramatizou muito, em minha opinião, cenários e cenas que não precisavam de tanta dramatização; os sentimentos do necrófilo precisavam sim deste drama.

    Além disso, um erro de concordância quanto ao gênero. “havia uma campo verde-escuro”, isso com certeza tirará alguns décimos do conto.

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Publicado às 17 de março de 2015 por em Multi Temas e marcado .